— Meninas, vocês sabiam que Davies tem um irmão mais novo?

Falei quando já estávamos reunidas no quarto, Anne e Luna estavam conversando conosco antes de irem para seus quartos.

— Não. – Vic falou.

— Ele tem, e esse irmão é da Durmstrang.

— E como você sabe disso Kay? – Anne perguntou. Era incrível como ela pareceu amadurecer uns 3 anos nessas férias.

— É, bem... – corei e comecei a gaguejar – Eu o conheci hoje, estava no jardim e ele também, começamos a conversar e ele parece ser bem legal.

— Kay? Uma curiosidade, porque você e Rogerio não se dão bem? – Beth perguntou e me fez pensar um pouco sobre isso.

— Ah, ele não gosta muito de mim, eu sei que ele tem um xodó pela Cho e no ano passado fiz uma brincadeira de mal gosto, mas ele já não gostava de mim desde que entrei para substitui-la.

— Kay, conta mais sobre o irmão dele.

— Ah Luna, ele parece ser bem interessante, mas o irmão dele não gosta de mim, vai que ele resolve me tirar do time ano que vem por isso?

— Que nada Kay, ele não faria isso só por você ter se aproximado do irmão dele.

— Bem, vamos ver.

A manhã seguinte passou rápido, eu só tinha na segunda e quinta o último horário vago, pois havia desistido da ideia de fazer adivinhação e não tinha colocado nada para substituir a aula, então como Snape não dava aula no ultimo horário de quinta eu ia vê-lo e nas segundas estudava e fazia os trabalhos das outras matérias.

Depois de voltar as aulas, passei a almoçar em 10 minutos e passar o resto do tempo no jardim, lendo ou adiantando alguns trabalhos, este ano estava pesado pois além das matérias obrigatórias eu ainda havia escolhido Runas Antigas, Aritimancia, e Tratos das Criaturas Magicas. Hoje estava lendo um livro para entender as aulas de Tratos das Criaturas Magicas.

— Tentando me evitar Kay?

— Ah, não – sorri fraco – Só estou tentando entender uma das matérias, por isso almocei rápido e vim para cá Andy.

— Entendi, então está ocupada?

— Não, poderia ler isso mais tarde.

— Hum... Está lendo o quê?

Mostrei a capa do livro e ele sorriu.

— Animais Fantásticos e Onde Habitam, gosto deste livro.

— Sério? – Perguntei incrédula.

— Sim, adoro saber sobre as feras que existem no mundo. São realmente fantásticas.

— Concordo.

— Então, hoje serão escolhidos os 3 campeões que vão participar do torneio Tribruxo.

— Eu sei. Que bom que nenhum amigo meu se inscreveu, eu não ia gostar de saber bem no dia do meu aniversário que algum amigo meu poderia se machucar entrando neste torneio.

— Hoje é seu aniversário?

— Sim.

— Feliz Aniversário Kay.

— Obrigada. – Fiquei corada – Mas e seus amigos se inscreveram?

— Sim, mas não são todos meus amigos sabe, sou amigo mesmo de Vitor Krum, se não fosse por ele eu não teria vindo.

— Porque?

— Foi ele que insistiu para o diretor me trazer.

— Ah, e ele se inscreveu?

— Sim.

— Você teria coragem de se inscrever Andy?

— Sim, e você Kay?

— Nunca.

Ele riu, eu vi Rogerio se aproximando.

— Bem, vou indo, preciso tirar umas dúvidas sobre transfiguração.

— Tudo bem.

— Oi Sanchez! – Rogerio me cumprimentou.

— Oi Davies.

— O que deu nela Andy?

— Não sei. Porque?

— Ela nunca perdeu uma chance de fazer brincadeirinhas comigo.

Ouvi ao fundo os dois conversando sobre mim, eu não queria perder meu lugar no time, e se me aproximasse de Andy, Rogerio ia gostar menos ainda de mim.

Passei as aulas seguintes pensando nisto, acabei levando bronca de Snape pois havia colocado espinhos de ouriço demais na poção e acabei levando um zero naquele trabalho.

Quando tocou a sineta para o fim da aula Snape me chamou e eu esperei até os outros alunos saírem para me aproximar da mesa dele.

— Aconteceu algo Severo?

— Você está distraída e levou zero na poção mais simples de preparar, eu é que devo lhe perguntar se aconteceu algo.

— Não aconteceu nada Severo.

— Kay!

— Eu só estava pensando, eu perdi o lugar de apanhadora para Cho, e agora sou só artilheira, tenho medo de Davies me tirar do time, ele não gosta muito de mim.

— É só isso Kay? Davies pode não demonstrar, mas tenho certeza que ele sabe como você joga bem, ele não tiraria uma ótima artilheira e apanhadora só porque tem uma certa intriga com ela.

— Obrigada Severo.

— De nada Kay.

Saí da sala e como era minha última aula do dia fui para o salão comunal, chegando lá encontrei Anne sozinha, sentada em uma das poltronas perto da lareira que se encontrava apagada naquele momento.

— Anne?

— Ah, - ela pareceu meio surpresa – oi Kay.

— O que faz aqui sozinha?

— Período vago.

— Porque não foi para os jardins?

— Queria ficar um pouco sozinha e pensar.

— Pensar em quê?

Ela pareceu nervosa e pela cara que fez estava inventando uma história para não contar o real pensamento.

— É que uma vez eu ouvi dizer que tem uma maldição aqui em Hogwarts.

— Sei que não era isso que estava pensando!

— Mas é verdade que eu ouvi falar dessa maldição. Quer saber sobre o que é?

Minha curiosidade me vencia.

— Só se você prometer que vai contar depois sobre o que estava realmente pensando.

— Prometo.

— Agora pode contar, estou curiosa.

— Bem, - ela sorriu por causa da minha curiosidade – Sabe de onde vem a rivalidade entre Sonserina e Grifinoria?

— Ah, sei sim, se for isso nem precisa contar.

— Não, não é isso. Os fundadores das casas eram apaixonados pela fundadora da nossa casa, não é?

Assenti e fiz sinal para que ela continuasse.

— Dizem que a fundadora de Lufa-lufa, Helga era melhor amiga de Rawena, mas tinha inveja, pois ela nunca era notada quando Rawena estava por perto, quando descobriu que Salazar Sonserina e Godric Grifinoria tinham tal sentimento por sua melhor amiga, enlouqueceu, ficou com tanta raiva que amaldiçoou as duas casas, disse que entre elas não surgiria nenhum tipo de afeto, que nem amizades durariam entre seus integrantes, mas o principal é que um garoto e uma garota pertencentes cada um a uma dessas casas nunca poderiam ficar juntos, e que se tentassem, algo horrível aconteceria para impedir. Ela se arrependeu depois, mas já era tarde, o ódio momentâneo que ela teve da melhor amiga foi suficiente para não poder mais reverter a maldição.

— Quem é que te contou isso?

— Ah, - ela ficou vermelha – ouvi um lufano do quinto ano falando com um do sexto.

Ela levantou e foi em direção as escadas dos dormitórios.

— Hey, você prometeu me contar sobre o que estava pensando!

— Ah, até que o Adam é bem bonitinho sabia?

— O quê? – Falei e ela correu em direção ao quarto enquanto eu tentava alcança-la.