Primeiramente, nunca pensei que isso fosse acontecer. Sempre me vi imune a esse tipo de coisa. Mas ser humano tem disso, ser pego de surpresa em um assunto que você achava ser perito e intocado. Talvez eu tivesse em baixa guarda, ou porque eu não desconfiei nenhum pouco dela. Devia ter sido mais cuidadoso, por ter percebido logo de principio o efeito dela sobre mim. Mas eu ignorei ou... me deixei ser levado a isso. Eu não resisti nenhum pouco, nem lutei contra. Atrevo-me a dizer até que caminhei de encontro a isso. E que isso nunca saia daqui, mas eu bem que gostei. E no final das contas não se tornou algum tão ruim assim, já que...

- Amor?
Ele ergueu o rosto e fitou a mulher que se aproximava com um sorriso nos lábios.
- trabalhando a essa hora? – ela desviou os olhos dos dele pelo breve instante de constatar que já era muito tarde para ainda se estar trabalhando.
- estava apenas respondendo uns e-mails. – ele sorriu e fechou o notebook.
- ah sim. Atrapalhei você?
- claro que não. – ele afastou um pouco a cadeira da mesa, num convite mudo para que ela sentasse no colo dele.
- vim te perguntar se não está com fome. – Ela sentou-se sobre o colo no homem e instantaneamente suas mãos colocaram-se sobre o peito dele e subiram de encontro ao pescoço e a nuca dele. Já as mãos dele circundaram a cintura fina dela.
- agora que você falou, acho que estou com um pouco de fome. – ela sorriu meiga antes de selar seus lábios aos dele. Uma de suas mãos subiu a nuca e perdeu-se em meio aos fios negros do cabelo dele.
- o que você acha de pedirmos comida chinesa. – ela sussurrou enquanto sentia os lábios dele tocarem a pele do seu pescoço.
- hmmn... acho uma boa ideia.
- que bom, porque eu já pedi, vai chega daqui a alguns minutos. – ela riu baixo e ele a acompanhou brevemente.
A mão delicada da mulher apertou os cabelos da nuca dele o estimulando a continuar o carinho no pescoço dela. Uma das mãos dele estava tocando sua cintura por baixo da blusa fica e a outra estava sobre a coxa dela.
- eu amo você. – ele disse encarando a mulher de olhos fechados e viu um sorriso se formar nos lábios dela.
- eu amo muito você. – ela respondeu abrindo os olhos e acabando com a distancia dos lábios mais uma vez.

...já que nunca me senti tão pleno e feliz. É extremamente clichê. Mas talvez amar seja o maior clichê que existe. A final, sentir as mãos suadas, o coração acelerar e os pensamentos que não sejam em relação aquele ser desaparecerem, não acontece apenas comigo.