The Ship Sailing Romance escrita por normero


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!!! Desculpem todo esse tempo sem postar nada! Devido a demora, tentei fazer um capítulo bem extenso e bacana pra compensar hahaha. Espero de verdade que gostem e prometo não demorar tanto para postar o próximo. Bjosss



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Já passava das três da manhã.

Alex e Norma já haviam percorrido de carro a maioria das ruas da Sinking Deep Bay e não encontraram Norman. Enquanto o procuravam, o xerife tentava acalmá-la.

“Calma, nós vamos encontrá-lo. Não posso acionar a polícia ainda, pois precisamos de pelo menos 24 horas de desaparecimento, mas amanhã, se ainda não tivermos o encontrado, convocarei imediatamente todos os policiais especializados. Mas acredite, eu o encontrarei”, diz Romero dirigindo e olhando para ela algumas vezes para não perder o controle da direção.

Norma começou a acalmar-se, mas mantinha-se ainda muito preocupada. Pelo menos as lágrimas já haviam secado ao longo do caminho.

“Norman é muito dependente de mim. Ele não pode ficar sozinho por muito tempo. Eu não sei do que seriam capaz de fazer com um menino tão frágil. E se ele estiver sofrendo? Eu não consigo imaginar isso. E se não encontrarmos? E se precisarmos dos seus homens e mesmo assim eles não o encontrarem? Eu não sei o que pensar” e as lágrimas voltavam a rolar.

Romero freou o carro imediatamente, olhou para Norma, segurou nas mãos dela e disse olhando no fundo dos seus olhos: “Você me tirou de casa 1 hora da manhã, já são 4 horas e eu ainda estou aqui com você. Eu não sairia do meu conforto se eu não tivesse a certeza do que eu estava fazendo. Entendo sua preocupação como mãe, mas você precisa saber que eu conheço essa cidade como a palma da minha mão. Acalme-se! Eu vou achá-lo. Não prometo nada que não posso cumprir. Então pare de pensar. Você não precisa pensar em nada. Apenas respire fundo.”

Norma estranhava cada vez mais o jeito em que Romero lhe tratava. Ela não tinha certeza se gostava ou não. Mas no fundo, cada palavra que ele emitia confortava-na e, de certo modo, ela sentia-se segura ao lado dele.

Enquanto a moça enxugava as lágrimas mais uma vez, Romero percebeu de longe alguém deitado em um dos bancos de ônibus da cidade. Com pouca iluminação, não se conseguia enxergar o rosto, então resolveu descer do carro.

“Ei, aonde você vai?”, diz Norma sem entender muito bem para onde Alex estava indo.

Ele não respondeu a pergunta dela, pois estava focado em descobrir quem estava naquele banco e acabou não prestando muita atenção no que ela estava falando. Então continuou andando e aumentando a velocidade cada vez mais. Como ele estava aproximando-se do local, já foi logo tirando a arma e destravando-a.

“Ei, Romero, me espera! Aonde você está indo?”

Norma o seguiu, pois até então não tinha percebido o que ele havia percebido. Quando ambos ficaram de frente para o banco, Romero apontou a arma pra frente e lá estava ele. Norman. Deitado. Encolhido e com frio.

A mulher agachou até o banco e o abraçou, fazendo carinhos no rosto, verificando a temperatura e tentando acordá-lo devagar. Norma começou a chorar, mas agora de felicidade por ter encontrado o filho. Norman despertou um pouco assustado e confuso.

“Querido, o que aconteceu? O que você faz aqui?”

“Mãe, graças a Deus!”, disse Norman abraçando a mãe e recordando o que havia acontecido.

“Eu procurei tanto por você! Você demorou a chegar em casa então eu saí para lhe procurar. Foi ficando tarde e eu acabei me perdendo. Depois daquela história maluca de mudar-se da cidade, você desapareceu e eu fiquei preocupado, aonde esteve?”, continuou o menino.

Ela sentia-se feliz e desesperada ao mesmo tempo. Olhando para Romero disse: “Eu fui resolver algumas coisas do Motel mais cedo, mas acabou demorando mais do que eu imaginei, me desculpe, querido!”

E os dois abraçaram-se novamente. Soltaram-se, olharam-se bem de perto, encostando um nariz no outro e voltaram a se abraçar.

“Está muito tarde! Venham, vou levá-los em casa”, disse Alex um pouco ríspido, pois não gostou muito de ouvir do menino que Norma queria sair da cidade.

Ao chegarem ao Motel, a mulher pede para que o filho suba para casa e vá tomar um banho enquanto ela agradece o xerife. Norman o faz e os dois ficam a sós dentro da caminhonete.

O xerife não estava muito feliz, já havia mudado um pouco a expressão e estava agindo com mais frieza. Algo lhe incomodava.

“Alex, muito obrigada! Eu não sei como lhe agradecer por hoje. Desculpe-me se lhe atrapalhei, mas queria retribuir o que fez por mim hoje...”

“Você estava prestes a deixar a cidade ontem mais cedo?”, diz Romero interrompendo-a.

“Alex, eu..., eu...”

“Mesmo depois de eu ter dito para não sair da cidade, mesmo depois de tudo isso, você cogitou a possibilidade de fugir?”

“Eu estava desesperada. Com medo. Medo do que isso poderia prejudicar o meu filho. Sinto medo pelo Norman. Eu não sabia o que fazer, eu não sabia o que você faria, você simplesmente apareceu aqui e levou um homem morto sem me dizer nada, o que eu faria? Me descul...”

“Não interessa o que eu faria. Eu sou um policial e você estava na cena de um crime. Eu falei para você não deixar a cidade. Se eu fosse de fato fazer algo que lhe prejudicasse, eu já teria prendido você naquele dia mesmo. Naquele exato momento. Eu tinha evidências, um corpo, uma arma, um local do crime e um suspeito. Afinal, Norma, quando você vai confiar em mim?”

Mais uma vez Norma não sabia o que dizer. Não sabia se dava um soco na cara dele ou um beijo. Mas a moça é tão petulante, que se achou no direito de alterar a voz e sentir-se a dona da razão.

“E por que diabos eu devo confiar em você? Aliás, quem é você? Você nunca me disse nada a seu respeito e desde o momento em que eu lhe encontrei você só soube me tratar mal e me fazer perguntas. Quem você pensa que é pra já chegar ditando ordens na minha vida? Me diz, xerife, por que eu deveria confiar em uma pessoa que eu não conheço? Pior, que não me conhece?”

Norma, muito nervosa, foi descendo do carro, batendo a porta e caminhando em direção as escadas.

Romero ligou o carro, deu ré até onde ela estava, abriu o vidro da janela antes que ela subisse o primeiro degrau.

“Eu estou tentando, Norma, eu estou tentando... Mas você não está facilitando e a situação está ficando cada vez mais difícil pra você, então sim, eu estou tentando lhe conhecer”

Ele engatou a primeira, pisou fundo no acelerador e saiu com o carro a milhões, levantando poeira do chão e deixando Norma - com os olhos cheios de água - para trás observando-o partir.

Norma subiu as escadas e entrou para casa. Foi tomar um banho e tentar esquecer tudo aquilo que parecia não ter fim.

Foi ao quarto de Norman, beijou-o na testa e o cobriu com a coberta.

“Agora está tudo bem, querido”

“Boa noite, mãe!”

“Boa noite, amor!”

Ela vai para seu quarto e fica observando o Motel da janela vestida em um hobby branco e com cabelo preso. Começa a pensar em sua última conversa com Romero. Lembrou-se de tudo o que ele tinha feito por ela nos últimos dois dias e o quão rude ela tinha o tratado. Ela estava anestesiada pensando naquilo tudo. Pensou até no abraço dele... Era como se ela estivesse sentindo-o naquele momento. Chegou por alguns instantes a fechar os olhos e apertá-los. Quando os abriu, avistou seu carro estacionado lá em baixo e imediatamente saiu correndo, descendo as escadas, se vestindo pelo caminho e quando ia puxar a porta para abrir, ela parou. “O que eu estou fazendo?... O que eu falaria para ele? Fala sério, são duas da manhã. Vá para cama Norma! Não haja como uma adolescente”, pensou a senhora Bates com a mão na maçaneta.

Recuou e voltou meio inconformada para seu quarto. Ela não sabia do que mais sentia raiva. Se era por tê-lo tratado mal, se era porque estava pensando nele ou, pior, ter passado pela cabeça dela de sair correndo atrás do cara, duas horas da manhã, quase descalça de tanta pressa em que desceu.

Encostou a cabeça no travesseiro.

“Amanhã é um novo dia! Tente ter pelo menos um dia tranquilo dentro de sua nova casa, inaugure o Motel, faça o que tinha planejado e depois, depois que as cabeças já estiverem mais frescas, vá falar com ele e o peça desculpa”, falou Norma consigo mesma antes de fechar o olho e cair num sono profundo.

O dia amanheceu lindo na pequena cidade.

Norma ainda dormia, mas de repente seu sono foi interrompido pela luz do sol batendo em sua cama quando Norman abriu as cortinas.

“Bom dia, mãe! O dia está lindo lá fora!”

Norma despertou assustada, afinal ela era sempre a primeira a acordar.

“Que horas são? Quanto tempo eu dormi?”

“São 10 da manhã, mãe! Venha, levante, fiz algumas panquecas”

“Meu Deus, Norman! Eu dormi demais. Precisamos arrumar o Motel, hoje a tarde é a inauguração”

A mulher se trocou correndo, desceu as escadas e foi até a cozinha, pois estava morrendo de fome.

Logo após tomar o café da manhã, foi até o Motel terminar de colocar os lençóis que ainda não haviam sido estendidos.

“Norman, fique aqui na recepção, vou lá em cima buscar alguns dos últimos detalhes”

Enquanto Norma estava pegando as coisas, chegou um casal com dois filhos na recepção.

“Olá, bom dia! Precisamos de dois quartos”

“Olá, senhor! Bom dia! Na verdade iremos inaugurar o Motel hoje à tarde, mas posso ir fazendo os cadastros se o senhor quiser”

Pronto! Os primeiros hóspedes. Quando Norma viu, ficou muito feliz.

“Viemos conhecer a cidadezinha. Eu e minha família adoramos ir a esses lugares mais diferentes. Acho que é bom para as crianças conhecerem lugares mais diversificados”

“Ah, que bom! A cidade é muito boa mesmo”, disse Norma com um olhar meio irônico, e prosseguiu, “Há um pub no centro muito divertido e visitado. Na parte da tarde a programação é infantil. Vocês poderiam levar seus filhos enquanto ajeitamos os quartos, o que acham?”

“Nossa!!! Eu acho ótimo! Você pode me passar o endereço? Aproveitaremos para comer também, pois viemos de longe e estamos famintos”, disse a mãe das crianças.

A família partiu para o centro da cidade e Norma sentiu-se feliz pela primeira vez desde que se mudou para Sinking Deep Bay.

A tarde já ia caindo quando a loira lembrou-se da conversa com Romero e o quanto desejava ir até a casa dele desculpar-se e quem sabe convidar para jantar em sinal de paz... Claro, isso na cabeça de Norma, que mal podia admitir ou perceber que já sentia algo diferente pelo xerife.

Ela não pensou muito. Foi logo pegando o casaco e entrando no carro.

“Oh.. É... Olá, Norma!”, disse Alex meio desajeitado e surpreso ao abrir a porta.

“Oi, Alex... É... Eu preciso conversar com você!”

“Ok, Norma! Estou ouvindo.”

“Romero... Eu reconheço o que você fez por mim nos últimos dias e também o quão estúpida eu fui... Então, se você puder me desculpar...”

“Claro, Norma! Era só isso?”

Norma ficou meio incomodada porque ele não parecia nem um pouco interessado no que ela estava dizendo, muito pelo contrário, parecia que ele estava querendo que aquele diálogo terminasse o mais rápido possível.

Um pouco sem graça, a loira continuou dizendo:

“Ah... Ok, então... Amanhã a noite eu estava pensando que talvez nós pudéssemos ir até seu pub jantar e conversar um pouc...”

“Aleeeex!!!”

Uma moça linda, jovem e morena apareceu descendo as escadas chamando pelo xerife. Norma parou de falar imediatamente quando a viu. Ela sentiu-se embaraçada e continuou a falar gaguejando um pouco.

“É... quer saber... Esquece o que eu falei”, muito sem graça, Norma foi pegando o casaco e indo em direção a porta. Continuou:

“Ah, e desculpe-me mais uma vez, ok? Muito obrigada por tud...”, já quase atravessando a porta com um pouco de pressa, pois estava sentido-se realmente envergonhada.

Alex correu atrás dela até a porta e segurou-a pelo braço. E ele a puxou com tanta força, que quando o corpo de Norma voltou-se para o dele, os lábios de ambos quase se tocaram. Não era a primeira vez em que os dois encontravam-se naquela situação de um encarando o outro tão próximo. E como o de costume, os olhares estavam vidrados novamente. Em transe. Como se tudo em volta não existisse, apenas os dois ali naquela porta.

E então, Romero soltou o braço dela e, ainda olhando em seus olhos com os lábios muito próximos sussurrou:

“Amanhã, às oito!”

Norma saiu sem dizer nada. Apenas virou-se e entrou em seu carro sem entender muita coisa.


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Notas finais do capítulo

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