A Cruzada escrita por DemonKingley


Capítulo 3
Miguel & Erika - O Arco


Notas iniciais do capítulo

Capítulo com mais ação hoje



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/618791/chapter/3

Eu fui em direção ao salão de festas onde uma musica instrumental tocava. Um grande tapete vermelho cobria o chão e enormes lustres cobriam a parte superior do salão com velas que iluminavam o local. Vários casais estavam a dançar e eu avistei Julie usando um grande vestido preto e Elaine que estava com um vestido prata.

— Você esta linda Erika — disse Julie com uma taça de vinho em sua mão. — Não vai beber?

— Não gosto de bebidas.

— Qual é Erika, para de ser chata — disse Elaine também com uma taça de vinho.

— Onde estão os outros dois?

— Estão ali atrás disputando quem come mais — disse Julie apontando onde Miguel e Rafael pareciam duas crianças comendo.

— Francamente, vocês não tem modos não? — eu disse me aproximando deles.

— Calada. — retrucou Miguel.

— Por sinal você esta linda Erika — disse Rafael cuspindo comida.

— E eu ganhei! Haha, comi os 50kg de carne na sua frente! — disse Miguel se levantando da cadeira.

— Droga — disse Rafael abaixando sua cabeça — É a segunda vez que eu perco em uma semana pro mesmo cara.

— De qualquer forma, irei falar com o rei e garotas, não deixem a Erika beber por gentileza. Ela ainda não tem idade — ele disse se levantando da cadeira e se dirigindo a meu pai.

— Você não se incomoda? Digo, ver Miguel ser assediado por tantas garotas — disse Elaine bebendo outra taça de vinho.

— Não dou a minima. Miguel é bonito e forte, é normal que ele seja assediado por garotas.

— Ui, quem diria que a senhorita Erika era madura a esse ponto e tem grande confiança em seu noivo — disse Elaine com um sorriso irônico franzindo sua testa.

— Não entenda errado — eu disse a ela. — Não dou a minima pra ele.

— Até parece, aposto que você é claramente apaixonada por ele, mas se recusa a admitir — disse Elaine ainda sorrindo.

— Amar ele? Eu não me vejo amando alguém como ele, mas não descarto a ideia.

— O que disse? — disse Miguel me eletrocutando, mas não bagunçando meu cabelo como de costume.

— Retiro tudo que eu disse, eu juro que mato ele.

— Antes disso proponho a você uma dança — disse Miguel pedindo minha mão para dançar. — É verdade que odeio usar terno e roupa social no geral, mas já que estamos aqui vamos aproveitar. Além disso é uma oportunidade para conversarmos civilizadamente.

— Tudo bem — eu disse em seguida dei minha mão a ele para dançarmos.

Dançamos ao lado de vários outros casais. Ele era um bom lutador, no entanto para dançar era horrível. Sempre pisando no meu pé e se desculpando em seguida. É um lado que eu nunca conheci, mas foi interessante ver ele desajeitado. Ao fim da dança saímos do salão e fomos para um lago e nos sentamos em um banco. O dia estava estrelado e poucas nuvens. A lua estava cheia e ventava bastante onde eu tive que segurar meu vestido.

— Lembra de quando conversamos pela primeira vez? — eu disse as olhando para as estrelas.

— Como vou me esquecer da pirralha com nariz escorrendo e chorando pro pai porque tinha ralado o joelho ao brincar — ele disse com um sorriso bonito no rosto, coisa rara para mim.

— Não precisa lembrar disso...

— Eu lembro de seu pai me acordando. Ele me tratou bem, foi um pai pra mim.

— Então me diz, por que a gente não se suporta? Quando que passamos a nos odiar tanto?

— Quem sabe, mas isso terá que mudar depois que nos casarmos. Não quero que meu filho cresça com um clima hostil.

— Ou filha.

— Esta pensando no futuro é?

— Não é isso, é que… — eu disse um pouco courada.

— Vejo que o casal mais famoso do reino esta se dando bem — disse Genbu, membro da divisão de elite no reino, provavelmente o mago mais próximo de Miguel em questão de força ou talvez até mais poderoso. Genbu tinha olhos pretos escuros e um cabelo branco mesmo sendo bem jovem. Sempre utilizando a roupa de batalha que é branco com detalhes vermelhos dos lados e levando consigo uma espada longa nas costas.

— Olá Genbu, há quanto tempo — disse Miguel.

— Olá Miguel, é um prazer rever você.

— Você compareceu a festa? — disse Miguel olhando para Genbu com seus olhos azuis brilhantes, assim como a lua dessa noite.

— Não me dou muito bem com festas, então vim aqui aproveitar essa noite já que é minha ultima no reino.

— Irá partir?

— Sim Miguel. A divisão de elite irá se mover amanhã.

— É uma pena Genbu, gostaria de beber com você uma ultima vez.

— Infelizmente isso não será possível, mas venha a nossa despedida amanhã uma ultima vez.

— Eu não acho que isso será possível. Seu esquadrão não vai muito com a minha cara.

— Acho que é porque você derrotou todos os outros quatro de uma só vez mesmo tendo apenas dez anos e eles na casa dos vinte.

— Haha, eu tinha treze.

— Bem, até amanhã, espero que compareça — ele disse e desapareceu em uma rajada de vento.

— Devemos voltar para a festa — ele disse erguendo sua mão.

— Sim — eu disse dando minha mão junto a dele onde ele me eletrocutou e saiu correndo dando risada. — Qual é a sua? Um homem de vinte anos correndo dando risada? Espera seu doente! — eu disse correndo atrás dele. A festa continuou, Julie sendo assediada e Elaine bebendo mais que Rafael, a noite passou rápido e o dia da despedida de Genbu chegou.

— Que bom que veio meu grande amigo — disse Genbu se dirigindo com grande respeito a Miguel que se curvou ao mesmo.

— Se bem que eu gostaria que ele passasse bem longe daqui — disse Lucy, membro do esquadrão de elite. Lucy era loira e tinha olhos castanhos. Vinha acompanhada de um belo corpo. Usava uma camisa que deixava sua barriga de fora e um pequeno short.

— De acordo, odeio esse pirralho — disse Marcos. Marcos era alto e forte. Tinha um corpo musculoso e uma barba pra fazer. Utilizava uma calça e uma jaqueta que deixava seus músculos a mostra, além de uma cicatriz que cruzava seu olho direito.

— Não suporto olhar essa cara de peixe morto dele — disse Klaus. Ele usava um chapéu onde seu cabelo escorria até o ombro. Usando uma armadura e levando consigo uma espada em sua cintura.

— Miguel seu lindo! Me beija! — disse Elizabeth pulando nos braços de Miguel. Cabelos castanhos que desciam pela cintura e era ondulado. Olhos azuis e bonitos e uma pinta no canto da boca.

— Qual é? Não sou fã de segurar uma velha no colo — disse Miguel ironizando Elizabeth que tem trinta anos.

— O que disse? — falou Elizabeth olhando para ele com um olhar amedrontador. — Eu não consegui ouvir direito — ela disse seguido de um cascudo onde nocauteou Miguel.

— De qualquer forma, boa sorte na missão de vocês — eu disse me dirigindo a eles.

— É uma honra ouvir isso de você princesa, é provável que a gente se cruze. Até lá se cuida — disse Lucy com um belo sorriso.

— Bem, estamos indo! — disse Genbu pegando sua mochila e passando pelo enorme portão que ali se abria.

— Bem, agora é a nossa vez — disse Miguel olhando para mim. — Viajaremos em quatro dias, vamos nos preparar.

O dia finalmente chegou.

— Bem, estão todos aqui — disse meu pai erguendo sua mão e a colocando no ombro de Miguel. — Agora esta em suas mãos.

— Sim, conte comigo.

Meu pai olhou para mim confiante com um sorriso. Ele não disse nada, mas eu entendi perfeitamente o que ele quis dizer; Julie estava seria e completamente focada; Elaine não direi nada; Rafael sorrindo e eu… Bem, eu estava preparada para a missão então apenas assenti com a cabeça e sai pelo portão, pois agora nossa verdadeira missão começa.

Você consegue me ouvir? — disse uma voz que ecoava em meus sonhos.

Quem é você? — eu perguntei a ele.

Eu sou...

— Acorde Erika — disse Julie removendo minha coberta e não não permitindo que a voz terminasse o que estava dizendo. — Chegamos ao reino dos Elfos.

Eu usei meus dedos e abri uma brecha entre as cortinas da carruagem. Estávamos dentro da cidade. Florida e com vários rios que cortavam a mesma. Elfos olhavam para a carruagem mirando saber quem estava lá dentro.

— Ual, o castelo elfico é enorme — disse Elaine descendo da carruagem. — Nunca pensei que fosse entrar em um.

— Miguel, por que você esta pálido? — eu perguntei a Miguel que parecia estar com medo.

— Nada, além do fato de eu ter matado vários Elfos na ultima guerra e ter levado esse reino a sua pior crise da historia… Não tenho medo.

— Hm, não parece bem isso — disse Elaine. — Não me diga que o super herói chamado Miguel esta morrendo de medo só de pensar em encarar o chefão dos Elfos — ela acrescentou sorrindo ironicamente.

— Que bom momento para ver vocês — disse o Rei elfico saindo da porta do castelo. — Precisam de algo?

Eu fui a frente dele e me ajoelhei.

— Meu Rei, precisamos encontrar as armas milenares e precisamos de sua ajuda para encontrar o mapa das mesmas.

— Entendo, ficarei feliz em ajudar vocês — ele disse sutilmente. — Olá Miguel, a quanto tempo? — acrescentou com um falso sorriso.

— Olá velho, vejo que continua jovem e belo — disse Miguel ainda pálido, mas sem perder seu tom arrogante.

Não é incomum ele elogiar o Rei Elfo, pois até eu vejo que o Rei é lindo. Olhos vermelhos cristalinos e longos cabelos brancos, usando uma roupa branca que cobria todo seu corpo, e suas mãos que era protegida por luvas que pareciam feitas de um material que eu nunca vi.

— Como sempre educado, se lembra de quando lutamos? — ele disse e em seguida começou a caminhar em círculos em volta de Miguel que ficou mais pálido ainda.

— Claro que lembro coroa, você usou seu arco e flecha alado e destruiu meu exercito com uma flecha, em seguida você ficou em minha frente e com um dedo destruiu minha armadura e com um olhar me jogou a quilômetros de distância, bons tempos.

— Sim, ai veio aquele garoto… Como era o nome dele mesmo? Acho que era Ethan — disse o Rei sorrindo e parando na frente do Miguel que desviou o olhar lentamente. — Não me entenda errado, estou apenas relembrando meus tempos de soldado com um ex companheiro de guerra.

— Entendo…

— Ual que clima tenso — disse Rafael. — Da pra ir direto ao ponto?

— As cavernas, ficam ao leste, fora das muralhas e longe da cidade. Três dias a pé passando pelo bosque das ilusões.

— Bosque das ilusões? — perguntou Julie tomando a frente.

— Sim, é um bosque traz a tona seus maiores desejos o prendendo para sempre — disse Julie. — Sendo assim precisamos ficar juntos e não cair em nossos desejos, interessante.

— Eu não irei — disse Rafael. — Irei para o Norte tem uma arma lá correto? Se tudo ocorrer bem, nos encontraremos no Oeste.

— Sim, mas não recomendo que vá sozinho — disse o Rei. — Fica no vulcão adormecido de Irgur.

— Não se preocupe comigo — ele disse arrumando sua mochila em suas costas e saindo pela porta.

— Darei os mapas para vocês. Boa sorte. — finalizou o rei nos dando os mapas e se virando indo em direção a seu castelo. Uma carruagem nos levou até a entrada do bosque das ilusões. Arvores enormes cercavam o local e tudo que precisávamos fazer era seguir a trilha única, porem ao entrar na floresta sentimos aquilo que se chama de vazio.

— Garotas, preciso que vocês durmam — disse Miguel que estava a nossa frente.

— Por que? — eu perguntei.

— Porque nossos desejos vão começar a florescer aqui nos prendendo, tudo bem Miguel, faremos isso — disse Julie sentando-se a uma pedra.

— Exato, alías as flores estão vermelhas, combinam com você Erika — disse Miguel arrancando uma flor e a botando entre meu cabelo. — Pronto, assim fica melhor.

— Hm, você ficou corada, que fofa — disse Elaine.

— C- Calada — eu respondi.

— Finalmente chegaram, estou a dias esperando vocês — disse Loki sentado em uma pedra. — Achei que não viriam.

Miguel nos acordou. Eu fiquei com um pouco de dor de cabeça, então sacudi minha cabeça e olhei para Loki que estava a nossa frente.

— Como chegou aqui? Como sabia que viríamos aqui? — eu perguntei a ele puxando uma de minhas adagas. Julie puxou uma espada de suas costas e Elaine com uma pequena faca assumiu uma posição defensiva.

— Não importa, minha missão é assegurar que vocês não peguem a arma.

— Entendo, sendo assim será impossível pegar as armas sem uma batalha antes — disse Miguel puxando sua longa espada de suas costas. — Eu matarei você, confie em mim.

— Miguel, você era o mais fraco entre nos, é impossível para você me derrotar.

— Você deveria entender que é apenas uma copia daquele homem. Seu talento para copiar habilidades de luta é impressionante, porem tem um defeito, você só consegue copiar habilidades que sejam parecidas com aquela pessoa.

— O que esta dizendo? Não a nada que eu não possa copiar!

— Venha!

— Matarei você sem muito esforço!

— Vai tentar a sorte fadinha dos dentes? — respondeu Miguel caminhando lentamente na direção de Loki.

Ambos saltaram na direção de seu adversário causando um impacto. Quando suas espadas se encontraram, derrubaram a mim e minhas companheiras no chão. Miguel tentou cortarLoki na vertical, porem o mesmo virou seu corpo e contra atacou com sua espada pelo lado direito utilizando uma de suas espadas onde Miguel deu um mortal para trás e chutou o queixo de Loki o jogando no chão. Loki se levantou e desferiu golpes em alta velocidade, Miguel em um ultimo recurso para sair da pressão de Loki concentrou a eletricidade em sua espada e atacou. Loki nesse momento sorriu e colocou suas duas espadas na frente para se proteger e o impacto aconteceu. A espada de Miguel se quebrou em vários pedaços e Loki enfiou uma de suas no estomago de Miguel e em seguida o segurou pelo pescoço.

— Fraco, odeio fracos! — disse Loki. — No entanto você é o primeiro deles que eu respeito.

— Respeitar… Você é tão burro que me colocou no melhor lugar possível para te atacar.

— O quê? — disse Loki com uma cara mais preocupada.

Miguel colocou suas duas mãos na cabeça de Loki e desferiu uma enorme quantia de eletricidade diretamente na cabeça do mesmo.

— Corram! Vão para a caverna, eu segurarei ele aqui! — gritou Miguel nos dando uma ordem.

— Mas e você? — eu perguntei a ele.

— Vão logo droga! — ele gritou.

Corri ao lado das garotas para dentro da caverna. Era enorme com coisas escritas em uma outra linguagem em toda a caverna, eram riscos que continham formas estranhas entre triângulos e quadrados ou círculos.

— O que é isso? — perguntou Elaine. — Eu nunca vi nada assim antes.

— É a linguagem ancestral; não sei como ler isso — disse Julie passando sua mão entre as escritas na parede.

Continuamos a caminhar pela caverna onde morcegos voavam por cima de nós. Quanto mais fundo íamos nas cavernas, mais escuro estava ficando. Julie pegou uma tocha e usou uma magia de fogo para que pudéssemos ver melhor.

— Tem um portão a cem metros — disse Elaine.

Continuamos a caminhar e quanto mais fundo íamos na caverna, alguns cadáveres começaram a aparecer. Estavam com teias dentro e algumas estavam até pendurados na parede.

— São das tribos do norte — disse Julie vendo o uniforme de um dos cadáveres que só sobrou os ossos.

— Aquelas tribos que são liderados por uma criança? — disse Elaine.

— Boatos que é uma criança, ninguém jamais viu — respondeu Julie e seguiu andando.

Chegamos a um imenso portão com a simbologia dos doze sóis que pareciam girar em torno de um maior que ficava ao centro. Atrás dos doze sóis pareciam humanos reverenciando aos mesmos em algo que talvez fosse uma dança.

— Isso é incrível — disse Julie passando sua mão sobre os desenhos no portão. — Toda a história dos deuses deve estar escrito aqui.

— É capaz — eu falei enquanto botava minha mão sobre o portão. Meu olho naquele momento começou a doer e uma luz saiu dela que removeu meu tapa olho. Eu fechei meu olho, porem a dor era tanto que em um momento de descuido eu abri e direcionei o olhar para a porta. — Eu consigo ler.

— Princesa, você esta bem? — disse Elaine botando sua mão em minhas costas. — O que foi isso?

— Eu não sei, mas agora eu consigo ler tudo que esta escrito no portão.

— E oque diz? — perguntou Julie.

— Aqui fala que Murdock, um dos doze deuses criou essa arma para derrotar Unya em seu despertar.

— É só isso? — disse Julie.

— Sim, não fala nada sobre como abrir esse portão ou algo parecido — eu dizia, porem avistei uma marcação mais ao lado do portão e rapidamente li em voz alta. — Aqui diz que somente aquele com o sangue de Anya pode abrir o portão.

— Você tem o sangue dela Princesa! — disse Elaine.

— Sim, mas não sei como abrir ele ainda.

— Princesa, aqui tem uma especie de buraco — disse Julie apontando seu braço para uma entrada ao lado esquerdo daquele enorme portão.

Eu cheguei e botei meu braço dentro do buraco, porem não aconteceu nada. Eu em seguida peguei uma pequena faca e abri um corte em meu braço e novamente coloquei dentro do buraco e dessa vez saiu uma luz do mesmo. O buraco começou a puxar meu sangue e eu senti uma leve fisgada, mas logo passou. Meu sangue começou a passar pelos pequenos canais no portão e segundos depois o portão abriu.

— Isso! Você conseguiu! — gritou Elaine feliz.

— Ali esta, o arco — disse Julie entrando pela porta. — Você deve pegar o arco Princesa, somente alguém com o sangue de Anya pode pegar ele, vá em frente!

— Ok — eu caminhei na direção do arco e tentei pegar o mesmo, porem o mesmo me rejeitou.

Fraca! Tem esse sangue, e mesmo assim é fraca, me recuso a ter você como minha líder — o arco falou comigo e eu fiquei sem entender, pois nunca tinha ouvido uma arma falar antes.

— Escuta aqui arco, não me importa se sou forte ou fraca, o que importa é que preciso de você para matar aquele desgraçado chamado Unya, então não me importo se você me aceita ou não, eu vou pegar você! — eu disse e em seguida coloquei meu braço sobre o escudo que protegia o arco. Uma dor muito forte que parecia corroer meu braço foi sentida, mas eu não recuei e mantive meu braço ali onde a voz feminina do arco falou comigo novamente.

Sua louca! Tire seu braço dai, ele será destruído!

— Dane-se. Eu vim aqui pra pegar a porra do arco e não saiu dessa merda de caverna sem um! — eu gritei com ela.

Tudo bem — disse o arco removendo a barreira sobre ele. — Eu aceitarei você como minha mestre. Gosto da sua força de vontade e sua magia parece forte, tem um futuro, mas ainda é fraca.

— Mudou de ideia bem rápido — eu disse com a respiração pesada e segurando meu braço que parecia ter sido arrancado.

Me pegue logo antes que eu me arrependa — disse o arco que já parecia estar arrependida.

— Ual, isso me pareceu erótico — disse Elaine seguido de uma risada leve tampando sua boca com a sua mão.

— Vamos logo! Miguel deve precisar de nossa ajuda — eu disse e peguei o arco que brilhou e ganhou uma cor. O arco que antes era bege agora estava brilhando e se tornando vermelho com uma lista que cruzava todo o arco em dourado que parecia ouro.

Nossa, me sinto jovem novamente, aquela poera estava me incomodando.

— Então essa é a sua cor original? Vermelho? — eu perguntei.

Eu me moldei de acordo com a sua magia e sua cabeça, eu estou ligado a você agora.

— Como naquelas historias de mestre e servos? — perguntou Elaine.

— Não, não sou serva de ninguém e cale sua boca garota com cara de gato. Sua voz me irrita.

Elaine pareceu irritada, mas não retrucou. Demos meia volta e voltamos para encontrar com Miguel que havia ficado para trás.

— Eu escuto sons… são gritos. Miguel está perdendo. vamos logo! — gritou Elaine.

Que magia poderosa são essas? — perguntou o arco.

— É Miguel que esta lutando contra um inimigo — respondeu Julie.

Miguel? Imagino que ambos são da Anarquia.

— Como sabe da Anarquia? — eu perguntei.

Anarquia é o esquadrão de elite de Unya há mais de mil anos. É o maior esquadrão de elite do mundo.

— Mas isso não explica como conhece ele — disse a Julie puxando sua espada.

Você já deve ter escutado sobre a piramide magica correto? — ela disse e eu assenti com a cabeça. — Vocês desse planeta tem em média um quinto da piramide, ficam na primeira base. A Anarquia normalmente ocupam a segunda base da piramide.

— Então a magia deles ocupam a segunda base da piramide? — perguntou Elaine.

Sim, porem só um deles, o outro esta na terceira.

— Piramide? E quem ocupam as duas primeiras posições? — perguntou Elaine que parecia curiosa sobre o assunto.

— Normalmente o quarto nível é alcançado quando sua magia atinge o nível máximo… Apenas os escolhidos conseguem chegar lá. Algo como um milagre.

Rapidamente me veio a mente meu pai, que foi capaz de derrotar toda a Anarquia antes sozinho… E então uma pergunta veio a minha cabeça.

— E a nossa? Consegue saber? — fiz outra pergunta.

— Elaine e Julie são comuns. Estão na base. Já você garota, não consigo medir, mas se eu pudesse chutar eu diria que esta no terceiro nível.

— Tem certeza? Eu não me sinto poderosa…

Como eu disse, algumas pessoas não tem controle… você é uma delas.

— Ali, o fim da caverna, vamos rápido — disse Elaine acelerando e correndo mais rápido.

Saímos da caverna onde vimos Miguel sendo levantado pelo pescoço e em seguida Loki deu um chute no mesmo que voou na direção de arvores a quebrando. Loki estava muito ferido e cheio de sangue cobrindo seu corpo. Suas espadas estavam quebradas no chão e seu braço direito parecia estar quebrado. Do outro lado Miguel se levantava mancando com alguns cortes em seu corpo. Seu sangue escorria pelo seu olho direito onde ele o manteve fechado. Seus cabelos loiros? Estavam vermelhos e manchados com sangue em grande parte.

— Venha Miguel! Vamos acabar com isso de uma vez por todas! — gritou Loki com uma respiração pesada.

— Você se rebaixou Loki — disse Miguel — Por que se unir a Anarquia novamente? Você é uma boa pessoa, talvez a pessoa de melhor coração na Anarquia então por que se unir a eles novamente?

— Não tenho pra onde ir, ou um proposito — disse Loki erguendo sua cabeça acumulando toda sua magia em seu punho. A magia dele parecia girar sobre seu braço, provavelmente estava planejando um ataque final. — Eu apenas, quero ir pra casa.

— Então venha comigo. Vamos para casa Loki, o reino Anya aceitará você.

Loki sem pensar duas vezes atacou Miguel que se esforçava para acumular magia em seu braço. Miguel gritava em desespero para fazer a mesma coisa que Loki, mas ele nunca soube acumular magia ou controlar ela em determinado ponto; então ele usou tudo que tinha em um golpe e lançou uma rajada de raios; onde Loki desviou movendo seu pescoço mais ao lado. O impacto da rajada destruiu todo o bosque das ilusões atrás de Loki criando uma enorme cratera. Loki se aproximou de Miguel onde o mesmo esgotado não pode se mover e o ataque seguido de uma forte explosão aconteceu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu resolvi abrir um questionário sobre perguntas ou seja, se tiver duvida sobre os personagens no quesito vida pessoal deles pode perguntar.
Exemplos: Hobbies; Comida favorita; o que mais odeia; o que mais ama etc... Estou aberto a tudo



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Cruzada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.