Escudo do Tempo escrita por Poly


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Olá olá olá! Tudo bem com vocês?
Estou tão animada com esse capítulo. Espero que vocês gostem!
Boa leitura!!!



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–Você deixou o seu pingente na cela, então imaginei que tivesse fugido.- Disse o soldado, estendendo a mão para sua amiga.- Venha, levante desse chão gelado e te pago um café.

–Eu não pretendo aceitar o seu café e nem a sua ajuda.- Sophie cruzou os braços irritada.- Você sumiu e me abandonou naquele lugar horrível, não vou mais confiar em você.

–Não vou perder meu tempo dando explicações para quem não devo. E pense pelo lado bom, você teve a oportunidade de fugir!

–O que fizeram com a sua mente dessa vez? Porque parece que derreteram o seu cérebro.- Ela disse com um leve sorriso cínico.- Como você acha que eu iria fugir? Não passo de uma humana comum perdida no tempo. Minhas habilidades foram congeladas.

–Suas habilidades não foram congeladas, apenas apagaram a sua memória. Imagino que não se lembre que aceitou o meu pedido de casamento.- O soldado, que não podia ser nomeado por não ter certeza do seu nome verdadeiro, mexeu em seu cabelo e lançou um sorriso torto.

–Eu nunca me casaria com você, desista.- Ela bufou e olhou a pouca movimentação da cidades pela janela imunda.- Um bom homem me ajudou a sair daquele pesadelo.

–Então quer dizer que você está se engraçado com esse bom homem?

–Não ouse falar isso mais uma vez.- Ela disse irritada.- Você o conhece, aliás. Sem querer encontrei uma foto muito antiga de vocês dois juntos, e até que em outros tempos você era atraentezinho.- A jovem soltou um risinho enquanto o rosto do seu amigo adotava uma expressão séria.

–Quem é essa cara?

–Steve Rogers, o Capitão América.

–Você só pode estar brincando.- Ele riu da piada inexistente.- Isso por acaso é uma missão? Sua missão é me impedir de continuar destruindo as bases e me levar de volta para que mexam de novo com a minha mente e eu me torne novamente um robô? Sou seu amigo, mas isso não me impede de machucá-la se esse for o caso.

–E você realmente acha que eu faria isso? Mesmo depois do que passei na mão daqueles monstros por tantos anos? E aliás, obrigada por me contar que se passaram setenta anos.

–Como se eles não pudessem bagunçar a sua mente e me transformar em um inimigo.

–Então me deixe ir. Estarei segura com Steve.

–Não fale o nome desse cara mais uma vez!- Ele gritou, irritado e confuso com o flash de memória perdida que havia tomado conta de sua mente, como um choque elétrico.

Enquanto o soldado caminhava em círculos, ainda muito confuso, Sophie lançou uma cadeira velha de madeira na janela, quebrando ambas, fazendo com que seu amigo socasse a parede.

–O que raios você pensa que está fazendo?

–Tentando me livrar de tudo.- Ela disse se aproximando da janela.- E de qualquer jeito você precisava de uma cadeira nova, talvez assim se empolgue e compre móveis novos pra esse apartamento imundo, pena que não estarei aqui para te ajudar.

–Não ouse fazer isso, Sophie.- Ele disse com a voz calma enquanto se aproximava da jovem lentamente.- Não desperdice os esforços do seu pai para mante-la viva. Sabe quantas vezes me ferrei por te trazer um pedaço de pão ou um cobertor? Não jogue isso fora, Sophie, faço o que você quiser.

–Me deixe ir, por favor. Não me faça sua prisioneira. Eu prefiro acabar com a minha vida do que viver miseravelmente por décadas novamente.

–Eu só quero te proteger, Sophie.

–Você não é o primeiro a dizer isso.- Ela disse se aproximando ainda mais da janela quebrada.- Steve está me esperando, eu preciso ir.- Ela cutucou na ferida, fazendo seu amigo fraquejar com as memórias perdidas que voltavam quando a palavra mágica era dita, e aproveitou sua distração para pular pela janela.

~~~

Steve era conhecido por ser uma pessoa calma e sensata, porém ao se deparar com o seu apartamento deserto, uma bagunça de sentimentos ruins o atingiu. Ele estava extremamente chateado pelo sumiço de sua mais nova boa amiga e irritado com aquela garota por colocar sua segurança em risco.

O telefone do herói tocava e vibrava sem parar na bancada da cozinha, onde havia jogado o celular e as chaves assim que chegou, sem perceber um pequeno bilhete. Propositalmente chutou uma banqueta, com uma irritação excessiva, antes de atender o telefone, porém percebeu um papel com uma delicada caligrafia e ignorou o toque irritante do celular.

''Querido Steve, esse dia está maravilhoso e extremamente agradável para um passeio. Desculpe por não te esperar, mas não demorarei. E não se preocupe, estarei segura.'' Ele leu, sem ao menos sentir alívio, porque um bilhete não garantia a segurança de Sophie.

Talvez ele estivesse se tornando obcecado, mas por alguma razão desconhecida, a vida da jovem francesa era tão importante e essencial como a segurança do mundo, talvez tão mais importante quanto a sua própria vida. Ele não a conhecia tão bem, mas aquele olhar doce, que escondia décadas de mistérios, era como um imã, por mais que tentasse, ele não conseguiria se afastar.

–Não acredito que você ainda não aprendeu a atender o seu celular, picolé.- Disse o homem das armaduras com deboche, entrando sem permissão no apartamento pela porta que Steve havia deixado meio aberta.- Não é tão difícil, é como o ABC do mundo moderno. Será que esse soro atingiu o seu cérebro? Porque eu sempre desconfiei disso.

–Stark, o que faz aqui?- Perguntou o herói da América sem um pingo de paciência.

–Calma, fortão.- Ele ergueu os braços, em um gesto de rendição debochada.- Só quero ajudar.

–Você querendo me ajudar?!

–Na verdade, a ruivinha ligou para a Pepper, e sabe como é, não pretendo dormir a semana inteira no sofá.

–Aconteceu alguma coisa com a Natasha?- Ele perguntou preocupado.- Não consegui mais entrar em contato com ela.

–Sabe aquela baixinha que você mantém escondido aqui?- Ele perguntou, fazendo os olhos do colega de equipe se esbugalharem.- Ninguém consegue esconder nada de mim, acostume-se com isso logo. Mas voltando ao assunto, a magrelinha precisa de ajuda. Houve uma explosão, estão atrás dela e blá blá blá.- Tony disse, sem o mínimo interesse na confusãozinha.

–Explique isso direito, Stark.

–Se você soubesse ligar essa televisão, poderia ver o que aconteceu. Eu já disse, essas coisas não são difíceis, picolé.- Ele ligou a televisão antes mesmo de Steve dizer algo.

Logo a televisão chamou a atenção do homem antiquado. A câmera de segurança de um prédio mostrava segundos após o momento da explosão no centro financeiro, e no canto da imagem, podia reconhecer os cabelos loiros bagunçados de sua amiga, e por incrível que pareça, um homem que certamente era seu velho amigo Bucky.

Ele imaginou o que isso significava, e era assustador. Ele não queria acreditar que aquele que já havia sido seu mais fiel amigo poderia ter raptado a pessoa que havia passado a ocupar o topo da sua principal lista. O herói ignorou Stark, que não parava de perguntar algo que ele nem ao menos conseguia ouvir com clareza, pegou o seu escudo e deixou o apartamento com pressa, sem ainda nem saber o que deveria fazer.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Mereço comentários?
Espero que tenham gostado desse lado dramático e corajoso da Sophie, e dessa personalidade meio confusa (vocês acharam confusa?) do Bucky.