All the Pennies escrita por StardustWink


Capítulo 1
Capítulo Único.


Notas iniciais do capítulo

Eu tinha escrito essa fic já a alguns meses desde que eu descobri que Noragami ia ter uma segunda temporada, mas eu acabei me esquecendo de postar slfjsdlkffjdgl Olha só o que faculdade faz com as pessoas. owo'

Mas é, eu fiquei suuuuper animada e resolvi fazer uma mini-continuação de Kitty Love porque eu precisava de um yatori doméstico e o que não seria melhor que eles noivos com um gatinho tentando ganhar a vida??? É. A música do título e do começo se chama All the Pennies, é da Mindy Gledhill e é uma gracinha! É uma boa ideia para ouvir lendo a fic~

Eee bom, espero que vocês gostem! ♥



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“Todas as moedas de um centavo nos poços de desejos,

Todos os diamantes que a Tifanny’s poderia vender,

Todas as riquezas juntas,

Todo o tempo ensolarado da Califórnia,

Não poderiam me fazer te amar mais do que já amo.”

- All the Pennies, Mindy Gledhill

Hiyori despertou com lambidas em sua bochecha e uma bolinha de pelos malhada a espiando de cima de seu campo de visão. Ela demorou um pouco para assimilar que aquilo não era um sonho, que Yukine não era uma bola felpuda gigante com cara medonha que ela estava prestes a chutar para o espaço, e piscou em seguida.

O miado insistente do gatinho por cima de seu travesseiro a fez suspirar, levantando uma das mãos para acaricia-lo atrás da orelha.

- O que houve, hm? - Abafando um bocejo com a mão, a garota apoiou a sua outra no colchão para se sentar, e só aí percebeu a pessoa que dormia tranquilamente ao seu lado.

Um sorriso involuntário desenhou-se em seus lábios. Yato tinha insistido em dormir a abraçando ontem à noite e mesmo assim conseguira se mover até o outro lado da cama durante a madrugada. Ela abafou um risinho ao ver que ele estava babando um pouco no travesseiro, uma mão subindo para passar os dedos pelo seu cabelo negro...

Espera um segundo aí.

A jovem desviou os olhos para o relógio posto por cima da cabeceira, encontrando o letreiro iluminado de 6:50 refletido de volta.

E tudo bem que ela só tinha aula as oito naquele dia, era a perfeita hora para acordar, mas...

- Yato! Ei, Yato, acorda!

Ele já devia ter acordado há tempos.

Hiyori balançou os ombros do moreno com força para que ele acordasse, mas Yato apenas resmungou baixo e trouxe o lençol - que tinha roubado para si durante a noite, ela não pôde deixar de observar - para cima de seu rosto.

- Hng, mais cinco minutos...

- Não dá para te dar tempo quando você deveria estar na porta de seu trabalho daqui a dez minutos. - Ela falou para ele, voz repreendedora.

O jovem levou uns três segundos debaixo do lençol antes que a gravidade da situação o atingisse em cheio e ele sentasse num pulo da cama, o tecido voando para cima enquanto ele tentava levantar. Infelizmente, tudo o que fez foi tombar para o lado e cair com tudo de cara no chão.

A garota sentiu os ombros enrijecerem com o baque surdo que foi ouvido, uma expressão de apreensão tomando conta de seu rosto. O gatinho em seu travesseiro apenas subiu para o colo dela, encarando o seu segundo dono como se aquilo já fosse parte da rotina.

E era sim, para ser honesta.

- M-m-mas e o despertador?! - Ele perguntou depois que sua dor tinha diminuído, pondo-se de pé numa velocidade impressionante.

- Você deve ter se esquecido de armar. De novo. - Hiyori respondeu, estreitando os olhos. - Agradeça ao Yukine aqui por ter me acordado.

- Droga de relógio... - Yato começou a resmungar, ignorando a acusação de sua noiva para correr até o armário, tirando sua roupa de trabalho de dentro e despindo-se de sua blusa e calças o mais rápido que conseguia. A jovem sentada na cama corou um pouco com isso; toda aquela intimidade de morar juntos era demais para ela às vezes.

- Você vai voltar tarde hoje? - Para desviar a atenção dos músculos das costas do homem à sua frente enquanto ele erguia os braços para colocar uma blusa, Hiyori achou melhor puxar conversa.

- Ah, sim. Eu ainda tenho que passar para fazer um turno na lanchonete hoje. - Ele dirigiu um olhar para ela ao se virar, no momento tentando acertar o seu cinto.

Hiyori sentiu uma pontada leve de decepção, assim como um pouco de culpa; o anel que jazia em seu dedo no momento provavelmente era um dos motivos dele ter de ainda pegar trabalhos extras. Ela teria pedido algo mais simples se fosse para ter mais tempo com ele...

Mas é claro, Yato estava com toda aquela ideia de “fazer tudo o mais perfeito possível para ela”, então a mesma não pôde simplesmente recusar.

A jovem suspirou enfim, virando-se para levantar da cama em seguida. Yukine pulou de seu colo bem a tempo para o chão, dando alguns passos e se espreguiçando. Yato virou-se para ele brevemente, descendo um pouco para fazer carinho no pequeno, e ela por um momento se sentiu extremamente nostálgica do tempo em que aqueles dois praticamente se odiavam.

E olha para ela agora; dividindo um apartamento com o cara que se proclamava o deus dos meio-períodos e a bola de pelos que parecia ter como missão de vida arranhá-lo o máximo possível.

A jovem sorriu, andando até os dois.

- Pelo menos pegue algo da geladeira para comer antes de sair, ok? - Ela comentou, levando suas mãos para ajeitar a gola da blusa que Yato estava usando quando ele levantou. - A empresa não é tão longe daqui, então.

- Ah, tudo bem! - Ele abriu um sorriso para ela, inclinando-se para frente para plantar um beijo em sua testa. Depois, o mesmo se afastou, andando rápido até fora do quarto.

Hiyori suspirou levemente, olhando para baixo e apanhando Yukine nos braços. Ela saiu bem a tempo de ver seu noivo com um pedaço de torrada com geléia na boca saindo da cozinha.

- Tenha um bom dia, Yato! - Ela o chamou, olhar levemente preocupado ao vê-lo tropeçando enquanto colocava os sapatos e tentava ir ao mesmo tempo na direção da porta.

- Você também, Hiyori! - Ele a respondeu com a voz abafada pela comida que tinha na boca, acenando uma última vez antes de sair pela porta.

A jovem encarou a direção para onde ele tinha ido, e suspirou.

Yato sempre fora apressado na maioria das coisas que fazia, seja porque já estava acostumado a uma rotina pesada ou porque sua obsessão em pagar sua dívida o tinha feito se acostumar com aquela correria toda. Mas o mesmo não parecia cuidar tão bem de si mesmo quanto deveria enquanto isso, o que a deixava preocupada.

Quer dizer, Hiyori ainda só estudava, enquanto ele fazia todas aquelas coisas. E ela tinha insistido mais de uma vez que podia começar um emprego para ajudar com as contas, mas o mesmo fora tão teimoso em recusar que a mesma não conseguiu convencê-lo.

E ela sabia que ele estava fazendo isso por ela. Yato queria que ela terminasse sua faculdade sem pressa, escolhesse um emprego de acordo, e que eles pudessem se mudar daquele pequeno apartamento recém-adquirido para uma casa maior no futuro.

Era o esperado que fosse acontecer para uma pessoa como ela que crescera em uma família rica, afinal. Mas Yato ainda era teimoso para entender que ela não precisava daquilo tudo, não quando isso queria dizer enchê-lo de mil empregos de novo justo quando o mesmo acabara de pagar a sua dívida.

Não quando isso queria dizer que ela fosse jantar sozinha naquele dia.

Hiyori balançou a cabeça levemente para os lados; ela não queria ficar triste agora. Era melhor se arrumar para sair no tempo que restava e esperar que ela pudesse fazer aquela ideia passar pela cabeça dura daquele idiota alguma hora.

xxx

Não sabia se era alguma gentileza de algum Deus que pudesse ter ouvido suas preocupações naquela manhã, mas quando Hiyori já estava em casa às sete da noite folheando distraidamente um livro da faculdade, a porta se abriu com um estrondo e Yato surgiu por detrás dela, um sorriso no rosto e um saco com o que parecia ser comida chinesa nas mãos.

- Y-yato? - A jovem se virou quase que imediatamente, enquanto Yukine que estava deitado no sofá deu um pulo de susto. - Você chegou tão cedo-?

- Boas notícias, Hiyori! - Ele parecia ter brilhos rodeando todo o seu ser, então a mesma parou de falar para que ele continuasse. - Eu fui promovido!

- Eh? - Ela arregalou seus olhos, um sorriso abrindo caminho pela sua boca. - Sério?

- Hm! E eles pagam quase o dobro pela nova posição! - O homem continuou sorrindo orgulhoso, fechando a porta com um dos pés e se aproximando dela.

- I-isso é ótimo! - Ela sentiu seu sorriso se alargar mais; então aquilo queria dizer que ele poderia largar o segundo emprego agora, certo?

- Imagina, agora eu vou poder ganhar ainda mais com tudo! A mansão não está mais como um sonho tão distante, não é mesmo? - Ele riu para ela, ainda fazendo uma pose orgulhosa, mal percebendo quando toda a animação dela desapareceu logo em seguida.

Ah. Então ele não queria sair? Mas...

- E agora eu nem vou precisar me preocupar muito com o pagamento do anel! Só que talvez, só para adiantar isso, eu poderia falar com a Kofuku para ver se ela não...

- Yato.

- Hm? - O homem parou seu raciocínio consigo mesmo para olhar para sua noiva sentada no sofá, olhos postos sobre suas coxas.

- Você não acha que... Um emprego só não é o bastante? - Hiyori perguntou, hesitante. Ela se encontrara o interrompendo por instinto, então seria melhor continuar falando, certo?

- Eh? Mas Hiyori, desse jeito nós podemos-

- Ficar mais próximos de comprar uma mansão, eu sei disso. - A jovem suspirou, o interrompendo novamente. - Mas você acabou de comprar esse apartamento, Yato. Acabou de pagar a sua dívida. Não acha que está indo rápido demais?

-... Não, eu... - Ele parou por um momento, parecendo encabulado. - Eu achei que você também quisesse isso, Hiyori...

Ela o encarou. O gato que estava deitado ao seu lado virou a cabeça em sua direção, parecendo curioso.

- Yato, eu... - A mesma hesitou um pouco, mas retomou a coragem. Ela não podia recuar agora, não quando tinha de dizer aquilo. - Eu não preciso de uma mansão. Eu não preciso de uma vida sem preocupações, e definitivamente não preciso ser rica antes dos trinta anos.

Ela levantou-se do sofá, andando até ele. Pegou o saco com a comida e sorriu para o mesmo brevemente.

- Eu só preciso de você aqui, comigo. - Murmurou, sentindo seu rosto se esquentar involuntariamente. - Você, eu, e o Yukine. Não importa se aqui for um apartamento menor do que era a minha casa, ou que nós tenhamos que jantar comida chinesa de vez em quando. Só vocês dois aqui já basta.

Hiyori esperou que ele dissesse alguma coisa, olhos fixos no saco que segurava. Foi quando sua espera tinha começado a virar nervosismo que uma mão finalmente puxou as suas.

Yato retirou o saco dela com delicadeza, colocando a comida na mesa que estava próxima e trazendo seu rosto para cima com uma das mãos.

-... Desculpa. - Ele murmurou, seus olhos azuis refletindo culpa e afeição tamanhas que deixaram as pernas dela meio bambas. - Eu não queria te deixar sozinha assim.

- N-não, eu... - A jovem tentou negar a afirmação, mas o sorriso que ele abriu foi o suficiente para ela perder as palavras. Corando ainda mais, a garota voltou a olhar para o chão. -... Isso quer dizer que você vai sair desse seu emprego na lanchonete?

- É, eu posso fazer isso. - Ele concordou, subindo uma das mãos para segurá-la pela cintura e trazê-la mais para perto.

- E que vai poder vir jantar em casa mais vezes? - Hiyori subiu seus olhos para os dele, também se aproximando mais.

- Todos os dias. - Yato encostou sua testa na dela.

- Ótimo. - A jovem sorriu enfim, felicidade borbulhando em seu peito ao saber que finalmente parecia ter convencido aquele idiota, e o encontrou no meio do caminho quando a distância entre os dois teve um fim.

Yato deslizou uma mão pelos cabelos lisos dela até parar em sua nuca, curvando o rosto para poder beijá-la mais profundamente, e Hiyori respondeu-o de bom grado, braços se enroscando no pescoço do mesmo. Ela segurou um som de surpresa na garganta quando ele mordiscou seu lábio inferior para ganhar acesso, mal percebendo que ele estava a conduzindo para trás até que suas costas bateram na parede.

Ele se afastou um pouco, olhos levemente nebulosos e impossivelmente azuis a encarando de perto, e Hiyori sentiu um calor subir repentinamente por si mesma. Suas mãos apertaram o tecido da blusa dele por instinto quando ele passou da boca dela para seu pescoço, lábios traçando o caminho até sua clavícula enquanto mãos quentes subiam para tocar sua pele...

E um miado familiar pareceu acordá-la de seu estupor, olhos abrindo e as mãos que antes seguravam Yato mais para perto o afastando.

- Ah, espera, eu me esqueci de dar jantar para o Yukine!

- Vamos, Hiyori, ele pode esperar... - Yato resmungou, parecendo estar aborrecido por ter sido interrompido, envolvendo-a com os braços e tentando aproximar-se de seu pescoço novamente.

- Você quer que ele te arranhe de novo? - A garota bufou para ele, facilmente o afastando novamente de si mesma - ela era sim experiente em luta livre e mais forte que Yato desde a época da escola, afinal - e o encarando. - E, além disso, tenho certeza de que você não comeu nada direito hoje, deve estar morrendo de fome.

- Não é exatamente fome que eu estou sentindo no momento, sabia... - Ele direcionou um olhar emburrado para ela, e Hiyori corou novamente. Depois, ela puxou sua bochecha.

- Que tal deixar isso para depois, hm? - A jovem o repreendeu levemente, sorrindo quando ele esfregou a bochecha com uma das mãos e olhou irritado para ela. Ignorando o protesto silencioso de seu noivo, ela passou diretamente por ele, indo em direção da cozinha com Yukine seguindo ao seu lado.

Ela parou perto da porta, virando-se para trás para o homem ainda emburrado na sala de estar, e suspirou.

- Vamos logo, Yato. Não vai ser a mesma coisa sem você aqui, sabia.

Ele deixou sua birra durar por mais alguns segundos, mas por fim se moveu. Pegando a sacola com a comida na mesa, ele andou em sua direção até a cozinha.

Hiyori abriu um sorriso para o mesmo quando ele a alcançou, buscando a mão dele e a apertando-a de leve. Yato retribuiu o gesto enquanto eles andavam para dentro, e a mesma viu-se brevemente de volta ao Coffee & Whiskers, segurando as mãos dele e admitindo o quanto ele era importante para ela.

O Yato daquela época ainda tinha os olhos distantes de quem nunca soubera realmente o que era uma família. Olhar para eles agora, no entanto, era como estar voltando para casa.

E quando ele a encarou de volta, olhos brilhando levemente, ela soube que o sentimento era mútuo.

Fim.


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Notas finais do capítulo

EEEEE TÁ AÍ! Não ficou muito grandinho, era só para matar a saudade de yatori mesmo sdlkfjsdlkfjdfglk Mas ficou cheio de fluff, então espero que tenham gostado de ler! ♥ Eu ainda tenho que melhorar em cenas de pegação, haha...

Talvez quando a segunda temp. de Noragami estrear eu tenha inspiração para escrever mais sobre eles!!! Até lá, eu vou ficar aqui tentando não morrer com o mangá. Cadê a felicidade para o trio principal, hein.... ;v;

Até mais!