Lost Stars escrita por Cler Night


Capítulo 4
Capitulo 4 - Levi


Notas iniciais do capítulo

Sim, eu demorei para escrever esse capitulo, e sinceramente, eu não ligo, se quase ninguém quer comentar então eu não me sinto estimulada para escrever depressa e por isso eu escrevo no meu ritmo e quando eu quero, por que realmente, quando você não sente que alguém que ler o que você escreve, você é apenas movido pela sua própria vontade de escrever.



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Depois do sarau, Herodes desceu comigo para o primeiro andar, onde ele comprou algumas coisas para a viagem, e quando eu estava prestes a sair ele me impediu.

– Quero te acompanhar até em casa.

– O que?! – exclamei. Aquilo já era abusar demais, eu podia até aguentar aqueles convites estranhos, mas já era querer demais que eu o levasse até o meu endereço, até um lugar tão privado. – Sem chance.

– Por quê?

– Por que eu não te conheço meu chapa, e você. . .

– Eu posso ser um maníaco doido assassino? E você liga se eu for? Tem amor à própria vida a ponto de me negar isso?

– Eu. . .

Era um bom ponto. Desde o inicio eu não havia tido medo do Herodes exatamente por não ligar se ele fosse algum tipo de maníaco, e depois de conhecê-lo pelo menos um pouco acho que havia chegado à conclusão de que ele era mais uma vitima do que o bandido. Ele era banana demais para ser o bandido.

– Por que quer ir comigo?

– Bom, primeiro que já está tarde, é perigoso ficar andando por aí sozinho – meu herói, zombei mentalmente. – E segundo que como quero ser seu amigo também quero ter um contato mais profundo na sua vida, isso inclui, conhecer sua casa e sua família.

De repente um gosto amargo surgiu em minha boca. Família, eu não chamaria aquilo de família.

Eu ia mais uma vez protestar, mas Herodes não parecia disposto a ouvir mais, então ele passou o braço envolta dos meus ombros e me arrastou para fora do café. Resolvi deixar para lá, quando chegasse lá eu explicaria o básico da situação para ele.

Pegamos o ônibus no mesmo ponto aonde eu descia. Ele estava vazio, mas nos sentamos juntos, o que me incomodava, eu preferia que ele tivesse sentado no banco da frente, mas ele parecia confortável aonde estava, e eu preferi não contestar.

Depois de alguns minutos descemos no ponto e caminhamos até a frente da minha casa. Como já era de se esperar, um lenço vermelho estava posto sobre o parapeito da janela da frente.

– É uma casa bem simples. Vai me convidar para entrar? – Herodes sorriu para mim.

– Não, você não pode entrar lá, e eu também não.

– E por quê? Ainda desconfia de mim?

Na verdade, não, a minha conclusão final era de Herodes não passava de um idiota bom samaritano que fingia entender os problemas dos outros, nenhuma conclusão assustadora ou diferente do esperado, tinha certeza haviam muitos como ele por ai. A ignorância é uma benção como eles dizem.

– É uma longa historia.

– E vai me contar?

Os olhos de Herodes caíram sobre mim com grande expectativa. Minha mãe pagava para um cara que eu não conhecia ouvir meus problemas e me dar conselhos óbvios e repetidos, então por que não me abrir com outro cara que não estava cobrando e que talvez me desse algum conselho novo só para variar?

– É, acho que vou.

Ele estava surpreso, mas não o suficiente para deixar isso transparecer com claridade.

– Bom, e não tem um lugar melhor para a gente conversar? Está frio – ele observou.

O levei até o quintal dos fundos, passando pelas lixeiras e nos sentamos juntos na varanda de trás. Não era a melhor proteção que poderíamos arranjar, mas com certeza era melhor do que ficar totalmente exposto ao ar frio da noite.

Herodes abriu o saco que ele havia carregado desde o café e tirou dois copos pequenos de café, entregando um para mim e bebendo do outro.

– Pode começar quando quiser – ele disse.

Apenas suspirei e comecei a relatar os meus problemas, como se estivesse de volta ao consultório do doutor Howard. Lhe contei sobre meu pai alcoólatra, sobre como ele tratava a minha mãe, e sobre como eu tinha que observar tudo aquilo por oito anos da minha vida, até a minha tentativa de suicídio fracassada.

– Então, é por isso que você não quis me deixar entrar?

– É, é bem complicado.

Herodes não me olhava diretamente dessa vez, ele olhava para a frente, como se analisasse toda a situação com cuidado.

– Eu. . .- ele começou. – Não gosto de ver você tão triste, a tristeza não vale a pena.

– Você não pode resolver os problemas de todo mundo Superman.

– Não todos os problemas, mas posso tentar te ajudar com essa depressão.

– Como assim? Virou doutor agora?

– Não, mas sou o Superman, pronto para voar ao seu resgate – ele disse, enquanto se levantava e fazia uma posse ridícula, provavelmente esperando um sorriso em resposta, mas apenas me arrancando uma careta. – Eu quero te ajudar, e acho que você está tão desanimado com essa sua vida que você não vai ter nem energia para se dar ao trabalho de resistir a isso.

É, ele tinha razão.

No mesmo instante em que eu cheguei a essa conclusão as luzes de dentro da minha casa se apagaram, sinalizando que eu já poderia entrar em segurança.

– Bom, acho que é a hora de eu entrar – falei, enquanto me levantava e recolhia os dois copos de café agora vazios.

– Tudo bem, mandarei uma mensagem. Ah, e isso é para a sua mãe – ele me entregou o saquinho do café, onde dentro estava embrulhado um doce de mel.

– Obrigado – agradeci, algo para a minha mãe era bem mais significativo do que algo para mim mesmo.

Enquanto eu entrava pela porta dos fundos Herodes acenou em despedida para mim, eu poderia dizer que ele realmente parecia o anjo que ele tentava ser a luz da lua.

–/-

Na sexta Jorge já havia sumido mais uma vez e o meu dia estava na mesma como sempre.

Durante a manhã minha mãe ficou anormalmente feliz quando viu os doces que Herodes pediu para que eu lhe trouxesse.

– Seu amigo é tão gentil querido – ela disse sorrindo.

É, talvez tivesse mesmo um bom lado em ser “amigo” do senhor caridade.

Depois da escola, no período da tarde, depois de almoçar e ajudar a minha mãe a lavar as roupas subi para o meu quarto, e foi no meio do caminho que meu celular vibrou em meu bolso e eu já sabia quem era.

“Ding ding, boa tarde” – Herodes

“Não tem coisa melhor para fazer do que ficar do que mandar mensagens pra mim em pleno sábado?” – Levi

“Nop, é claro que o seu novo amigo Superman vai sempre estar pronto para bater um papo com você” – Herodes

“Eu não posso dizer o mesmo, “amigo” – Levi

“Eu quero te fazer um convite, quero que venha conhecer o meu trabalho, amanhã é sábado e você vai estar disponível já que não tem aula” – Herodes

Antes eu nem teria cogitado a ideia de ir, mas ai parei para pensar e me virei em direção ao andar de baixo.

– Mãe! – a chamei.

Amélia colocou a cabeça pra fora da porta da cozinha e olhou para mim.

– Diga querido.

– Será. . .será que eu poderia ir ao trabalho do Herodes amanhã?

Eu não precisava de uma resposta, o sorriso que surgiu no rosto dela era a melhor das respostas.

“Que horas nos encontramos?” – Levi

–/-

Frio novamente. Estávamos no inverno, mas não havia nevado, apenas estava frio. Nada absurdo, já haviam tido invernos piores. Inverno, tão parecido comigo, tão frio e vazio, compartilhávamos grandes coisas. Durante alguns invernos em casa eu orava para qualquer deus que Jorge acabasse congelando na neve e nunca mais voltasse, mas isso foi quando eu era mais novo, hoje eu sei que não existem deuses prontos para salvar você, e se existem, eles estão cagando para mim.

Fugindo de meus devaneios segui até o ponto de ônibus e peguei o primeiro que chegou, o que foi rápido.

Durante a viagem observei as ruas e notei que mesmo com o frio existiam ainda algumas pessoas do lado de fora de suas casas, longe de suas lareiras e cobertores, pessoas não iguais a mim mas que não se importavam com o frio que as envolvia. Idiotas, fujam.

Depois de vinte minutos cheguei onde o endereço que Herodes me passou indicava. O lugar ficava no centro comercial, que mesmo sendo um sábado, se encontrava meio vazio por causa do frio.

Li mais uma vez o endereço na mensagem de Herodes e comecei a procurar o lugar, e quando cheguei finalmente nele posso confessar que fiquei um pouco surpreso.

Era uma loja de musica. Dois andares, com o nome escrito bem grande e com uma letra bonita no topo, Music Volts. As paredes do primeiro andar eram quase totalmente feitas de grandes janelas de vidro, deixando o interior completamente expostos, onde eu podia observar várias prateleiras de CDs, discos e instrumentos musicais expostos em vitrines, e o andar de cima possuía janelas, mas eram mais escurecidas, algo mais particular.

Tudo lá dentro parecia ser iluminado e animado, e isso me intimidou um pouco, aquilo me parecia extremamente desconfortável e fora do lugar, mas mesmo assim fui em direção a porta dupla da entrada e entrei.

Uma música animada tocava nos alto-falantes, mas não alto o suficiente para atrapalhar qualquer um que estivesse conversando. O lugar era bem espaçoso, e toda a estrutura parecia ser formada de uma madeira em um tom misturado de marrom e dourado, e como eu suspeitava, era tudo bem iluminado e quente lá dentro.

Algumas pessoas estavam sentadas em alguns sofás escutando algum CDs em fones para os clientes, outras olhavam admiradas os instrumentos expostos nas vitrines.

Enquanto eu observava essas pessoas fui pego de surpresa ao notar uma garota agora muito próxima a mim me encarando.

– Esquisito – ela disse olhando pra mim.

– Obrigado pela novidade – respondi por instinto.

A cara séria dela se abriu em um sorriso meio amigável e meio sarcástico ao me ouvir.

– É, é você. Meu nome é Serah – Ela se apresentou, enquanto me estendia sua mão, a qual não apertei, apenas continuei a encara-la de volta.

Com certeza Serah era o contrário total de mim naquele momento. Eu usava roupas escuras e de frio, me deixando completamente coberto, já será era o que muitos poderiam chamar de excêntrica e diferente, seu cabelo era raspado de um dos lados e completamente pintado de rosa claro, suas roupas eram uma mistura de vermelho e preto, short curto e blusa sem mangas, deixando várias tatuagens expostas, sem falar nas várias bijuterias que ela usava.

– Pare de me encarar Esquisito – ela falou, enquanto recolhia a sua mão. – Me siga, Herodes está lá em cima checando o estoque.

Herodes? Hum, então ela era amiga dele.

Segui Serah até o fim da loja, onde ficava um grande balcão, onde provavelmente as pessoas pagavam suas compras. Ela andou até ele e começou a falar com um garoto que estava fazendo anotações em um caderno.

– Ryuu, esse é o Esquisito, Esquisito, esse é o Ryuu. Ryuu, ele é o convidado do Herodes, fica de olho nele enquanto eu vou lá atrás chamar ele.

– Beleza.

Serah passou para atrás do balcão e entrou em uma porta, me deixando “sozinho” de novo.

Enquanto tive que esperar aproveitei e observei esse tal Ryuu, ele parecia mais normal que Serah, seus cabelos ruivos eram um pouco longos, usava um moletom com a estampa de alguma banda provavelmente e parecia não estar muito preocupado com a minha presença, isso até ele terminar de escrever e me olhar.

– Não se chateie com esse apelido de Esquisito, Serah faz isso, costuma catalogar as pessoas.

Na verdade eu não me importava, eu nem conhecia aquela garota, por que deveria me importar com a maneira como ela me chamava? Mas não coloquei esse pensamento para fora, apenas acenei concordando.

Depois de apenas dois minutos, até talvez menos, Serah voltou a sair pelo porta aonde havia entrado, e logo atrás dela Herodes apareceu.

– Levi, que bom que veio – ele disse sorrindo, enquanto vinha em minha direção. – Sempre acabo pensando na possibilidade de você me dar um bolo.

– Uma suspeita justa.

Ele apenas riu e então se virou para os dois do balcão.

– Levi, esses são Serah e Ryuu, eles trabalham pra mim.

– Pra você?

– Sim, sou o dono dessa loja.

Realmente fiquei um pouco surpreso com isso, Herodes era apenas um ano mais novo que eu, mas já era dono de uma loja de música aparentemente grande.

– É, nem parece um empresário não é – Serah zombou.

Herodes resolveu que seria melhor conversarmos a sós, por isso foi comigo até uma escada encaracolada que levava ao andar de cima, e então subimos.

O segundo andar era mais silencioso que o primeiro, e ao ver o número de vitrines que havia lá poderia dizer que mais parecia um museu, e o que estava sendo expostos eram vários instrumentos e roupas diferentes.

– Tudo isso tem alguma historia por trás, de algum músico ou coisa assim, e por isso mantemos preservado para as pessoas poderem vir aqui e ver – ele me explicou, notando que eu estava observando o lugar. – E temos um palco mais ao fundo, para alguns shows que fazemos.

Depois de sua rápida explicação Herodes me guiou até uma porta que ele destrancou e entramos. Era um corredor com mais algumas portas, fomos até o final dele e entramos na ultima delas.

Era um escritório, mas não parecia tão sério. Estava bagunçado, a mesa se encontrava cheia de papeis, instrumentos estavam largados por cima dos dois sofás e bolinhas de papel estavam jogadas pelos chão.

– Desculpe a bagunça, mas eu sou um músico, não um empresário super organizado – ele brincou.

Herodes abriu espaço para mim no sofá e quando me sentei ele se sentou ao meu lado, mais perto do que eu permitiria normalmente, mas eu já sabia que discutir com Herodes era o mesmo que discutir com uma pedra. Os dois provavelmente tinham a mesma mentalidade.

– Então, você é dono de uma loja de música.

– É, gostou do lugar?

– Não faz o meu tipo de lugar. Você não é novo demais para ser dono de uma loja.

Vi um ar estranho passar por seu olhar quando ele pensou antes de responder.

– Longa historia.

– E não vai me contar essa longa historia?

– Não acho que seja importante agora.

É claro que não, só a minha historia era importante, e por isso ele conseguirá arranca-la de mim. Fala sério.

– Você só tem dois funcionários? – perguntei me lembrando que tirando Serah e Ryuu não havia visto mais ninguém parecido com um funcionário.

– Não, mas no Sábado são só eles. Durante a semana tenho mais.

– Eles parecem bem novos.

– Os dois tem quinze, Serah estuda em um colégio feminino do outro lado da cidade, mas Ryuu estuda na mesma escola que você, por isso fico surpreso de você não saber quem é ele.

– Hum, é, eu escuto prestar atenção ao meu redor, me ajuda a desvanecer e esquecer meus próprios pensamentos.

O semblante neutro do Herodes de repente ficou sério, assim como seu tom de voz quando falou.

– Levi, eu realmente quero ajudar você com seu problema, de verdade.

– Imagino.

– Mas preciso que aceite e esteja disposto a se esforçar junto comigo.

É, chegamos em um ponto delicado, eu não queria. Não queria me comprometer com nada daquilo, eu simplesmente não ligava, mas Herodes sim, ou dizia que ligava, e parecia bem mais determinado que eu.

– Eu não to muito afim não – respondi com sinceridade.

– Levi, não pode continuar assim, você é um cara legal, eu sei – HÁ, pensei. – Mas precisa superar tudo que está acontecendo, eu sei que é difícil, mas precisa suportar, a tristeza não vale a pena.

– Você não sabe nada senhor caridade, você acha que sabe.

– Eu sei de muito mais do que você pode imaginar.

Seu tom foi tão sincero que me fez encara-lo por um instante com outros olhos, com os olhos de alguém que acreditava naquelas palavras, que acreditava na salvação. Mas aquele sentimento logo escapou.

– Apenas pense Levi – ele continuou, voltando ao seu tom normal. – Pense na sua mãe, pense que isso ira fazê-la feliz.

Ok, ele realmente queria ficar apalpando pontos delicados, o que me fez levantar imediatamente.

– Acho que já fiquei tempo depois – falei de maneira fria, e ele pareceu entender.

– Ok, ok, mas por favor, diga que vai pensar no assunto.

Eu queria dizer que não, que não iria mais falar com ele e que era para ele também não falar mais comigo, mas apenas acenei novamente.

Saímos do escritório e voltamos ao andar de baixo, novamente ao balcão.

– Esquisito, já vai? – Serah perguntou enquanto me encarava do outro lado do balcão.

– Levi está com pressa – Herodes respondeu por mim.

Quando eu ia me virar e seguir para a saída uma pessoa entrou na loja, uma pessoa que eu conhecia peculiarmente bem. Brandon.

O delicado rapaz atravessou a loja e andou até onde estávamos, foi até o balcão e abraçou Serah.

– Hey maninho – ela disse. Quem diria, Brandon possuía uma irmã completamente diferente dele, mas que eles compartilhavam algo em comum, música. – Esquisito, esse é o meu irmão, Brandon, ele estuda na sua escola.

– Acho que já o vi na escola – Brandon me sorriu. – Levi não é?

– É – respondi simplesmente.

Não trocamos mais palavras, Herodes foi comigo até a saída e nos despedimos, e novamente ele me falou para pensar em sua proposta.

Caminhei até a rua no frio, e antes de atravessar para o ponto olhei para as grandes janelas de vidro, e encarei diretamente o balcão, onde os quatro conversavam alegremente.

Brandon sorria e ria sobre algo que Herodes havia falado. Sorriso falso, alegria falsa, eu sabia, outra máscara. O que era pior, alguém como eu, que colocava sua melancolia e tristeza para fora, ou alguém como Brandon, que apenas guardava as tristezas para si, como em uma caixa de surpresas?

Será que a caixa algum dia poderia transbordar?


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Notas finais do capítulo

Obrigado a todos que leram, e caso queira, pode favoritar, acompanhar e deixar sua opinião.
Recomendação: apenas quero recomendar as músicas do cantor Troye Sivan e da Melanie Martinez, dois artistas que uma amiga me apresentou e que eu estou adorando.



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