Nossa primeira aula: Defesa contra as artes das trevas, temos um novo professor, acho que Lockhart foi demitido depois do que aconteceu na câmara secreta.

– Bom dia alunos, meu nome é Remo Lupin, hoje vou ensinar-lhes como lidar com o seu medo.

Ótimo vou ter que lidar com a ideia de não saber quem são meus pais em plena aula.

– Aqui dentro – ele apontou para um armário – tem um bicho-papão, ele não tem forma definida, ele se torna aquilo que você mais teme. Quero que pensem no maior medo de vocês, vou ensinar-lhes um feitiço para derrotar ele, imaginem algo que o deixe menos amedrontador e digam Riddikulus.

Ele chamou uma menina lufana, quando ela parou na frente do armário Lupin o abriu e de dentro saiu um lobo rosnando alto, pronto para ataca-la, ela usou o feitiço e ele começou a correr atrás do próprio rabo, todos riram.

– Kaya Sanchez, quem é?

– Eu professor Lupin.

– Quero que tente, tudo bem?

– Sim.

Meu primeiro pensamento foi de Sandra e Robert dizendo que meus pais biológicos nunca me quiseram, mas de repente lembrei do sonho que eu sempre tive com os olhos de serpente, ele havia ficado menos frequente depois que entrei em Hogwarts, e o bicho-papão virou uma serpente com os olhos gélidos igual à do meu sonho, não consegui pensar em nada que a deixasse menos assustadora, ela estava pronta para me dar o bote e então um menino da minha turma se colocou a minha frente e o bicho-papão tornou-se uma pantera negra, ele disse o feitiço e um novelo de lã apareceu distraindo a pantera, o professor chamou outro aluno e se dirigiu a mim.

– Senhorita Sanchez, está tudo bem?

– Sim professor só estou um pouco assustada, preciso respirar um pouco.

– Tudo bem, Miller! – Ele chamou o garoto que tinha me ajudado – leve-a para tomar um ar.

O garoto assentiu e segurou meu pulso me levando para fora da sala, assim que passamos a porta me sentei em um banquinho que tinha por ali.

– Porque me ajudou?

Perguntei a ele com um leve sorriso e pela primeira vez reparei em como ele era, cabelos escuros e olhos amarelos-esverdeados, pele tão clara quanto a minha, e ele tinha um belo sorriso.

– Você parecia apavorada em frente aquela serpente, e bem, ela estava pronta para te atacar, achei que deveria te ajudar.

– Obrigada, Miller?

– Adam Miller.

– Prazer.

Ele deu um sorrisinho e ficamos conversando o resto da aula fora da sala, ele era realmente divertido.

– Kaya! O que foi aquilo?

– Aquilo o que Beth?

– Você não conseguindo enfrentar um bicho-papão e sendo defendida pelo corvino do nosso ano?

– Não sei Beth, eu simplesmente não consegui e Adam me ajudou.

– Ah, oi Adam.

– Oi Elizabeth. – Ele disse e sorriu – Bem Kaya, sempre que precisar de ajuda me chame, agora vou indo, e obrigada pela companhia.

– Tudo bem Adam, me chame de Kay, obrigada por tudo.

Ele deu um beijo em meu rosto e saiu pelo corredor, Beth começou a falar, mas eu não dei muita importância, minha pele ainda formigava onde ele havia beijado.

– Kaya!!!

– Oi Beth?

– Ih, está caidinha pelo corvino então?

– Quê? Claro que não, eu conheci ele hoje, vamos temos transfiguração!

Me irritei um pouco com Beth que não parava de rir.

– Alunos, nesta aula vou pedir que façam trios.

Minerva falou e vi minhas colegas de quarto se juntando em uma das primeiras mesas. É parece que fiquei de fora.

– Senhorita Sanchez?

– Sim professora.

– Está sozinha? Devo ter calculado errado, vamos ter que desfazer um trio e montar duas duplas, senhor Miller, se importa de fazer o trabalho desta aula com a senhorita Sanchez?

– Claro que não professora.

– Ótimo, hum... vejo uma mesa sobrando lá atrás podem se sentar lá.

Seguíamos em direção a mesa que Minerva mandou.

– Sabe, esse trabalho parece ser um tanto fácil. – Ele falou sorrindo.

– Concordo, em uns 15 minutos com muita atenção terminaríamos.

– Bem, eu acredito que em 30.

– Você demora tanto assim?

– Você que é rápida demais.

Rimos e em 25 minutos o trabalho estava pronto. Como havíamos sido os primeiros a terminar a professora nos permitiu conversar desde que não atrapalhassemos os outros grupos.

– Sabe Kay, eu vejo você desde o ano passado sempre estudando, você realmente gosta?

Ele reparava em mim desde o ano passado e só o conheci hoje.

– Sim eu realmente gosto de estudar.

Um silencio se estabeleceu e eu falei sem pensar.

– Quer dizer que repara em mim desde o ano passado?

Droga! Palavras voltem. Porque fui dizer isso, agora devo estar muito corada.

– É, bem, é que... – Ele deu um sorrisinho – é que você é uma garota muito... inteligente e sempre dá respostas certas durante as aulas, e você também é...

Ele parou de falar, o que acabou me deixando muito curiosa.

– É?

– Muito bonita.

– Eu? Bonita? – me obriguei a dar risada, baixo pois Minerva já estava de olho em nós dois – Você só pode estar brincando!

– Não Kay, desde o ano passado que os alunos que tem mais ou menos nossa idade vêm dizendo que você e suas amigas são o quarteto maravilha de Hogwarts, e não só os da nossa casa.

– Olha, que Luna, Beth e Vic são bonitas até concordo, mas eu? Eu não tenho nada de interessante.

– Tem sim, você é inteligente, tem um olhar curioso para cada coisa nova que aprendemos, quando fica envergonhada fica vermelhinha igual está agora e ainda tem um sorriso lindo.

Ok. Eu já estava completamente envergonhada. Ele sorriu e foi se aproximando de mim, encostou a mão de leve em meu rosto, estávamos muito perto e então...