Notice the Novice escrita por Widowmaker


Capítulo 4
Seringas e tesouras


Notas iniciais do capítulo

ESSE CAP FOI TÃO GRANDE QUE EU NÃO ESCREVI ELE, EU DEI À LUZ
Okay, sem ziera e--e sentiram a minha falta? Claro que sentiram
Espero que minha demora seja compensada com esse capítulo monxtrão e, por favor, me deem crédito ;-; eu fiquei pausando o jogo e traduzindo a fala de alguns personagens toda hora ;u; isso cansou também
Enfim, gostaria de mandar um beijo pra goxtosa da Manu



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Masyaf continuava a mesma, movimentada e barulhenta, uma vila saudável. Zahara chegou aos portões e entregou as rédeas do cavalo roubado a um dos assassinos que se ofereceu para ajudá-la a descer. Adentrou no pátio da vila, fitando no castelo no topo da montanha, que era iluminado pela luz do sol. Intensamente iluminado. Parecia até cintilante ao seu olhar. Virou-se para o assassino mais próximo e perguntou:

– Alguém saiu nos últimos dois dias?

– Sim – respondeu. Levou um tempo até continuar – Yasir e Jumah. Ambos foram para Jerusalém.

Zahara suspirou aliviada, mas mesmo que senpai ainda estivesse por ali, ele não permaneceria por muito tempo. Seria sábio descansar da viagem e se preparar para viajar novamente. Se afastou do portão e andou em direção ao castelo, com sua bolsa nas costas. Antes de sair, havia comprado um jarro de barro que ela achou bonito, para presentear Ra’idah. Talvez isso evitasse que a governanta dissesse algo.

Ao passar pelos portões de ferro do castelo, sentiu uma nostalgia. Correu os olhos sorridente pela construção e pela arena onde novices treinavam combate corpo-a-corpo. Atravessou o grande salão, ignorando os olhares de seus colegas, chegando ao jardim atrás do castelo. Em uma das torres, adentrou numa porta de madeira maciça, que levava até uma escada. Ao subi-la, chegou finalmente em seus aposentos. Não era nada demais, apenas uma cama, uma escrivaninha virada para uma pequena janela aberta, protegida por uma cortina colorida. Alguns livros espalhados e uma bacia grande. Sorriu e despejou-se na cama.

– Zahara – ela sentiu uma silhueta à sua frente.

– Mãe – abriu os olhos, dando-se de cara com a governanta. – Eu trouxe um presente, de minha viagem – ela sorriu, animada. Pegou o jarro que estava ao lado da cama e a entregou para a mulher – Consegui em Damasco.

– Oh – ela olhava para o objeto, maravilhada – é lindo. Você estava em Damasco? Por que não me disse?

– Não tive tempo – suspirou – Tudo aconteceu rápido demais. – se levantou com certa rapidez, tirando todo o equipamento e deixando-o na escrivaninha de madeira. – E logo, partirei novamente. Mas ainda não sei para onde.

– Ah querida... – Ra’idah aproximou-se – quer que eu prepare seu banho? – Zahara concordou, e a governanta se retirou, levando seu precioso presente.

Ninguém nunca soube muito sobre os pais biológicos da assassina. Sabiam que seu pai se chamava Azhar e ele era um assassino, mas foi capturado e torturado para fornecer informações. Bom, ele forneceu as informações e conseguiu escapar, mas sua fraqueza havia comprometido a Irmandade, então começaram a chama-lo de traidor. Apesar de ter sido sentenciado à morte, Azhar se matou antes. A mãe de Zahara fugiu depois disso, e ninguém sabe aonde ela está.

Como todos os assassinos, Zahara foi criada por governantas até atingir a idade de começar a treinar

Começou a se despir, jogando as roupas sujas para o lado. Ainda estava com cheiro de viagem, entrou na bacia com agua, sentando-se. Deixou as pequenas ondas ataca-la, molhando todo o seu corpo. O frio a fez se arrepiar, mas não se levantou. A sua cabeça não doía mais, mas ainda havia sangue seco preso no seu cabelo. Pegou uma bucha áspera e a molhou, esfregando-a nos braços. Fazia um barulho desconfortável, e causava uma dor aguda, limpando o braço e fazendo a espuma branca tornar-se marrom. O braço acinzentado se tornar vermelho e irritado. Algumas feridas haviam se formado no corpo, mas era algo necessário. Mergulhou a cabeça na bacia, molhando todo o cabelo. Esfregou com as pequenas unhas até que sentiu a ferida que havia causado aquilo tudo. Ainda bem que não doía mais.

Permaneceu imóvel por algum tempo, até que finalmente decidiu se levantar. Se secou e pôs uma roupa limpa que Ra’idah havia separado, para usar enquanto a governanta limpava sua armadura. Desembaraçou o cabelo com os dedos e desceu a escadaria de pedra, voltando para o salão de Al Mualim. Não sabia bem o que fazer no momento, mas era uma boa hora para improvisar.

Ele estava mexendo em seus pergaminhos, como sempre, e analisando um estranho objeto sobre sua escrivaninha. Era o objeto do desenho, o que Altaïr foi mandado para recuperar, a causa de todo aquele alvoroço. Ela o ignorou, focando-se em um pergaminho ao seu lado.

– Olá, criança – disse o grã-mestre, fazendo-a dar um pulo devido ao susto.

– O-oi – disse.

– Aonde está a sua armadura? – perguntou, sem olhar para ela.

– Ra’idah... disse que iria limpar e costurar.

– Entendo – ele levou um tempo até dizer mais alguma coisa – Peça para ela ser rápida.

– Sim, senhor.

Zahara permaneceu imóvel durante alguns minutos, tentando ver o que tinha no pergaminho, mas não ousava se aproximar demais, considerando que Al Mualim estava muito perto. Não falou nada também, provavelmente aumentando as suspeitas e diminuindo as chances dela conseguir ver alguma coisa.

Suspirou.

Acompanhada do barulho de um pássaro bicando a grande janela de vidro atrás da escrivaninha do mestre. Um pombo que carregava consigo uma carta, provavelmente destinada a Al Mualim. Ele se levantou, se virando para o pombo, dando a oportunidade perfeita para Zahara.

Ela se aproximou sorrateiramente, esticando a mão e examinando os documentos, um após o outro, em busca de algo de útil. Grande parte era relatório, relatórios das missões recentes, cada uma escrita por um ou dois assassinos. Logo, uma lista de objetivos, uma lista de paradeiros de algumas figuras importantes, cartas pessoais, cartas de ameaça, cartas de traidores.

E logo, o relatório da missão de Jerusalém, escrita por Malik. Haviam alguns rabiscos nas margens da folha, mas nada que viesse a atrapalhar a leitura. Ao seu lado, outra lista, com nove nomes, cheios de anotações dos lados.

Esse Zahara analisou com cuidado, que continha o nome de Altaïr, prendendo sua atenção. O seu coração palpitou ao ouvir passos de Al Mualim, mas, por alguma sorte, ela conseguiu ler um dos nomes da lista.

***

Segundo alvo

Garnier de Naplouse Grã-Mestre dos Cavaleiros Hospitalários

Acre nunca fora uma cidade muito feliz, este sempre foi o pensamento de Zahara. Ao permanecer em frente à grande muralha da cidade, seu pensamento se intensificou. A grama verde se misturava com o céu nublado, trazendo à cidade um tom levemente azulado, intensificando a tristeza que ela externava. Haviam carroças e mais carroças que carregavam cadáveres com roupas manchadas e alguns sequer estavam inteiros. Mortos por, provavelmente, alguma praga que estava infestando o distrito pobre. Com sorte, Zahara não seria infectada com tal doença. Ao entrar, permaneceu parada em meio ao pátio de pedra, encarando a fonte. Para todas as direções que ela olhava, conseguia enxergar um corpo. Grande partes das construções estavam em ruinas. Acre era uma cidade que estava ferida, e nunca cicatrizaria.

Viu-se escalando uma construção meio abandonada, alcançando o topo sem muita dificuldade. Caminhou pelo telhado de tijolos de pedra até chegar numa escadinha que a tirava das ruinas, guiando-a para uma torre. O topo não estava muito longe, e havia uma plataforma de madeira, tornando um ótimo ponto de vista. Sorriu e caminhou até o peitoril de uma janela e, ao pousar delicadamente as mãos sobre o mesmo, ouviu uma voz:

– O que está fazendo aqui? – foi capaz de identificar o sotaque – Você não deveria estar aqui – o som da madeira se curvando e do elástico sendo puxado para trás – Vá embora.

Ela se virou para o arqueiro, que apontava uma flecha na direção da sua cabeça. Parecia determinado a atirar, mas ainda não tinha o feito. Zahara suspirou, cansada, levando a mão até as costas, em busca de sua adaga. Assim que a desembainhou, se aproximou do cruzado. Ele arregalou os olhos e tremeu, apenas gritando:

– SANTO DEUS, UM ASSASSI- Sem pensar, e com medo daquele estorvo atrapalhá-la em sua missão, Zahara enfiou a lamina na boca do soldado, fazendo-o revirar os olhos. Apesar de ter morrido instantaneamente, sangrou tanto que sujou tudo. Ela tirou rapidamente a mão dali, limpando as costas da mão no uniforme. Guardou a arma e começou a escalar a torre.

***

Estava andando a alguns minutos, mas seu instinto sempre a dizia para continuar. Não era quente como Damasco, mas era frio. Seu uniforme não a esquentava muito, mas haviam fogueiras com vários caldeirões nas ruas, provavelmente para alimentar os mais pobres. A fumaça preta que saía das chaminés e das fogueiras formavam nuvens negras no céu, que misturavam-se com as nuvens de chuva. O cheiro também não era muito agradável. Apesar das especiarias, nada conseguia disfarçar o cheiro de carne queimada e de bebidas alcoólicas que empesteavam as ruas, misturadas com maresia e peixe. Os sons eram tristes, como latidos de cães fracos, gritos dos loucos e coisas se quebrando. Os cruzados não eram muito gentis com o povo também, e estavam sempre cochichando entre si, num tom moderadamente alto, como se não se preocupassem se alguém quisesse ouvi-los.

Em uma das ruas que Zahara passou, viu dois guardas conversando. Um era louro e o outro era moreno. A princípio, ela não lhes deu importância, mas mudou de ideia assim que viu aquele homem de capuz branco sentado entre duas pessoas num banco qualquer. Não, ela mal pudera acreditar. Depois de tanto tempo sem ver senpai, ela sequer acreditava que era ele. Não pode ver seu rosto, mas nem precisou, já que o reconheceu pela sua mão esquerda. Deu um sorriso aliviado e mal percebeu que estava indo em direção a ele. Seus pés pareciam ter vida própria, mas ao menos eles também sentiam saudades de Altaïr. Apesar do cheiro de peixe que estava espalhado pela rua, ela conseguia sentir o cheiro do assassino. Apesar de todas aquelas conversas, ela conseguia ouvir sua respiração e, apesar de todas aquelas pessoas, ela... Não. Ela os ignorou. Ignorou o cheiro horrível. Ignorou o cansaço de suas pernas. Ignorou o frio, o barulho e tudo o que estava entre ela e ele. Nada daquilo tinha importância, nada existia. Só ele. Só ele merecia sua preciosa atenção.

Com as mãos desocupadas, ela empurrada as pessoas para algum lugar, sem se preocupar se elas caíam no chão, numa pedra, brasa ou em outra pessoa. Qualquer lugar estava bom, contanto que não fosse em seu caminho. Seu sorriso ganhava uma forma bonita, e seus olho ganhavam um brilho intenso. Suas pupilas dilataram, suas pernas tentavam se mover mais rápido do que seus joelhos trêmulos permitiam. Não pretendia tropeçar e cair, e conseguiu manter seu equilíbrio. Nada a interromperia de tocá-lo. De senti-lo. De tê-lo. Havia sido um grande erro tê-lo deixado ir para a missão do Templo de Salomão sem ela, e ela não jamais permitiria que ele ficasse tanto tempo assim longe dela de novo.

Esticou seu braço direito sem hesitação alguma. Ele estava imóvel, escutando a conversa dos guardas, mas pouco importava. Ela precisava se aproximar mais. E mais. E mais.

E estava quase lá.

Conseguia sentir o calor de Altaïr em meio àquele frio do Acre.

E, em questão de milésimos de segundos antes dela tocá-lo, os guardas se separaram e Altaïr se levantou, indo para longe de Zahara, deixando-a plantada com o braço esticado.

– Alguém me explica o que aquela tola está fazendo? – Zahara escutou alguém dizer.

– A maldita deve estar fora de si – outra pessoa falou.

E as frases começaram a aumentar, e a ecoar em sua cabeça. Senpai não notava, não importa o que ela fizesse, mas por quê? Ele a pegou no colo, aquilo deveria ter sido um sinal, não é? Por que ele a ignorava? O que Zahara fez de mau? Não, roubar pergaminhos de Al Mualim, persegui-lo pela vila e em suas missões não contava. Se meter em suas lutas também não. Nem vigiá-lo tomar banho. Nada disso conta.

Cerrou os punhos e rangeu os dentes. Aquilo realmente não era certo, ela tinha que continuar mantendo seu anonimato. Era até um dos códigos do Credo. Abandonou a ideia de tentar chamar a atenção de Altaïr e focou em ajuda-lo a matar Garnier. Aonde ela ia, as pessoas a observavam. Evitou andar pelos telhados, já que Acre não era tão mal guardada como Damascus, mas andar pelas ruas não era muito complicado. Claro que o cheiro de álcool e de carne queimada não era lá a coisa mais agradável do mundo, mas não era tão ruim a ponto de fazê-la parar. Ela seguia Altair, que estava alheio a sua presença, quase como se não desse importância. Aquilo a favoreceu no momento, então não se magoou por isso.

Ele entrava em pequenos becos úmidos e vazios, desviava-se dos empurrões que os bêbados e loucos tentavam dá-lo, esquivava-se com graciosidade das mulheres que carregavam seus jarros e dos homens que carregavam caixas e mais caixas de suprimentos. Tudo se direcionando ao cais. As ruas de pedra eram frias e uma fina camada de neblina as cobria. Uma brisa fria sobrava, trazendo consigo o cheiro do comercio. Apesar de não demonstrar, Altaïr também não gostava daquela energia macabra que Acre transmitia. Externou isso ao apoiar as mãos num barril pequeno e usá-lo como auxiliar para escalar uma caixa maior. Depois, agarrou uma coluna de madeira do topo das ruinas de uma casa e se jogou para cima, apoiando os pés nas rachaduras e em possíveis degraus. Em alguns segundos, já se encontrava no topo do que havia restado da casa, deixando que aquele vento lhe atingisse, fazendo com que seu sobretudo balançasse de acordo com o vento. Não havia sol. Bo, ele estava escondido atrás das nuvens, mas aquele brilho azul e triste não causava mais o efeito negativo quando passava por ele. Era quase como se Altaïr expulsasse toda a negatividade, lavando aquela dor pungente que era efeito de uma estadia muito longa naquela cidade moribunda. Quase como se ele irradiasse felicidade.

Zahara o encarou maravilhada. Estava perfeito, e ela mal conseguiria esperar para desenhá-lo novamente. Cada traço que lhe pertencia fazia seus olhos dançarem, e, até o mais simples gesto a maravilhava. Ela suspirou. Assim que ele se moveu, saindo de seu ponto de vista, Zahara se permitiu dar um tapa no próprio rosto, retornando à sanidade. Não podia viajar assim! Imagine só! E se ela fica fora de si enquanto está lutando, isso sim seria um caos completo. Não, ela teria de se controlar mais, para não se distrair com tanta felicidade. Repreendeu-se e pôs-se a escalar.

Por ser mais rápida, menor e mais ágil que Altaïr, ela escalava com certa velocidade. Chegou ao topo e parou por alguns segundos. Olhou em volta em busca de senpai, mas a única coisa que encontrou foi um corpo. Aproximou-se e o examinou com cuidado. Encostou a palma da mão na testa, percebendo que o corpo ainda estava quente. Após tatear o uniforme do cadáver, sentiu algo quente e molhado em sua mão. Puxou depressa.

Havia manchado sua mão com o sangre do cruzado, vermelho e quente. Limpou a mesma no uniforme dele. Ele não precisa mais mesmo. Voltou-se para o local do vazamento e o analisou. Ela um corte profundo, porém nada cauteloso. Parecia ter sido causado por uma faca, ou mais precisamente, uma faca de arremesso. Haviam algumas gotas que a guiavam para norte, que a fez supor que Altaïr estava para aquela direção. Levantou-se e seguiu pelos telhados, deparando-se com uma trilha de corpos. Todos na mesma situação. O caminho estava limpo (obviamente no sentido figurado), então se permitiu correr mais rápido, ainda se escondendo sempre que possível. Odiaria ser flagrada. De novo.

Relaxou os ombros ao percebê-lo descendo uma escadaria. Esperou que ele descesse completamente para se aproximar. Haviam chegado num grande pátio, em frente a uma igreja. Haviam algumas pessoas sentadas em bancos de pedra, cruzados andando para lá e para cá e um orador, falando sobre Garnier. Um pequeno grupo de pessoas se unia em volta do homem, para ouvi-lo, inclusive Altaïr. Zahara não estava prestando atenção ao que o orador dizia. De aproximar ais acabaria chamando atenção indesejada, então se contentou encolhida entre duas caixas ainda no telhado.

O pátio era resultado do encontro de três ruas. Uma estava mais afastadas, uma era coberta por um arco e o chão eram degraus de uma pequena escada e a terceira se bifurcava, levando um dos lados para a entrada de várias casas e o outro para um pequeno declive movimentado e barulhento. A rua do arco trazia para o pátio alguns guardas, que saiam da área pela rua mais afastada, que também era a mais quieta. Poucas mulheres e homens carregavam coisas por ali, mas haviam várias barracas montadas e quiosques de peixe. Ainda haviam corpos amontoados em alguns lugares, mas estavam todos cobertos por mortalhas improvisadas e sujas. Não conseguia espantar as moscas e nem disfarçar o mau-cheiro, mas era tudo o que tinham.

Zahara abaixou a cabeça por alguns segundos, em luto por todas as almas que eram desperdiçadas na cidade. Tanto crianças como adultos que morriam sem uma causa relevante e seus corpos eram simplesmente largados para espalhar a desgraça dos mortos sobre os vivos. Os aldeões eram, em maioria, magros e pálidos, do tipo cinda. Falavam num sotaque estranho e suas vozes carregavam consigo a dor. Vários tipos juntos. Todos se uniam para ouvir sobre o grande médico que cuidava de todos. Como Al Mualim era capaz de assassinar a única esperança daquele povo destruído. Provavelmente Altaïr sequer havia considerado o que a falta de Garnier traria para o distrito pobre. Mas Zahara jamais o impediria. Aquele era o dever de senpai, e o dever de Zahara era meramente mantê-lo vivo. Este também era o seu maior desejo. Respirou fundo e voltou a se concentrar. O alvo havia se movido, e estava indo para a rua mais calma. Rapidamente, Zahara saiu detrás das caixas e se guiou para a rua, observando as várias ramificações que ela possuía. E só era necessário um único empurrãozinho para que o homem entrasse em um dos becos, para que senpai pudesse interroga-lo, mas o que o varia desviar seu caminho para a morte certa?

Olhou em volta, procurando algo que pudesse ajuda-la, e então viu o corpo de um guarda próximo dela. Ele ainda estava agarrado ao seu arco, e as flechas da aljava estavam espalhadas pelo chão a sua volta. Aproximou-se dele, puxando o arco com força. Mortos não precisam de armas, certo? Certo. Puxou a flecha mais próxima e a encaixou entre seus dedos, puxando o elástico da arma. Encostou as penas da flecha em seus lábios, fechando um dos olhos, respirou fundo e mirou para um saco que estava dentro de um dos corredores escuros da rua. Assim que libertou o cordão, a flecha disparou em direção ao saco, rasgando-o por completo. Vários grãos começaram a sair deste, esparramando-se sobre os sacos abaixo, sobre parte de uma pesa improvisava que os suportava e, por fim, atingindo o chão molhado. O barulho das sementes atingindo as poças d’agua era curioso e confortável, atraindo a atenção do orador. Visivelmente, percebeu algo errado e se aproximou para investigar. Zahara deixou o arco sobre o corpo do guarda e, novamente, se escondeu. Altaïr acelerou o passo, entrando com tudo no beco e agarrando o homem, prensando-o contra a parede. De repente, este tentou se soltar, tentando repetitivamente bater em Altaïr que, nos primeiros dois golpes, ele realmente foi atingido, mas quando Zahara estava pensando em interferir, para ensinar àquele tolo que não se deve machucar senpai, Altaïr decide ensinar esta lição ele mesmo. Depois de alguns gritos reprimidos e o homem, derrotado, se ajoelhou. Zahara atravessou para o outro lado usando uma coluna que havia caído, permitindo-a se aproximar o suficiente para ouvir o que o orador dizia.

– Misericórdia –falou – Misericórdia. Eu farei tudo o que você quiser – sua voz continua um tom de medo.

– Você serve a Garnier? – perguntou senpai, com sua voz calma e firme.

– E-ele me faz falar estas coisas – aquela voz irritante parecia-se agora com um choro. – Para impedir que o povo se revolte. Para dá-los esperança e torna-los mais vulneráveis ao seu toque.

– Conte-me tudo o que você pode sobre o homem – aquela voz, aquela ordem. Os pelos de Zahara se eriçaram e seu estomago revirou.

– S-sim! Claro! – o derrotado parecia ter se submetido ao assassino também. – Eu sei o que acontece com ele, o que ele realmente faz.

– Continue.

– Nada de doente, nada de ferido quando eles chegam lá, mas quando Garnier põe suas mãos neles... Aí a dor começa.

–Ele não é um curador então. Só um homem doente e cruel – concluiu Altaïr.

– E-eu não sei o que ele faz para fazê-los chorar tão alto – o orador diminuiu seu tom de voz, como se estivesse tentando convencer a si mesmo que Altaïr estava pensando aquilo de Garnier por conta própria, como se estivesse tentando livrar a própria consciência daquilo – mas ele deve ser parado antes que faça mais sofrerem. Você irá pará-lo?

– É o porquê de você ainda estar vivo.

– Ele é cuidadoso. Você deve escolher o momento apropriado. Vá para ele enquanto ele estiver atendendo seus pacientes. Se esquece do mundo a sua volta, se perde em seu próprio trabalho – ele ficou em silencio por alguns segundos – Sim, ataque ali.

– Eu agradeço pela informação – senpai parecia aliviado.

– Então me deixará ir? – perguntou esperançoso.

– Como eu poderia... – estas últimas palavras foram quase sussurros. O orador parecia satisfeito, até compreender o que havia escutado. Antes que pudesse protestar ou sequer arregalar os olhos, Altaïr puxou-o para cima, enfiando sua hiddenblade na costela do homem, tapando sua boca com a mão.

Assim que o corpo se chocou contra o chão, Altaïr se afastou alguns centímetros, mas, ao invés de sair do corredor e voltar para o Bureau, ele ficou parado. Estava imóvel, mas sua mente parecia inquieta. Estava pensando em algo, resolvendo um enigma, e então se virou para trás. Caminhou até a fonte de um pequeno ruído: alguns grãos caiam sobre a poça molhada. Ele encostou a mão no saco rasgado, e tateou a parede até encontrar uma fissura. A flecha estava encaixada ali, e ele a puxou, analisando-a com cuidado. Olhou novamente para o saco, como se estivesse adivinhando que a flecha havia o rasgado, e então seguiu com os olhos até o telhado onde Zahara havia disparado. Conseguiu ver uma ponta da mão do cruzado, mas estava perdido, pois não era possível que ele tivesse disparado. Altaïr mesmo havia o matado. Com a força dos dedos, senpai quebrou a flecha a meio, rangendo os dentes. Zahara havia comprometido o seu trabalho e, agora Altaïr sabia que estava sendo seguido.

***

O sol estava se pondo em Acre, e o clima estava esfriando mais que o normal. O líder do bureau não era como Rafiq, este não ameaçaria Zahara contanto que ela controlasse suas palavras. Deitou-se ao lado da grade do bureau e esperou até que Altaïr se deitasse.

E ele estava lá, sem seus equipamentos e deitado sobre as almofadas no tapete da área de entrada do bureau. Não estava tentando dormir, muito pelo contrário. Zahara já havia o observado por tempo o suficiente para saber decifrar suas expressões, e ele estava ansioso, pensativo e preocupado. E provavelmente parte daquilo era culpa dela. Senpai não estaria totalmente disposto noutro dia, não poderia dar o melhor de si pois estaria cansado por não ter dormido bem. E tudo seria culpa de Zahara, por tê-lo deixado ver aquela flecha estúpida, por não ter sido boa o suficiente para ajudá-lo. Ela comprometeu a própria causa, então definitivamente não era boa o suficiente. O que seria de Zahara agora? Havia cometido um erro terrível, e agora senpai não iria dormir por tão cedo. Não, ela não poderia jamais permitir que ele não dormisse direito. Se levantou e voltou para a escadaria que a levava até a rua. Desceu, em silencio e deu a volta pelo bureau. Caminhou para oeste do bureau até que encontrou uma bancada de especiarias e, com algumas moedas roubadas, comprou raiz de valeriana. Voltou para a escadaria do bureau, rodeando a construção e, ao norte da entrada havia um poço. Pegou um jarro que estava num canto e o trouxe para mais perto, enchendo-o com a agua do poço. Com o jarro numa mão e a erva na outra, caminhou vagarosamente até um beco consideravelmente escondido, muito próximo do bureau. Ao ver fumaça saindo do telhado de uma casa, bateu duas vezes na porta. Deixou o jarro no chão e esperou até a porta se abrir.

Ela abriu um pouco, o suficiente para quem quer que estivesse dentro espiasse. Assim que viu Zahara, fechou depressa, como se ela fosse alguma espécie de demônio.

– Q-quem é você? – a voz tentava se manter firme, porém sem sucesso.

– Abra a porta, quero usar seu fogo – ela soprou suas mãos passa esquentá-las. As pontas dos dedos estavam geladas.

– S-saia daqui!

– Se não abrir – suspirou – irei arrombar.

O homem não abriu, mas ficou em silêncio. Zahara, porém, não tinha tempo para brincar. Tinha que fazer um chá para senpai ou ele não conseguiria dormir. Sacou sua hiddenblade e a enfiou nas dobraduras da porta, fazendo amadeira estalar.

– Abra agora, ou irei destruí-la.

Permaneceu sem resposta.

Ela não gostava deste tipo de brincadeira. Novamente, suspirou. Guardou a hiddenblade e se afastou um pouco, levantando o pé direito e dobrando-o, como se o estivesse reprimindo. Assim que libertou a perna, ela se desdobrou, atingindo a fechadura da porta da casa. A porta foi ficou escancarada enquanto pequenas lascas de madeira voavam e atingiam o chão. Zahara não se mostrava feliz, mas sim impaciente. O homem era, na verdade, um velho e junto a ele, haviam duas crianças de, provavelmente, cinco e oito anos. A casa estava sendo iluminada por algumas velas, o que era perfeito. Fechou a porta, mesmo que não permanecesse completamente fechada e caminhou pela casa até encontrar o fogo. Despejou a valeriana sobre uma tabua e parou ao ouvir o som de metal raspando metal.

– Saia de minha casa, demônio – o homem apontava uma adaga pequena para ela, trêmulo. As crianças estavam atrás dele, como se ele pudesse protege-las.

Suspirou novamente, não queria machuca-lo, mas ele não dava escolha. Fingiu se virar quando, na verdade, se esquivou e agarrou o braço do velho, torcendo para o lado até ele largar a lamina. Assim que o fez, deu-lhe uma pancada na cabeça com seu cotovelo, fazendo-o desmaiar. As crianças gemeram, correndo para debaixo da cama.

Zahara os ignorou, arrastando o corpo para um lugar que não a atrapalhasse. Ferveu a agua, triturou a erva e despejou o chá no jarro novamente. Apagou o fogo e se foi, fechando a porta ao sair.

Ao chegar no bureau, senpai ainda estava acordado. Ele olhava para cima, em dar importância para Zahara, mas mesmo assim.... Ao sentir aquele cheiro de couro, e ao ouvir aquela mesma respiração e, sobretudo, ao sentir aquela mesma presença. Sua própria cabeça rodopiou. Era um sonho, estar tão perto, mas sequer estava agindo naturalmente. O nervosismo lhe invadiu e suas pernas ficaram bambas. Correu para dentro do bureau, deixando o jarro sobre a mesa de madeira que ficava próxima ao balcão.

– Saudações, Zahara – disse Jabal, acariciando um de seus pombos. – Eu não sabia que viria.

– E-eu não avisei – abaixou seu tom de voz, remexendo as mãos – Assuntos pessoais – pôs o cabelo atrás da orelha, olhando fixamente para baixo.

– Entendo – ele não aprecia preocupado. Bem, claro que não estava. Zahara nunca causava problemas para ele. – O que você trouxe? – ele saiu detrás do balcão.

– Chá – parou por um instante, para pensar sobre algo. – De valeriana. Ajuda a dormir – esboçou um sorriso falso – ganhei de alguém.

– Ajuda a dormir? – ele parecia estar tendo uma ideia. – Tenho certeza de que me será útil – Jabal se virou para o balcão, esticando a mão para pegar algo e voltou com um copo. Assoprou dentro para tirar o excesso de poeira e então o limpou com o casaco preto. Zahara o ajudou a despejar o chá no copo.

– Quem está lá fora? – falou mais baixo, só para Jabal ouvir.

– Altaïr.

– O traidor? – sentiu como se estivesse traindo a si mesma, mas não se viu com outra escolha.

– Então você sabe – ele disse, e ela deu os ombros – Tem um alvo amanhã.

– Entendo... – ela analisou a estante do lado da porta e pegou outro copo de lá. Pôs chá e murmurou algo.

Ao chegar na porta, seu coração disparou novamente. Senpai estava deitado de lado virado para a fonte. Ela definitivamente não conseguiria entregar pessoalmente o chá para ele, mas ela tinha que o fazer. Ela tinha o feito para ele! Então ele tinha que receber diretamente dela, ou teria sido tudo em vão. Esticou a mão hesitante, para cutucá-lo, mas fraquejou. Encolheu o braço, rezando para ele não se virar. Pensou em mais algo, mas sua mente estava em completo modo de espera. Deu voltas em sua própria mente até que ela ouviu o tecido das almofadas roçarem umas nas outras. Ele estava se virando. Provavelmente por falta de ideias, ela deixou o copo no chão e se escondeu dentro do salão do bureau antes que ele a visse. Entrou e se jogou num canto no chão, estava exausta. Tirou todo o equipamento e limpou o rosto. Encostou as costas na parede e fechou os olhos por alguns segundos, até que se levantou novamente. Ouviu o som delicado de metal se chocando com pedra e então, com passos sorrateiros, voltou à porta do bureau. O copo de senpai estava no mesmo lugar, porém vazio.

Zahara conteve um sorriso extasiado.

***

– Não! – Zahara ouviu alguém gritar – Socorro! Ajudem-me! – ao escutar o grito, se encolheu entre um grupo de pacientes, o mais afastado possível de senpai – Ajudem-me, por favor! – o louco correia pelo pátio, desesperado – Vocês precisam me ajudar!

E enquanto corria, um homem alto com os olhos esquisitos o agarrou pelo braço. Logo surgiu outro homem, e ambos pararam o louco e começaram a socá-lo e a chutá-lo. Ele estava gritando, forçando Zahara a fitar na expressão de Altaïr. Seus punhos e mandíbula estavam cerrados. Aquilo era ruim. Zahara começou a entrar em pânico. Senpai estava bravo, senpai estava bravo. Ela só havia presenciado um momento parecido uma vez e acabou sendo um verdadeiro caos. Ele se descontrolaria se ela não fizesse algo, mas o que ela faria? Absolutamente nada estada sob seu alcance, então se aproximou mais, libertando as mãos e as pondo em posição pata defender senpai caso necessário.

Um semicírculo de pacientes havia se formado em torno dos três homens. O louco urrava enquanto era espancado.

– Piedade! – ele tentava inutilmente cobrir sua cabeça com os braços machucados – Imploro por piedade. Já chega.

E então, o grande portão de onde o paciente havia saído se abriu mais uma vez. De lá, saiu um homem, baixo e com um avental branco sobre a roupa preta. Estava sujo de sangue, sabe lá de quem. Aquele deveria ser Garnier. Seu solhos não expressavam nada além de cinismo, e ele estava com muita raiva da cobaia que havia escapado da gaiola.

– Basta, meu filho – os guardas pararam de bater no louca. A voz de De Naplause era rouca e falhava, quase como se ele fosse frágil, mas não era. Aquelas mãos vermelhas, aquele avental... O denunciavam. Ele era um monstro, um demônio! Merecia seu destino. – Pedi que trouxesse meu paciente de volta, não que o matasse.

O louco gemia baixo, ainda agarrado pelos dois guardas. Estava assustado, pronto para fugir novamente. Garnier se aproximou devagar.

– Pronto, pronto – disse, ternamente – Tudo vai ficar bem – ele esticou a mão, como um velhinho dócil – Dê sua mão.

De repente, o médico louco havia se tornado uma pessoa doce e boazinha, completamente irreconhecível. Quem sequer imaginaria que ele havia feito tudo aquilo?

– Não... Não! – o louco balançava a cabeça – Não me toque. De novo não!

Zahara aproveitou a distração e se afastou do grupo, passando pelo portão direito que estava aberto. Dentro da fortaleza não estava tão vazio quanto ela esperava, cheio de macas com doentes, e alguns sequer estavam inteiros, outros andavam livremente, cobertos por ataduras. Na parede de pedra cinzenta escura, haviam algumas estantes que guardavam livros e pergaminhos. Sobre eles, tigelas que continham órgãos e partes do corpo. O cheiro não era agradável, mas Zahara já havia se acostumado. Do lado da tigela, algumas seringas. Esticou a mão para pegá-las, mas percebeu que estava sendo vigiada por um dos guardas que se vestiam de preto. Por mais que a ideia fosse repulsiva, pegou um monte de terra e ataduras usadas que estavam jogadas nos cantos e deslizou as mãos sobre sua roupa, sujando-a. Sacudiu a cabeça, tornando seu cabelo rebelde e arrepiado. Tentou cambalear, fingindo estar sem equilíbrio, adotando a postura dos pacientes, caminhando devagar para uma das estantes. Se jogou com força, escondendo a mão que percorria as prateleiras em busca de algo útil. Sentiu algo frio tocar seus dedos, e o agarrou, trazendo para perto do rosto. Era um frasco, continha um liquido vermelho. Não era vermelho cor de sangue, mas era mais claro e era mais fino. Uma faixa de papel se encontrava enroscada em torno do vidro, escrito ANALGESIC POISON”. Deu um largo sorriso e pegou o frasco, colocando-o num compartimento de seu cinto, juntamente com algumas seringas próximas. Se apoiou nas prateleiras de madeira e na cabeceira de uma cama improvisada ao seu lado para se levantar. Mais à frente, outras tigelas e baús contendo estranhos instrumentos, laminas, agulhas e tesouras, coisas que chamavam a atenção de Zahara. Coisas que ela pudesse usar mais tarde, quem sabe.

Altaïr se movia entre os pacientes do outro lado, seguindo o doutor. Ele também andava de um lado para o outro, seguindo os seus pacientes. Sempre parava numa maca e conversava com algum, e as reações sempre eram diferentes. Ao passar, eles abriam caminho, mostrando o quanto tinham medo do doutor. Os olhos inexpressivos dos pacientes davam um certo aspecto depressivo ao salão, como se o lugar fosse o próprio purgatório.

Garnier estava parando na maca do terceiro paciente, o que seria completamente irrelevante a ela se não tivesse notado a aproximação cuidadosa de senpai. Ele estava pronto, e mataria Garnier naquele momento. Zahara entrou em pânico, tentando formular um plano de última hora, mas nada vinha à mente. E então foi que ela viu: uma corda grossa que saía do portão esquerdo, passava sobre uma coluna de madeira e parava numa grande manivela de madeira, guardada por um único homem. Deduziu que a manivela controlava as grades da entrada. Ficou em silencio por um tempo enquanto caminhava até ela, pensativa, quando ouviu um louco sair gritando. Ninguém se importou, até porque loucos gritavam e corriam a todo momento, mas aquele em especial estava aonde ela havia visto senpai pela última vez. Se virou para trás com pressa, mas já era tarde demais.

Viu Altaïr dar um pulo e pousar sobre o corrimão de uma pequena escadaria de pedra, atraindo a atenção de todos os guardas dali. Assim que se aglomeraram e sacaram suas espadas, o assassino pulou, atacando um deles com sua hiddenblade. Saiu em disparada para direção de Zahara. Atrás dele, um grupo de soldados.

Sem pensar duas vezes, ela puxou uma das seringas e mergulhou no veneno, injetando instantaneamente no pescoço do guarda que guardava a manivela. Antes que este pudesse cair, ou sequer morrer, Zahara puxou sua adaga e correu até a corta principal. No momento em que Altaïr passou pelo portão, cortou a corda, e a grade de ferro caiu, espagando quem estava passando por lá no momento. Os guardas que não haviam atravessado agora estavam dando a volta, indo em direção ao portão direito. Alguns, claro, haviam avistado Zahara, e chamaram a atenção de uns outros para segui-la, não deixando outra opção senão correr.

E foi uma longa corrida até o bureau.


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Notas finais do capítulo

VEM CÁ, EU NÃO TENHO NENHUM LEITOR HOMEM NÃO NÉ? ;-;
Próximo capítulo conterá INSINUAÇÃO de AltaïrxMalik. Se não gosta, não tem problema, é só não se sentir ofendido com isso :v se bem que eu acho que vocês vão até goxtar
Perdoem qualquer erro ou qualquer falta de coerência :v eu escrevi esse cap em três madrugadas e em todas elas eu tava meio chapada -q