Anjos Humanos escrita por Perigo


Capítulo 21
21 - Rafael




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– Então finalmente descobrimos a causa da gripe do século. – Disse Juriciel ainda tentando assimilar o que havia acontecido.

– Sim e agora muita coisa está explicada. – Concordou Rafael. – Agora sei qual a origem dessa doença, e também sei que somente eu poderei erradica-la.

Todos no convento concordaram, mas mostraram que não estavam muito contentes com aquele fato.

– O que são aquelas coisas? – Perguntou a irmã Cecilia.

– Isso não sabemos irmã. – Rafael caminhou até a janela e olhou em volta preocupado. As figuras que estavam controlando Metatron agora estão espalhando uma terrível doença pela terra.

Rafael meu filho infelizmente tu serás o primeiro a perecer! – O arcanjo mordeu os lábios ao lembras dessas palavras. – Então a minha hora está chegando? – Pensou o anjo preocupado.

Rafael não temia morrer, na verdade para os anjos não existia a morte pelo simples fato de não terem uma alma, a morte só existia aos humanos e aos seres vivos que viviam na terra. Para os anjos existe algo pior do que a morte a “não existência”. O que o anjo da cura temia era deixar de existir e a humanidade continuar a sofrer e ser dizimada por aquela terrível doença. Em sua estadia na terra Rafael já presenciou duas doenças terríveis, a primeira na idade média a famosa “Peste Negra”, e a segunda no final da primeira guerra a “Gripe Espanhola”, duas terríveis doenças que por pouco não puseram um fim a toda a humanidade.

– Ela começou na África... – Disse Rafael chamando a atenção.

– A doença certo meu irmão? – Perguntou Gabriel e Rafael assentiu e voltou para perto do grupo.

– Isso mostra que eles estão em todos os cantos do mundo não apenas aqui. – Novamente todos assentiram.

– Talvez o fato de eles estarem aqui sejam vocês. – Comentou Juriciel e novamente todos assentiram.

– Somos os únicos anjos na terra com exceção dos caídos. – Disse Miguel e todos o olharam. – Isso explica o porquê de estarem na cidade é por que ainda estamos aqui.

– Realmente agora tudo faz sentindo. – Respondeu Gabriel preocupado. – Metatron não conseguiu nos eliminar e a última luta dele com Miguel ele ficou muito ferido, e aquelas figuras tiveram que intervir.

– É verdade Gabriel quando eu lutei com ele elas não tinham interferido na luta foi apenas eu e ele. – Comentou Rafael chocado e Gabriel assentiu concordando.

– O mesmo foi comigo meu irmão elas não interferiram apenas eu e Metatron lutamos.

– Ser for assim então eles sabem que vocês estão aqui e tentaram novamente ataca-los! – O comentário de Juriciel calou a todos no convento, as irmãs que ficaram em silêncio o tempo todo elas estavam aflitas, elas sabiam o que os anjos estavam falando e entenderam perfeitamente o perigo que estavam passando.

– Não temos medo queridos anjos. – Disse a Madre chamando a atenção dos celestes. – Confiamos em vocês, e o mais importante confiamos em Deus e sabemos que ele não vai permitir que algo nos aconteça lembre-se “O pai nunca se esquece de seus filhos e está sempre com eles os vigiando “!

As palavras da Madre calaram os celestes, quem diria humanos deixando os anjos sem palavras, mas eles sabiam que ela estava certa e não tinham nada do que temer. Com um sorriso no rosto Rafael rompeu aquele ar pesado usando a sua famosa animação.

– É isso mesmo Madre gostei de ver, belas palavras e agora já sabemos o que fazer!

– Sim nós sabemos. – Respondeu Juriciel sorrindo.

– Proteger a cidade e toda a terrar. – Falou Gabriel confiante.

– Lembrem-se Proteger os Humanos é o Dever de um anjo! – Após ouvirem as palavras de Miguel todos assentiram e ficaram mais dispostos deixando as preocupações de lado.

***

Os anjos decidiram a partir de então ficar no convento para proteger as irmãs, Rafael era o único que saía do convento para ir ao hospital e após o seu turno de trabalho retornava ao convento e informava a seus irmãos sobre os pacientes infectados com a gripe.

Na televisão Rafael ficava alarmado com as notícias. A cada dia mais pessoas em todo o mundo eram infectadas e morriam pela gripe do século, que assim como a gripe espanhola a doença foi catalogada como uma “Pandemia” uma infecção que se espalha rapidamente por uma grande região um continente por exemplo.

Todos o mundo estava infectado, o pior caso vinha da África o que deixava Rafael mais preocupado e nervoso.

Gabriel estava próximo a sala e observava as notícias e principalmente as reações de seu irmão, a irmã Cecilia junto com mais duas irmãs Patrícia e Ariana também perceberam a maneira como Rafael se portava e ficam preocupadas.

– Arcanjo Gabriel... – Perguntou a irmã Cecilia com timidez.

Gabriel olhou para cada uma das irmãs com um olhar triste e antes de responder suspirou.

– Estão preocupados com Rafael? – Disse ele com a voz baixa. As irmãs assentiram e Gabriel as guio para longe da sala para que pudessem conversar em particular.

– Irmãs... – O arcanjo agora falava com a voz um pouco mais alta. – Rafael é o anjo da cura lembram-se? – As irmãs assentiram e voltaram a olhar com atenção para o Arcanjo. – Curar é a especialidade dele, ele não gosta de ver as pessoas sofrendo com doenças e é pior se ele não puder fazer nada, isso o está matando pensem como se fosse com vocês que decidiram seguir o sacerdócio e não pudessem exercer? Terem que ver as pessoas passando fome como veem e não puderem fazer nada para ajudar, só pudessem ficar apenas olhando como se sentiram?

A pergunta fez todas refletirem e a tristeza se instalou em seus rostos.

– Pobre Arcanjo Rafael... – Disseram as irmãs.

– É por isso que ele está assim irmãs sei que é triste, e ainda por cima é a terceira veze que Rafael passa por esse tipo de situação.

– Terceira vez? Como assim anjo Gabriel? – Perguntou a irmã Ariana.

– Rafael já testemunhou a Peste Negra e a Gripe Espanhola, doenças terríveis que quase extinguiram a humanidade e nas outras duas vezes ele passou por essa mesma angustia e aflição que está passando agora irmãs.

As irmãs tornaram a ficar triste, mas Gabriel conseguiu as anima-las um pouco com suas palavras e mais um dia se passou.

No dia seguinte em algum lugar do Egito.

Sete figuras escuras estavam posicionadas próxima a um oásis. Elas estavam paradas cada uma voltada em uma direção para frente, atrás, esquerda, direita, para cima e para baixo. Uma figura que estava no centro era diferente das demais, primeiramente por que era a maior de todas, e segundo pelo fato de ter seis braços.

Estendendo todos os seus braços essa figura tocou o ombro de cada das demais as figuras que estavam paradas, ao serem tocadas pela figura maior começaram a tremer e assim cada uma delas se dissolveu criando uma grande nuvem negra. Cada uma das nuvens se espalhavam pelas direções na qual cada figura estava voltada. Após todas terem se dissipado a figura maior também se dissipou e sua fumaça se uniu as demais lhe dando uma força extra e aos poucos cada canto do mundo que a fumaça atingia nãos apenas os humanos, mas os animais e plantas começaram a ser contaminados e após alguns dias a morte vinha para todos.

Rafael estava dormindo em um dos quartos do convento quando algo o acordou, ele não sabia o por que talvez tivesse ouvido algum barulho, mas após acordar o arcanjo não conseguiu mais dormir e caminhando até a janela olhava para a lua cheia que estava no alto do céu.

– Tem alguma coisa muito errada... – Sussurrou ele. – Eu sinto isso.

Rafael continuava fitando a lua quando um barulho chamou sua atenção, e não apenas a dele, mas a de todos no convento.

Saindo do seu quarto o arcanjo correu descendo as escadas e foi seguido por Gabriel, Miguel e Juriciel, o barulho vinha dos fundos do convento próximo ao Canil que Juriciel havia construído a pedido das irmãs para abrigar os animais de rua.

Ao chegar ao local Rafael ficou sem palavras e não apenas ele, seus irmãos e principalmente as irmãs tiveram a mesma reação. Grande parte dos animais estavam mortos dois gatos e um cachorro que ainda estavam vivos agonizavam de dor.

– Meu Deus! – Disse a Madre chocada. – Alguém deu veneno a eles?

Rafael se aproximou dos animais e segurou um dos gatos, ele era preto como a noite e com olhos amarelos, o animal respirava ofegante, sua pequena barriga subia e descia rapidamente e seu coraçãozinho batia forte e acelerado. Rafael observava atentamente o animal. Concentrando sua energia em seus olhos o arcanjo conseguia ver o interior do animal. Procurando alguma anomalia ele rapidamente encontrou algo estranho. Próximo a seus pulmões estavam uma grande mancha negra e Rafael reconhecia aquela mancha. A raiva o atingiu e por pouco Rafael não apertou o animal com força o espremendo em sua mão como tomate, ele olhou em volta para os outros dois animais o outro gato e o cachorro tinham os mesmos sintomas em seu interior, Rafael também olhou para os animais mortos e o seu interior estava completamente negro.

Colocando o animal no chão Rafael ficou em pé, e o anjo da cura fechou os seus olhos. Suas asas se abriram e o corpo e Rafael começou a brilhar.

Saindo de seu corpo um segundo Rafael era visível e as irmãs ficaram sem palavras com a cena que estavam testemunhando, apenas os anjos se mantinham calmos pois aquela cena já foi vista por eles inúmeras vezes. O outro Rafael estava usando a armadura de bronze do arcanjo, ele brilhava e seu corpo era transparente ficando quase invisível se fundindo com a noite, ele olhou em volta olhando para cada um dos animais e seu olhar parou nos gatos e no cachorro que ainda agonizavam. Levando sua mão até o cabo de sua espada ele a retirou da bainha. As ceifadoras gêmeas estavam diferentes sua lamina sobre aquela forma era feita de luz. Rafael lentamente ergueu sua espada para o alto e com leve movimento circular um grande círculo de luz era formado em sua cabeça o fazendo parecer uma grande aureola.

Ao completar o círculo o arcanjo voltou a lamina para frente e com um rápido movimento a desceu e uma grande luz iluminou o local, as irmãs e os anjos levaram a mão ao rosto se protegendo da luz que durou apenas alguns segundos, quando se dissipou os animais um a um se levantavam e bocejavam fazendo parecer que segundos atrás eles não estavam mortos e sim dormindo.

O segundo Rafael se uniu ao arcanjo que abrindo os olhos ele virou-se e olhava para cada um no recinto.

– O que aconteceu Rafael? – Perguntou Miguel.

– Eles não estavam envenenados. – Disse o arcanjo e pode sentir o alivio das irmãs. – Mas sim doentes!

– Doentes? – Perguntou a Madre.

– Sim doentes Madre.

– Mas o senhor cuidou deles semana passada.

– Sim eu cuidei mas doença deles era diferente.

– Que doença eles tinham?

– A Gripe do Século!

As irmãs voltaram a ficar chocadas, e não apenas elas os anjos também ficaram sem palavras.

– Vou ligar a televisão estou com um mal pressentimento. – Dizendo essas palavras Rafael entrou correndo no convento e novamente foi seguindo por seus irmãos e as irmãs.


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