Razões Para Amar escrita por Febraico


Capítulo 2
• Welcome to Storybrooke




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A estrada estava sinuosa quando começou a chover. Emma acionava o limpador de para-brisas e olhava a sua volta com toda a atenção para achar um posto ou uma conveniência para avisar os pais de Aurora que logo a garota estaria de volta. A chuva parecia engrossar a cada minuto que se passava e Aurora permanecia adormecida. Swan ficou intrigada, o que fazia tal garota a beira da estrada? Fugindo de casa, mas pra quê? Será que seu lar não era bom quanto aos lares que Emma frequentou na adolescência?

Emma riu baixinho ao lembrar-se de como tinha sido difícil achar um lar quando criança. Emma, também, lembrara-se de quão difícil foi adotada pela primeira vez. Vendo todas as garotas do orfanato indo e ela ficando, eis que finalmente um casal viera buscá-la, com nove anos, mas não durou muito na casa. A filha biológica do casal pegou uma joia rara da mãe e colocou na mala de Emma, colocando a culpa na garota e resultou em devolvê-la ao orfanato, porém Emma não se abalou. Depois disso Emma ficou um bom tempo sem ser adotada novamente. Em média, Emma Swan permaneceu cerca de três a cinco meses em cada lar. Nunca ficou mais que isso.

Cada família que Swan conviveu e depois foi devolvida só a fez ser forte e a aguentar qualquer um que a queira diminui-la. Após todos esses pensamentos sobre seu passado, Emma percebeu que Aurora se mexia no banco do carona. Aurora bocejou ao se espreguiçar e esfregou seus olhos com seus delicados dedos e olhou para Emma, já que a mesma estava observando seus movimentos.

— Não passamos por nenhuma cidade ainda? — Aurora questiona.

— Não... Acho que peguei um caminho errado, mas estamos quase lá. Espero.

Swan responde com um pouco de esperança. Ambas, principalmente Emma, achou estranho por não terem passado por nada desde a saída de Boston. Elas estavam na estrada há horas, deve ser sido um atalho que Emma pegou por engano ou algo do tipo, mas Emma não se lembra de ter saído da rodovia. Por ora, era aquele caminho que a mesma tinha que seguir, sem voltar.

— Dormiu até cessar a chuva.

Emma, ao perceber que a chuva acabara, faz uma observação para quebrar o gelo. Aurora apenas assente com a cabeça, acomodando-se no banco. Bom, Emma não recebeu nenhuma resposta, então a mesma resolve puxar para outro lado da conversa.

— Por que está fugindo de casa?

Nada.

— Não liga que seus pais, por mais que adotivos, irão atrás de você? Irão se preocupar por onde você está andando?

Aurora abaixa a cabeça, pensativa. A garota apenas quer ir saber algo sobre seus pais biológicos, coisa que os adotivos negaram a vida toda.

— Então deve ter tido problemas com o filho, ou filha, biológico do casal? Eles têm um filho, certo?

— Tem um menino, mas não é nada disso.

Emma prosseguira seu caminho em silêncio, já que sua parceira de viagem não estava a fim de falar. Emma, por fim, resolve mexer no rádio até que, ao mudar muitas vezes de canal, percebe que várias estações de rádio estavam sem sinal. Que sorte hein. Swan aceita sua derrota, desiste de vez em deixar de lado o rádio e volta sua atenção para a estrada.

Aurora se acomoda mais no banco do carona após dar um suspiro de alívio e fechar os olhos por um breve segundo ao avistar uma placa de indicação a poucos metros afrente. Emma olha estranhamente para Aurora antes de perceber a existência da placa.

Storybrooke?

Emma para seu carro ao lado da placa “Seja Bem-Vindo a Storybrooke” e pega o mapa. Confusa, Emma tenta se localizar, mas no mapa não tem nenhuma referência sobre essa cidade. Até pensou que seu mapa era um dos antigos.

— Tudo bem então, já que não sei onde estamos vamos adentrar nessa cidade e pedir informações.

Emma faz uma pausa para dar partida no carro e continua:

— E depois ligaremos a seus pais e voltaremos para Boston.

Com um sorriso no rosto, Swan olha de lado para Aurora e percebe que a garota estava fazendo careta. Emma ri baixinho ao balançar a cabeça sutilmente e acelera o carro. Emma via naquela garota a Emma adolescente. Destemida, irreverente, sarcástica e sempre estava pronta para fazer o que der e vier. Mas, assim como Emma, toda aquela birra que Aurora estava com a família adotiva iria passar. Emma superou todos aqueles que um dia a subestimaram, e pelo que descobria sobre Aurora só pelo modo da garota agir, estava estampado na cara que Aurora seria, igual não, mas parecida com Emma.

Após circular por alguns minutos pela cidade Emma resolve, por fim, estacionar em frente ao tal de Granny’s Diner. Deve ser uma lanchonete ou algo do tipo, Emma pensou. As garotas estavam sem comer a horas e Emma caminhou em direção ao estabelecimento e Aurora a seguiu.

— Bem vindas ao Granny’s Diner — Uma garçonete vinha de encontro das duas — Sou Ruby e aquela é a vovó. O que deseja?

Swan, sem fazer muitos rodeios, pediu dois cafés com leite e duas panquecas. Ruby anotou seu pedido e saiu da mesa deixando ambas sozinhas. Tinha algo incomodando Aurora e Emma percebera, só não sabia o que era. Desde que atravessaram a linha da entrada da cidade Aurora estava com um olhar diferente e estava muito inquieta, mas Emma achou melhor não perguntar e deixar Aurora confortável o bastante para a mesma dizer sem pressão. Ou aquilo seria apenas fome. Talvez.

— Aqui está moça.

— Obrigada. — Swan agradece e desvia seu olhar para Aurora — Toma aqui, deve estar com fome.

Aurora não rejeita, mas também demora a aceitar. A garota estava faminta, de fato. Desde que tocou no garfo não parou nem para respirar ou tomar um gole de seu café e Emma só observava com um sorriso no rosto.

— Que foi?

— Nada, apenas estou... Vamos. Precisamos achar um telefone para ligarmos para seus pais já que meu celular está sem bateria.

Ambas terminaram de comer e Emma pagou a conta no caixa enquanto Aurora já se retirava da lanchonete.

— Volta mais vezes.

Vovó falava para Emma e a mesma assentiu com a cabeça e se pôs ao caminho da saída acenando para Ruby e para vovó quando, distraída, esbarra em um rapaz e derruba o café, que o mesmo segurava, nos dois. Emma estava prestes a soltar seus cães em cima do rapaz, mas pensou melhor ao voltar seu olhar para o rosto do moço. Aqueles olhos foram o bastante para acalmar Emma, aquela mão que tinha acabado de soltar a xicara ao chão e estava posicionada no cotovelo de Emma e aquela barba tão bem feita deixou Emma Swan sem reação.

— Desculpe-me.

Emma corou e para disfarçar resolveu agachar para pegar a xicara e ao se levantar percebeu que no lugar de ser uma mão do homem que acabara de se trombar estava um gancho. A garota colocou a xicara no balcão próximo e sorriu de lado.

— Perdoe-me. Está tudo bem?

— Estou bem, é só minha blusa...

Emma parecia incomodada com a blusa toda encharcada de café, mas não estava. Ela só precisava de uma desculpa para prolongar mais a conversar com ele.

— Sorte que não estava mais quente. — O homem sorri. — A propósito, sou Killian Jones.

— Emma Swan.

Killian estendeu seu gancho com intenção de dar um aperto de mão, Emma riu timidamente e Killian também achou graça e trocou as mãos. Swan apertou a mão do rapaz e saiu do Granny’s. Emma até tinha esquecido que Aurora estava lá fora a sua espera, a mesma estava andando pra lá e para cá impaciente de tanto esperar.

— Por que demorou tanto pra sair desse lugarzi... O que houve? — Aurora percebe que Emma estava com uma mancha enorme na camiseta.

— Isso foi um incidente. Vamos, fiquei sabendo de uma pousada precisamos de um banho e descansar.

— Então vamos ficar aqui? Não vai mais ligar para meus pais?

— Enganada. Já está ficando tarde e não vamos pegar estrada à noite. Amanhã de manhã quando eu falar com seus pais, voltaremos a Boston.

Aurora revirou os olhos e bufou.

Ao entrarem no hall da pousada Emma solicita um quarto e ambas caminham até o determinado cômodo. Aurora se joga na cama, mas não era uma das mais confortáveis que a garota deitara. Emma, ocupada com as suas malas, tem uma pequena dificuldade ao fechar a porta atrás de si, mas a mesma consegue fechar e acomoda as malas num canto do quarto e se direciona ao banheiro.

A água estava congelante, Emma se esforçou muito para não reclamar já que ali não era, nem chega perto de ser, uma pousada cinco estrelas. A garota ficou minutos pensando no incidente com o rapaz no Granny’s Diner naquela tarde. Killian era seu nome, Emma lembrara. Algo estava martelando em sua cabeça a ir para fora daquela pousada, talvez seu subconsciente ou outra coisa. Swan se envolve na toalha após desligar o chuveiro lembrando que não tinha tirado nenhuma peça para vestir da mala e direciona até o quarto.

— Esse biscoito me fez ficar com mais fome.

Aurora reclamava ao ver Emma sair do banheiro. Aquele biscoito era uma das poucas coisas que Aurora carregava quando Emma a abordou na beira da estrada.

— Vou até o Granny’s pegar algo para jantarmos. — Respondeu Swan terminando de se vestir. — Volta já e não sai daqui.

Swan, quase pronta para sair, secou seus longos cabelos e largou a toalha num cabide atrás da porta do banheiro. Ao sair da pousada, Emma tenta se localizar e aproveita a verificar se seu fusca estava ali. Estava. A garota resolveu caminhar até a lanchonete para ir conhecendo a cidade a qual estava.

— Loja de Penhores do Sr. Gold. — Emma lia os letreiros por onde passava.

— Sr. Gold é uma ótima pessoa. — Killian aparece por trás da garota e a assusta.

Swan permaneceu sua mão ao peito até ver claramente o rosto de Killian atrás dela. Depois que sentira mais aliviada, Emma sorriu e corou ao olhar para o rapaz que passava a mão dele nas costas dela.

— Meu Deus... Você me assustou.

— Não era essa intenção. — Sorriu Killian.

A garota voltar a andar a caminho de seu destino e Killian a acompanhou. Eles permaneceram um ao lado do outro em silêncio já que Emma não sabia o que falar para o garoto e nem ele para ela. No Granny’s Diner, Swan pede dois lanches para viagem e por educação pergunta se Killian queria um também. O mesmo nega com gentileza e pede para sentarem enquanto aguarda o pedido ficar pronto.

— Quem é Sr. Gold?

— Uma ótima pessoa. Você conhecerá em breve. — Killian desviou seu olhar para baixo ao responder. — Será que posso pagar dois cafés por enquanto?

— Pode — Swan corou ao responder rindo.

Killian se levantou e pediu o que desejava. Quando Ruby apareceu no balcão com as duas xicaras o rapaz agradeceu pagando-a e tirou do bolso um frasco com um liquido azul escuro. Demorou um pouco ao retornar a mesa depositando um xicara à frente de Emma e se acomodando no outro banco.

— Ruby disse que está terminando já.

— Tudo bem. — Emma leva a xicara até a boca. — Aurora deve estar varada de fome.

Swan sente que o café não está muito quente e toma um pouco antes de sorrir para o rapaz a sua frente. Ruby aparece à mesa com um saco contendo os dois lanches que Emma pedira mais cedo, a mesma recebe o dinheiro e Emma e Killian terminam o café e se retira da lanchonete. Ao descer as pequenas escadas que dá acesso à lanchonete, Emma se sente tonta e se apoia na parede deixando o saco do lanche cair no chão e leva a outra mão à cabeça.

— Está tudo bem?

Killian socorre Emma oferecendo que a garota apoiasse em seu ombro. Emma não consegue respondê-lo e desmaia ao sentir o rapaz a segurando. Killian olha em volta para ver se tem alguém por perto. Ninguém. Com cuidado e discreto, Killian a carrega no colo poucos metros do Granny’s, não a levando para a pousada, e sim para a loja de penhores do Sr. Gold.


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