Incesto escrita por SweetBee


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora T.T
Bem, muuuito obrigada a Ariane Soares pela recomendação *-* amei demais *-*

Tem fic nova na área transbordando amor haha ao contrário de Querido Hater, essa é... doce *-* venham se apaixonar pelo Ethan *-* aquele loirinho magrelo que está me ganhando kkkkkk (ainda te amo Vicente)
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Antes...

“Ela parece um anjo com essas asinhas.” Disse sua mãe abraçada ao marido enquanto a menininha pulava sorridente brincando com o irmão pouco depois da apresentação.

...

— Heloisa você cuida de tudo pra mim – Pamela virou o rosto instantaneamente na direção da voz. Seu coração acelerou enquanto ela mexia na bolsa – tenho que resolver um – a mulher parou assim que levantou a cabeça na direção dos garotos – meu Deus.

Agora...

Pamela engoliu em seco olhando diretamente para a mulher diante dela. Até de costas reconheceria aquela voz que cantava para ela todas as noites. Ergueu a mão como se quisesse entender o que estava acontecendo, mesmo que estivesse claro como o dia. Tudo começou a ficar em câmera lenta, um turbilhão de emoções tomou conta do corpo da menina ameaçando transbordar por seus olhos.

Ana deu um passo em sua direção com os olhos marejados, levou as mãos trêmulas até os lábios não acreditando que sua filha estava tão perto.

— Mãe? – a confusão no tom da menina era quase palpável – você... Você ta viva?

A mulher passou a mão pelos cabelos apertando a nuca, sonhara tantas noites com esse momento, mas agora com a menina à sua frente as palavras pareciam ter desaparecido dando lugar ao medo de ser hostilizada pela filha.

— Pampers, essa é a sua mãe? – Camila perguntou apontando para a mulher – pensei que ela tinha morrido.

— Camila, cala a boca – o garoto ralhou fuzilando a moça com o olhar.

A ruiva balançou a cabeça como se não entendesse o olhar e revirou os olhos pondo as mãos na cintura. Gustavo tocou o braço da garota tentando confortá-la, mas nem a própria sabia se queria conforto.

— Minha filha – disse com a voz embargada dando um passo em sua direção.

Pamela deu um passo para trás desvencilhando-se do toque do amigo.

— Você morreu – murmurou contendo-se – como é possível estar aqui? O meu pai disse que você morreu!

Ana engoliu um amargo bolo de culpa ao ver o olhar perdido da menina lançado a ela.

— Pamela – tentou se aproximar, mas a menina novamente fez menção em se afastar – eu posso te explicar tudo, prometo que explico... Eu juro é só-

— Não, não, não – dizia mais para si do que para os outros – eu não entendo, você morreu naquele incêndio.

Gustavo tocou suas costas dando-lhe apoio, ele conhecia bem a historia e como a menina sonhava com a mãe ainda viva, mas não desse jeito, aparecendo de uma hora para outra.

— Não, eu não morri minha querida – limpou o rosto aproximando-se da menina – eu to aqui, voltei para você.

A menina olhou fixamente para a mulher, seus olhos percorreram cada centímetro da sua face descendo para seu braço onde tinha uma marca de nascença. Ana estendeu as mãos para a menina esperando algum toque.

— Minha mãe...

Uma lágrima finalmente desceu por sua face, Pamela piscou erguendo a cabeça para fitá-la novamente.

O garoto deu um leve empurrão na garota para que acordasse do seu transe, ela estendeu a mão para a mãe tocando-a timidamente. Ana sorriu entre lágrimas, enquanto via a filha sentindo sua pele sob os dedos, ao mesmo tempo sentia a sua menininha crescida como se houvesse estado longe por séculos, flashs bombardeavam sua mente com imagens da garota aprendendo a andar, segurando-se a ela com medo de cair.

Ana abriu os braços chamando a menina para um abraço, Pamela olhou para eles engolindo mais uma vez, alternava os olhos entre um e outro e balançou a cabeça negativamente.

Onze anos se passaram— pensou fazendo as contas pensando onde ela esteve durante todo esse tempo, a nuvem de confusão de antes voltou para sua cabeça.

— Onde esteve por todo esse tempo? – perguntou recuando.

A mulher fechou a boca surpresa com a pergunta, esperava ao menos um abraço da menina. Vasculhou sua mente por alguns instantes procurando as palavras certas para usar, não podia simplesmente contar a verdade, pelo menos não de uma vez só.

— Isso não importa agora – sorriu fungando.

— Importa – disse tentando não pensar no pior – onde esteve nos últimos onze anos? Num hospital? Numa clinica? Porque não apareceu?

A cada pergunta da garota era como se uma faca perfurasse seu coração, a culpa inflamava o corpo de Ana por dentro, devia ter voltado antes, esperado a menina crescer um pouco mais para voltar a dançar, evitaria toda essa confusão. Olhou para a filha sentindo uma onda de remorso inundá-la, era tarde demais para se arrepender, e o pior era que talvez a menina nunca a perdoasse.

— Você sofreu um acidente, não foi? – indagou olhando para seu rosto abaixado.

Sua mãe começou a chorar baixo não suportando mais ouvir as perguntas da menina, pôs a mão sobre a boca e outra na barriga inclinando o corpo para frente. Pamela não suportou aquilo, deixou as lágrimas rolarem timidamente enquanto continha o impulso de agarrar-se ao amigo e afunda a cabeça em sua camisa ate sumir, sabia exatamente a resposta para cada pergunta.

— Não – abaixou a cabeça derrotada, não queria mais mentir para a menina – eu não sofri um acidente, o seu pai inventou aquilo pra – respirou fundo engolindo as lágrimas – pra você não crescer com o pensamente de ter sido abandonada pela mãe.

A garota passou a mão pelos lábios olhando numa direção qualquer tentando conter o choro que escapava aos poucos de sua garganta.

— Não adiantou muito – falou virando-se novamente para a mulher – todos esses anos eu passei sonhando em como seria ter uma mãe ao meu lado – gritou fechando o punho – vocês não tinham o direito de fazer isso.

— Eu sei – alterou-se – me sinto um lixo por ter passando tantos anos longe de você, mas o Vicente me prometeu que ia te preparar desde que chegou à sua casa.

— O Vicente? – perguntou como se sentisse um soco em seu estomago – ele também sabia?

Naquele instante o seu mundo parou, a mãe continuava falando, mas a única coisa que vinha à sua mente era o namorado. Então Vicente sabia todo esse tempo e não lhe disse nada?

Não, ele nunca faria uma coisa dessas— pensou balançando a cabeça negativamente apertando-a com as mãos. Mas como teria tanta certeza? Afinal, até uma hora atrás pensava que a mãe estivesse morta.

— Pam – Gustavo tocou suas costas novamente e olhou para Camila que se aproximava também – se acalma.

— E-Ele mentiu – gaguejou entre soluços – ele sabia que ela estava viva e não disse nada.

O garoto engoliu em seco desconfortável com o desespero na voz da menina.

— Filha...

— Não me chama de filha – gritou – você perdeu esse direito quando me abandonou.

— Pamela me escuta – suplicou tentando tocá-la – eu voltei pra você, voltei para a nossa casa, mas aquele canalha do Sérgio te mandou para longe na primeira oportunidade.

Pamela virou bruscamente para ela.

— Eu não quero ouvir mais nada – rosnou passando as costas da mão trêmula no rosto encharcado.

Camila sentiu toda a dor da garota naquelas palavras, talvez por estar mais sensível a tudo ou porque conhecia a garota o bastante para interpretar suas emoções.

— Me perdoa minha filha, eu não quero te perder mais uma vez – Ana pedia com as mãos unidas à frente do rosto – por favor.

A menina olhou para ela voltando a chorar novamente.

— Perdoar? – perguntou – eu passei a minha vida inteira achando que a minha mãe estava morta, passei noites chorando quando o Vicente foi embora querendo que a minha mãe aparecesse para me consolar – gritou desvencilhando-se novamente do amigo – não sabe como era doloroso quando me perguntavam onde estava a minha mãe e eu não sabia o que responder.

— Mas agora eu estou aqui-

— Não importa – berrou atraindo a atenção das pessoas que passavam pela calçada – eu era só uma criança abandonada por um capricho da própria mãe, não é?

— Não fale como se eu não a amasse – choramingou com as mãos no rosto – eu posso não ter me importado naquela época, mas agora...

Calou-se ao perceber o que havia dito, Pamela abriu a boca indignada e magoada com as palavras. Sentiu uma agonia dentro da garganta, um misto de raiva e tristeza.

— Você é um monstro – gritou novamente explodindo em lágrimas – todos esses anos te idealizando e agora sei que não fui nada pra você.

— Pamela, me escuta – deu um passo para frente, Camila se posicionou ao lado da menina envolvendo-a com os braços.

— Melhor conversarem depois – disse à Ana – vem Pam, vou te levar pra casa.

— Não eu preciso explicar tudo.

— Guarde suas explicações, não vou acreditar em nada do que disser – vociferou a menina.

Sentia-se enganada durante toda a sua vida, tudo o que vivera até hoje não passou de uma grande mentira contada pelo pai e sustentada por Vicente, o grande amor de sua vida. A traição era a pior das sensações, havia confiado nele mais do que em ninguém, entregou-se a ele de corpo e alma, o mínimo que esperava era que tudo fosse verdade.

Sentiu algo dentro dela pulsar, afastou-se dos amigos e começou a caminhar em qualquer direção, ouviu seu nome ser chamado diversas vezes e acelerou os passos entrando num ônibus parado ali perto. Correu para fugir dos próprios pesadelos que se fizeram reais numa única tarde, o medo de ser enganada se tornou real e a decepção com o grande amor de sua vida também. Nunca pensou que um dia fosse passar por isso, ninguém imagina.

Apoiou os cotovelos nas pernas e afundou o rosto entre as mãos chorando tudo o que podia, seria a única forma de colocar tudo pra fora e livrar-se daqueles sentimentos ruins. Céus, tantas coisas ruins aconteceram em tão pouco tempo que ela mal conseguia imaginar como havia suportado tudo sozinha, primeiro seu pai descobrindo o romance com o irmão, as acuações dele que agora ela nem ligava e a mãe aparecendo do nada revelando que Vicente era um traidor, covarde e impiedoso.

Camila caminhava de um lado pro outro dentro da pequena sala que servia como escritório, apertava o copo descartável preocupada com a menina, teria ido atrás dela se não fosse pela mulher derramando rios a seu lado, teve que ficar com ela, não a abandonaria, mesmo que não a conhecesse. Olhava para Ana que agra fitava distante o chão e se perguntava o que diabos ela tinha na cabeça quando resolveu largar a própria filha pra seguir uma aventura, entendia perfeitamente a revolta de Pamela, se fosse com ela talvez surtasse ainda mais.

— Ela sumiu – Gustavo apareceu na porta novamente puxando o ar com força.

— Como assim sumiu? – a ruiva perguntou alterando-se – ninguém some no ar.

— Ela... Entrou num ônibus... Não vi para onde estava indo.

A moça passou a mão pelos cabelos tentando pensar em alguma coisa, nunca se perdoaria se acontecesse algo à sua Pampers, era como se fosse uma irmã mais velha.

Puxou o celular procurando o numero da garota e ligou esperando que atendesse, mesmo sabendo que as chances eram nulas.

— Droga!

— Tenta ligar pro Vicente, ela pode ter ido pra lá – o garoto falou nervoso.

[...]

Já passava das 18h00min, Pamela caminhava pela areia quando decidiu que era hora de encará-lo. Havia parado de chorar, seus olhos estavam cansados assim como todo o resto do corpo, queria cair em qualquer lugar e quando acordasse descobrir que tudo fora um pesadelo, mas não era. ela tinha consciência de tudo, sua mãe lhe enganara, sumiu no mundo deixando-a com o pai como a mãe de Vicente também havia feito. Perguntava-se como podiam existir pessoas tão cruéis a ponto de abandonar a própria cria, nem o mais selvagem dos animais era capaz de fazer isso.

Passou a mão pelos cabelos sentindo o celular vibrar mais uma vez, não ligou, continuou caminhando em direção ao prédio.

Ele vai ter que dizer na minha cara que escondeu de mim.

Ela bateu na porta duas vezes e esperou, abaixou a mão e apoiou-se ao batente enquanto ouvia passos arrastados indo em direção à porta, respirou fundo vendo a maçaneta sendo girada.

Vicente puxou a porta abruptamente dando de cara com a menina, olhos inchados e vermelhos de tanto chorar. Ele sabia exatamente o que havia acontecido, Camila lhe contara assim que Pamela sumiu, estava arrasado.

Sem dizer nada ela passou por ele caminhando até a sala, o rapaz encarou pensativo a porta quando a fechou e virou-se indo onde a garota estava encarando-o, aquele olhar lhe cortava o coração, queria abraçá-la até que esquecesse de todo aquele pesadelo, mesmo sabendo que foi o culpado por toda essa bagunça.

— Eu só quero saber por que – disse num fiapo de voz, sabia que estava prestes a desabar novamente.

Pensou que não teria mais o que chorar, mas era insuportável olhar para ele sem lembrar-se de todas as promessas que fizeram naquele mesmo lugar, tudo o que foi dito de maneira aparentemente verdadeira, não sabia mais o que pensar, não sabia mais o que havia sido real.

— Pamela – ele sentiu seu coração contorcer em seu peito.

Ela balançou a cabeça mordendo o lábio.

— Eu confiei em você - falou olhando fixamente para ele – como pôde fazer uma coisa dessas comigo Vicente?

O rapaz também se perguntava isso, era um inútil mesmo, devia ter contado quando teve a chance.

— Eu não queria, meu amor – aproximou-se dela completamente atordoado – eu ia te contar.

— Sabia o quanto eu sofria por causa da sua ausência – alterou-se olhando em seus olhos – devia ter contado no primeiro instante.

Vicente ergueu as mãos tocando seu rosto beijando-a profundamente. Pamela fechou os olhos sentindo o toque dos seus lábios e o afastou bruscamente.

— Há quanto tempo sabia? – perguntou fungando. Ele permaneceu calado – foi desde que eu cheguei?

O rapaz respirou fundo abaixando a cabeça.

— Três dias depois – respondeu envergonhado – ela me procurou dizendo que havia ido te procurar, seu pai a expulsou e depois inventou de te mandar pra cá.

A menina apertou os lábios e passou a mão no cabelo.

— Ainda assim não me contou?

— Pamela, tenta entender-

— Não – gritou balançando as mãos – eu não tenho nada pra entender Vicente. Vocês estão agindo como se eu estivesse embaralhando as coisas, mas quem tem que entender aqui é você, passei a minha vida toda achando que minha mãe estava morta e de uma hora pra outra descubro que fui enganada por todos que eu amava. Você me traiu Vicente, da maneira mais covarde você me traiu.

Ele deu um passo em sua direção, ela se afastou ainda mais. Passou a mão no nariz e fungou desviando os olhos.

— Eu admito que menti – alterou-se – mas foi pro seu próprio bem, não podia aparecer do nada e contar que sua mãe me procurou.

— É claro que podia! – berrou puxando os cabelos – você me enganou mesmo depois que transamos, disse que me amava, fez todas aquelas promessas e eu como a idiota que sou acreditei em cada palavra. Escondeu que a minha mãe estava vida!

— Tudo o que eu falei é verdade, não duvide-

— Eu fui tão estúpida – falou entre lágrimas – confiei pensando que nunca me machucaria, entreguei todo o meu amor e você não pensou duas vezes antes de jogá-lo pela janela só porque achou algo. Nunca pensa em alguém ale de si próprio.

Vicente avançou na menina antes que se afastasse e a tomou nos braços olhando profundamente em seus olhos. Não podia mais continuar ouvindo aquelas coisas saindo como veneno de lábios tão puros.

— Para com isso – pediu abraçando-a – para de falar essas coisas, você sabe que não é verdade.

Ela lutou contra seus punhos fechados ao redor de seus braços, deixou que as lágrimas corressem livremente enquanto sentia toda aquela mágoa dele indo embora. O rapaz a segurava mantendo os olhos fechados ouvindo seus soluços, realmente tinha culpa, devia ter dito de uma vez ao invés de se preocupar com o momento certo que nunca chegaria, agora ver a sua menina daquele jeito, sentindo-se enganada por todos o fazia repensar em várias coisas, como por exemplo olhar para uma situação de um outro ângulo.

— Me solta Vicente – pediu tentando empurrá-lo – eu te odeio! Eu te odeio!

Ele abriu os olhos afastando-a para fitar seu rosto ao ouvir aquilo.

— Por favor, não diga isso – pediu quase num sussurro.

A menina apertou os lábios novamente engolindo o choro, seu nariz estava entupido, seu rosto novamente ensopado e agora estando tão perto de Vicente não podia ignorar todo o amor que sentiam.

— Pamela, me perdoa – ela ergueu os olhos para ele – me perdoa meu amor, não foi a minha intenção te fazer sofrer – beijou sua testa docemente encostando-a a sua – me perdoa.

Pamela apertou os olhos sentindo imensa vontade de sair dali, a raiva e a mágoa ainda queimavam seu peito, cerrou os dentes esfregando a testa na sua sentindo todas as suas forças esvaindo-se por cada poro. Não podia negar, por mais magoada que estivesse ninguém além de Vicente seria capaz de confortá-la naquele momento, era o amor de sua vida e mesmo que conseguisse sair dali seu coração só pulsaria por uma pessoa.

— Me ajuda – pediu voltando a chorar – me ajuda Vicente, eu vou morrer.

— Shh – fez puxando-a para um abraço apertado e cheio de amor – eu to aqui minha menina, não vou deixar mais nada acontecer com você.

Uma mágoa não é motivo para outra mágoa. Uma lágrima não é motivo para outra lágrima. Uma dor não é motivo para outra dor. Só o riso, o amor e o prazer merecem revanche. O resto, mais que perda de tempo... É perda de vida.


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Notas finais do capítulo

Ultima parte é uma citação de Chico Xavier, me inspirei no final da novela pq sim u.u