NARRAÇÃO DO SOLUÇO

Esta é Bérk, o melhor lugar escondido dessa parte do...de qualquer parte, minha aldeia, faz alguns meses que eu trouxe a paz entre humanos e dragões, eu achava que agora, viveríamos em paz, mas isso estava prestes a mudar.

Eu estava levando algumas coisas para a anciã, coisas como pedras, peixes, materiais de feitiço, eu entrei e o Bocão estava lá.

Bocão- Soluço, a anciã previu algo relacionado a você.

Soluço- A mim? O que?

Ela começou a fazer gestos e o Bocão traduziu.

Bocão- Daqui á muitas luas, se romperá uma guerra em Bérk, a guerra mais perigosa que já existiu, você fará a diferença entre a vitória e a derrota, você será o responsável por varias vidas perdidas, sua presença pode significar o fim.

Quando eu ouvi aquilo, o medo tomou conta de mim, eu seria o responsável por varias vidas perdidas, minha presença poderia significar o fim. Eu sai de lá muito preocupado, mas de uma coisa eu tinha certeza, eu tinha que ir embora de Bérk o mais rápido possível.

ANOITECE EM BÉRK...

Eu estava na minha cama, esperando um tempo e me levantei, eu tinha pego algumas coisas e posto em uma sacola, hoje é minha ultima noite em Bérk, eu peguei a sacola e com cuidado pra não fazer barulho, saí de casa, assim que eu sai, corri até o cais, mas, no caminho, eu vi o Banguela, ele havia me seguido, ele parou bem na minha frente e eu acariciei sua cabeça.

Soluço- Desculpa amigão, mas eu não posso te levar comigo, eu nem sei pra onde eu vou. Vou sentir muito a sua falta, eu te amo amigo.

Eu continuei andando e vi um barco que eu podia usar, dai, eu olhei para trás, o Banguela estava sentado no chão, com uma cara que dava muita dó, mas não tinha escolha, eu subi no barco, desamarei as cordas e fui. Ajustei as velas e parti, sem a intenção de voltar, mas quando vi Bérk se afastando, eu comecei a pensar no que eu vou perder, meu pai, o Banguela, meus amigos e a Astrid, eu ia sentir falta de todos.

Continuei velejando, olhando para baixo, mas comecei a sentir uma rajada de vento no barco, não me incomodei muito, até ouvir um barulho muito alto, eu olhei e vi uma imensa tempestade se aproximando de mim, eu já vi tempestades forte, mas nunca nada como aquilo, essa tempestade podia derrubar 10 navios como esse brincando, os pingos da chuva me atingiam, os ventos produziam ondas enormes, os raios iluminavam o céu, eu estava encrencado.

Eu tentei manter o barco firme, mas não consegui, ele começou a que rachar, estava se partindo em dois, era meu fim, eu tentei me manter firme, mas uma onda invadiu o barco e em jogou em alto mar, eu senti o impacto daquela água fria e tentei me manter na superfície, mas uma onda sempre me jogava para o fundo de novo, eu comecei a perder o folego, era uma questão de tempo para eu me afogar, era meu fim.

5 ANOS DEPOIS

Bérk estava em paz, desde o fim da guerra entre humanos e dragões, Bérk nunca esteve em tamanha paz, Stóico estava feliz e triste ao mesmo tempo, ele havia reencontrado a esposa desaparecida, mas havia perdido seu filho.

Ele e sua esposa estavam em uma reunião, até que um berkiano invadiu o grande salão, interrompendo a reunião.

Berkiano- Senhor, há um barco aqui perto, pedindo permissão para atracar.

Stóico e Valka vão para o cais e vem o barco, eles concedem a permissão para atracar e ele atraca, quando vem o comandante, era um garoto grande, forte, cabelos castanhos e olhos verdes, Stóico e Valka não acreditam no que vê, era o...

Stóico- Soluço?

Soluço- Oi pai.

Stóico- Mas como? Você sumiu, nunca deu noticias, onde esteve?

Soluço olha para o chão, meio abalado e depois responde.

Soluço- Eu não quero falar sobre isso.

Stóico não aguenta e abraça o filho desaparecido com todas as suas forças e em seguida, sua mãe se junta ao abraço. Depois de uns 5 minutos se abraçando, Stóico se levanta, cheio de vida e grita ao povo.

Stóico- Senhoras e senhores, Bérk está em festa, pois meu filho...VOLTOU!

Em pouco tempo, todos os berkianos ficam sabendo da noticia e vão dar boas vindas ao Soluço, ele os recebe muito bem, até receber uma ultima visita, uma garota loira de olhos azuis, ela parecia radiante de reencontrar o Soluço, ambos chegam perto um do outro, se encaram por um tempo e se abraçam.

Astrid- Eu senti muito a sua falta.

Soluço- Eu também senti a sua.

Ambos se separam do abraço com um enorme sorriso no rosto. Bérk fez uma festa para o garoto, que adorou cada detalhe, depois, ao anoitecer, voltou para casa. Mas no caminho, se encontrou com um grande amigo.

Soluço- Banguela!

O dragão corre e pula em cima dele e o lambe.

Soluço- Para, chega Banguela, eu também senti sua falta.

Soluço continua seu caminho e entra em sua casa e sobe para seu antigo quarto, lá ele se lembra dos velhos tempos, sem perceber que seus pais estavam bem atrás dele. Stóico põe a mão em seu ombro e em um gesto rápido, Soluço o empurra na parede.

Soluço- Pai? Foi mal, foi sem querer.

Stóico- Tudo bem, onde aprendeu a fazer isso?

Soluço- Eu...prefiro não falar disso.

Stóico- Tudo bem.

Valka lhe entrega um casaco que ela vez.

Valka- Toma, pode vestir.

Soluço sorri para a mãe e tira camisa que estava, quando ele tira, os pais se espantam com o que vê, seu filho estava com varias cicatrizes nas costas e no peito, sua mãe tapa sua boca horrorizada.

Stóico- Folho, onde você tava? Por que está cheio de cicatrizes?

Soluço- Eu já disse que não quero falar sobre isso.

Seus pais se preocupam, onde o filho esteve? Quem fez isso com ele? Onde ele aprendeu aquele golpe? Seus pais não tinham ideia do quanto o Soluço estava mudado.