A garota que eu amo me odeia escrita por Lailla


Capítulo 1
Bem-vindas à Seirin!


Notas iniciais do capítulo

Normalmente eu escrevo como primeira pessoa, mas nessa história escreverei apenas como narradora, pois quero que vejam todos os ângulos da história ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/618429/chapter/1

Naname não começou muito bem seu ensino médio. Ela precisou ser transferida para outro colégio: Seirin. O lado bom para ela é que era bem perto de casa.

Ela estava nervosa, claro. Se transferiu para um colégio novo na metade do primeiro semestre do ano letivo. Fora o fato de ela ser bem alta e ruiva. Já não bastava ela ser alta, seu cabelo tinha que realçá-la mais como um ponto de sinalização!

Mesmo estando nervosa, ela tinha sua amiga Hare. Sua melhor amiga havia se transferido com ela. Elas se conheceram no ginásio e aos poucos se tornaram amigas. O time de basquete ajudou bastante! Sem Hare, a maioria das suas jogadas eram inúteis.

O colégio era gigantesco! O uniforme não a favorecia muito: blusa escura de mangas compridas e saia branca. Ela odiava aquelas meias que chegavam até os joelhos. Para melhorar, o convidativo professor do dia as apresentou na frente de toda a sala, como o usual. Mas para ela eram um completo bando de estranhos.

– Minna-san, – Ele lia uma folha – nós temos duas alunas novas.

Hare estava próxima ao professor, e Naname ao seu lado. Ela estava de cabeça baixa. Hare parecia alegre.

– Akimatsuki Hare e Kousen Naname.

Os cochichos começaram. Pronto! Não era piada, seu nome era realmente traduzido como “raio”. Parecia que tudo conspirava para que as pessoas sacaneassem Naname.

– Por favor... – Ele analisava os lugares – Akimatsuki-chan, pode se sentar naquela cadeira ao lado de Kuroko-kun e Kousen-chan atrás de Akimatsuki-chan.

Hare assentiu e se direcionou para as carteiras. Naname a segui. As cadeiras eram no fundo da sala. Hare se sentou ao lado de um garoto de cabelo azul e sem expressão alguma. Naname se sentou atrás dela, ao lado de um garoto alto com cabelo vermelho.

Durante a aula Hare toda hora olhava discretamente para trás, com o canto do olho. Ela ria baixinho, e escreveu algo num pedaço de papel. Pôs o braço para trás, dando o papel a Naname.

“O garoto atrás de você... Ele é bonito ne? ;D”

Naname revirou os olhos e amassou o papel jogando em Hare, balançando a cabeça. Sua amiga riu.

No intervalo, havia uma multidão para comprar o lanche. Hare pediu para Naname comprar o lanche dela. Ela era pequena, tinha apenas 1,59 e Naname 1,80. Ela nunca chegaria até seu lanche se os outros alunos a esmagassem.

– Onegai, onegai, o-ne-gai...!

– Ok...

Naname encarou a multidão e aos poucos, mas com um pouco de dificuldade, saiu do tumulto e deu o lanche a Hare. Ela deu pulinhos batendo palmas, sorrindo. Logo cutucou Naname.

– Que?

– Aquele garoto está ali.

Naname olhou para debaixo da cobertura do prédio. Ele estava sentado ao lado do seu amigo da classe, o do cabelo azul. Ele comia um sanduíche gigantesco. Ele comia olhando para o nada até olhar para elas.

– É um comilão. Vamos.

– Achei ele bonitinho.

Nos distanciamos da multidão e lanchamos. O resto da aula foi normal.

...

No dia seguinte se repetiu tudo. As mesmas aulas chatas, assim como os professores.

No intervalo, Hare pediu para Naname comprar seu lanche de novo. Ela tive que enfrentar novamente aquela multidão. Dessa vez aproveitou e comprou um saco de batatinhas. Ela gostava quando estalavam ao comê-las.

Havia um grupo de garotos jogando basquete enquanto passávamos. Hare olhava para eles e depois para Naname, praticamente implorando.

– Não...

Hare abaixou a cabeça, mas riu mesmo assim.

Um dos garotos gritou “Não faz isso, baka! Vai errar!”, mas antes que Hare pudesse desviar, a bola veio em sua direção com uma força absurda. Um silêncio súbito se estabeleceu no lugar todo logo após Naname pegar a bola com a mão. Foi por pouco, estava há alguns centímetros do rosto de Hare. Ela abriu os olhos, estava preparada para levar uma bolada da cara.

Um dos garotos veio até nós.

– Daijoubu? – Ele perguntou preocupado.

– Estou...

– Tome mais cuidado. – Naname disse rispidamente, jogando a bola contra o peito dele.

Ele pegou a bola fazendo cara de dor. Para ela era palhaçada! Nem havia jogado tão forte. As duas comeram e voltaram para a sala.

Na saída, elas andavam lado a lado em direção ao portão quando uma bola voou na direção de Naname. Ela a parou com as mãos suspensas no ar, antes que atingisse sua cabeça.

– Eu sabia! – Uma garota se aproximou delas, sorrindo.

Naname não entendeu nada.

– Você já jogou basquete?

Ela não respondeu, apenas devolveu a bola.

– Hai! – Hare respondeu eufórica.

– Que legal! Quer se juntar a nós?

– Pra que? – Naname perguntou.

– Jogar. – A garota sorriu.

– Não obrigada.

Ela passou pela garota, deixando até Hare para trás. Ela amava jogar basquete, mas não gostava mais tanto assim. Hare pediu desculpas e a seguiu.

– Por favor, o time é novo e está desfalcado.

Naname olhou para ela. Altura mediana, cabelo grande e cacheado, atlética, expressão doce e gentil.

– Sinto muito.

Ela foi embora.

...

Naname não gostava mais tanto de jogar basquete, e Hare sabia a razão, mas mesmo assim ela a perturbava pedindo para que entrassem no time.

– Vamos! Onegai, Nana. Já faz dois anos. – Hare pedia.

– Não.

– Mas eu não posso entrar sozinha. Sou uma completa inútil sem você.

– É uma boa oportunidade para melhorar suas habilidades. – Naname sorriu debochadamente.

Hare a olhou com cara de tédio e pegou o lanche de Naname, saindo correndo.

– Hare! – Nana correu atrás dela.

Hare era rápida e sumiu de vista rapidamente. Ao dobrar a esquina do prédio Naname bateu de frente com o ruivo da sua sala, que comia algo. Novidade... Caiu no chão ao esbarrar nele e se endireitou rapidamente por causa da saia.

– Olha por onde anda. – Ele disse.

– Gomen. – Ela reclamou – Minha amiga saiu correndo com meu lanche. – Ela disse se levantando.

– Ela passou por mim rindo. Acho que foi para a cantina.

– Ok. Arigatou. – Ela ia embora.

– Você não vai entrar no time?

– O que? – Nana parou e se virei para ele.

– De basquete.

– Como você sabe disso?

– Então era verdade. – Ele sorriu.

Fiz cara de tédio.

– Kuroko me disse. – Ele disse.

– Hum... Não gosto mais de basquete. – Ela sem pensar.

– “Mais”?

Regras para uma conversação indesejada: se você errar no uso das palavras, abrirá uma brecha para a pessoa continuar a conversa.

– Eu... Gostava.

– Hum... – Ele a encarava – Se é tão boa como acham, devia jogar.

– Isso não é da sua conta.

Naname saiu andando. Cinco minutos depois caçando Hare, ela a achou, sentada no meio de um monte de garotas. Parou na frente dela e cruzou os braços. Hare ergueu seu lanche, que estava em suas mãos, e sorriu como uma criança que sabia que havia feito besteira. Naname pegou o lanche.

– Você é a Kousen-chan ne? – Uma garota perguntou tentando pôr seu braço ao redor do pescoço de Naname. Ela não conseguiu – Você é bem alta.

Nana não soube como encarar aquele comentário.

– Hare disse que vocês foram titulares na escola anterior. – Outra garota disse.

Nana olhou para Hare, furiosa. Ela desviou o olhar.

– Yo! – A garota do outro dia disse. Aquela que jogou a bola em Naname – Não disse meu nome antes. É Mariko.

– Prazer. – Nana disse.

– Onegai, se inscreve no time. – Mariko disse, sem rodeios.

– Não precisa fazer teste pra isso? – Nana perguntou sem emoção.

– Não quando o time está desfalcado por faltar garotas que gostem de basquete.

– Então vocês aceitam qualquer um? – Ela debochou.

– Não qualquer um. A gente não é tão ruim.

– Desculpe, mas não quero.

– Ah, por favor. Apenas tente. – Mariko disse.

Nana apertou os olhos e olhou para Hare. Ela juntou as mãos e depois levantou uma delas em sinal de paz. Nana bufou várias vezes.

– Vou pensar. – Ela murmurou.

Hare comemorou baixinho.

Depois da aula, Naname foi para casa sozinha. Se fosse entrar naquele time mesmo, ela pensaria bastante a respeito da escolha.

Sua casa era perto. Alguns quarteirões depois, ela chegou. Era pequena, mas era suficiente para quem morava sozinha. A cor era bem simples e velha, e tinha dois andares. O primeiro era apenas a cozinha, dividida com a sala por uma bancada e um corredor minúsculo para a escada. O segundo andar era apenas seu quarto e o banheiro. A janela do quarto era de frente para a rua, ela não precisava descer para ver quem batia na porta. Mas ela, ironicamente, não recebia muitas visitas.

Naname se jogou na cama deixando a mochila cair no chão. Olhou para o teto. Quando ela se mudou, colou um pôster de Aomine no teto. Não por ele, totalmente, mas sim pelo basquete. Ele driblava outro jogador, era muito rápido. Ela amava aquela sensação. A quadra, o piso de madeira, a cesta, a bola. Pôs os braços em cima da testa. Respirou fundo, sorrindo.

...

Naname demorou mais ou menos uma semana para tomar a decisão, ficando longe de todos durante esse tempo. Ela não falava nem com Hare, mesmo ela se sentando a sua frente na aula.

Faltando pouco tempo para o intervalo acabar, Nana foi até as garotas. Naquela semana, Hare ficou bastante tempo com elas. Ela parou em frente às garotas, que estavam no banco e algumas sentadas no chão. Mariko olhou Naname.

– Ok.

– Hã? – Ela não entendeu.

– Eu entro no time.

– Êêêhhh! – Hare gritou pulando em cima de Naname – Nana-chan voltou.

Naname fez cara de tédio.

Todas sorriram. Nana se tornou um pouco antissocial dois anos antes. Ela gostava bastante de ficar no meio de um grupo, mas naquele momento era desconfortável.

No dia seguinte elas estavam na quadra. O que parecia ser o treinador, chegou.

– Oe, treinador! – Mariko gritou puxando Naname – Encontramos mais duas.

– Hum? – Ele olhou para Mariko e depois para cima – Sugoii.

Naname fez cara de tédio. Hare foi para perto delas.

– Prazer, Akimatsuki Hare.

– Hum? Hayato Katsuo. Ano... Você não é meio baixinha?

Ela fez cara de tédio. Ele riu.

– Bom, bom. Vamos ver então.

O treinador viu o porte físico de Naname e Hare, e anotou as idades, nomes e alturas. Ele ficou abismado quando viu a altura de Naname. Ela era a garota alta do time. Fora outra menina, Matsoeru Mureni, mas ela tinha apenas 1,73.

No outro dia, elas fizeram um jogo curto para o treinador ver quais eram as habilidades de Hare e Naname. Mas quando o time chegou os garotos do time masculino ainda estavam trinando. Nana chegou atrasada e as meninas estavam no banco, esperando. Se aproximou e sentou ao lado de Hare, que estava ao lado de Mariko, a capitã.

– O que houve? – Nana perguntou, sentando.

– Os garotos ainda estão jogando. – Mariko respondeu emburrada.

– Ei. – Hare a chamou – Aquela não é sua prima?

Nana olhou para o outro lado da quadra, para a garota que apitava o apito.

– É ela.

– Mas ela é treinadora?

– É. – Nana riu – Igual ao meu tio.

– Kagami! – A prima de Nana gritou – Presta atenção.

Nana olhou para a quadra. Aquele garoto ruivo de sua sala fazia parte do time. Depois do grito de Riko, ele revirou os olhos e deu uma olhada pela quadra. Olhou para Nana e voltou a jogar.

– Não sabia que ele fazia parte do time. – Nana pensou alto.

– Ele deve ser muito bom.

– Duvido. – Ela disse – Não confunda só porque gosta dele.

Logo que Nana disse aquilo, Kuroko passou a bola para Kagami que fez uma ponte perfeita para a cesta, marcando o ponto.

– Nossa! – Hare exclamou – Viu o salto dele?

– Vi... – Ela disse com tédio no olhar.

No final do jogo, o treinador pediu para as meninas começarem a se aquecer. A prima de Namae veio foi até ela atravessando a quadra, correndo e sorrindo.

– Nana! – Ela a abraçou, na verdade sua cintura! Riko era bem baixinha. – Que saudade! Você chegou um tempão e nem veio me ver.

Enquanto ela falava, Nana ouvia de braços cruzados. Kuroko e Kagami passaram pela quadra, indo para o vestiário. Kagami se perguntou se Nana era adotada para ser tão alta.

– Enfim, entrou para o time de basquete mesmo?

Nana assentiu com a cabeça.

– Que bom! Voltou à ativa?

– Talvez. – Nana respondia como se tudo fosse chato demais para pensar numa resposta.

– Ah... – Riko resmungou – Você era mais legal antigamente.

– Mas isso foi antes.

– Eu sei. – Ela a olhou, um pouco triste – Mas é um bom passo. – Ela sorriu.

Nana balançou a cabeça, tentando dar um sorriso.

– Preciso ir. Tenho que planejar o treino. – Riko.

– Hai.

As meninas começaram a jogar. Hayato analisava detalhadamente, cada passo que Hare e Naname davam. Quase no final do jogo Mariko passou a bola para Mureni, que correu em direção a cesta do nosso lado. Naname, num ato nem tão rápido pela falta de prática, tirou a bola dela batendo nela com a mão e jogando-a para o lado oposto, Hare surgiu e pegou a bola correndo. Ela estava em melhor forma do que Nana.

Aos poucos os garotos saíram do vestiário e olharam para as meninas jogando. Hare estava correndo, driblando duas garotas, mas quando não deu mais ela passou a bola para Naname, que correu. Uma garota tentou detê-la, mas ela passou a bola para a outra mão e passou pela garota. Pulou bem alto, o máximo que pôde e jogou a bola na cesta, fazendo o ponto.

– Sugoii! – Alguns garotos disseram da porta.

O treinador soprou o apito e o jogo parou. Nana limpou o suor com o braço, que já estava pingando da franja. Virou a cabeça enquanto limpava o suor e pegou Kagami e Kuroko olhando para ela. Ela franziu a testa e se voltou para a quadra.

Hayato disse que as duas eram boas, mas que precisavam treinar mais para aperfeiçoar as jogadas. Ele disse que Hare era bem rápida e que as jogadas de Naname eram precisas, e o que a favorecia era sua velocidade, altura e os saltos.

Apenas o time das meninas ficou na quadra. Jogaram mais uma partida. Não foi exatamente um treino, jogaram por jogar. A dupla HareNana voltou a atacar. No final, elas bateram as mãos como antigamente e todas foram tomar banho.

Antes de irem tomar banho, o treinador disse que precisavam fazer exames para ter certeza que não tinham nenhum problema de saúde, especificamente cardíaco. Logo depois de fazer os exames e entregar a ele, o treinador viu que as duas eram totalmente saudáveis.

Naname tinha vergonha de tomar banho com as outras garotas, então esperou a maioria sair. Tomou banho e lavou o cabelo. Quando saiu, todas já haviam ido embora. Ela até gostou disso, se arrumaria sem ninguém ficar olhando.

Quando Naname saiu da quadra e fechou a porta, foi para a saída. Ela viu Kagami e Kuroko conversando com alguém no portão do colégio. Parou de repente boquiaberta ao ver quem estava com eles.

Ela reparou aquele cabelo azul escuro e a cor morena da pele. Era Aomine Daiki!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pessoas lindas, maravilhoras. Espero que gostem dessa história, vai ter muito mais! Não é meu forte as tretas nas histórias, mas tentarei. Ainda mais porque que quero que a história seja engraçada, mesmo com as partes tristes. Quero fazer tipo uma mescla. :D Gostaram?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A garota que eu amo me odeia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.