Pov James

Na minha frente, estava Marlene, mesmo com roupas sociais que dariam um ar de mulher madura, seu rosto delicado de boneca denunciava sua idade, fiquei encarando ela por uns segundos

– Bom dia, senhor Black - disse com um sorriso , e continuei a avaliando,

E vendo que ela começava a corar resolvi me pronunciar

– Tão cedo aqui senhorita Jones - digo olhando no meu relógio de pulso e vendo que ainda faltava 20 minutos para seu turno começar

– eu moro um pouco longe senhor então não queria me atrasar no meu primeiro dia de trabalho - disse com um sorriso tão natural que eu nunca tinha visto, nem mesmo na minha mãe que é um poço de alegria o que as vezes me faz pensar que sou adotado

– Tudo Bem, vamos para meu escritório então? - pergunto, mas meu tom grosso como se fosse uma ordem, mas estranhamente ela não parece se abalar com isso, seu rosto não se mexe um centímetro, estranho pois as antigas sempre ficavam nervosa

– Claro, senhor black - responde com sua voz doce

Ela já ia saindo do elevador quando me lembro que ia na cafeteria e acabei esquecendo, então decido usar minha primeira estratégia para ver se ela é eficiente

– Eu estava indo numa cafeteria aqui perto mas estou com uma dor de cabeça dos infernos e estou impossibilitado de ir, você poderia ir lá buscar o meu café? - pergunto esperando ver cara de perplexidade ou raiva pois secretárias não são pagas pra isso, pelo menos não as dos outros, mas a minha será, mas ela me surpreende com mais um dos seus lindos sorrisos

– Claro que sim senhor Black, o que quer? - pergunta já voltando pro elevador

– O dono sabe o meu pedido, é só falar com ele e pedir pra colocar na minha conta- digo

– OK - diz antes das portas se fecharem

Volto pra minha sala com um sorriso malicioso, daqui a pouco recebo a ligação do dono me dizendo que ela caiu na armadilha, assim provando que é como qualquer outra

Passa- se uns minutos e escuto alguém bater na porta

– Senhor Black, posso entrar? - diz ela, mas tão rápido? sorrio com o pensamento de que ela aceitou o cortejo do dono da cafeteria, assim como eu previ

– Entre - disse, então ela veio a minha mesa e colocou o café e o bolinho que eu sempre peço sobre o vidro, mas reparei nela e ela estava bufando como se estivesse com raiva, ri com isso mas resolvi perguntar

– Aconteceu alguma coisa, Marlene? - perguntei falsamente

– Não precisa saber disso senhor, não é relevante - disse ela

– Me conte, estou curioso de o por que você me parecer com raiva - segurei o riso debochado mas de repente percebi algo - ei, o que é isso no seu rosto? - me referi a grande marca vermelha em sua bochecha esquerda

Pov Lene

Droga! ele percebeu a marca, e olha que nem foi Dominique que fez pois ela prefere me espancar no corpo do que no rosto o que ficaria muito evidente e a reputação dela ficaria manchada por bater na sua "querida sobrinha" , que é como ela me chama na frente de seus sócios da alta sociedade, mas foi culpa daquele homem, que infeliz, dando em cima de mim, nojento

– Não é na-nada senhor black, é uma reação alérgica, só isso - menti

– ok - ele ainda me olhava desconfiado mas deixou pra lá - então vamos começar ..

Ele me explicou tudo o que eu devo fazer, nunca me atrasar, e a regra numero 1, sempre fazer o que ele mandar sem questionar e comecei meu trabalho, mandava emails para sócios, imprimia documentos e levava para ele assinar, etc . Quando já estava anoitecendo eu nem reparei que já tinha passado a hora de ir embora, e só percebi isso quando James chamou minha atenção

–Marlene, já passou a sua hora, pode ir embora - assenti com a cabeça e ia colocando meu crachá quando ele me perguntou

– Lene Jones? por que seu nome não está correto aqui? - disse ele

– Amm, por que eu pedi pra Mary pra colocar assim, gosto que me chamem de Lene , mas se o senhor quiser eu peço pra mudarem agora mesmo- disse de cabeça baixa esperando a bronca

– Não precisa, agora eu também prefiro, Marlene é muito grande e não tenho muita paciência para ficar repetindo toda hora - disse com seu tom costumeiro que comparado aos gritos histéricos de Dominique, são melodias - mas quem é Mary?

– uma senhora que me atendeu na recepção e foi muito simpática comigo - disse normalmente

Pov James

– Ela foi simpática com você? - perguntei surpreso pois essa velha não é gentil com ninguém, nem ao menos comigo

– Foi, senhor .. mas aconteceu algo estranho as pessoas me olharam estranho quando ela riu e mais ainda quando eu a abracei - disse pensativa

– É que você fez um milagre - disse ainda chocado

– Como assim, senhor? - perguntou com o cenho franzido

– Desde que o marido daquela velha morreu ela ficou seca e séria, nunca sorrindo, mas você mudou isso - disse

– OH! pobre senhora, mas fico feliz em ajudá- la a ser feliz, por menos que seja só uma risada - disse dando seu lindo sorriso angelical

– Ok, agora pode ir, seus pais devem estar preocupados com você - disse isso e vi um brilho triste lampejar em seus olhos, mas rapidamente ela voltou ao normal

– É, já vou indo - disse com a voz um pouco falha

– Mas antes você vai me responder o por que de ter chegado aqui com a bochecha vermelha, e o por que mentiu? - peguei ela, pois mordeu os lábios nervosa

– Ok - disse se sentando em frente a minha mesa - quando eu cheguei lá pedi para a garçonete o seu pedido de sempre e ela disse que só o dono sabia dai fui até ele, só que ele, ele tentou me assediar dizendo que se lhe desse um beijo, mesmo que fosse na bochecha , eu não precisaria pegar a fila, só que isso me ofendeu, senhor , e muito, então eu .. -fiz sinal para que continuasse e ela respirou fundo - eu lhe dei um tapa mas ele retrucou com outro tapa - ela terminou

Um misto de emoções tomaram conta de mim, surpresa por ela ter feito isso, o que prova que ela é confiável, e depois disso já está contratada por mim oficialmente. Raiva, como aquele cara poderia ter feito isso? , posso ser grosso e estressado mas nunca bati em uma mulher, meus pais me ensinaram muito bem que isso não se faz, ainda mais com ela, ELA , uma garota delicada e doce.

– Nossa, ok, então já pode ir - falei e ela saiu

Fiquei mais um tempo ali parado e sentindo o aroma de rosas que ela deixou após sair pela porta. E senti algo estranho dentro de mim como se eu fosse capaz de partir aquele cara ao meio. Por que eu estou me importante com essa simples secretária? . Não sei o que está acontecendo comigo mas eu vou descobrir .