"Eu preparei uma execução digna para a Apostadora de Nível Super Colegial~ upupupupu!"

Eu percebi que estava tudo acabado naquela hora.

Passei uma vida apegada à uma máscara. Rainha dos Mentirosos - título digno. Vim de uma família pobre e nasci como Yasuhiro Taeko, um nome feio e sem vida, sem identidade, sem brilho. Não, eu não havia nascido para aquilo. Me tornei então Celestia Ludenberg. Uma apostadora famosa que nunca perdia, mesmo que apostasse a vida. Ganhei e acumulei muito dinheiro, fiquei rica.

(A menina pobre de antes aos poucos desaparecia.)

Aprendi as boas maneiras e virei uma dama invejável. Uma pena que era tudo mentira.

Mentiras.

Mentir, persuadir, trair - isso foi tudo que fiz, a vida toda.

Olhares assustados me encaravam naquela hora. Eu mantinha a calma, com o mesmo sorriso falso de sempre. Por dentro, eu estava quebrando, pouco a pouco. Tudo que havia construído se despedaçava. Meu sonho, ah, meu sonho. Eu estava tão perto. Tudo poderia estar bem agora, mas não. Esse era um preço que eu tinha de pagar. Eu falhei. Mas aquele não era o fim: eu apenas passei minha vez nas cartas.

-Até mais. Nos encontraremos na próxima vida! - sim, essa era minha esperança. Vida após a morte; não: renascimento. Eu iria renascer, sim. Eu não iria perder ali. Não era o fim.

Dei um sorriso e me dirigi à porta azul que se localizava em minha frente. E lá estava eu, me encaminhando para a morte.

-Versalles style Witch Hunt Stake. - Monokuma anuncia o nome de minha execução. Pelo menos iria morrer à moda antiga, coisa que sempre gostei.

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Se escuta o fogo subindo pela palha. Chegando nos pés, queimando o vestido e junto com tudo isso, as mentiras, a traição, a avareza - tudo estava sendo queimado. A máscara denominada Celestia Ludenberg ali se acabava. Podia-se ver a pequena e esquecida Yasuhiro Taeko, que sonhava ser alguém na vida - alguém importante, uma pessoa reconhecida. As chamas agora chegavam no pescoço, e consequentemente, no rosto. Celestia agora dava seu último adeus, seu último suspiro. Uma última promessa.

Vamos nos reencontrar novamente, pessoal.

Mas como a própria havia dito, não acabava ali. Ela apenas passara a vez nas cartas.