Indeterminado escrita por Hont91


Capítulo 2
Capítulo 2, Meu melhor amigo explode um chiuaua


Notas iniciais do capítulo

Capitulo a jato pra quem tiver lendo xD



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É curioso como as pessoas não parecem nenhum pouco afetadas quando passam por alguém que parece estar correndo pela sua vida, mais curioso ainda é o fato de que se tivermos cabelo vermelho eles ainda olham com reprovação.
Nesse caso não é curioso que as pessoas estavam me xingando com todo o seu repertorio nova-iorquino de xingamentos sempre que eu passava tão rápido por elas que elas caiam.
Não é minha culpa que eu esteja apavorado, que as ruas estejam lotadas e que eu sou o único que vê uma figura enorme me seguindo não é?
De qualquer forma, eu estava correndo, assustando pessoas, desviando de velhinhas, tentando não ser confundido com um assaltando e, um mero detalhe, tentando permanecer vivo!
“Ai caramba! Que foi que eu fiz pra merecer isso?” Agora, fala serio, eu pensei ter ouvido uma risada no fundo da minha mente, mais uma risada maligna e vingativa, do tipo que ninguém quer ouvir quando acha que tem alguma coisa maior que um caminhão atrás de você.
Quando eu me dei conta, estava na frente do orfanato, nem percebi que tinha ido parar lá. Nem desesperado pela minha vida eu erro o caminho, incrível.
Eu tinha parado de correr apenas pra apreciar o meu talento nato para encontrar o caminho de casa mesmo durante situações de vida e morte, o que obviamente foi uma grande besteira, pois eu ouvi o mesmo rugido de antes, e agora era do meu lado. Também senti um cheiro horrível, como se alguém tivesse aberto um esgoto do meu lado.
Eu esperei, de olhos fechados, mas nada aconteceu. Esperei mais 5 segundos e nada ainda. Todos os pelos dos meus braços estavam de pé e eu tinha a sensação de estar bem próximo da minha morte e mesmo assim nada acontecia, os rugidos pararam e o cheiro diminuiu.
“Mas o que?”.
Eu abri um olho, estava ouvindo um latido agudo e irritante.
Um chiuaua, usando uma coleira brega de brilhantes falsos estava do meu lado, latindo pra mim. Mais importante que isso, eu estava com medo dele.
Eu sei, é um chiuaua, eu deveria ser capaz de enviar ele voando alguns metros com um só chute, mas aquelas sensações que eu tinha vinham dele, e apesar de eu tentar me convencer que era inofensivo, alguma coisa na minha mente parecia quebrada já que não permitia que eu completasse o pensamento.
“Hei Vincent! Voltou cedo! Diabos! O que isso esta fazendo ai?!?!?” Era Arthur, e ele assim como eu parecia seriamente assustado com o chiuaua.
“Arthur! Eu acho que enlouqueci de vez!” Eu ia começar a contar o que tinha acontecido ali mesmo, mas o chiuaua pareceu cansar de ficar latindo para mim e pulou no meu peito.
Então eu cai no chão, e o peso no meu peito foi ficando mais e mais pesado. Ao mesmo tempo o chiuaua ia crescendo, o rabo cortado dele cresceu, e se tornou uma serpente, os dentes foram ficando maiores e afiados, uma juba apareceu, a pata que me segurava no chão foi ficando mais e mais massiva, até que estava maior que o meu tronco, e eu via uma coisa na minha frente que era maior que um caminhão.
“A-e-o-a-e-o-o-o que aconteceu com o chiuaua?!!?” Minha voz tremia, já que meu corpo estava completamente imobilizado, algumas chamas saíram da boca da coisa quando ela respirou.
“U-u-uma quimera!?!!!?” Arthur parecia chocado, mas a não ser que estivéssemos tendo a mesma alucinação, não fazia sentido ele falar isso. Mexi o rosto e olhei pro lado, as pessoas na rua começaram a gritar e correr, mas eu não tenho certeza de que eles tinham visto o mesmo que eu.
“Vincent! Não se mexa! Essa coisa é venenosa e...”.
“E cospe fogo! Eu sei! Agora me ajuda!” Não sei porque eu pedi ajuda pra ele, mas pedi. Mais tarde cheguei à conclusão que isso era desnecessário, e também provavelmente salvou minha vida.
“É pra já!” Até mesmo diante dessa coisa ele não tirava aquele sorriso irritante do rosto.
Então o Arthur fez a coisa mais estranha que podia fazer, ele tirou um pedaço de papel do bolso e... Começou a declamar um poema.
Eu tampei os ouvidos. A quimera não foi tão rápida assim.
Não tenho idéia sobre o que ele cantou, mas o monstro em cima de mim se jogou pro lado rolando no chão e tentando tampar suas enormes orelhas com aquelas patas ridículas, o que não deu certo.
Arthur então parou de cantar e me lançou o sorriso patenteado dele, estava tudo bem. Abaixei as mãos dos meus ouvidos e me levantei, olhando a Quimera, ela estava zonza e parecia não saber pra que lado ir.
“Eu sabia que os seus poemas eram ruins, mas você se superou!”.
“Esse não era meu” Ele disse com cara emburrada. “Vem, vamos rápido, no meu quarto eu tenho armas e preciso enviar uma mensagem ao Quiron, acho que não posso esperar a vã do acampamento”.
Nós corremos para dentro enquanto a quimera se batia em um caminhão de sorvete, ainda atordoada. Enquanto andávamos, eu tinha varias perguntas, mas ele não me ouvia, apenas xingava em uma língua que parecia grego pra mim.

Chegamos no quarto dele, não parecia nada diferente do normal, mas ele puxou alguma coisa embaixo da cama dele, uma enorme mala de aço, ele abriu com a chave e lá dentro tinham espadas, lanças, adagas, e até uma armadura grega completa.
“Desde quando você é fã de armas medievais?”.
“Não são medievais, são gregas!”.
“Tanto faz”
Ele olhou pra mim, parecia em duvida, então pegou uma das adagas e veio na minha direção, eu tive uma impressão ruim e pensei em me esquivar, mas ele já tinha agarrado minha mão.
“Fica quieto, só vou verificar uma coisa”.
“Verificar? Você ta pensando em cortar meus dedos!”.
“Precaução! O seu nome não estava em nenhuma das listas, mas se aquela quimera te seguiu pode ser que você...” Então ele passou a faca na minha mão, fazendo um corte fino, não tão feio quanto pensei que fosse ser. Ele não pareceu gostar do resultado.
“Bando de mentirosos!”.
Eu estava curioso, e já não estava mais com raiva por ele me cortar, mal senti dor.
“Quem?”.
“Os deuses, quem mais! Ninguém enviou um sinal sobre você, eu deveria saber que não podíamos confiar tanto assim neles!”.
Agora eu tinha ficado ainda mais confuso.
“Do que você esta falando?”.
Ele me entregou a faca.
“É bronze celestial, mortal para monstros e inofensivas para mortais, pense assim, se machucar é seu inimigo, se não machucar diga que é um truque de mágica!”.
Eu ainda não estava entendendo nada, mas o modo como ele mexia nas coisas com pressa me deixou mais nervoso ainda. Ele pegou a mochila do acampamento, que já estava pronta há uma semana, e segurando uma outra espada na mão olhou pra mim.
“Você ta com uma cara horrível”.Ele falou como quem não quer nada.
Eu me irritei.
“Bem, se você não notou eu não estou tendo o melhor dia da minha vida, e não to entendendo nada do que você ta falando, nem o que era aquela coisa, ninguém alem de nós dois parecia estar vendo a mesma coisa que agente e tem aquela garota que virou arvore, essas suas armas e...” Respirei fundo encostando a mão na testa, eu estava com dor de cabeça, das fortes.
Ele me deu um sorriso simpático, diferente da propaganda de colgate que eu to acostumado a ver, quase como se já tivesse passado por algo assim.
“Confie em mim, é melhor você não saber ainda, nós temos que ir agora”.
“Ir aonde? Pelo menos isso você pode me contar?”.
“Aonde mais? Acampamento meio-sangue!”.
Confesso que fiquei surpreso. Eu não associei isso por alguns segundos, culpa do déficit de atenção, e só quando ele já estava na porta eu fiz a conexão.
“É lá que eu vou saber o que é tudo isso?”.
Ele apenas afirmou com a cabeça e abriu a porta.
A quimera devia ter acordado logo depois de nos afastarmos porque tinha entrado no orfanato e nos farejado até o terceiro andar, e agora estava espremida no corredor, com a cabeça dentro do quarto, eu vi as chamas vindo antes do Arthur.
“Cuidado!” E fiz a coisa mais idiota da minha vida, pulei na frente da quimera e espetei o nariz dela com a faca que ele tinha me dado.
Ela gemeu e tentou se afastar, mas enorme como era não conseguiu fazer muita coisa, eu abandonei a faca fincada no nariz da coisa como um piercing de má qualidade e fechei a porta com tudo. Arthur ainda estava meio surpreso.
“Valeu”
“Me agradeça depois, como saímos daqui?”.
Ele olhou a janela, eu senti um calafrio.
“Pulando!” Eu sabia.
“Você ta loco? Terceiro andar, lembra?”.
“Não se preocupe, eu já estava preparado pra isso!”.
Ele pegou uma corda grossa no fundo da mala de aço, amarrou no pé do beliche e arremessou pela janela.
“Você estava esperando ser atacado por uma quimera?!”
“Não exatamente uma quimera, um monstro menos perigoso talvez, mas sim”.
Eu apenas balancei a cabeça, ele era sempre assim.
“Você vai primeiro, preciso aprontar uma coisa”.Ele disse remexendo em alguma coisa.
Eu concordei e desci pela corda, agradecendo pelos colegas de quarto dele odiarem ficar no quarto ou teríamos muito a explicar.
Pouco depois ele desceu a corda, eu queria correr, mas ele me forçou a ficar esperando, com um sorriso no rosto de quem armou alguma coisa.
“Você vai adorar isso cara!” E então o quarto dele explodiu, e quando digo explodiu não quero dizer aquelas explosões fajutas de laboratório, mas o tipo de explosão que se vê em um filme de James Bond. Eu fiquei de queixo caído.
“Cara! Você explodiu teu quarto!”.
“Eu sei! Não é demais?!”
Talvez tenha sido porque finalmente estávamos relaxando depois de morrermos de medo daquela coisa, ou estivéssemos apenas cansados, mas começamos a rir como dois loucos.
“O que você usou? Gasolina não faz uma coisa dessas!”.
“Fogo grego! A substancia mágica mais perigosa de todas, e também a melhor para explodir monstros e quartos!”.
Eu apenas balancei a cabeça negativamente, tínhamos acabado de explodir o ultimo andar do orfanato onde morávamos, meu quarto no sótão provavelmente se tornaria cinzas antes dos bombeiros chegarem, e mesmo assim estava feliz.

Depois que paramos de rir e tivemos certeza de que os bombeiros estavam chegando eu e Arthur saímos o mais rápido possível de perto do orfanato, a explosão era no quarto dele, então ele não podia mais ficar por perto, mas não parecia se importar tanto assim com isso.
Andamos algumas quadras, então ele entrou em um lava-jato, eu estava curioso, mas não falei nada, deixaria as perguntas para o acampamento.
Ele colocou o dinheiro na maquina e entrou no lava-jato, lá dentro pegou o esguicho e água, ajustou para fazer um jato fino e ligou, um arco-íris apareceu.
“Segura aqui” Ele me entregou o esguicho e tirou uma enorme moeda de ouro do bolso, e então jogou ela no arco-íris, a moeda desapareceu.
“Ó Deusa, aceitei minha oferenda” Disse Arthur e então parou pensando. “Mostre-me Quiron do acampamento meio-sangue”.
E então uma imagem apareceu, tinham duas pessoas, um cara gordo, com uma camisa havaiana com estampa de tigre e um outro, parecia um homem velho, estava numa cadeira de rodas, tinha uma barba mais ou menos bagunçada, um casaco de tweed, os dois jogavam alguma coisa contra oponentes invisíveis, e quando digo invisíveis, digo que as cartas estavam flutuando aonde devia ter alguém.
“Quiron!” Arthur chamou. O homem mais velho se virou e se surpreendeu com ele.
“Arthur! Algum problema?”.
“Bem...” Ele parecia estar pensando em como dizer seja lá o que fosse dizer.
“Se não for falar nada não atrapalhe o meu jogo senhor Athor”
“É Arthur Sr.D” Ele corrigiu.
“Quero dizer, não é isso, Quiron, temos um problema! Lembra do meu amigo? O que eu disse que podia ser um de nós, mas que não estava em nenhuma lista?”.
Quiron pareceu perturbado, Sr.D parecia irritado.
“Sim, eu me lembro, pedi uma lista completa de todos os meio-sangues, mas o nome dele não estava na lista”.
“Bom, então coloque o nome dele nela, porque ele É um meio-sangue!”.
Quiron se moveu desconfortável, e só então me viu com o esguicho na mão.
“Tem certeza?”.
Arthur fez um sinal que interpretei que fosse para mostrar o corte na mão, eu mostrei.
“Testei com uma adaga de bronze celestial, e ela cortou, e hoje uma quimera veio atrás dele”.
“Atrás dele? Não de você?”.
Arthur concordou.
“Isso é um problema...” Quiron pensou por alguns segundos e então olhou para nós dois. “Chame o Percy, ele e Annabeth estão na cidade hoje, vou enviar Blackjack e os outros para pegar vocês”.
Arthur parecia aliviado.
“Obrigado Quiron”.
“Boa sorte Arthur, Vincent”.E a imagem desapareceu.
Eu fiquei quieto enquanto Arthur arremessava outra moeda.
“Mostre-me Perseu Jackson, onde quer que ele esteja.”

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Notas finais do capítulo

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