Capitulo 11- A sua História. Ela perfeita, seus lindos olhos verdes e cheios de vida, o corpo delicado e caloroso. Cada movimento seu era doce, linda. Sempre fora desde adolescente quando a conhecera já sonhava em se tornar o único em sua vida e agora anos depois não iria desistir disso, ninguém o impediria. Filho único de pais separados, nos primeiros anos da separação morava com a mãe até que ela faleceu vitima de um câncer, foi quando se mudou para morar com o pai. Américo Flint era um grande empresário da indústria farmacêutica e não disponha de muito tempo para cuidar do seu filho, quando se casou novamente pensava que assim poderia ao menos compensá-lo por toda sua falta, mas estava enganado. A nova madrasta era só uma máscara, fria e insensível nunca entendeu as necessidades do enteado ou considerou-o como filho. 'Eu sou jovem demais' era o que dizia. Jason Flint cuidava sozinho de seus afazeres e trabalhos. Aprendeu a se cuidar e da pior maneira acreditava que o dinheiro comprava tudo, inclusive amor e amizade. Quando conheceu a família Kinomoto sentiu inveja da atenção de Fujitaka com seus filhos. Touya e Sakura Kinomoto também eram órfãos de mãe, mas diferente dele tinha todo apoio e carinho do pai, aos poucos a inveja deu lugar a admiração. Foi quando se tornou mais um aconchegado da família, além do melhor amigo de Touya, Yukito e da prima deles Tomoyo. Divertia-se muito com Touya, era como se ele fosse seu irmão mais velho, mais tarde veio à paixão por sua irmã mais nova. Mas Touya não deixava que ninguém se aproximasse dela, típico irmão protetor. Precisou de anos para tomar coragem e pedir sua mão, no começo ela hesitou, mas aos poucos cedeu quando se viu sozinha, sem o pai ou o irmão que trabalhavam longe. Sakura foi uma namorada adorável, tímida e carinhosa supriu toda sua carência. Não ligava pra seu dinheiro ou posição social, nem dava muita importância aos presentes caros que ele comprava como o lindo anel de esmeraldas no primeiro ano de namoro. Ao contrario, não fazia questão de recebê-los, antes apenas flores ou passeios românticos. Jason porem nunca entendeu seu relacionamento com Yukito. Eram muito unidos mesmo antes que ele os conhecesse, mas a partir do momento em que começaram a namorar ele esperava que esse comportamento mudasse, mas isto não aconteceu. Continuaram na mesma 'amizade' que tinham. Foi quando ele passou a suspeitar da traição e quando tentou confirmá-la com Sakura, logo depois ela quis separar-se. ** Flashback** - Sakura, eu preciso te perguntar uma coisa. – disse ele enquanto caminhavam de volta para casa dela após um passeio. – O que você tem com o Yukito? - Somos bons amigos há muito tempo, já considero ele até meu irmão mais velho também. – sorriu ela. - Só isso? - Claro. – respondeu ela sem hesitar – O que você esperava Jason que nós tivéssemos um romance? – disse ela rindo irônica. - Andei pensando nisso. - Não acredito! Somos apenas amigos, me agrada a companhia dele. E boa noite. – entrou em casa contrariada. E foi assim todas as vezes que ele tocou no assunto, a seu ver ela sempre fugia da conversa e passou a mostrar-se irritada com a situação. Mas com Yukito tão perto no trabalho ou em casa, Jason não conseguia enxergar outra coisa além do caso entre os dois e passou a demonstrar esse ciúme claramente chegando a agredir Sakura por causa disso. Na primeira ela achou que foi acidente, na segunda perdoou, mas a terceira foi o fim, pelo menos pra ela. Porque Jason não iria desistir, nem mesmo com a chegada de mais um 'concorrente'. Baka. _xXx_ Enfim estava de volta a sua casa, Touya fez questão de ir buscá-la no hospital e Sakura teve que ligar para Shaoran pedindo que ele não fosse e afirmando que já estava bem. Agora em casa sentia-se feliz por reencontrar Yume, estava com muita saudades. Ter o pai, o irmão e a cunhada em casa era maravilhoso, sentia-se mais feliz e segura mas sabia que Touya iria ficar pegando em seu pé em relação a Shaoran. - Então monstrenga – disse Touya a tarde durante o lanche da tarde – Vai me contar direitinho a historia com aquele cara chato ou não? - A minha vontade é de não contar, só por você continuar me chamando por esse apelido infantil. – disse ela que ajudava Yume com uma maçã. – Mas não tenho nada a esconder, eu não tenho nada com o Shaoran, mas nos tornamos bons amigos. - Mas ele está interessado em você não é? - Sim, ele está. – disse ela corada. - E você? - Eu estou muito confusa Touya. - Eu soube de tudo sobre o Jason e fiquei muito desapontado por você não me contar. - Desculpa, mas eu sei que se você soubesse iria vir correndo lá da França. Não quis te preocupar. - Não adiantou muito, quando eu ouvir o papai falando com a Tomy fiz questão que ele me contasse e ai adiantamos as férias para vir ficar com você. - Obrigada Touya – disse ficando de pé – Eu amo muito vocês, agora vou subir para dar um banho nessa pequena. Onde está Nakuru? - Ela saiu, foi visitar a família. - Está bem, até mais tarde. Logo o final de semana passou, e já era segunda feira, dia de trabalho. - Acorda monstrenga, será que você não vai mudar nunca? – disse Touya na porta do quarto. - Na verdade, já estou pronta. – respondeu Sakura saindo do quarto com Yume no colo.- Toma sua sobrinha, papai disse que você vai passar o dia com ela. - Minha sorte é que ela é uma gracinha. – disse ele indo sentar a mesa do café com Yume. – Ao contrário dessa mãe, você vai mesmo adotá-la Sakura? - Sim, eu vou e vou transformar o quarto de visitas em um quarto para ela. Minha menininha linda. Ela não podia mais separar-se de Yume, ela já era uma filha para Sakura. Assim, despedindo-se de todos foi para o trabalho. Sentia falta de Shaoran, estava complicado se verem ou falarem depois que as famílias de ambos apareceram. Touya era um chato que sempre pegava em seu pé, atrapalhando tudo. 'Vou ligar para ele' pensou. 'Não, ele vai pensar que estou com saudades, mas não é isso que estou sentindo. Mas não quero admitir para ele. ' Na hora do almoço ela não pode resistir. Finalmente ligou. - Alô, Shaoran. - Alô Sakura, que bela surpresa. Já estava com saudades. - Er... Eu também estava. Liguei para te contar uma novidade, resolvi adotar a Yume. - Que bom Sakura. Fico muito feliz em saber que ela agora, vai ter uma mãe. - Eu também, embora ainda não tenha me acostumado com a idéia. Eu vou ser mãe. –disse ela sorrindo. - Quer sair comigo hoje a noite, Sakura? - Eu quero sim Shaoran. 'Era tudo que eu queria que você dissesse.' - Hum, que tal um cinema? - Sim. Perfeito. - Então eu passo para te buscar as 7;00hr. Está bem? - Ótimo. Estarei pronta. Sakura ficou sorridente o resto do dia, em todos os leitos a luz do seu sorriso irradiava alegria. - Boa noitee! - Boa noite, minha filha. Quanta felicidade. - saudou o pai. - Onde está a Yume? - Ela saiu com o Touya e a Nakuru e ainda não voltaram. - Será que chegam antes que eu saia? - Para onde vai a minha esmeralda hoje? - Vou ao cinema com o Shaoran. – disse ela corada, mas sem perder o sorriso. - Filha, não é bom que você fique se expondo assim com esse rapaz. Digo isso pelo Jason, ele pode entender como uma provocação. - Não vou deixar de ser feliz por ele papai. Gosto muito da companhia do Shaoran e isso me faz feliz. - Tudo que eu quero é te ver feliz, meu amor. Mas tenha cuidado. Ela subiu para arrumar-se nada poderia estragar a noite. Tomou um banho demorado e pensou no que deveria vestir nada de all star dessa vez. Vestiu um suave vestido rosa, deixando os cabelos soltos, sandálias rasteiras. Estava pronta, quando o trio chegou do passeio. - Aonde vai a minha cunhada toda arrumada assim? - Vou sair um pouquinho. – respondeu ele a Nakuru. – Boa noite minha princesa. – disse a Yume. - E aonde você vai Sakura? –disse Touya. - Ao cinema. - Com quem? - Com o Jason. – disse ela sarcástica. – Começou a saga do irmão ciumento. - Você vai mesmo sair com ele Sakura. – perguntou Nakuru. - Claro que não amor, ela vai sair com que ele cara o tal Shaoran. – respondeu Touya. - Isso mesmo, vou sair com ele. E agora me dêem licença. Sakura e Shaoran estavam jantando em um lindo restaurante da cidade. Haviam dois ambientes diferentes, um bastante acolhedor aquecido por uma lareira e o que eles estavam, ao ar livre, em um belo jardim. - Eu não quero ser pessimista Sakura, mas vai ser um pouco difícil eles concederem a guarda da Yume para você. Você vai ser mãe solteira e ainda sozinha, já que mora só. O apoio que você tem é ter cuidado muito bem dela esse tempo. - Isso já me deixa triste desde agora, se eu não consegui a guarda da Yume vai ser difícil continuar sem ela. Já me acostumei. - Então você vai ser boa mãe. É isso que tem que mostrar ao juiz. - Vou tentar, vou fazer o que for preciso pra mostrar a ele que posso cuidar bem dela. - Hum, então eu tenho uma idéia. – disse ele com um sorriso de quem está armando algo. - Casa comigo, ai já melhora a situação. Ela vai ter uma mãe e um pai, uma família. Nesse momento o garçom chegou com os pratos do jantar, serviu e se retirou, Sakura observava o prato não sabia o que dizer a vontade era aceitar ali mesmo, mas algo a prendia. - Ei não precisa ficar assim. Às vezes eu acho que você não sente nada por mim, mas depois eu acho que você está confusa com tudo que está acontecendo. – disse ele segurando em sua mão. - Mas quero que saiba que eu te amo muito Sakura, nunca esqueça isso. Agora vamos comer, confesso que estou faminto. – disse ele atacando o prato. Jantaram em paz, conversando descontraídos quando Sakura resolveu ir ao banheiro. Quando abriu a porta do banheiro não havia ninguém, ela sentou-se em um sofá e olhou-se no espelho, então na saída ela o viu. Sentado na poltrona de frente para porta Jason estava sentando vestido todo de preto, apenas os cabelos loiros ressaltavam-se. Sakura começou a andar rapidamente pelo corredor de volta a área livre, mas ele a alcançou. - Me solta, Jason. O que você faz aqui? – disse Sakura. - Eu preciso ter só uma conversinha com você. É só algo que eu quero te mostrar. Vamos sair por ali, rapidinho. - Eu não vou a lugar nenhum com você. Se você não me soltar eu vou gritar e todo mundo vai aparecer aqui. – disse ela com um olhar desafiador. - Então grita e terminamos de uma vez com esse circo, eu sei que você não tem coragem. Não gosta de chamar atenção né Sakurinha? Vamos logo. Eu só quero conversar com você, eu prometo Sakura, venha comigo até o estacionamento. - Eu não quero. - Eu estou perdendo a paciência Sakura. – e ele tampou-lhe a boca e rapidamente a arrastou pelos fundos ao estacionamento. - Está satisfeito, veja como estou vermelha. E é melhor você me dizer logo, porque daqui a pouco o Shaoran estará aqui me procurando. - Você acha que aquele cara é o mais perfeito né, entre no carro e vou te mostrar uma coisa. – ela ficou receosa, mas entrou deixando a porta aberta. - Me diga Sakura o que você sabe sobre o Shaoran? - Que é dono de uma grande rede de hotéis e tem uma mãe e irmãs e mais algumas coisas. – disse ela suspirando. - Então sabe que ele é de um importante clã chinês? - Não. – respondeu ela com sinceridade. - Mas sabe que ele só pode ser presidente da corporação quando se casar? - Sim, sei. Aonde você quer chegar Jason? - Ele já disse que te ama? - Isso não é da sua conta, já chega. – ela ia saltar do carro, mas ele segurou-a. - Espera. Responde esmeralda. - Já.- Ela respondeu. - E como um homem que te ama pode está noivo de outra mulher? – perguntou ele sarcasticamente. - Ah ta – ela começou a rir. - Não acredita? Então vê isso. A capa de uma antiga revista chinesa trazia na manchete o titulo de noivos e foi tudo que Sakura entendeu em seu chinês precário, mas a foto trazia um Shaoran com cara triste abraçado com alguém que ela já havia visto. Lágrimas lhe vieram aos olhos. _xXx_