Está frio, muito frio, mas não tem porque eu estar preocupado, diferente da criatura que esta ao meu lado e se aventurava a ficar sem blusa, eu estou bem agasalhado, a Lua esta cheia e o céu limpo e cheio de estrelas, o terminal, por incrível que pareça, esta “vazio”, no máximo 7 pessoas se abrigavam nele (contando comigo), de novo o ônibus que eu tenho que pegar esta vazio, como de costume entro na segunda porta e sento no primeiro acento a minha direita, acabo esbarrando numa linda garota, ela parece ter achado o mesmo de mim, mesmo eu estando com uma calça de moletom e uma camisa desbotada de animê , parece não ter se importado, eu peço desculpas e ela aceita, a garota volta a sua leitura, seu livro não é muito grosso, parecia ter por volta de 200 paginas.

Eu demoro a perceber, mas acabo me lembrando de já ter visto esta linda garota em outro lugar, seu cabelo era cacheado, não chegava a ser muito volumoso, esta mais para um cabelo enrolado, são pretos e longos, ela esta de touca cinza escuro e com uma blusa de moletom azul escura, não usava muita maquiagem, a menina vira e me encara, acabo percebendo que fiquei todo esse tempo olhando em sua direção, meio que fixamente, viro para frente e acabo corando, acho que ela percebe e acaba dando um sorriso, tirando um dos fones branco de seu ouvido ela se apresenta como Amanda... Amanda... Eu nunca tinha conhecido uma Amanda, ela olha para minha camisa do Fairy Tail e me pergunta do que se trata, eu explico (Imagino que não deve ser Curitibana, pois ninguém nunca puxou assunto comigo antes).

Faz um tempo que passou o meu ponto, mas nunca tive tal conversa com tal garota, e ainda por cima seus gostos e suas critica eram muito boas, consegui ter a melhor conversa da minha vida com uma menina que eu nunca tinha visto antes... Era estranho, mas ao mesmo tempo em que ela falava empolgada, ela parecia estar envergonhada.

Pedindo-me para descer no mesmo ponto que ela eu aceito, eu não tinha nada para fazer aquela noite, e ela sabia disso, pois já especificara que meus pais morreram em um acidente quando eu tinha 5 anos, e agora aos 16 eu já estava acostumado. Quando saímos do ônibus demos de cara com uma grande casa, ela falou que ali era um belo lugar por dentro, me guiando pelo centro, ela mostra vários lugares que já tinha visitado com seus pais na sua infância, quando me dou conta já tinha colocado meu braço por cima do ombro dela, ela estava corada...

Tenho certeza que ela já me conhecia, pois não havia explicação para ela confiar tanto em um estranho, quando chegamos numa praça bem iluminada ela fica envolta de uma aura diferente, ela se vira para mim de leve e leva seus lábios até a minha boca, eu não recuso seu beijo, ela passa a mão por meus longos cabelos presos, segura em minha cintura e da um passo para traz... Ela me pergunta se eu lembrei... Fico sem resposta, então ela me beija novamente, só que com mais vontade, agora minhas memórias haviam voltado, ela parece perceber isso e para, olhando direto em seus olhos eu pergunto:

–Por que... Porque você voltou Amanda...?

Ela me olha chorando e responde:

–Porque eu falei para você a 10 anos atras que eu sairia daquela cama de hospital, e voltaria a te ver... Irmão...