A Escolha É Sua! Essa Foi A Minha! Romance Lesbico escrita por TcheALoucaS2


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem se deixei algum erro passar, muito obrigada por todos os votos e comentários, prevejo pessoas me odiando, mas é a vida. Espero que gostem e boa leitura!
Beijo!
—Tche



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Henrique

Saio da casa da Amy e vou até a oficina, dou uma última checada nos carros e falo com o pessoa que ainda não tinha terminado o expediente. Dirijo até o hospital e paro no estacionamento, dou um longo suspiro e entro.

–Oi Sara- digo a recepcionista.

–Oi Henrique, Amy me avisou que vinha.

–Eu posso entrar?- pergunto.

–Sim, ela está no quarto 302- ela fala e volta a atenção para o computador.

–Obrigada.

–Senhor Henrique, provavelmente não estarei mais aqui, meu expediente terá acabo, Mist entrará no meu lugar.

–Tudo bem.

Caminho até o quarto 302 e entro, vejo minha Merida ali, toda entubada, frágil como uma flor, lembro de quando ela era pequena, tinha tantos planos, ela vivia falando que iria morar no Polo Norte junto com as renas e o Papai Noel e ia ter vários amigos esquimós.

–Oi princesa- falo ficando do lado dela.- Como está?

Espero uma resposta.

–Espero que esteja bem, tudo fica tão vazio sem você por perto- passo as mãos pelo seu cabelo.

Chego mais perto dela, ficando com a boca perto de sua orelha.

–Juliet, quero que saiba que aonde estiver, sempre vamos estar aqui por você, espero que esteja bem, todos te amamos. Por favor, sobreviva- falo sussurrando e me afasto.

Deito no sofá e começo a olhar pro teto, aquela sala branca, era tudo tão frio, tão sem vida, fico um bom tempo desse jeito com os pensamentos a mil, durmo um pouco desconfortável graças ao sofá.

Juliet

Aquele hospital era tão medonho, apenas o quarto onde eu me encontrava parecia ter vida, o resto do hospital era vazio, as vezes eu escutava gritos e risadas ou até mesmo vozes, recebia algumas visitas da enfermeira no meu quarto, ela vinha me dar algum medicamento ou trocar o soro, a primeira visita de algum familiar que recebi foi da Amy, queria tanto poder falar com ela, ela deve estar acabada.

Ficava andando por aquele hospital, não tinha mais oque fazer, não conseguia sair, os corredores me assustavam, alguns estavam manchados de sangue no chão ou nas paredes. Sentia dores fortes, não conseguia respirar direito algumas vezes, os remédios faziam a dor passar mas logo ela voltava.

A porta se abre novamente e meu tio entra, ele fica me olhando naquela cama.

–Oi princesa.

–Oi tio- falo chegando perto.

–Como está?- ele pergunta.

–Estou bem.

–Espero que esteja bem, tudo fica tão vazio sem você por perto.

Mesmo não estando deitada ali pude sentir a mão dele pelos meus cabelos. Ele chegou mais perto e sussurrou em minha orelha:

–Juliet, quero que saiba que aonde estiver, sempre vamos estar aqui por você, espero que esteja bem, todos te amamos. Por favor, sobreviva.

–Você não sabe o quão difícil é isso, não sei se vou conseguir.

Ele se deita no sofá e fico olhando até que ele adormeça. Saio do quarto e volto a andar pelos corredores.

–Por que eu estou aqui?! Tudo estava indo bem, POR QUÊ?! Mamãe e papai não foram o bastante?! Sabe o que é pra uma criança de 5 anos entrar em depressão?! Essa não é a minha hora! Não quero que seja agora- perguntava pro nada.

–Nem tudo acontece na hora que você quer, princesa- alguma voz disse atrás de mim.

–Mas...o quê?- falo me virando.

–Olá novamente- aquela coisa dizia pra mim.

–Você, o que quer? Vai levar minha vida?! Você que está fazendo isso?!- pergunto, a coisa que perturbava meus sonhos estava ali mas sua aparência estava diferente, continuava queimado e com a mesma roupa mas seu rosto não estava mais cortado, tinha olhos e todos os dentes e suas garras estavam menores, não sentia medo, o ódio me consumia.

–Ainda duvida disso?- ele debochou.- Você é um caso perdido, eu sempre te observei, dês da morte de seus pais.

Fico surpresa.

–Por quê?

–Gostava de ver seu sofrimento, é tão empolgante, a forma como chorou quando foi estuprada, aquele olhar de pena que deu pra Amy, foi muito prazeroso, consegue fazer isso de novo?

–EU TE ODEIO! QUERO QUE VOCÊ VÁ PRO INFERNO!

–A sua raiva, esse ódio, me dá tanto prazer- ele sorriu.- Amor, você já está no inferno, isso é só metade dele- ele diz normalmente.

–Seu demônio!

–Existem coisas bem piores do que eu, você só não pode vê-las.

–Simplesmente vá embora, volte pro seu lugar- digo indo em direção ao meu quarto.

Ele pega fortemente no meu braço.

–Você tem uma chance, uma única chance, você pode sobreviver se quiser, só precisa se esforçar, talvez consiga falar com os outros, mas não prometo que ficará por muito tempo lá.

–Por que está falando isso? O que quer dizer com “lá”?

–Minha cara Juliet, lá é o mundo dos vivos, aqui, o lugar que você está, é a fenda, você ainda não morreu, está apenas de passagem.

–Como volto pro outro mundo?

–Minha pequena Juliet, vou lhe explicar algumas coisas, espero que esteja disposta a ouvir.

Faço sim com a cabeça.

–Todos nós temos nossos demônios, aqueles que nos atormentam, eu sou seu demônio, sou o menor, você poderia ter ficado com aqueles que são superiores a mim, sabe por que as pessoas matam? Os demônios fazem isso, juntam toda a amargura do mundo em uma pessoa só, sempre sussurrando em seus ouvidos o que tem que fazer- ele chegou perto da minha orelha e sussurrou.- “Puxe o gatilho”, “enfie a faca”, “corte a garganta”, “dê socos”, “chute-a”- ele se afasta.- Comandos pequenos que fazem estragos. Já se perguntou porque as pessoas roubam? Elas estão no fundo do poço, sofrem necessidades, então os demônios vem fingindo que vão ajudar, dizem que podem lhe dar tudo, “se você roubar poderá ser rico e ter tudo oque quer”, uma grande mentira. Eles podem mandar roubar só por prazer ou luxúria, te fazendo se sentir bem. Os demônios querem destruir cada vez mais a sua vida. Fazem mais mal do que aparentam fazer, nunca se sabe oque eles são capazes de fazer. As pessoas que se automutilam por exemplo, é algo do mal dentro dela querendo corrompe-la, fazendo com que cada vez faça um corte mais fundo, podem até cometer suicídio. Ah, os suicidas, vamos falar deles. Os demônios sugam sua força vital, sugam sua felicidade, até que ela vire pó, pra então eles amarrarem suas cordas no pescoço, baterem o carro, se jogarem de prédios ou pontes, atirar em si mesmos, tomar remédios excessivamente. Os demônios fazem muitas coisas más, assassinos, suicidas, ladrões, mutiladores, depressivos.....

–Foi você quem fez aquilo? Matou meus pais e me tornou uma depressiva?

–Não pude fazer mais que isso, seu anjo não deixou.

–Anjo?

–Essa é a parte chata, todos temos nossos demônios, como também temos nossos anjos, você tem seu anjo, ele sempre te observou dês do seu nascimento, ele me viu chegar, ele está nos vendo agora. Protegendo você de mim ou qualquer outro mal, tinham coisas que ele não conseguia impedir, como o seu estupro, mas ele disse que não pode mais te ajudar na terra. Sim, existe essa coisa de céu, terra e inferno.

–Mas como vou conseguir voltar pro outro mundo? Pra terra no caso.

–Pode pedir a ele, mas terá que fazer um grande esforço pra voltar, não é só ele que terá que te ajudar é você mesma. Mas o seu lugar já está reservado, então não prometo muito tempo lá.

–Como poderei fazer isso?

–Eu sei muito bem que você apareceu nos sonhos da Amy.

–Sim, eu fiz um grande esforço e.....Então é isso? Terei que fazer oque fiz novamente só que em mim mesma, terei que ir pra minha própria mente.

–Acertou, Sherlock- ele debochou.

–Antes de tudo, por que está me ajudando?

–Não sei, você de qualquer jeito voltará para cá, mas tudo tem seu preço, talvez eu fique com você por mais um tempo.

–Como assim?

–Adeus.

Ele virou e saiu andando com suas correntes arrastando pelo chão até sumir.

Então posso voltar pra casa?- penso- mas não por muito tempo, quero ao menos me despedir.

–Juliet?

Me virei, um homem negro com cabelos pretos e olhos castanhos falou pra mim.

–Quem é você?

–Sou seu anjo.

–Pode me ajudar? Quero voltar pro outro mundo.

–Sim, mas terá suas consequências.

–Quais?

–Terá que ficar por aqui, andando pelos corredores vazios e vendo coisas, até que possa vir comigo.

–Eu posso fazer esse sacrifício. Você não deveria ter asas?

–Por que sempre acham que temos que ter asas?

–Bem, é assim que todos imaginam e falam. Mas, você não tem asas?

–Sim, tenho. Elas aparecem quando preciso usa-las ou quando quero usa-las, mas não acho que precisa serem usadas agora.

–Oh, entendi.

–Tudo bem, agora venha.

Segui ele até o quarto.

–Precisa se conectar a sua mente, feche os olhos- obedeci.- Quero que pense oque quer, precisa tentar se conectar com o outro mundo, pense naqueles que te faz bem- ele pega em minha mão.

Faço oque ele manda, ficamos por um tempo ali até que não sinto a mão dele na minha. Abro os olhos e estou deitada, meu tio está sentado no sofá de cabeça baixa.

–Tio...- sussurro.

–Juli?- ele se levanta rapidamente até mim.- Você acordou!

Ele sai da sala e começa a ir atrás do medico gritando que eu acordei.

Henrique

Acordo com dores graças ao sofá, troco algumas mensagens com Amy e vou comer alguma coisa, converso com Mist e falo com o medico, volto pro quarto e fico sentado no sofá de cabeça baixa, estava perdido em mesmo pensamentos até que ouço um sussurro:

–Tio...

–Juli?- me levanto rapidamente- Você acordou!

Corro pra fora do quarto procurando o medico, quando o acho conto e ele vai até a sala comigo. Fica fazendo perguntas e anotando tudo. Ligo pra Amy e espero ela atender.


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