Vollfeit - Interativa escrita por N Spar


Capítulo 8
Capítulo 7: desafios


Notas iniciais do capítulo

Olá, galera, como estão? :3
Hoje trago um bônus, que deixarei nas notas finais, e dois personagens, (:
Espero que curtam o Geralt e a Deschen, além do desenho do espião mais kawaii de Ihene (acho que de toda Vollfeit, né?), ^*^
É isso. Boa leitura, (:



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– CAPÍTULO SETE –

Desafios


Neri jogava pequenos espinhos de ferro para o companheiro de cabelos castanhos. Eram cinco a cada lance, mas Aris apanhava todas com facilidade, prendendo-as entre os dedos.

Estavam no campo de treinamento da Noite seguindo a rotina matinal dos trabalhadores reais, que eram orientados, logo que se mudavam para o castelo, a praticar – ou aprender – habilidades com pessoas diferentes de sua função. No entanto, espiões eram os únicos a não se misturar, nesses momentos, com os outros. Soldados, guardas, caçadores e até mesmo os criados pessoais pareciam ter medo de chamar a turma de Battle para treinar. “Assim podemos treinar juntos e em paz, certo?”, Aris respondera com um sorriso amável quando Neri tocara no assunto.

Após algumas jogadas em direção a Aris, este não devolveu os espinhos. Virou o pescoço para a direita e encarou as figuras distantes que se introduziam ao campo.

– Quem será?

Neri seguiu o olhar e enxergou uma garota acompanhando Battle, identificado pela capa azul em seus ombros.

– Logo saberemos – respondeu enquanto assistia a dupla se aproximar cada vez mais.

Em poucos metros andados, os espiões conseguiram analisar todas as características da jovem: possuía cabelos ligeiramente crespos, olhos castanhos escuros combinando com as madeixas, corpo com curvas acentuadas e, Neri chutaria, altura aproximada de um metro e setenta. Era, sem dúvida, mais alta que a espiã.

– Neri, Aris – Battle os cumprimentou após alcançá-los. – Ihene ganhou mais um guarda hoje – flexionou o braço direito para o lado. – Esta é Joerelin. Podem posicioná-la em relação aos horários e regras?

– Sim, senhor – Neri assentiu, fazendo seu chefe agradecer e se retirar rapidamente. Olhou para o rosto triangular da novata e sorriu. – Seja bem-vinda, é um prazer conhecê-la.

– Muito obrigada, sinto o mesmo em estar aqui – devolveu o sorriso com o dobro de afeto. – Posso perguntar algo pessoal? – questionou com curiosidade e, tendo resposta positiva, continuou. – Quantos anos vocês têm?

– Tenho dezoito, Aris tem dezessete.

– Oh, tenho dezoito também! – riu com a coincidência. – Ah, bem, não quero atrapalhá-los! Por favor, continuem o treino – sorriu com culpa.

– Não se preocupe – Aris respondeu gentilmente. – Ajudaremos você agora.

– Obrigada! Vocês estão sendo realmente ótimos comigo – seu rosto moreno se iluminou. – Quem sabe não aprendo alguns truques de espião com vocês?

Neri e Aris riram. Apesar de motivos diferentes, o interior de ambos não reagiu dessa forma. Neri achava que Battle não apresentara Joerelin apenas para os espiões perderem a fama de assassinos solitários das sombras – costumava fazer várias tentativas, com pessoas recém-escolhidas no teste, de aproximá-las de sua equipe, tornando-a menos isolada; mas, após um tempo, os novatos seguiam os conselhos alheios e, mais uma vez, os ”estranhos de preto e marrom” ficavam a sós. Não que tivesse certeza disso, já que nada denunciava outra intenção por parte do chefe-espião, porém algo naquela guarda principiante fazia Neri reforçar sua atenção. Talvez fosse o excesso de simpatia que sempre se tornava, aos olhos da garota, uma peça de teatro.

– Dependendo de sua rotina em casa, você pode pedir para que mudem seu horário de treino – Aris começou a explicar. – É por isso que você raramente verá as mesmas pessoas em um horário fixo.

Vendo que Joerelin assentia energicamente a cada frase, continuou.

– Podemos revezar horários caso aconteça algum imprevisto. Se passar mal, por exemplo, peça para alguém da sua divisão substituí-la. Agora as regras: não crie confusões, não derrame sangue – afinal, aqui é apenas treino entre irmãos -, não abandone o campo sem completar sua carga horária, guarde os materiais que utilizou e não traga comida.

– Onde esses materiais estão? – perguntou descontraída.

– No corredor águia do castelo – Aris sorriu. – Não se preocupe, não a deixaremos se perder – pareceu se divertir com a confusão que tomara conta da garota. - O que acha de desafiar alguém agora?

– Agora? Bem... – hesitou. – Se faz parte do treinamento, tudo bem! – concordou com inesperada animação.

– Nos aconselham a criar um desafio todos os dias – explicou. - Agora observe e veja quem lhe chama a atenção.

Os olhos femininos percorreram o campo, por poucos segundos, até que Joerelin respondeu.

– Já escolhi – fitou Aris e Neri, esperando a próxima ordem.

– Agora se apresente e sugira um treino – disse o espião.

A guarda sorriu e caminhou até um rapaz de cabelos brancos e espetados que batalhava com um soldado. Com uma espada, criava movimentos rápidos e pesados para pressionar o adversário. De longe, a dupla de espiões observou o rapaz de calças rasgadas e botas baixas pausar a batalha e se virar para Joerelin.

– Aquele não é um caçador... Geralt?

– Acredito que sim – Neri concordou com a cabeça.

– É o que perdeu o irmão em um ataque de animais selvagens, não é? - Aris questionou.

– Sim – falou enquanto via o adversário de Geralt emprestar sua espada para Joerelin. – Após a morte do irmão, dificilmente o vemos com alguma companhia.

– Entendo... – respondeu com a voz ligeiramente melancólica.

– Eu sinto muito, Aris – Neri proferiu com certo pesar.

O garoto sorriu fracamente.

– Não se preocupe – voltou a encarar Geralt. – Quem acha que irá ganhar?

Neri sorriu e movimentou a cabeça negativamente. “Surpresas são sempre mais divertidas”, disse com os olhos brilhando.

Frente a frente, Joerelin e seu adversário estavam eretos e com as armas posicionadas ao lado do corpo. Em segundos, Geralt iniciou a batalha com um golpe lateral, que Joerelin defendeu rapidamente com um empurrão para frente. Com o tempo que Geralt gastou se reequilibrando, a guarda atacou o ombro masculino esquerdo, passando a poucos centímetros da pele.

A luta não havia passado de um minuto quando parte dos guardas se aproximaram da dupla, que agora trocava golpes frenéticos. Tornaram-se o centro de uma roda de pessoas que expressavam nítida curiosidade na novata. Esta continuava cruzando sua espada com a de Geralt, que tentava atacar os pés femininos. Sem êxito, via a adversária pular e contra atacar de cima, fazendo-o recuar. Em uma das investidas, Joerelin apresentou uma sequência rápida de três golpes que, apesar de leves, conseguiram arranhar a superfície do antebraço do caçador. Aparentemente satisfeita com o resultado, certa confiança apareceu em seu semblante ao mesmo tempo em que manipulava brutalmente a espada em direção à barriga de Geralt. O garoto se mexeu fracamente para o lado, deixando livre o espaço onde sua inimiga acertaria. Quando a espada inimiga alcançou seu limite, Geralt a prendeu entre o braço e a cintura e, com a mão livre, segurou o cabo da arma. Joerelin não apresentou força e velocidade suficientes para reagir, e logo sentia a lâmina fria do garoto em seu pescoço.

Murmúrios, antes baixos, aumentaram, deixando os desafiantes ouvirem alguns guardas reclamando sobre suas apostas. “Falei que a menina não ganharia!”, Geralt ouviu um de seus companheiros caçadores afirmando.

– Obrigada pelo treino – Joerelin disse após se soltar do oponente. – E peço desculpas sinceras pelo machucado – expressou culpa. – Será que posso me redimir fazendo um curativo?

O jovem com uma cicatriz passando pelo olho direito acenou com a cabeça rapidamente e sorriu, afastando-se do campo. Joerelin se virou para o soldado anterior, que assistira a luta toda, e devolveu a espada.

– Agradeço pela gentileza, cavalheiro – sorriu e, seguindo Geralt com os olhos, seu rosto se contorceu em preocupação. – Aquele rapaz não gostou de mim?

– Ah, não é nada disso. Ele perdeu o irmão, sabe? Eles tinham uma relação muito próxima. Não é qualquer um que passa por essas coisas – deu de ombros.

As sobrancelhas e os olhos da garota se arquearam em surpresa.

– Ele precisa de alguém que abra seu coração novamente – falou com compaixão.

– É, algo assim – o soldado, embaraçado, concordou. – Se me dá licença agora, senhorita – disse antes de se retirar em direção a outro grupo.

Joerelin olhou para longe, onde Aris e Neri a observavam. Com passos lentos, alcançou-os.

– O que dizem? – questionou com animação.

– Você se deixou levar pelo momento aparentemente vantajoso – Aris contou. – Mas concordamos que é uma ótima guerreira – olhou para Neri e sorriu.

– Obrigada! – devolveu o sorriso. – Decidi que amanhã lutarei contra um espião!

– Ah, meninas corajosas são incríveis – Aris riu levemente. – E com qual?

A expressão de Joerelin mudou, deixando-a séria.

– Quem é o melhor?

O espião de olhos azuis fitou, com confusão, Neri, que apenas sorriu. Com naturalidade, o garoto respondeu.

– É a minha irmã: Liz.

(...)

– Por que o Battle indicou essa mulher? – o soldado, cavalgando ao lado de um dos companheiros da missão, questionou incrédulo.

– Porque nossos espiões de verdade já foram ordenados a outras coisas, é claro – deu de ombros.

A dupla, montada em cavalos fortes e sem cor, ultrapassava os portões de Diellor com mais dez pessoas. A equipe era completamente composta, com exceção de um curandeiro e uma espiã, por soldados.

– E os espiões do Sol? – o primeiro soldado continuou enquanto seguiam a trilha para longe das muralhas.

– Todos sabem que os melhores estão em Ihene, Varev – respondeu com um sorriso esperto e virou a cabeça para trás, onde a espiã cobria a retaguarda. – Também não confio nela, então fique de olho.

Zane se endireitou e fitou o chão parcialmente coberto por folhas velhas, tentando afastar, de sua memória, o rosto da mulher. Ao encará-la, sentiu seu corpo ser tomado por solidão e maldade. Talvez fosse pela sua aparência. Vestia-se sempre de preto e a única expressão que apresentava se constituía de seriedade - às vezes, parecia haver uma quantidade quase imperceptível de mágoa. Se não fosse por isso, então seria pela história indigna da espiã.

– Energia, rapazes – o soldado que guiava o grupo proferiu em voz alta. – Temos que chegar ao Jolaferis ainda hoje.

– Energia, capitão? – um dos homens perguntou desconcertado. – Se fosse para buscarmos uma ninfa, e não uma bruxa, eu já estaria lá!

Enquanto o grupo ria e apoiava o companheiro, Zane e Deschen não exprimiram forte reação. Um sorriso fechado foi a única coisa que o guerreiro conseguira fazer.

O silêncio da espiã começava a incomodá-lo.


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Notas finais do capítulo

Bônus (criei-o imaginando o personagem neste capítulo, no campo de treinamento; é algo extremamente simples, mas espero que gostem (:): http://www.ezimba.com/work/150727C/ezimba11140123563304.jpg
E aí, galera, quais suas impressões sobre a Joerelin e os outros novos?
Espero que tenham curtido. Chocolates para todos e até mais, o/



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