Máscara escrita por Dracule Mihawk
Notas iniciais do capítulo
Esta história é só mais uma da minha maratona Gruvia que tenho em mente. Cá pra nós, do Arco Tártaros em diante há tantas oportunidades no mangá para se escrever sobre eles. ^^
Espero que goste! Tenha uma boa leitura!
Vestia uma máscara.
Não feita de papel, plástico ou porcelana, não. Era de carne e de pele; era seu próprio rosto.
Dentro do quarto, com porta trancada, diante do acusador espelho, Gray encarava aquela imagem repugnante chamada reflexo. A expressão fria — talvez mais que a magia dele — parecia esmagá-lo apenas por ser contemplada. A sensação de falsidade, de negativismo, de indiferença.
Afinal, aquela missão valia mesmo a pena?
— Ora, deixe de bobagens, seu idiota — ralhou para o reflexo. — Você está aqui por um propósito, um objetivo: a Avatar. Ela precisa ser detida e...
O que ele continuaria a dizer? Que não importava quem ele enganaria no processo? Que tudo convergia para um bem maior? Que, apesar de apresentar-se como um servo de Zeref, um mago negro e corrompido, ele precisava fazer tudo aquilo para salvar o mundo como tantas outras vezes tinha feito ao lado dos companheiros? Frases e mais frases vagavam isoladas na mente de Gray Fullbuster.
“Companheiros, tsc.” Um ano após a diluição da Fairy Tail ele estava ali, na Avatar, colaborando secretamente com Erza — a única companheira com a qual conseguiu manter contato desde que a guilda tinha sido desfeita — para dar fim ao plano maquiavélico daqueles servos de Zeref. Apoderara-se da capacidade de manipular a forma Demon Slayer que herdara do pai e se infiltrara no meio dos vilões, passando-se tão bem por um deles, sendo um deles.
E, ainda diante daquela marca horrenda que lhe riscava o rosto, Gray pensou na vida que deixou para trás.
Pensou na casinha simples na vila Lebre do mar, ou, conforme diziam as notícias, a recém-chamada vila Rainfell, um lugar onde, abrupta e inexplicavelmente, a chuva caía incessante.
Juvia.
O sentimento de culpa recaiu sobre ele quando soube o que havia feito. Antes, contribuíra para a felicidade da jovem assim que a conhecera, sendo o sol para ela; agora, era o exclusivo responsável por fazê-la regredir à melancólica solidão. Havia abandonado a companheira que, durante tanto tempo, esteve perto. Dividiam a mesma casa, comiam, treinavam e trabalhavam juntos. Mesmo sem guilda, um ao lado do outro, eram felizes.
Aí ele a deixou lá. Sozinha. Saiu sem dizer nada. Deveria ser assim. Para a segurança dela, este era o proceder ideal. Mas apesar de tudo, sentia falta da companhia dela, mesmo nunca tendo admito o tal. Agora, ali, sob o teto da Avatar, ele gostaria muito ser chamado outra vez de “Gray-sama”.
Sorriu sem graça diante do reflexo.
— Hoje será o ritual de purificação da Avatar. Irei destruí-los, todos eles. E aí... — Suspirou de olhos fechados. — Não, o Conselho Mágico não me deixará voltar para casa.
“Hunf, o Conselho... Eu tenho o sangue, a vontade da Fairy Tail nas minhas veias. Dane-se o Conselho! Eu vou voltar para casa, verei a Juvia outra vez e não será um estúpido, fraco e recém-modificado Conselho Mágico que me impedirá” pensou decididamente. “Não seria assim que você agiria se estivesse no meu lugar... Natsu?”
E, mais calmo, lembrou-se dos saudosos momentos ao lado dos companheiros. Ansiava para que um dia os visse outra vez.
Muito longe do quarto, em alguns andares abaixo, Gray escutou um grito agudo:
— Gray, eu sei que você tá aí! Saia de onde estiver!
Não acreditou. Era impossível, praticamente impossível ser real. Mas aquele brado, aquele tom irritante era inconfundível. Sabia a quem pertencia a voz distante; o dono dela estava ali.
— Natsu?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Obrigado por ler!
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