Break Through escrita por ellenwe


Capítulo 1
Break Through


Notas iniciais do capítulo

Quando eu escrevi essa fic eu não tinha um título, então me veio a idéia de colocar um título que tivesse 'Break' então surgiu ' Break through' que significa: passar por, atravessar...



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A viagem era longa, todos estavam exaustos e dormiam na carruagem, menos Break que, apesar do cansaço que também tomava conta de seu corpo, permanecia acordado pensando em tudo que tinha acontecido e na fita que carregava em seu pulso com mais memórias do que tinha acontecido a 100 anos atrás. Ainda assim ele estava longe de conseguir o que estava procurando, ainda assim ele estava longe de entender o que aconteceu a 100 anos atrás além de seu próprio passado.

 

O sol já estava se pondo quando a carruagem parou diante da mansão. Gilbert abriu os olhos assim que a carruagem parou e acordou Alice e Oz. Alice foi a primeira a descer da carruagem se espreguiçando e reclamando que estava com fome. Oz desceu logo atrás dela seguido de Gilbert. Break foi o ultimo a descer e, assim que ele colocou os pés para fora da carruagem ele sentiu uma fraqueza e teria caído se Gilbert não o tivesse segurado. Sharon os aguardava na porta com um sorriso no rosto. Break tratou logo de colocar um sorriso no rosto para disfarçar sua ligeira indisposição e não preocupá-la.

 

Os recém chegados se dirigiram à sala de estar onde um farto jantar foi servido. Dentro da sala aquecida e confortável e devidamente alimentados, o humor voltou a tomar conta de todos. Gilbert e Alice brigavam como de costume e Oz ficava entre os dois. Break se divertia rindo da situação. Sharon, parecia um pouco alheia a tudo que estava acontecendo, ela só tinha olhos para Break. Ele até conseguia enganar os outros que estavam ali na sala ou qualquer um que o visse sorrindo, mas não a ela, não ela que cresceu ao lado dele e sabia interpretar cada sorriso dele, seja um sorriso de dor, seja um sorriso de tristeza ou um sorriso de alegria. E, pela forma que ele sorria agora, ela podia sentir que algo tinha acontecido e suas suspeitas se confirmaram quando ela viu uma mancha de sangue na manga da blusa dele.

 

- Break precisamos conversar- ela se aproximou dele sorrindo.

 

- Não agora, estou comendo – disse ele tentando arrumar uma desculpa qualquer para evitá-la.

 

- Não, não está, você nem tocou na comida. Além disso – ela abriu a mão e lhe mostrou um bombom de cereja, seus favoritos – você pode comer uma caixa cheia desses enquanto conversamos nos jardins.

 

Os olhos dele brilharam e ele fez menção de pegar o bombom, mas ela tirou a tempo do alcance dele e saiu caminhando em direção aos jardins. O rapaz mordeu a isca e foi atrás dela.

 

Nos jardins ela sentou-se à mesa e indicou para que ele se sentasse diante dela. Ela não havia mentido, tinha um monte de bombons de cereja em cima da mesa e ele já foi abrindo um bombom.

 

- Vamos, Break, me conte a verdade.

 

- Que verdade?

 

- Essa que você está me escondendo, vamos, fale logo antes que você se arrependa – disse ela brava.

 

O rapaz suspirou – é impossível esconder algo de você... – disse ele desamarrando uma fita do braço e colocando em cima da mesa.

 

Ela sorriu satisfeita – eu conheço você como ninguém te conhece e como ninguém jamais vai te conhecer.

 

- Essas são as memórias de 100 anos atrás, fragmentos dela.

 

Ela pegou a fita e a aguardou – você viu as memórias?

 

- Não.

 

- Não minta para mim, o que você viu nessas memórias? Eu preciso saber.

 

- Nada, só fragmentos, nada de importante, Oz viu mais coisas que eu, ele pode te ajudar melhor. Eu vi uma parte do meu passado também.

 

- Entendo, então é isso que está te incomodando- concluiu ela - Quer me contar o que foi?

 

- Não. Eu acho que vou me retirar para descansar- disse ele em um tom sério fazendo menção de se levantar

 

Ela pegou na mão dele – o que foi isso na sua manga? Está ferido?

 

- Não, estou bem – mentiu ele, o bombom continuava aberto, intacto em cima da mesa.

 

- Você não está bem, e está me escondendo isso. Aconteceu de novo, não foi?

Ele nada respondeu.

 

- Está ficando freqüente, você precisa se cuidar. Não pode ficar usando seus poderes assim de forma inconseqüente.

 

- Chega de sermões, estou cansado, preciso ir descansar – disse ele se levantando, mas então ele foi novamente acometido por uma onda de fraqueza e caiu de joelhos.

 

- Break ! – ela correu ao lado dele para ajudá-lo a se levantar – eu sabia que você não estava bem – dizia ela enquanto tentava ajudá-lo a se levantar, mas era em vão. O rapaz começou a tossir e vomitar sangue no chão- BREAK!!!! GILBERT!!!!- ela gritava desesperada.

 

Ao ouvir Sharon gritando dos jardins seu nome, Gilbert correu para fora da sala acompanhado de Oz e Alice e quando os três chegaram aos jardins, Break já estava inconsciente nos braços de Sharon e tinha sangue no chão.

 

Gilbert chamou outro funcionário da casa e eles carregaram Break para seu quarto onde o deitaram na cama após terem lhe trocado as roupas manchadas de sangue. O chapeleiro maluco agora dormia um sono profundo, ele quase não se mexia, sua respiração era tão leve que muitas vezes parecia que ele nem estava vivo.

 

Sharon permaneceu a noite toda ali sentada na beira da cama observando-o dormir  e pronta para chamar por ajuda caso precisasse, seus olhos estavam cheios de lagrimas e traziam novamente a lembrança de quando ele foi encontrado ferido, quase morto nos jardins de sua mansão.

 

Amanheceu depois de uma longa noite, os primeiros raios de luz do sol penetravam por entre as cortinas quando Break abriu os olhos. Ele olhou ao redor e percebeu que estava em seu quarto, levou um tempo para que ele se lembrasse do que tinha acontecido, foi então que ele virou para o lado e viu Sharon sentada em uma cadeira. Ela dormiu sentada na cadeira, debruçada sobre a cama, ainda estava vestida, devia ter passado todo o tempo que ele ficou desacordado ali ao lado dele. Ainda fraco ele apenas esticou a mão e acariciou o rosto dela, a pele dela era macia e delicada.

 

A garota que tinha sono leve abriu os olhos ao sentir o carinho dele e sorriu- que bom que você acordou! Como se sente.

 

- Não sei, mas ainda não morri – ele riu.

 

- Pare de falar bobeiras, você me assustou.

 

- Isso é porque você se preocupa demais comigo, não precisava ter passado a noite toda aqui, eu só desmaiei nos jardins, mais nada.

 

- Só desmaiou e acha que não é nada? Você estava vomitando sangue. Isso tudo está acontecendo porque você está abusando dos seus poderes, seu corpo não está mais agüentando, por favor, Break, pare enquanto é tempo – ela tinha lágrimas nos olhos.

 

Ele se sentou na cama com certo esforço e ficou olhando-a nos olhos- você está assim porque se preocupa demais comigo, você sempre soube que eu estava condenado, você sabe que eu vou morrer logo.

 

Ela o abraçou apertado – não, eu não quero que isso aconteça você não pode me deixar. Essa casa seria muito triste sem a sua presença, eu não suportaria mais não ouvir suas risadas. Você tem que me prometer que vai se cuidar, que não vai mais exagerar com seus poderes, e eu prometo que vou arrumar um jeito de te salvar, deve ter uma solução para nós- ela o olhava nos olhos.

 

Ele acariciou o rosto dela – sua boba devia pensar em se salvar também, não salvar alguém como eu que só pensa em si mesmo.

 

- Você não é assim, você não pensa só em você, você não quer admitir toda sua gentileza. Você pode parecer insensível, mas eu sei que não é.

 

Ele a olhava sorrindo – talvez você esteja certa, mas eu não vou morrer ainda, tem algo que eu quero fazer ainda, algo que eu preciso fazer.

 

- Sim, você quer entender seu passado.

 

- Não – ele sorriu e se aproximou dela – outra coisa, tem algo mais que eu queria fazer e eu acho que eu posso fazer agora.

 

Ela o olhava – e o que é?

 

- Isso- e ele se aproximou lentamente dela e a beijou nos lábios, com intensidade, mas com doçura e já esperando para receber um tapa dela, mas não foi o que aconteceu, a garota apenas retribuiu o beijo na mesma intensidade.

 

-  Desde quando você parou de me amar como irmão?- perguntou ele após desfazer lentamente o beijo.

 

- Não sei- ela o olhava sorrindo- desde que eu descobri que não conseguia viver mais sem ouvir seus risos pela casa. E você?

 

- Desde que foi ficando cada vez mais impossível estar ao seu lado e não te desejar. Mas eu me contive por muito tempo, afinal, sou um condenado – ele riu

 

- Não me importo, também sou, não importa quanto tempo viveremos, contanto que estejamos um do lado do outro.

 

Ele a abraçou apertado rindo – Shelly vai me matar ao descobrir o que eu fiz, mas não se preocupe, eu não vou morrer tão fácil, ainda mais agora que tenho um motivo a mais para viver, ainda mais agora que, pela primeira vez na vida, eu tenho alguém com quem me importar, enquanto você me amar eu permanecerei vivo ao seu lado. Porque eu voltei para esse mundo apenas para te conhecer e para te amar- e então mais uma vez ele a beijou.

 

Aos poucos ele interrompeu o beijo e ficou apenas olhando-a nos olhos.

 

- Você está com uma aparência péssima – completou ele - deveria descansar um pouco.

 

- Não preciso, estou bem – disse ela

 

- Eu insisto, já estou bem, quem ainda precisa repousar é você.

 

- Só se você for descansar- disse ele.

 

- Tudo bem, eu prometo que não sairei daqui desde que você vá dormir um pouco.

 

- Está bem, mas antes vou pedir que tragam algo para você comer, você não comeu nada ontem. Mas se você sair daqui enquanto eu estiver dormindo, eu te mato – seu semblante mudava para um olhar de fúria.

 

Break começava a rir – eu prometo – ele a olhava nos olhos.

 

Sharon lhe deu um selinho e saiu do quarto. Logo uma empregada adentrou o quarto trazendo para Break seu café da manhã. E, devidamente alimentado ele pegou uns documentos para analisar e permaneceu na cama por todo o dia conforme tinha prometido para Sharon. Ele estava ainda perdido analisando documentos quando ouviu alguém abrindo a porta, era Sharon que adentrava o quarto sorrindo.

 

- Boa tarde- disse ela se aproximando – como passou o dia?

 

- Estou entediado de ficar na cama, e você, descansou?

 

- Sim, descansei e sei que você também cumpriu sua promessa e ficou aqui o dia todo, então acho que posso deixar você sair do quarto um pouco. Que tal darmos uma volta no jardim, está um bonito fim de tarde.

 

Mal ela tinha terminado de falar ele já tinha pulado para fora da cama e voltava a sentar imediatamente tomado por uma onda de fraqueza.

 

Sharon se aproximou dele e o ajudou- é melhor ir com calma, acho que ainda precisa repousar um pouco mais.

 

Ele a olhou de cara feia. Sharon apenas sorriu, pegou na Mao dele e o conduziu até os jardins. Era final de tarde e o sol ainda brilhava. Os dois foram se sentar à sombra de uma árvore. Break se deitou na grama e apoiou sua cabeça no colo de Sharon. A garota ficou mexendo nos cabelos dele que fechou os olhos e estava perdido em pensamentos sentindo o carinho dela quando ouviu passos se aproximando.

 

- Ora ora, que cena mais nostálgica.

 

Era a voz de Shally, mãe de Sharon. Break abriu os olhos e se sentou rapidamente.

 

- Isso me lembra quando você foi encontrado morrendo nos meus jardins – continuou Shally – a propósito me contaram que você passou mal nos jardins ontem.

 

- Eu já estou bem, foi apenas uma ligeira indisposição.

 

- Não foi o que me contaram, alias, sua aparência ainda está péssima. Você está abusando de seus poderes, vai acabar se matando desse jeito. Então, até segunda ordem, você está proibido de deixar essa mansão e de usar seus poderes.

 

Break a olhava sorrindo, ela e Sharon eram sem dúvida muito parecidas.

 

- Caso você me desobedeça, eu juro que te mato – ela sorria – na verdade eu já deveria te matar, final você ousou colocar essas suas mãos no meu tesouro mais precioso.

 

Sharon corou violentamente, Break apenas engoliu em seco desfazendo o sorriso do rosto.

 

- Mas por enquanto não vou me opor, mas lembre-se, se você fizer Sharon sofrer ou se algo acontecer a ela eu te mato – ela sorria – e também lembre-se os dois, não deixem isso interferir na missão de vocês, mantenham o foco .

 

Break se ajoelhou diante dela – sim, senhora.

 

Ela sorriu e se retirou. Então Break se levantou e voltou para o lado Sharon sentando-se ao seu lado, ele a olhou por um tempo, até que a beijou novamente.

 

Um pouco distante dos dois, Oz, Alice e Gilbert que brincavam no jardim, pararam para observar o casal se beijando sob o por do sol, os três olhavam com cara de interrogação

 

FIM


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