Acordei de repente, preocupada, já se passavam das três da madrugada e ainda não tinha ouvido choro de bebê. Olhei para o outro lado da cama e para minha surpresa não encontrei meu preguiçoso marido ao meu lado. É isso. Shikamaru tinha ido cuidar de Shikadai. Resolvi voltar a dormir convencida de que ele logo voltaria. Acabei acordando novamente trinta minutos depois, ainda sem sentir a presença dele. Sentei-me na cama e olhei para o corredor. Nenhuma luz estava acesa. Levantei rapidamente da cama e fui em direção do quarto de Shikadai e o que vi depois me pegou de surpresa.

Lá estava ele. Parado ao lado do berço do bebê, com uma das mãos na grade e com a outra acariciando o rosto do filho. Tinha um leve e tranquilo sorriso no rosto e os olhos concentrados em Shikadai. Parecia estar em transe, ele ainda não tinha notado minha presença. Antes que eu pudesse perceber, havia também um sorriso em meus lábios. Fiquei admirando a cena por alguns minutos.

- Precisa de um babador? - Perguntei. Ele se assustou, olhou pra mim e riu.

- Desculpe a demora, eu só estava... - Ele não terminou a frase.

Fui até ele e o abracei por trás. Aquele momento me fez feliz, pois apesar de tudo o que passei na vida, tinha um marido dedicado e um filho perfeito. Ele colocou seu braço por trás de meus ombros, me abraçando de volta e me deu um beijo na testa. Agora eu também admirava meu filho dormir, tão pequeno e tão tranquilo, parecia que nada poderia atingi-lo. Ele era a cópia perfeita do pai, desde a cor do cabelo ao formato do rosto; a não ser os olhos, idênticos aos meus.

- Quem precisa de um babador agora? - Disse olhando em meus olhos, mas apenas revirei os olhos em resposta. Ele riu e voltou a olhar o filho. - Obrigada pelo presente, eu ainda não havia agradecido.

- Obrigada você também, não teria conseguido sem você. - Respondi enlaçando seu pescoço. Ele devolveu um sorriso carinhoso, colocou suas mãos em minha cintura e me beijou calmamente.

Ficamos assim durante alguns minutos até que Shikadai começou a se mexer e não demorou muito para que começasse a chorar de fome. Interrompemos o beijo e peguei o pequeno no colo, levando-o para a cadeira de balanço. Sentei-me e comecei a amamentá-lo enquanto Shikamaru acariciava minha cabeça. O sono voltou a me abater e meus olhos queriam se fechar, mas desejava muito aproveitar aquele momento: não era todo dia que Shikamaru era atencioso desse jeito e Shikadai já tinha três meses, ele crescia rápido demais. Pouco tempo depois o bebê já voltara a dormir tranquilamente e eu já estava caindo de sono. O preguiçoso ao meu lado bocejava e também reparou no meu cansaço.

- Vamos deixá-lo dormir e aproveitar pra dormir algumas horas também problemática, tenho que acordar cedo.

- Vamos. - Respondi bocejando.

Demos um último beijo de boa noite em Shikadai, Shikamaru pegou minha mão e me conduziu até a nossa cama, nos cobriu e beijou minha testa. A fraca luz do luar fez meu sono pesar mais e a pouco estaria dormindo, mas não por tanto tempo - logo logo acordaria ouvindo choro de criança novamente.

- Eu te amo. - Ele sussurrou no meu ouvido.

- Eu também.