Black & White escrita por Matt the Robot


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Hello there :3
Essa é minha primeira fanfic solo. Espero que gostem!



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Havia se passado quase um mês, mas os pensamentos de Pamela Swynford de Beaufort, em sua grande maioria, ainda se resumiam a uma única coisa: sua cria, Tara Mae Thornton. A morte desta foi um choque enorme para Pam, que ficou totalmente abalada e inconsolável, e continuava assim após três semanas. Eric Northman, seu criador e melhor amigo, achava que ela nunca mais ia sorrir ou ser feliz.

O ano era 2015, e Pam já tinha 144 anos. Em todo esse tempo, a única pessoa por quem ela se apaixonou de verdade foi Tara – mesmo que, por um longe período, ela tenha acreditado estar apaixonada por Eric. Mas era apenas um amor fraternal muito forte; já o amor por Tara era, de fato, amor romântico. Pam diria que sua prole é sua alma gêmea, se ela não achasse tal expressão tão brega e clichê – e se tivesse certeza de que vampiros possuem alma. É verdade que Tara era tratada com frieza por sua criadora, sempre ouvia grosserias, mas só porque Pam não aceitava essa paixão, então não sabia lidar com ela, nem sequer gostava de demonstrar seus sentimentos (os bons, porque os ruins ela sempre fez questão de mostrar).

Mas agora que Tara se fora, era tarde demais para demonstrar qualquer coisa, e esse amor só poderia ser vivido em sonhos e pensamentos. Pam chorava constantemente, e Eric tentava de todo jeito fazê-la se sentir melhor. Quando Pam soube que Tara morrera, os dois estavam viajando pelo mundo, como sempre faziam. Eric pensou que as viagens e passeios fariam Pam superar a perda mais rápido, porque ela se distrairia e esqueceria um pouco de Tara, mas a vampira não se animava. Ela só queria que Tara estivesse ali com ela; ou, pelo menos, que estivesse viva. Para se ter uma ideia, ela estava tão mal que tinha parado com a ironia e o sarcasmo típicos.

Pam e Eric se encontravam no momento em Hokkaido, Japão, e estavam voltando ao hotel em que se hospedaram, após passear pela região de Obihiro.

— Ah, meu amor – disse Eric ao ver Pam cabisbaixa mais uma vez. – Eu não sei mais o que faço para te ajudar. Você precisa melhorar.

— Não há o que fazer – retrucou Pam, amarga. – Eu não vou melhorar, desista. E o Japão era o país que... – ela hesitou, e sua voz ficou chorosa: – ...que Tara mais tinha vontade de visitar.

— O quê? Você devia ter me dito isso, Pamela – reclamou Eric. – Eu não teria te trazido pra cá.

— Eric, você acha que o lugar importa? Vou pensar nela e ficar desse jeito onde quer que eu esteja. Esse país apenas aumenta um pouco isso.

— Eu já disse isso, mas vou dizer de novo – falou Eric, segurando Pam para que eles parassem de andar e olhando nos olhos dela. – Você não tem certeza se Tara morreu mesmo. Não. Tem. Certeza. Está triste à toa!

— EU SENTI, CARAMBA – indignou-se Pam. – Eu senti a morte dela. Acho que você sabe muito bem que os criadores sentem a morte de sua prole.

— Sentem, eu sei, mas muitas vezes essas sensações são confusas, Pam – garantiu Eric. – E acabam sendo mal-interpretadas. Ela pode simplesmente ter estado em perigo, talvez até à beira da morte; mas se a sensação passou, quer dizer que ela se recuperou e está viva.

— Eu não quero ter esperanças. Porque provavelmente me decepcionaria depois.

— Precisamos voltar a Bon Temps para ver essa situação. Já tínhamos que ter feito isso há 3 semanas.

— Voltar lá pra quê? Para eu me sentir mais perto dela, ver todo mundo triste com cara de enterro e ficar pior do que já estou? Não, obrigada. – Ela fungou e enxugou uma lágrima rubra que descia por sua face. – E outra: ela estava vindo atrás de nós, lembra? Mas há 3 semanas eu parei de sentir a presença dela nos seguindo.

Ela recomeçou a andar, e Eric a acompanhou. Achou melhor deixá-la quieta, então eles seguiram calados no resto do caminho até o hotel. Pam pensava nos momentos que ela e Tara viveram juntas. Lembrou de quando Tara a libertou da cela no acampamento de vampiros (a.k.a. prisão) e elas se beijaram pela primeira vez; lembrou dos outros beijos, e das experiências nas quais esses beijos resultaram; lembrou de quando Tara disse que a amava e foi desprezada...

Alguns dias depois, Eric finalmente tinha conseguido fazer Pam rir e ficar feliz, mesmo que brevemente. Ele achou que ela estava enfim começando a seguir em frente, mas encontrou-a triste e pensativa de novo, sentada no sofá do quarto deles.

— Algum problema? – perguntou o vampiro, enquanto sentava ao lado da prole.

— Não é nada, eu só... – Pam mirou seu criador com uma expressão triste. Não queria que ele soubesse que ela ainda estava triste por causa de Tara, mas não pôde evitar.

— O de sempre, não é?

— Sim, nada além disso. Tara.

— Eu sei, eu sei – Eric abraçou Pam, consolando-a. – Você sabe que eu também sinto falta dela. Mas não fique assim, está na hora de superar. Ei, você é a vampira mais forte que conheço. E aposto que Tara ia reclamar muito com você se te visse desse jeito melancólico.

Isso fez com que a vampira sorrisse.

— Obrigada, Eric – ela disse. – Você é o melhor vampiro do mundo. Eu vou ficar bem, prometo, só preciso de um tempo. – Eric assentiu. – Eu a amo muito; nunca pensei que sentiria isso por ninguém que não fosse você ou eu mesma. Muito menos por alguém que eu já quis matar, e que eu não teria transformado em vampira por vontade própria.

— É, você nunca pensou que se apaixonaria por ela...

Pam concordou, e Eric sorriu.

— A vida surpreende muito, Pam – disse ele acariciando os cabelos dela. – Ainda mais a nós vampiros, que supostamente temos vida eterna.

— Não sei o que seria de mim se eu perdesse você também – murmurou ela, fitando Eric. – Acho que não ia aguentar.

— Shhh, não pense nisso, você não vai me perder – garantiu ele. – Estarei sempre aqui com você, certo?

— Certo – concordou Pam, sorrindo. – Acho que vou dar uma volta pelos jardins do hotel. Espairecer um pouco.

— Vá, vai ser bom. Se precisar de mim, estarei aqui vendo no noticiário o que esses humanos patéticos andam fazendo.

Pam riu ligeiramente e saiu do quarto, indo até a área dos grandes e majestosos jardins.

— Ah, Tara, me desculpe – Pam ia falando sozinha enquanto caminhava pelas plantas, esperando que Tara pudesse ouvi-la de onde quer que ela estivesse. – Nunca disse o quanto você significa pra mim, só te tratei mal.

Ela continuou andando e contemplando o local ao seu redor, quando algo a surpreendeu.

— Já que você insiste... – disse uma voz feminina atrás de Pam. – Eu te perdoo.

Pam se virou para a voz familiar. E não pôde acreditar no que viu à sua frente: Tara estava em pé bem ali, viva (ou melhor, morta-viva).

— Até que enfim te achei, Pam – disse Tara sorrindo. – Achou que se livraria de mim?

— Tara... – sussurrou Pam sem acreditar.

Ela estava sem reação. As típicas lágrimas de sangue escorreram dos seus olhos, e ela abriu um enorme sorriso. Correu para Tara e a tomou em um abraço apertado, que foi retribuído e seguido por um beijo.

— Não pode ser... devo estar sonhando, ou tendo alucinações – afirmou Pam, realmente acreditando que Tara não era de verdade.

— Como é? – indagou Tara rindo. – Eu sou real, estou bem aqui.

— É... é você mesma? – disse Pam, com os olhos arregalados e a voz embargada pelo choro intenso, abraçando sua cria de novo.

— É claro que sou eu – disse Tara rindo. – Até parece que eu estava morta.

Pam soltou Tara e a encarou, as lágrimas ainda descendo.

— Eu pensei que estava – disse Pam tristemente. Ao ver a expressão franzida de Tara, continuou: – Eu... senti a sua morte. Foi uma sensação horrível, não consigo descrever.

Tara ficou confusa, e pensou um pouco.

— De fato eu quase morri há três semanas, provavelmente foi isso que você sentiu... – concluiu ela. – Mas o importante é que eu estou aqui agora.

— Sim, claro – concordou Pam, passando a mão no rosto de Tara. – Eu senti tanto a sua falta.

— Meio difícil acreditar nisso, considerando que você e seu criador sumiram faz um mês e não me disseram pra onde iam – disse Tara chateada. – Fui atrás de vocês, mas sempre que eu chegava em um lugar no qual eu tinha sentido sua presença, você não estava lá. Era frustrante.

Pam desviou os olhos e encarou o gramado do chão.

— Eu confesso que... mudava para outro lugar quando sentia sua presença se aproximando de mim – disse ela envergonhada.

— O quê? Então você estava mesmo me evitando? – questionou Tara.

— Sim, eu... – Pam hesitou. – Eu não queria sentir o que estava sentindo. Achei que se fosse para longe de você, esqueceria.

— Esquecer? Pam, você...?

— Eu te amo, Tara – disparou Pam. – Te amo muito. E não posso mais negar nem esconder isso.

Foi a vez de as lágrimas de Tara escorrerem. A emoção tomou conta dela, que esperava sua criadora falar tais palavras fazia um bom tempo.

— Nunca pensei que fosse te ouvir dizer isso pra mim. Eu também te amo, Pam, e você sabe. Amo demais.

Pam deu um sorriso aberto e emocionado, seguida por Tara, então as duas se beijaram novamente; um beijo carinhoso no início, que se tornou intenso repentinamente e voltou a ser calmo.

— O que aconteceu para você quase ter morrido? – disse Pam quando o beijo terminou.

— Bom, há três semanas fui capturada por um desses grupos imbecis de ódio aos vampiros – respondeu Tara. – Quando bebi o sangue de um dos membros, os outros apareceram e me prenderam, então me levaram para uma casa abandonada e ficaram me torturando com luz do sol e prata. Nossa, foi terrível.

— Filhos da puta – falou Pam com os olhos cheios de raiva. – Por isso odeio humanos. Esses malditos nunca vão nos aceitar.

— Calma, não se preocupe – continuou Tara. – Uns vampiros chegaram na casa, mataram todos os humanos e me libertaram. Já é um grupo ruim a menos.

— Ótimo – disse Pam. – Você não imagina o quanto eu sofri. Fico tão feliz que você está viva e aqui comigo.

— Tá legal... quem é você e o que fez com Pam? – perguntou Tara, fingindo desconfiança. – Vários minutos se passaram e não ganhei nenhum insulto, nenhuma patada, só elogios e declarações... Essa não é a Pam que eu conheço.

— Pois é, estou sentimental agora – disse Pam. – Mas só porque passei semanas sofrendo. Aproveite e não se acostume, porque amanhã volto a ser daquele jeito adoravelmente insensível.

— Aham, até parece – as duas riram. – Uma vez sentimental, sempre sentimental, meu bem.

— Veremos – disse Pam com um sorrisinho maldoso. – É bem mais divertido ser indiferente do que melosa. Venha, vamos falar com Eric.

As duas andaram de mãos dadas até o quarto de Pam e Eric. Este também ficou super feliz e abraçou Tara, sentindo um grande alívio.

— Eu te disse que devíamos ir a Bon Temps, Pamela Swynford – falou Eric. – Nós teríamos descoberto que Tara não morreu e poupado você daquele sofrimento.

— Muito obrigada, eu realmente adoro quando jogam as coisas na minha cara – disse Pam com um sorriso irônico.

— Acho que a velha Pam voltou – disse Eric, contente.

— Você conhece essa daqui, Eric – disse Tara apontando para Pam. – Qualquer um em Bon Temps poderia dizer que eu estava viva. Mas você tem que ser muito teimosa sempre, não é mesmo?

— Ah, vá se foder – resmungou Pam.

Tara então contou a história da quase-morte, e Eric disse: – Viu, Pam, eu também falei que ela poderia apenas ter estado à beira da morte, não necessariamente morrido, não falei?

— Acabou? Não preciso de mais sermão – reclamou Pam.

— Seu criador pode ser esse idiota que ele é, Pam – zoou Tara –, mas você precisa escutá-lo com mais frequência. – Pam revirou os olhos.

— Bom, se as damas me permitem – disse Eric –, vou deixá-las sozinhas. Vocês têm muito tempo perdido para compensar. – Ele sorriu maliciosamente e saiu do quarto.

O casal de vampiras se encarou com olhares doces e se abraçou. Elas foram até a cama de Pam, se sentaram e deram as mãos.

— Eu queria... – começou Pam, olhando fundo nos olhos de Tara. – Queria dizer... – Ela travou de novo, e desviou o olhar. Aquelas palavras pareciam demandar um esforço enorme, quase mortal.

— Dizer o quê? – perguntou Tara.

— Queria dizer que sinto muito – respondeu Pam finalmente, após uma longa pausa. O pedido de desculpas parecia uma estaca sendo enfiada nela. – Por tudo de ruim que já te falei e fiz. Uau, isso é difícil pra caralho quando eu estou de fato falando com a pessoa.

— Ah, era isso? – Tara riu. – Mas você já me pediu desculpas, e eu já te desculpei.

— Aquilo não conta, eu estava falando sozinha – disse Pam. – Por isso estou dizendo novamente, olhando nos seus olhos. E você não faz ideia do quanto eu estou morrendo aqui por isso.

Tara revirou os olhos.

— Quanto drama. Não precisa morrer, aceito suas desculpas. 

A criadora sorriu e abraçou a cria.

— E nós duas podemos começar uma épica história de amor – falou Pam sarcasticamente. As duas riram.

— Acho que eu não me acostumaria mesmo com a Pam melosa e romântica – disse Tara. 

— Ótimo, assim não me sinto culpada de não ser assim. – Pam deu seu típico sorriso irônico e acrescentou: – Não que eu fosse me sentir, de qualquer forma.

Então as duas deitaram na cama e deram um beijo profundo, pensando no futuro que construiriam juntas pela eternidade.


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Notas finais do capítulo

E entããão? O que acharam? Eu, particularmente, amei escrever a fic, shippo Pam e Tara totalmente (tão lindas ♥). Até a próxima, pessoas [e eventuais outros seres] õ/



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