Ele me ajuda a se levantar e no momento que vejo os olhos dele, não consigo olhar mais pra nenhum outro lugar...

Seus olhos tem um tom verde muito lindo, como os de um campo na primavera. Seu cabelo bagunçado era de um moreno como chocolate, tudo em sua face era perfeita. E só voltei ao mundo quando ele começou a me sacudir:

–Terra chamando garota nova maluquinha. Terra chamando garota nova maluquinha...

–Ah! Me desculpe, eu fiquei meio tonta e me perdi nos pensamentos. – Respondo um pouco envergonhada.

–Não foi nada. Mais e ai, você se machucou? Precisa de ajuda?

Eu sentia uma dor estranha no tornozelo, mais eu não ia falar isso pra ele, afinal eu nem o conhecia!

–Não, esta tudo bem! Mas será que você pode me ajudar a achar o meu armário? Acho que estou meio perdida... – Okay, eu não ia perder a chance de ficar um tempinho a mais com ele.

–Todos os armários ficam no terceiro andar. Vamos, eu te levo até lá!

Quando começamos a caminhar sinto uma dor novamente no tornozelo, mas tento ignorar e continuo. Eu já tinha feito vários cursos para ser modelo, e isso me ajudou a ficar firme e andar normalmente.

–E então garota nova maluquinha, qual é o seu nome afinal?

–Meu nome é Celeste, mas e o seu garoto misterioso? – Pergunto entrando no mesmo jogo dele.

–Como assim você não sabe o meu nome? Sou aquele jogador de sucesso que aparece em várias revistas. Não acredito que nunca ouviu falar de mim! – Ele responde com uma cara de espanto.

–Sei que você esta mentindo. Acompanho varias revistas e nunca vi um rostinho igual o seu. O seu joguinho não vai dar certo comigo!

–Eu só queria fazer uma brincadeira com você, mas pelo visto você é bem esperta. Enfim, meu nome é Aspen, tenho 16 anos e estudo nessa escola desde quando era uma criancinha. Viu? É assim que se faz apresentações!

Eu rio do comentário dele, adorei seu senso de humor.

Chegamos nas escadarias para o segundo andar, e quando estamos quase na metade da escada, eu perco o equilíbrio por causa do tornozelo dolorido e acabo caindo. Mais não chego a cair no chão, Aspen foi mais rápido e conseguiu me segurar. Nem quero imaginar o que aconteceria se eu rolasse de escada a baixo.

–Celeste? O que houve? Você se machucou? Esta tudo bem?– Pergunta Aspen, ele parecia preocupado comigo.

–Eu acho que quando eu cai, lá em baixo na poça de água, eu machuquei meu tornozelo. Eu consegui aguentar até aqui nas escadas, mas quando eu comecei a subir, eu perdi o equilíbrio e acabei caindo. A minha sorte foi você estar aqui pra me segurar. – Falei tudo muito rápido, pois a dor tinha aumentado e eu estava muito nervosa.

–Celeste, porque não me falou antes? Pode ser alguma coisa grave!
Depois mesmo vou lá na direção reclamar, e pedir o porque daquele corredor estar molhado.

–Aspen de verdade, está tudo bem. Eu devo só ter dado um mal jeito no tornozelo, só isso, okay? Podemos continuar? – Sim, eu sou muito teimosa.

Ele não fala mais nada, apenas me ajuda a se levantar, até então eu continuava nos braços dele.

Mas no momento em que eu boto o meu pé no chão, sinto uma dor insuportável e começo a gritar... e simplesmente caio novamente, mais dessa vez Aspen não consegue me segurar a tempo e eu acabo batendo a cabeça no chão.

Ele me pega no colo e começa a me levar para algum lugar. Só consigo pensar em como os braços dele são fortes, consigo sentir cada músculo.

–Aspen, pra onde você esta me levando? – Pergunto um pouco tonta.

–Pra enfermaria! Onde mais seria?

–Aspen, espera, eu não quero ir pra lá!- Digo apavorada.

–Você não tem opção garota, você esta machucada e ainda quer teimar comigo?

Não tinha jeito eu teria que ir pra enfermaria. Ele me chamou de teimosa, mas ele também não é diferente!

Passamos por mais dois corredores, e entramos em uma porta. La era a enfermaria. Aspen me deita na maca, e como não tinha ninguém, ele disse que já voltaria e que não era pra mim, de jeito nenhum, tentar sair dali.

Sabia que não conseguiria sair andando dali, então à única opção era ficar deitada esperando para ver se Aspen voltaria. O sinal toca. Já é a hora de entrar para as salas. E eu estou deitada em uma maca, sem conseguir botar o pé no chão, sem ninguém para me ajudar, sem saber se Aspen vai voltar.