Vermes, Cemitérios e Poesia escrita por V M Gonsalez


Capítulo 1
Sr. Silêncio


Notas iniciais do capítulo

Estrutura: Quartetos// Métrica: Livre// Rimas: Intercaladas// Tema: Um personagem original, o músico Silêncio, umas das entidades mais poderosas de meu universo, filho da Morte



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Da Morte, filho querido

Músico perfeito

Acordes a retumbar no peito

Nos olhos, suspiro contido

.

Lúgubre paz no ar,

Suspiro fugaz do amante,

Lágrimas no rosto do viajante errante,

O mundo morfeu a sonhar.

.

No amor, na dor, o Silêncio,

Cantor do apocalipse,

Poeta do eclipse,

De tudo, a nada veio

.

Silêncio desolador,

Dos mortos o hino,

Dos vivos o destino,

Silêncio que embalsa a dor

.

A todos aqueles que esta vida deixam

O silêncio, último lamento,

Na morte, vida fugaz como vento,

Acordes perfeito que sejam.

.

Silêncio absoluto

Dor, sofrimento, agonia,

Solidão, terror, monotonia

Coração palpita alto no peito

.

O Silêncio põe-se a tocar

O eco vazio

O doce anil

Do céu e da lua a brilhar

.

Um doce som grave

Onda de leveza

Harmônica beleza

Da paz a chave

.

Toca com calma,

Toca com graça,

Não faz vibrar a taça,

Sua música se ouve com a alma

.

Na quietude d’alma se põe a tocar

Som eterno da música invisível

Paz interna, ilusão crível,

Silêncio, que alimenta o sonhar

.

Com dedos leves toca a divina canção

Ondas oníricas percorrem o ar

Vítreas notas, na alma a ressoar,

De todas, a distinta sensação

.

Droga dos sonhos,

Silêncio, o temor dos tolos

O amor dos sábios

Silêncio, celeste ao tocar nos infernos.

.

Nas montanhas, sufoca o ar

Nos mares, aplaca a ira

Nos céus, absoluto, suspira,

Silêncio, o arauto do pesar.

.

Sinta n’alma o real fictício

Manifestação terrena da pura perfeição

Pois a mais bela canção

É a do Silêncio.


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Notas finais do capítulo

Aqui farei uma pequena explicação da poesia. Caso queira manter sua interpretação pessoal, sinta-se livre, e se possível comente >.Bem, o Silêncio, como comentado anteriormente é uma das muitas criaturas de meu universo particular, filho da verdadeira Morte, sendo um de seus filhos mais poderosos. Silêncio atingiu um nível de poder e sabedoria que está acima de quase todas as outras criaturas, sendo que sua música ultrapassou o poder de seus irmãos, o Tempo e o Espaço, sendo capaz de alterar diretamente a realidade e a imaginação. Ele não tem uma filiação ao bem ou ao mal, fazendo apenas o que julga certo, de acordo com seus princípios que ninguém conhece.A ideia que quis retomar com esse poema foi aquela sensação estranha que temos com o silêncio. Sabe, quando estamos em um enterro, quando levamos uma grande bronca por algo que fizemos, ou até mesmo quando estamos ao lado de quem gostamos, sem ter/precisar de nada pra falar? Bem, é essa sensação que quis passar com este poema, essa amplitude do poder do Silêncio. Sua música é "silenciosa" pois está muito acima de nossos sentidos, sendo sentido apenas por nossa alma. Espero que tenha sido bem sucedido >.