Capitulo 9 – O Enfermeiro.

Sakura arrancou a revista das mãos de Tomoyo.

- Meu Deus, imagina quando todo mundo ver isto, quando a família do Shaoran ver isto o que vão pensar? E ele... Ai ai ai.

- Isso eu não sei. Mas pra falar a verdade to preocupada com o que o Jason vai pensar- respondeu Tomoyo.

Sakura arrepiou-se.

- Nem me diga Tomoyo, ele vai me procurar novamente. E se ele procurar o Shaoran? – disse Sakura temerosa.

- Não adianta ficar com essas suposições, vamos esperar para saber. Vai ficar tudo bem.

Assim ela esperava. Seguiu para o hospital a cabeça estava nas nuvens e na revista, embora quisesse esquecer aquilo, não conseguia. Na hora do almoço ela conversava tranquilamente com Yukito quando três enfermeiras apareceram.

- Ora Kinomoto, porque não nos contou desse gato?- e mostraram a revista.

- Eu não tenho nada com o Senhor Li, somos apenas amigos. Esta revista distorceu a história. – disse ela corada.

- Não precisa esconder seu bom partido. Não vamos roubá-lo de você, aproveite!- riram e se retiraram.

- Ué. Alguém pode me explicar o que aconteceu aqui? - perguntou Yukito.

- Ai Yukito, é que ontem o Shaoran resolveu dar um jantar de boas vindas pra mãe e as irmãs e no momento em que ele me convidou pra dançar, tiraram essas fotos e ainda colocaram na manchete que sou "sua escolhida".

- Que loucura. Sabia que vocês estavam se gostando, mas não comprometidos. Mas e o Jason Sakura?

Ela ignorou o primeiro comentário e disse:

- Faz um tempo que não aparece e não sei se fico tranqüila ou nervosa por causa disso.

- Acho que ele não vai voltar a aparecer. Você está mais pálida hoje, está se alimentando bem?

- Sim, acho que foi por causa do jantar ontem, descansei pouco. Bem, a folga acabou. Tchau.

Quando o dia acabou Sakura sentia-se bastante indisposta, estava com uma terrível dor de cabeça e dores no corpo e nem sabia por quê. Tomou um analgésico esperando que a dor passasse, mas ela ainda persistia e dirigindo com cuidado chegou a casa de Tomoyo para buscar Yume, resolveu disfarçar a dor para não preocupar a prima e seguiu para casa. Mas chegando em casa estaca totalmente sem forças, ainda bem que a Yume dormia mas ainda precisava ser alimentada e cuidada. Deitou-se no sofá com ela esperando que a dor cessasse, mas ela persistia. Ficou deitada até ouvir o celular tocar no bolso da sua calça.

- Alô Sakura.

- Shaoran... – sussurrou num fio de voz.

- Oi, liguei para saber o que você achou da festa? Espero que tenha gostado da minha mãe.

- ... – ela permaneceu calada, estava cansada até para falar.

- Sakura, você está ai? Sakura.

- Oi Shaoran. – a cabeça latejava.

- O que você tem? Porque está sussurrando?

- Não estou me sentindo bem, estou com muita dor de cabeça. Sinto-me muito mal.

- Precisa de ajuda? Eu vou até ai e...

- Não está tudo bem. Vai passar, eu já tomei um remédio.

- E a Yume, você não precisa de ajuda? Está cedo ainda, eu posso passar ai.

- ...

- Sakura? Sakura, eu estou indo para ai.

Quinze minutos depois ele estava de pé na porta da casa quando ela com esforço se levantou e abriu a porta.

- Sakura, você me diz que está bem assim? Olha como você está quente, sua febre deve estar alta. Venha. – e pôs a mão em sua testa. - Acho melhor levá-la para cima, depois que você estiver bem eu volto para ver a Yume. Ela está dormindo, vai ficar bem.

Sakura nem falava, nem sabia se ouvia o que ele dizia. Ele a carregou delicadamente e subindo as escadas colocou-a na cama, retirou seu casaco e o all star branco que calçava.

- Onde você guarda o termômetro?

Ela disse algo que soava como banheiro e Shaoran indo até lá, encontrou um na caixa de primeiros socorros, medindo sua temperatura viu que ela estava com 39°C. Resolveu ligar para Tomoyo.

- Tomoyo? É o Shaoran.

- Oi senhor Li.

- Pode me chamar de Shaoran mesmo. Eu estou na casa da Sakura, ela não está passando bem, está com muita dor de cabeça e febre.

- Será que você pode trazê-la para cá Shaoran? – ela ficou instantaneamente preocupada.

- Acho melhor ela ficar essa noite aqui, eu vou ficar com ela. Se ela não melhorar eu a levo pela manhã.

- Mas.. Está bem. – disse Tomoyo contrariada. – Se ela não melhorar pode trazê-la de manhã ou se piorar ligue para mim.

Shaoran desceu, eram 08:00 hs da noite e apanhando uma bacia com água fria, retirou o terno e aplicou-lhe compressas para que a febre baixasse. Quando tinha certeza que ela estava melhor e dormia, desceu preparou algo para Yume e alimentando-a levou para o quarto, foi quando percebeu que Sakura havia comprado um berço para ela. 'Acho que ela está decidida' pensou. Ajeitou as cobertas de Sakura conferindo-lhe a temperatura e foi para o quarto de Touya.

A noite de Sakura foi inquieta, sentia frio e calor, sono, mas não dormia. Foi quando viu a porta se abrir. Shaoran sentou-se ao seu lado e tocou-lhe na testa, sua febre havia voltado.

- A... Água, eu preciso de água. – sussurrou.

Ele desceu e trouxe ajudando para que ela bebesse, também trouxe mais água para bacia e voltou a aplicar-lhe compressas até que a febre baixasse, eram 04:00 hs quando ela melhorou e voltou a dormir. Ficou admirando seu rosto com carinho, cada traço lembrava agora o amor que nutria por aquela mulher, que entrou sem querer em sua vida e agora se tornara essencial.

'... te quero comigo mais que um amigo eu quero ser teu

Namorado,

Te peço uma chance, pense com carinho nesse pobre apaixonado.

Tinha a intenção de beijá-la, estava ficando difícil resistir ao prazer de estar sempre com ela. Queria Sakura por inteiro em sua vida, não apenas por momentos repentinos e rápidos, queria dividir com ela seus problemas e conquistas, todos os seus sonhos para o futuro tendo aquela mulher como sua companheira e não iria deixar que nada de ruim acontecesse a ela. Colou seus lábios levemente sobre os dela febris.

- Espero que tudo isso termine logo, pra ter você em meus braços. - sussurrou Shaoran.

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Pela manhã Sakura não se sentia nem um pouco melhor, tentou levantar, mas estava muito tonta. Voltou a dormir.

- Olá Tomoyo- era Shaoran que falava.

- Oi Shaoran, como está a Sakura?

- Ela não melhorou nada, acho melhor leva- lá ao hospital.

- Vou passar ai com o Eriol para que ele a veja antes de ir ao trabalho.

- Está bem.

Meia hora depois Eriol examinava Sakura que tremia de frio.

- Tomoyo, por favor, ajude a Sakura a tomar um banho. Vamos levá-la ao hospital agora mesmo.

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- Tsukishiro, você tem tempo para uma nova paciente? – perguntou Eriol adentrando o consultório de Yukito com Sakura quase caindo.

- Sakura? O que houve?

- Não sei. Ela está muito mal.

Yukito examinou Sakura e concluiu.

- Vai precisar ficar internada mocinha. Está com uma dessas viroses que precisam ser tratadas com o medicamento certo. – chamou uma enfermeira – Acompanhe a Sakura até o leito 20, por favor.

- Ah não. – disse Sakura até agora calada.

- Ah não, nada. – disse Eriol. – Vai sim.

Sakura foi medicada e sentiu-se relaxar apesar do soro. Precisaria passar alguns dias no hospital e estava preocupada com Yume, mas sabia que Tomoyo iria cuidar dela.

No dia seguinte Tomoyo ligou pela manhã para saber como estava, mas a surpresa veio ao fim da tarde. Sakura já se sentia um pouco melhor, mas estava muito rouca e com febre ainda. Dormiu um pouco e teve pesadelos terríveis. Jason corria atrás dela em um parque deserto onde ninguém poderia ajudá-la. Despertou assustada.

- Fique tranqüila minha flor, está tudo bem.

Ela voltou a deitar assustada.

- Senhor Li, o que faz aqui? – disse ofegando.

- Eu estive com você a noite toda, você estava muito mal. – disse acariciando seus cabelos e fazendo-a ficar corada. – Essa é a minha prima Meiling.

- Prazer, Sakura Kinomoto. – disse Sakura reparando em uma bela moça no quarto. Longos cabelos negros e olhos escuros contrastavam com a pele clara da jovem.

- Prazer Sakura, Meiling Li. Eu na verdade vim te dar meus parabéns. Você conseguiu algo que ninguém antes conseguiu, conquistar o insensível do meu primo.

- Ah então era isso. – disse Shaoran rindo. – Por isso insistiu em vir.

Sakura não soube responder, as faces ardiam e não soube se era da febre ou de vergonha.

- Espero que você melhore logo, quero conhecê-la melhor. - riu ela. - Antes de voltar, tenho que ter certeza de que o Li está em boas mãos. Agora eu já vou, vou deixar os pombinhos em paz. – dizendo isso acenou e saiu.

- Desculpe a minha prima. – disse Shaoran depois que ela saiu. – Ela é muito inconveniente às vezes.

- Tudo bem. – respondeu ela suspirando. – Ela só está preocupada com você. – ela lembrou-se da revista.

- Você viu as reportagens do jantar.

- Sim, inclusive esta que a minha mãe fez questão de me mostrar. – disse ele mostrando a revista.

- A mídia é algo ruim na vida particular das pessoas. O que vai fazer?

- Na verdade não me importo nesse caso, não vou fazer nada. – disse ele que ainda afagava os cabelos dela. - Não tenho intenção de esconder meus sentimentos, e gostei muito da foto- riu ele. – Está linda, vou ligar e pedir as originais.

Ela ficou calada, não sabia o que dizer, ele estava ali se declarando mais uma vez pra ela.

- Não sei o que dizer Shaoran. – sussurrou.

- Então não diga nada, durma, vou estar aqui.

Ela fechou os olhos e tentou dormir, e com o carinho dele adormeceu.