Nova Geração - Ano 1 escrita por JustWriting


Capítulo 25
Hogsmead, Lobisomens e Doces - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Realmente espero que vocês gostem do capitulo novo! Eu particularmente adorei escreve-lo!

Boa leitura ;**



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As aulas haviam voltado normalmente à uma semana e Victorie mal conseguia se lembrar da aula que acabara de ter

Fazia dias que ela estava evitando Rob e qualquer outro que não fosse Roxanne. Rob até a convidara para ir a uma festa logo depois das aulas começarem, supostamente organizada por seus primos e seu irmão, mas ela simplesmente não tinha cabeça para festas.

– Você esta bem? – Roxanne adquirira o habito de perguntar isso regularmente para Victorie ultimamente. Alegando que ela estava regularmente com uma expressão depressiva.

– Estou. – ela disse enquanto empurrava a comida em seu prato.

Era sábado de manhã e elas estavam tomando um café da manhã delicioso antes de irem para Hogsmead. Normalmente Victorie ficava extremamente ansiosa antes das visitas a Hogsmead, eram suas ocasiões preferidas, mas hoje tudo o que ela conseguia pensar era em como gostaria de ter ficado em casa depois do Natal. O que, novamente, não era comum para ela, que amava Hogwarts mais do que sua própria casa.

– Vic, se você não quiser ir hoje, tudo bem. Eu fico aqui com você.

– Não Roxy. – ela forçou um sorriso – Eu acho que um pouco de ar fresco vai me fazer bem. Andar pelas ruas de Hogsmead e comer alguns doces.

– Tem certeza? Porque eu não ligo, você sabe.

– Você é a melhor amiga que eu poderia pedir Roxy, mas eu não te obrigaria a ficar trancafiada nesse castelo mais do que o necessário. Até mesmo porque, ouvi dizer que um certo Charlie espera que você vá. – ela piscou para a amiga.

– Charlie? Eu nem me lembrava mais dele.

– Aham! – Vic deu sua primeira risada em dias e se levantou da mesa – Vamos, eu quero chegar à Dedos de Mel antes que fique muito cheia. E depois temos que passar na loja do seu pai.

Já andando pelos jardins em direção aos portões Roxy disse:

– Não é estranho? Mesmo depois que o tio Fred morreu, meu pai continuar mantendo aquela loja como se fosse de duas pessoas ainda?

– É o jeito dele de manter o irmão dele vivo, Roxy.

– Não sei, isso sempre me incomodou. Sempre nos referimos à loja como se duas pessoas fossem donas e nos esperassem lá. Quando na verdade, tem apenas uma.

– Perder um irmão não deve ser fácil Roxy. Ainda mais um gêmeo, alguém que esteve na sua vida desde o momento em que você nasceu, alguém que é mais parte de você do que qualquer um poderia ser. Eu mal posso imaginar como me sentiria se perdesse um dos meus irmãos, mesmo eles sendo as pragas que são. Não quero saber como seria perder um irmão e melhor amigo, tudo de uma vez. Ter que passar o resto da vida se olhando no espelho e vendo um lembrete permanente do que você perdeu. Então, se fingir que a loja ainda é dos dois é o que ajuda o seu pai Roxy, ajude-o a sentir isso.

– Sabe, essa sua versão triste e preocupada também é mais madura. E mais inteligente. Acho que gosto mais de você assim.

– Idiota. – Vic disse empurrando-a e dando risada como há muito tempo não fazia.

...

A escola estava incrivelmente vazia já que todos os alunos do terceiro ano pra cima estavam indo para Hogsmead nesse sábado. Alvo sentia uma leve inveja dos alunos mais velhos por poderem sair de Hogwarts e curtir um final de semana em algum lugar diferente. Ele nem conhecia Hogsmead, tinha visto a estação muito rapidamente antes de entrar nos barquinhos mágicos no inicio do ano letivo. Mas aparentemente ele teria que esperar mais uns dois anos até poder ver o vilarejo com seus próprios olhos.

A neve estava menos intensa nos últimos dias, mas Hogwarts ainda parecia uma foto em preto em branco do mundo. Alvo gostava de admirar essa paisagem totalmente nova e ao mesmo tempo igualzinha pelas janelas das salas de vez em quando. O fato de não ter janelas em seu dormitório o deixava com uma sensação de falta de ar as vezes, por que o dormitório da Sonserina tinha que ser nas masmorras?

Ele estava terminando de colocar um suéter bem quente verde com a letra ‘A’ grande na frente em cinza – presente de sua avó no natal, as cores eram para combinar com seu uniforme e seus olhos, segundo ela – quando viu Scorpio entrar no dormitório.

– Suéter legal. – ele comentou.

– Minha avó me deu. – Alvo respondeu incerto sobre dizer mais alguma coisa ou não.

– Minha avó nunca nem chegou perto de uma agulha de crochê. – ele retirou luvas pretas de dentro da mala e olhou diretamente para Alvo – Eu... Vou dar uma volta lá fora. Quer vir? – ele tentou parecer casual, mas Alvo podia notar que estava nervoso.

– Claro. – Alvo sentiu um sorriso se formar em seus lábios antes que pudesse se conter.

Scorpio assentiu e foi em direção à porta, mas Alvo tinha certeza que tinha visto um sorriso de alivio no rosto dele.

...

Fred, James e Dominic estavam chegando a Hogsmead dando risada de James enquanto ele imitava um cara estranho da Sonserina que tinha dançado parecendo ter um ataque epilético na festa deles. A piada já tinha uma semana, mas parecia nunca perder a graça.
Durante a ultima semana tinha sido difícil os três estarem juntos ao mesmo tempo já que Dominic parecia ter decidido que todo o seu tempo pertencia a Dani e seus longos cabelos negros e ego absurdamente grande.

– Cara, você sabe que eu te idolatro por ter pego a Danielle – disse James – mas nós somos seus amigos! Você não tem mais tempo para a gente desde que aquela menina resolveu gastar sua boca de tanto te beijar!

– Sabe o que eu acho? Que você esta com uma inveja monumental! – Dominic disse e deu risada sozinho.

– O James esta certo Dom, eu acho que você ficou mais tempo com a gente nessa caminhada de Hogwarts até aqui do que a semana toda. – Fred olhou severamente para Dominic.

– Nós somos uma equipe cara! Igual àqueles heróis daquele livro trouxa... Os três cavaleiros...

– Os Três Mosqueteiros. – disse Fred.

– Isso! – James deu um salto e se colocou na frente de Dominic fazendo com que ele parasse de andar – Nós somos Os Três Mosqueteiros Bruxos Descolados pra Caramba!

– Eu acho que precisamos de um nome melhor. – disse Dominic cínico.

– Isso ainda esta em progresso. O que eu quero dizer é: você é nosso amigo Dom, e você parece ter se esquecido disso.

– Meu Merlim! Vocês parecem duas menininhas carentes! – Dominic empurrou James para fora de seu caminho e saiu andando a passos largos.

Parados lado a lado e assistindo a marcha raivosa de Dominic, Fred e James se olharam e depois deram de ombros.

Eles foram até a Dedos de Mel e compraram todos os doces que viram na frente. Até que um grupo de meninas veio em direção a Fred e todas passaram a abraça-lo e cumprimenta-lo como se todas fossem loucas por ele.

– Vocês pretendem comer tudo isso sozinhos? – perguntou uma menina loira de olhos azuis dando risada.

– Bem, não se vocês quiserem nos acompanhar. – disse Fred que parecia nem notar a existência das outras meninas.

James pigarreou.

– Você não vai mesmo me apresentar a suas amigas? – disse ele olhando para Fred inconformado com o tanto de meninas ele conhecia e nunca tinha dito nada.

– É... Claro, desculpe. Essa é a Lisa – ele apontou para a menina loira – Olivia...

– Essa eu já conheço. – disse James sorrindo.

– Maneiras, Potter. – ela sorriu.

– Essa é a Alice e essa... – Fred apontou para uma menina de cabelos tão negros que sua pele parecia muito mais clara do que realmente era.

– Rachel. Rachel Shaw. – ele disse sorrindo e piscando para ela.

– Potter. – ela ergueu uma sobrancelha com desprezo.

Fred sentindo a tensão entre os dois interveio.

– Então, vocês querem ir para algum lugar comer esses doces?

– Tudo bem. – disse Lisa – Vamos para a praça, Lucy ficou de nos encontrar lá.

– Ah não, a Molly não vai aparecer também né? – perguntou James reconhecendo o nome da prima.

– Não, acho que ela nem veio para o vilarejo hoje. – comentou Olivia.

– Não me surpreende. Ela é antissocial até nas reuniões de família. – James revirou os olhos.

Todos eles saíram da Dedos de Mel e foram para a praça no centro do vilarejo e se sentaram embaixo de uma arvore enorme que tinha mantido uma boa parte do chão em volta sem neve graças às sua copa cheia.
Eles espalharam os pacotes de doces em cima das sacolas na grama e se sentaram em volta.

– Onde esta Dominic? – perguntou Lisa ao se sentar ao lado de Fred.

– Onde você acha? – ele respondeu com desprezo na voz.

– Ele ainda não se cansou daquela menina? – perguntou Rachel.

– Eu não acho que seja possível alguém se cansar de uma menina como a Danielle. – comentou James que se encolheu quando recebeu olhares hostis de todas as meninas na roda.

– Toma, vai te impedir da falar besteiras. – disse Olivia estendendo um doce para ele.

– Se ela é tão incrível por que você não vai lá segurar vela para os dois, só pelo prazer da companhia dela? – disse Rachel ao seu lado.

– Porque aqui tem muito mais opções, Shaw. – ele sorriu e se inclinou para ela.

– Vai sonhando, Potter! – ela o empurrou de volta.

Ele deu de ombros.

– Tudo bem, eu vou tentar com a sua amiga quietinha ali então. – ele apontou para Alice.

– Me deixe fora disso por favor. – ele pegou outro doce da roda.

Não demorou até que Lucy chegasse e se juntasse a eles. O tempo passava e todos já estavam cheios de tanto comer doces e ainda tinham muitos no meio da roda quando Lucy se pronunciou.

– Alguém ai aguenta comer mais um doce? – todos negaram – Otimo! Então vamos jogar um jogo. – disse ela sorrindo.

– Você soa como um filme de terror. – comentou Alice.

– Eu joguei com meus vizinhos trouxas durante as férias, só que na ocasião jogamos com bebidas. Na falta de álcool no momento usaremos os doces. O jogo se chama Eu Nunca.

– Eu não tenho um bom pressentimento quanto a isso. – disse Lisa.

– Relaxa, é legal. As regras são as seguintes, alguém fala algo que nunca fez e se alguém aqui já tiver feito come um doce. Mas para animar um pouco, toda vez que alguém comer cinco doces, vai ter que tirar o quinto da boca da pessoa do seu lado.

– Lucy! – disse Lisa corando. Ela parecia ter tomado plena consciência de que Fred estava ao seu lado.

– Todo mundo topa? – perguntou Lucy sorrindo.

Todos concordaram. James não conseguia entender como aquilo ia dar certo já que a roda estava disposta mais ou menos assim:

Lisa – Fred – Lucy – Olivia – Alice – Rachel – James

Mas o jogo começou.
Lisa começou dizendo que nunca quebrou uma parte do corpo. Fred, James, Lucy e Rachel comeram doce.
Fred disse que nunca tinha jogado aquele jogo antes. Lucy, Rachel e – surpreendentemente – Alice comeram doce.
Lucy disse que nunca tinha entrado na sala comunal de outra casa. Fred, James, Rachel e Lisa comeram doce.
Olivia disse que nunca tinha beijado alguém de outra casa. Fred, Lisa, Lucy, Rachel e James comeram doce.
Alice disse que nunca tinha beijado uma pessoa do mesmo sexo que ela. Lucy e Olivia comeram doce. Todos se olharam na roda, mas ninguém disse nada.
Rachel disse que nunca sentia saudades de casa quando estava em Hogwarts. Fred, James e Alice comeram doce.
Chegou a vez de James, todos se olhavam ansiosos para ver quem comeria o quinto doce primeiro, ele pensou e disse:

– Eu nunca fui até a Casa dos Gritos.

Rachel, Lucy, Olivia, Lisa e Alice comeram doce.
Isso queria dizer que tanto Rachel quando Lucy tinham que comer o quinto doce da boca de quem estava do lado. Rachel olhou para ele com cara de quem fosse sair correndo.

– Tem que ser com ele? – ela olhou para Lucy.

– Comigo é que não vai ser. – disse Alice rindo.

Ela olhou para ele de novo. James pegou um doce, colocou entre os dentes e sorriu provocando-a. Ela fechou os olhos apertados e se aproximou lentamente tentando pegar o doce só com os dentes. Inevitavelmente seus lábios se tocaram e Rachel abriu os olhos de repente e olhou fixamente nos dele. Após um segundo com ambos se olhando sem fazer movimento algum alguém pigarreou, Rachel se assustou e foi para trás deixando o doce cair na grama. James sentiu o rosto corar e todos na roda se mexeram desconfortavelmente. Rachel esticou a mão e pegou um doce do meio da roda e comeu.

– Ótimo. – disse Lucy examinando James e Rachel – Minha vez.

James notou que Fred parecia nervoso, mas Lucy nem sequer olhou na direção dele. Ela se virou para Olivia e colocou um doce em sua mão. Olivia olhou para ela de olhos arregalados como se tentasse se comunicar com ela mentalmente e dizer que não era para ela fazer isso. Lucy parecia não ter entendido o olhar, pois insistiu e Olivia colocou o doce preso entre os dentes.

Lucy olhou para Olivia de um jeito travesso e sorriu. Se inclinou para frente e tirou o doce da boca de Olivia com um “semi-beijo” e voltou para seu lugar como se nada tivesse acontecido. Olivia parecia ter sido petrificada. Todos as olhavam, parecia que todos na roda tinham prendido a respiração. Olivia finalmente se mexeu, olhou para seu pulso nu como se olhasse as horas e resmungou algo sobre já estar ficando tarde e ela precisar voltar para seu dormitório para terminar um trabalho e então se levantou e saiu andando – quase correndo – na direção do castelo. Lucy se levantou com um salto e foi atrás. James aproveitou a deixa e disse que ia procurar por Dominic, se levantou e foi embora também. Rachel e Alice se olharam e foram embora sem dizer nada.

– Acho que o jogo acabou. – disse Fred.

– Que pena. Eu estava ansiosa para ver o que te faria comer o quinto doce. – disse Lisa olhando para ele.

– S-s-sério? – ele gaguejou.

– Que tal continuarmos o jogo nós dois? – ela sorriu.

– Pode ser. – ele tinha certeza de que estava vermelho como um farol de transito.

– Eu nunca vim e Hogsmead e não passei pela Dedos de Mel. – ela disse.

Ele não comeu doce.

– Eu nunca vim vi Hogsmead a noite.

Ela não comeu doce.

– Eu nunca fiquei tanto tempo nessa praça.

– Eu nunca desejei não ter uma irmã.

– Golpe baixo. – ela sorriu e comeu um doce – Eu nunca fui ao cinema trouxa.

– Eu nunca beijei uma trouxa.

Lisa pegou um doce e deu na mão dele com um sorriso torto. Ele ergueu as sobrancelhas e colocou o doce entre os dentes. Ela tirou o doce encostando levemente os lábios nos dele, engoliu e disse:

– Eu nunca quis tanto te beijar.

– Eu já. – ele disse por fim, colocando a mão na nuca dela e puxando-a para si.


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Notas finais do capítulo

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