Coração Inglês escrita por FireboltVioleta


Capítulo 5
Viagem á Londres, Brigas Feias e Reconciliações


Notas iniciais do capítulo

Eae, povos e povas? *u*
Novo capítulo para vocês!
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/619305/chapter/5

– What??

O berro de Raven correu pela casa toda.

A menina olhava para o pai como se ele tivesse acabado de lhe dar uma pancada no estômago.

We... will go to London... tomorrow (Nós iremos para Londres… amanhã) – gemeu o Sr. Summer, não entendendo o porquê do faniquito da filha.

I don’t will go to England, daddy (Eu não posso ir para Londres, papai) – bufou a garota pelos dentes.

Why not, Ray? (Por que não, Ray?) – indagou Bob, estranhando a raiva da irmã.

Raven ficou tão revoltada que voltou á falar português.

– Bob, eu decididamente não vou ir para Londres por uma semana inteirinha – e, virando-se para o pai, ela sussurrou – papai, eu não posso ir. E a escola?

– Já falei com o diretor. Você só vai perder segunda e terça-feira. Da quarta á sexta-feira não haverá aula por causa do Conselho de Classe. Filha, a gente volta no domingo...

– Pai! - exclamou Raven, com os olhos úmidos – e os meus amigos?

– Vão sobreviver sem você – bocejou Bob. A menina amarrou a cara para o irmão, com o rosto vermelho.

O Sr. Summer pareceu pensar, e olhou para a esposa, enfiada no canto da sala.

– Cindy? Será que... podíamos levar alguns colegas dela?

O queixo da menina caiu.

– Eles podem ir? – um sorriso esperançoso apareceu no rosto da menina – sério?

– Jay... – a Sra. Summer suspirou – e os gastos... e os pais deles? Se alguma coisa acontecer...

– Nós combinaremos. Vou falar com eles agora mesmo. Mas, filha... quantos são os seus colegas?

Raven pensou por um momento. “A Mila tem que ir. Ela é minha melhor amiga. E a Ginevra e a Lena também... e o Josh, claro! Sem ele eu não aguento um dia!”

– Quatro, papai.

– Tudo bem. Você tem os telefones deles?

Aliviada e contente, Raven entregou o celular com a agenda telefônica para o pai.

Ai, tomara que os pais deles deixem!” pensou a menina, indo em direção ao quarto e fechando a porta ao entrar.

Depois de uns dez minutos, Bob apareceu na porta do quarto com uma cara mal humorada.

– Ei, Rainha da Catástrofe Nuclear... os seus amiguinhos vão com a gente.

– Eles vão? – sorriu a garota, alegre – ai, eu não acredito! Que máximo!

– É, inclusive seu namoradinho débil mental – se ouvia uma nota de mágoa na voz do menino. Raven percebeu.

– Oh, Bob, não acredito... – ela gemeu, rindo e cutucando o nariz do irmão levemente – você tá com... ciúme?

Eu? Ciúme? Se toca, Ray... – bufou Bob, mas seu rosto confirmava – ah, mana... você é minha única irmã... não quero você andando com qualquer mequetrefe da esquina..

– Ah, maninho... – Raven abraçou o irmão – mesmo que eu namore ou mesmo me case – ela riu ao vê-lo se arrepiar com a possibilidade – eu sempre vou ser sua irmãzinha mais nova.

– Tem razão – Bob pareceu mais animado – nossa, olha a hora. Vamos dormir, que amanhã a gente vai cruzar o mar.

– Não é oceano, não? – brincou a menina.

– Que seja – respondeu o menino, deitando na cama. Raven riu antes de deitar também e acabar adormecendo em meio aos seus pensamentos sobre o dia seguinte.

No dia seguinte, todos – exceto Bob, que ia com sua bicicleta motorizada – estavam confortavelmente sentados no Zafira prata do Sr. Summer. Os meninos conversavam animados no banco traseiro, imaginando o que aconteceria na viagem.

– Eu nunca saí do estado de São Paulo! – comentou Ginevra, alegremente – agora estou indo pra Londres! Qual é, isso é muito legal!

– Inglaterra! Inglaterra! – cantarolava Helena, fazendo uma espécie de dança no banco e empurrando Ginevra – e eu que pensei que ia morrer sem sair do Brasil...

Mila não parecia tão animada.

– Sei não – suspirou a menina – eu mal sei falar português. Imagine inglês, então.

– Relaxa, amiga – sorriu Raven – eu cuido dessa parte.

Josh estava do lado de Raven, e toda hora a beijava no rosto, na boca e uma vez, discreto o suficiente pra ninguém ver – a menina quase morreu quando ele fez isso –, no pescoço. O Sr. Summer olhava toda hora no espelho dianteiro e bufava baixinho quando via o rapaz e a menina nessas cenas românticas. Mila e Helena se juntavam ao Sr. Summer nesse desagrado, já que quando os dois se beijavam, quase caíam em cima delas. Só Ginevra e a Sra. Summer riam baixinho quando olhavam o casal.

O carro chegou no aeroporto um pouco atrasado – por conta de um acidente na marginal envolvendo dois carros amassados, uma moto destroçada, muitos palavrões e vários machucados – e, por conta disso, mal estacionaram o Zafira, todos já saíram correndo para o embarque.

Quando finalmente já estavam no avião, Bob voltara a ficar aborrecido ao ver Raven e Josh juntinhos nos mesmos assentos. O rapaz, sentado atrás dos dois, e vendo a distração dos pais nos assentos ao lado, deu um cutucão em Josh, que se virou para o irmão da namorada, um pouco assustado.

Escuta aqui, Santos – disse Bob, de um modo que mostrava que não estava para brincadeiras – eu aceito que você saia por aí com minha irmã, e você pode até ser um cara legal, mas se você a fizer chorar ou ficar magoada, eu juro que te esquartejo, te incinero e jogo as cinzas no rio. You understand?

Josh acenou com a cabeça e virou-se assustado para Raven, como quem pede socorro.

– Bob!! – exclamou a menina, amarrando a cara para ele, falando tão alto que uns quinze passageiros pularam na poltrona – nunca mais fale assim com o Josh, ouviu? Senão quem vai te incinerar sou eu!

– Não, Ray... ele tem toda a razão. Mas não se preocupe, Bob... se eu a magoar – o olhar que ele deu à Raven era estranhamente sincero – eu mesmo taco fogo em mim.

A boca da menina tremeu, e os olhos dela se encheram de água. Raven sentiu uma mistura louca de gratidão, carinho, indignação e raiva.

– Josh... seu louco...não fale uma besteira dessas... – começou a menina, antes de engasgar com um soluço.

– Ei, nervosinha... – sorriu o rapaz, rindo com a expressão infantilmente assustada dela – eu disse “se”... e só se você deixar..

– Cale a boca – ganiu a menina, puxando o rapaz pela gola da jaqueta e beijando-o. Josh retribuiu de um jeito tão dócil que Bob - que ainda olhava os dois – notou o carinho que ele tinha pela sua irmã e pareceu começar a acreditar, afinal, que Josh era mesmo um bom rapaz.

– Pelo amor de Deus – bufou Ginevra, no assento da frente. Alguns passageiros riram – me poupem dessa cena. Nem a quase mil pés do chão vocês sossegam?

– Vai dormir, Gi – riu Raven, ainda abraçada em Josh.

O avião estava tão escuro – ainda era de madrugada – e tudo estava tão quieto, sem falar do sono que todos ainda tinham, que não demorou, e Raven já havia adormecido no ombro de Josh, nessa hora também dormindo.

Raven acordou com alguém a sacudindo levemente no ombro. A menina abriu os olhos aos poucos, bocejando.

– Humm... o que foi? – balbuciou ela, quando o rosto alegre de Josh entrou em foco.

– Chegamos, dorminhoca.

A surpresa foi tão grande que Raven pulou no assento, totalmente desperta.

– Chegamos? Mesmo? – indagou, olhando para a janela do avião, que já estava parado em terra firme; o prédio do aeroporto, apenas á alguns metros, não deixava dúvidas. Um letreiro grande com letras douradas mostrava o nome do aeroporto - London Heathrow -, e as conversas que se ouviam fora do avião eram, sem dúvida, em puro inglês britânico.

– Legal – sorriu Ginevra, desatando o cinto do assento e saindo dele num pulinho.

O Sr. Summer parecia estar satisfeito em voltar para a terra natal, pois tinha tão bom humor á ponto de cumprimentar todos enquanto descia do avião, da aeromoça até um velhinho mendigo - cuja primeira ação ao ver aqueles passageiros com cara de classe média foi enfiar uma caneca com moedas no nariz de Mila.

– Raven... – ganiu a menina – como se diz “tô dura” em inglês?

Raven riu, antes de murmurar em inglês para o mendigo que não tinham dinheiro á mão naquele momento. O velho bufou, frustrado, e se afastou mancando.

– Não acredito – gemeu Mila – meu primeiro contato humano em Londres e já sou uma aberração sem grana.

Helena e Raven riram, mas Ginevra pareceu não achar graça. Josh aproveitou que Raven estava bem-humorada e lhe deu um beijo na bochecha. Bob estava bem atrás, olhando tudo; mas, estranhamente, não disse nada. A bufada ficou por conta do Sr. Summer, que já ia abrir a boca, quando a Sra. Summer lhe deu uma cotovelada de leve no braço.

– Ah, me poupe, Jay... quer dizer que, se um dia a sua filha casar, você vai ter um derrame? Pelo amor de Deus...

– A culpa não é minha, Cindy – gemeu o homem, de um jeito tão humilde que fez a Sra. Summer perceber o que o incomodava. Ela riu e fez uma expressão divertidamente penalizada.

– Oh, honey... – sorriu ela, abraçando o marido – tem medo de perder sua menina pra um “outro cara”, não é?

A expressão do Sr. Summer era tão insegura que os meninos – ouvindo tudo que os pais de Raven diziam – caíram na risada; ele parecia uma criança com medo de perder o brinquedo favorito. Josh experimentou dar um sorriso confiante e seguro para o “sogro”; para sua surpresa, o Sr. Summer retribuiu com um sorriso estranho e meio envergonhado.

– Papai... – indagou Raven, se agarrando inconscientemente na cintura de Josh – aonde nós vamos ficar hospedados?

– Na nossa casa antiga – respondeu ele, fazendo um gesto com a mão para o sul.

– Humm...Sra. Summer? – disse Mila – será que nós podíamos passear no centro cultural em um desses dias?

– Claro, querida – a mulher sorriu para a menina.

– Legal. Ouvi falar que no Piccadilly4 tem uma lojinha maneira – comentou Ginevra.

– Loja nada! – riu Helena – legal mesmo seria ir à London Eye. Dizem que é uma das maiores rodas-gigantes do mundo!

– Loja, roda-gigante... vocês só pensam em brincadeira, é? – brincou Josh – sabe o que eu queria mesmo? Poder ver aquela tal Câmara dos Lordes. Eu sempre quis ver o relógio do Big Ben bem de pertinho.

– Tudo bem, galera – riu Raven – nós vamos para todos esses lugares e em mais alguns. Temos uma semana inteira, gente.

– Inclusive pra namorar – sussurrou Josh no ouvido dela. A menina sorriu.

Fala sério”, pensou ela. “Essa semana vai ser muito louca!”.

– Eu te mato, Ray.

– O que foi?? – gemeu a menina – eu ia saber que você ia sair do quarto no exato milésimo de segundo em que eu estava passando no corredor?

O motivo da briga – já na pequena “mansão” dos Summer, perdida em um algum lugarzinho de Londres – entre Mila e Raven, foi que Mila saía do quarto segurando cinco copos descartáveis cheios de refrigerante de uva numa bandeja; nessa hora, Raven passou correndo, esbarrando na bandeja e jogando, sem querer, todo o refrigerante na blusa nova da amiga.

– Tá... te perdoo só essa vez – choramingou Mila, olhando a enorme mancha roxa em sua blusa – mas agora fiqueitraumatizada, e a culpa é sua. Nunca mais quero ver uma garrafa pet de Fanta Uva de novo.

– Deixa de choradeira, Mi – queixou-se Raven – eu te dou umas libras e você vai lá no brechó da esquina comprar uma nova.

– Ah, sim – disse Mila, com ironia – e aí eu vou voltar com uma bandeirinha da Inglaterra no peito. Alô!! Eu soubrasileira! Não sei falar inglês nem nada. E se, por algum milagre, eu conseguir chegar inteira na loja, ainda vou precisar tentar sair viva dela. E se os caras da Scotland Yard chegarem lá e acharem que sou uma bandida? Eles metem chumbo em mim! Não, Ray... você decididamente tem que ir comigo.

– OK., garota. Vamos lá – gemeu Raven, quase dando um tabefe na amiga de tanto nervoso.

– E não fique com essa cara de menininha injustiçada – rosnou Mila – foi você, Srta. Summer, que me deu um banho de refrigerante. Eu sou a vítima.

– Tá, tá – bufou a menina – não se estressa, garota. Você vai ficar grisalha antes do tempo...

Mila deu mais uma bufada antes de sair do quarto com a amiga, após vestir uma jaqueta por cima da blusa manchada e fechar o zíper. Raven bateu propositalmente a porta com toda a sua força, achando que o começo da semana tinha iniciado bem diferente do que ela esperara.

Depois de aguentar o interrogatório dos pais (“aonde você pensa que vai, mocinha?”; “que horas vocês voltam?”, entre outras perguntas), sair da casa e andar um bom pedaço da rua com Mila, Raven indicou uma loja de roupas com um toldo vermelho e um letreiro de cor amarela berrante.

– Loja de roupas? – brincou Mila, olhando para o enorme letreiro – parece mais um filhote do Shopping Anália Franco!

– É uma loja bem grande, mesmo. Papai disse que é uma das melhores daqui. Vejamos... – suspirou Raven, contando as libras na carteira – tenho umas cem.

O queixo de Mila caiu até o pescoço.

– Cem? – gemeu a menina - Cacetada... do que seu pai trabalha, Ray? Como o guarda-noturno do Bill Gates?

Raven riu.

– Não. Papai trabalha na Bolsa de Valores. Mamãe de vez em quando também mexe com essas tais finanças.

– Jesus... nem sei o que é essa bodega.

– Bom... – sorriu Raven – umas vinte libras devem dar para sua blusa. Aí eu te pago um sorvete e a gente se manda daqui.

– Beleza.

As duas meninas entraram na loja – Mila com certa relutância – e foram direto para a arara de blusas. Mila começou á vasculhar rapidamente as roupas, mas parecia não se contentar com nenhuma.

Raven deixou a amiga olhando as blusas e foi para um canto da loja aonde haviam estantes brancas, ocupadas por várias bolsas de marcas famosas. A menina ficou surpresa ao ver uma delas – que parecia ser feita inteiramente de minúsculas pecinhas de brilhante. O preço, porém, dava tontura de tão alto: mais de quarenta mil libras.

Nossa... – sussurrou Raven, rindo.

– Achei, Ray!

A menina se virou para a amiga, que veio aos pulos em sua direção. Balançava uma blusa nas mãos: vermelha, com um decote nada modesto – mas ainda assim bonito – e cheia de babadinhos na cintura.

– Bonito – comentou Raven – me dá pra eu pagar.

Mila entregou a blusa para Raven, que foi direto para a fila do caixa. Uma mulher, que não devia ter mais de vinte e dois anos, atendeu a menina, digitando no computador enquanto mastigava um chiclete tediosamente. Mila ouviu a conversa entre elas (tentando aprender e melhorar um pouco que fosse o seu lastimável inglês), mas não entendeu nada – tanto á ponto de bufar quando Raven voltou e lhe deu a sacola com a blusa.

– Mas que língua desgraçada é a de vocês, hein?

Raven não riu. Ao contrário, pareceu seriamente ofendida.

– O que você quer dizer com “desgraçada”?

– Você sabe – bufou Mila outra vez.

Raven parou na frente de Mila. Olhava a amiga de um jeito nada agradável.

– Não, não sei. Explique – disse a menina, com um perigoso tom de voz.

– Esse povinho aí – ela indicou dois homens na porta da loja com a cabeça, de um jeito aborrecido – é esquisito.

Podiam agir como qualquer pessoa normal.

– Eu não sei se você notou, Mila – a menina realmente parecia ameaçadora agora – mas esse povinho é de onde eu vim. Será que você está começando á achar que qualquer inglês é igual á sua má concepção?

– Olha, eu realmente não quero falar sobre isso – aborreceu-se Mila, ignorando a amiga.

Raven arrancou a sacola da mão de Mila e arremessou-a no chão com violência. Mila recuou, olhando para Raven com uma mistura de surpresa e raiva. Mas gemeu ao ouvi-la soluçar.

– Você é igual á todo mundo naquela porcaria da Hermes!! – gritou ela, com os olhos molhados de lágrimas – Eusabia que ninguém ia me aceitar como eu sou!!

Raven deixou escapar um soluço e saiu correndo pela calçada em direção á casa, acotovelando um casal que vinha na direção oposta e sumindo da vista de Mila, que ficou imóvel, surpresa e confusa. A menina pegou a sacola do chão e ficou olhando para baixo, sem reação.

– Raven? Raven, abra a porta, por favor!

A menina levantou a cabeça levemente, antes de deixá-la cair de novo no travesseiro e exclamar com a voz fraca de tanto chorar:

–Vá embora, Josh.

Do outro lado da porta, Josh tamborilava os dedos na fechadura, preocupado. Ginevra apareceu do nada ao seu lado.

– Ela está trancada aí desde que voltou da loja. Não quer dizer o que aconteceu. A Mila também. Disse pra ninguém incomoda-la.

– Humm... – suspirou o rapaz – será que elas estão brigadas?

– Eu acho que sim. E seja lá o que for, é sério. A Ray não quis comer nada até agora. E olha que a Sra. Summer fez uma torta de morango, com creme de leite condensado e mousse de chocolate, de revirar as lombrigas de qualquer um.

Josh olhou para o largo corredor. Mila vinha na direção do quarto de Raven, com uma expressão indecifrável no rosto. Sem dizer nada, ela bateu na porta. Raven não respondeu.

Mila suspirou e bateu outra vez, chamando a amiga com a voz insegura.

– Raven?

Houve silêncio por alguns segundos. No entanto, os meninos ouviram o barulhinho metálico de uma chave sendo girada.

Quando a porta abriu, Raven apareceu, com o rosto vermelho e o corpo ainda sacudindo com os soluços. Josh e Ginevra seguraram a respiração, olhando de Raven para Mila.

Para surpresa de todos, inclusive de Raven, Mila se jogou no pescoço da amiga, nessa hora também chorando.

– Ah, Ray...- soluçou Mila - me des... desculpa, por favor! Eu não queria te ma-magoar! Eu... eu juro... que... eu nunca... eu falei besteira...me perdoa!

Raven se afastou gentilmente de Mila, chocada e assustada com o desespero da amiga.

– Tudo bem, Mila... – sussurrou a menina, com a voz ainda trêmula – você não teve culpa...

– Tive sim! – ganiu Mila, se desfazendo em lágrimas e abraçando Raven – eu n-não quis falar aqui-quilo, me saiu

sem que-querer... não sei o que deu em mim...

– Ah, Mila... – Raven deu um sorrisinho envergonhado – eu também não devia der gritado com você... me desculpa...

Helena olhava de uma para a outra, parecendo ainda mortalmente confusa; Ginevra revirou os olhos e murmurou algo parecido com “Mas nem em Londres, meu...” e Josh tinha uma expressão hilária; parecia querer arrancar a menina do abraço de Mila e encher Raven de beijos na boca.

– O que está acontecendo aqui, hein?

Estranhamente, todos riram – Mila e Raven de um jeito meio sem humor – quando Bob apareceu no corredor.

– Vai por mim, “Bobzinho” – brincou Ginevra – você, com todo seu vasto conhecimento, nem pode imaginar o que sucedeu aqui...

Raven olhou para Mila, dando o maior dos sorrisos. Mila retribuiu, mostrando que entre elas nunca mais haveria lugar para aquelas brigas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Desculpem qualquer erro de ortografia ou formatação. Se encontrarem, não hesitem em comentar.
Beijos e até o próximo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Coração Inglês" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.