Dolorosamente Prazeroso escrita por black rose


Capítulo 1
Dor


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui de novo com mais uma fic curtinha! *3* Sei que muita gente est esperando por um lemon daqueles bem hard, mas esse aqui est mais pra um pseudo-lemon...u.u... mesmo assim espero que gostem,ok? >.o
**Fic dedicada Mikashi-chan, leitora do Social Spirit**



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- A-Aaaahhh...

Dor.

Se aquela estranha relação entre eles pudesse ser definida em uma única palavra, seria dor, tanto física quanto emocional, mesmo que nenhum deles admitisse essa segunda parte.

A dor sempre esteve presente quando ambos estavam envolvidos, inicialmente apenas dor física, no entanto, há muito mais nessa palavra do que simplesmente sofrimento, nem sempre sentir dor precisamente seria definido como algo ruim; pelo menos não pra eles. Pra eles a dor fazia com que se sentissem vivos, mais humanos talvez. Causava neles um misto de sensações: raiva, surpresa, empolgação, divertimento, prazer... Era divertido aquele jogo de machucar e ser machucado, sentir dor lhes dava ainda mais vontade de causar dor; era prazeroso sentir os punhos se chocarem contra o rosto alheio ao mesmo tempo em que uma afiada lâmina lhe cortava o abdome; ou então quando se ouvia o característico e melodioso som de ossos se quebrando, ou melhor, sendo quebrados; era maravilhosa, quase poética, a beleza sublime resultante do sangue intensamente rubro contrastando com o brilho frio e prateado das lâminas fincadas profundamente na pele levemente dourada; ou o contraste exuberante e chamativo, vivo, um colorido magnífico de hematomas na pele naturalmente pálida.

Era difícil de explicar. Tanto que nem eles próprios entendiam completamente. Não havia lógica no que sentiam, era insano, uma insanidade extremamente instigante e viciante. Excitante. Seus corpos reagiam por instinto, atraindo-se como ímãs, buscando violentamente por contatos cada vez mais demorados, mais dolorosos, mais desejosos.

Mãos inquietas que queriam ter seus dedos embrenhados nos fios claros charmosamente bagunçados. Dentes fortes querendo cravarem-se no pescoço pálido e marcá-lo como seu, apenas seu. O abdome forte, largo, repleto de cicatrizes que pareciam convidar ao toque. Lábios, vermelhos e finos, rosados e grossos, ansiosos por um toque, por um beijo...

Não foi surpresa alguma para nenhum deles quando as mãos grandes e fortes ao invés de arremessarem o corpo magro contra a parede apenas o empurraram contra ela; e nem quando a lâmina afiada, ao invés de adicionar um novo corte ao abdome já repleto de cicatrizes, apenas cortou o tecido que o cobria, resultando em um rosnado irritado e uma risadinha sarcástica; e, definitivamente, não foi uma surpresa quando os lábios se chocaram com violência, em algo que parecia mais uma batalha do que um beijo, uma batalha onde língua, dentes e lábios eram as armas, uma batalha onde ambos perdiam e ganhavam sem se importarem com o placar, uma batalha onde, aos poucos, ambos os lados ganhavam novos aliados: unhas curtas e afiadas, tal como lâminas, cravando-se na pele alheia; mãos grandes e absurdamente fortes apertando sem qualquer delicadeza o corpo menor, ambos os corpos pressionando-se um contra o outro, numa busca desesperada por mais contato.

O local nunca teve a menor importância. Não importava se estavam em um beco escuro, no banco traseiro de um carro previamente danificado pela força descomunal de um deles, nos fundos de algum prédio abandonado, ou no apartamento de um deles, como era o caso. Era sempre difícil precisar de quem partia a iniciativa, nem eles próprios tinham muita certeza, às vezes um olhar ou um ínfimo toque já era o suficiente para que algo mais além das brigas costumeiras acontecesse entre eles. Não que houvesse espaço para beijos carinhosos ou toques gentis, muito pelo contrário, aquele tipo de envolvimento entre eles muitas vezes se tornava mais violento e agressivo do que as perseguições freqüentes pelas ruas da cidade.

Beijos lascivos e luxuriosos que deixavam os lábios inchados e doloridos; mordidas fortes no pescoço, suficientemente capazes de arrancarem sangue; vergões intensamente vermelhos causados por unhas afiadas, alguns tão profundos que rompiam a pele, colorindo-a com o líquido rubro; toques rudes e bruscos, que só faziam marcar dolorosamente a pele outrora pálida, assim como os beijos e mordidas nada gentis marcando possessivamente a pele dourada de sol. Não havia cuidado ou qualquer delicadeza de um para com o outro, só havia dor e uma busca incessante e desenfreada pelo prazer, tão desesperada e intensa quanto as estocadas fortes e profundas no corpo alheio, os gemidos altos e descontrolados ecoando pelas paredes do quarto, puxões nos cabelos, mordidas nos ombros, e um novo beijo, profundo, intenso, luxurioso, e cheio de alguns outros sentimentos aos quais eles preferiam ignorar; um beijo que parecia ser o estopim para que a dor desse completamente lugar ao prazer, embriagando-os com o orgasmo e permitindo, mesmo que por breves instantes regidos pelo cansaço e sonolência, uma troca singela de carícias, seguidas por beijos calmos e calorosos antes que o cansaço finalmente os vencesse.

Aqueles poucos instantes de carinho eram uma fraqueza, uma fraqueza ao qual eles não podiam – não queriam – se permitir, daí vinha a necessidade ainda maior de causar dor e sentir a mesma dor em retorno. Era doloroso ter que se livrar do abraço caloroso do outro, ter que suprimir a vontade de deitar-se novamente e retribuir o abraço, ter que resistir a vontade de beijar uma vez aqueles lábios, ter que ir embora, por que ficar poderia se tornar algo ainda mais doloroso.... Assim como era doloroso acordar sozinho depois de ter dormido acompanhado, não ter aquele calor reconfortante emanando do corpo do outro, não ter os beijos, ah, os beijos... Mas por mais doloroso que fosse não ter nada daquilo, talvez ter fosse ainda mais doloroso. Mas de qualquer forma, nenhum deles achava aquilo necessariamente ruim, afinal, era daquilo que aquela relação era feita: de dor.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram??? *u*!!!!
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