Alexa Beatintense? Bem vinda a Woodhand. escrita por MaryWalker


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Só pra deixar todos curiosos ♥ Provavelmente postarei mais semana que vem.



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As duas mulheres se encontravam de mãos dadas em um palácio abandonado, por uma fresta no teto a luz da lua atingia o rosto de ambas fazendo com que suas peles parecessem mármore. Atrás delas outras duas mulheres observavam, uma delas – vestindo uma toga que ia até os pés – entoava um cântico enquanto sentado do lado de fora da sala – onde já não se podia ouvir as mulheres - um homem trajando uma armadura rubra girava uma adaga entre os dedos.

“ Pela traição e desonra do Deus da Guerra esta é a sentença sentença. Amaldiçoada está a sua próxima benção. Pelo bem maior e o fim da desavença o terror noturno se junta novamente.”

As mulheres no centro da sala passaram a entoar o próprio cântico enquanto a anterior passava a repetir o que já havia dito.

“A maldição do terror noturno será lançada na primeira lua de sangue da condenada. Por um segredo se fez o martírio, pela verdade desfazer-se-a do arbítrio”

Vinda de uma nuvem negra, de uma sombra no espaço ou dos confins mais obscuros da alma de cada mortal, ouviu-se uma risada próxima à cabeça do homem que esperava, já muito impaciente, as mulheres o chamarem para dentro.

- Sabes o que estão a fazer, meu caro? Sabe o que já está decidido, o que vai acontecer?

Ao ouvir o delato sussurrado o homem levantou-se enraivecido. O que elas haviam feito?! Como ousaram fazer algo assim com sua pessoa?!

Apertando o punho da adaga ele se dirigiu até o local de onde fora rudemente enxotado e passou a derrubar paredes e pilastras. Aquilo não ficaria assim.

Nas sombras assistindo a cena e ouvindo gritos e discuções a causadora de toda a algazarra que se passava algumas dezenas de metros à frente ria baixinho. Algumas coisas eram tão fáceis...

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Mais um dia raiava e o sol só fazia arder os olhos da garota e uma noite mal dormida em uma rua fria de uma cidade com pessoas mais frias ainda terminava. A insônia não era novidade quando se juntava o fato de morar na rua com ter constantes pesadelos que, infelizmente, não acabavam quando acordava já que se tratavam de memórias. O trauma da vez fora a noite em que ganhara a cicatriz - nada discreta no olho direito - feita por uma garrafa quebrada que seu pai atirara contra ela na noite em que partira. Viciado maldito. Levantou-se esticando a coluna dolorida, o sol destacando a cor natural de seus cabelos cobertos por tinta vermelho-sangue ainda da época em que vivia no orfanato, e bateu as mãos nas roupas, apenas por costume já que a imundice das mesmas não poderia ser resolvida nem com varias lavagens. Olhou para os lados imaginando para onde iria, se havia algum lugar em que pudesse ver as horas e se algum restaurante próximo lhe daria algo para comer, mas sem conseguir achar resposta para nenhuma dessas questões deu de ombros e virou-se para a esquerda para onde a rua descia. Descer é sempre mais fácil do que subir, afinal.

Alexa odiava o sol. Fazia sua cabeça arder, suas bochechas ficarem vermelhas fazendo-a parecer uma criancinha e, claro, tinha o suor, mas isso era o que menos incomodava. Por conta desse maldito perseguidor amarelo, que não abandonava ninguém por cerca de 8 ou 9 horas do dia, ela preferia andar bem cedo pela manhã ou durante a noite cuja escuridão não era exatamente reconfortante. O que realmente atraía Alexa para as noites daquela cidade eram as pessoas. Agressivas, altas, nervosas! As pequenas brigas que encontrava pela rua durante a madrugada eram o que a faziam sentir viva e, de modo indireto, acabaram mantendo-a viva muitas vezes, afinal, foi assistindo a brigas assim que aprendera a não apenas se defender, mas conseguir o que queria. Luta era a única coisa que ela tinha. Lutava contra o frio, o calor, o sol, o chão duro, as PESSOAS duras, mas o mais importante: Lutava por que gostava.

- Senhorita Beatintense!

Ela estancou. Já faziam, pelo menos, dois anos que ela não ouvia esse nome e mais de cinco que não a chamavam de senhorita. Não poderia ser ela... poderia? Suas duvidas foram esclarecidas quando sentiu uma mão tocar o seu ombro e, num impulso, ela jogou o homem de terno que a chamava por cima de si fazendo com que chocasse as costas na calçada suja. A principio o homem reagiu como se esperava: fez uma cara de dor de gemeu um pouco ; Mas logo depois começou a rir, algo realmente inusitado em tal situação.

- É – disse o homem abrindo os olhos – com certeza é você. Uma heroína com toda certeza.

A surpresa não podia ser maior, afinal, ela acabara de jogar um homem muito bem vestido direto na calçada e o tal a estava chamando de heroína. Será que batera com a cabeça?

- Ahm, a senhorita poderia me ajudar a levantar? Sei que estou rindo, mas continua doendo – sorriu o homem.

Foi-se um tempo até que Alexa percebesse que o “senhorita” e o sorriso eram direcionados a ela para então ajudar o homem a se levantar, sempre pronta para fugir caso precisasse.

- Bom, muito prazer – disse ele fazendo uma pausa, provavelmente na espera de uma resposta que não viria – Meu nome é Jason. Jason Arch.

- Agora pelo menos ambos sabemos o nome um do outro – foi a única coisa que Alexa disse.

- Estou aqui para falar sobre uma escola muito especial, senhorita Beatintense, para a qual você ganhou bolsa integral.

- Não vou voltar para o orfanato – Afirmou ela convicta voltando a andar calmamente.

- O-oque? N-não! Não é um orfanato! É-é uma escola! – disse ele passando a acompanha-la em sua caminhada sem destino

- Uhum, e meu nome é Joey.

O homem, que agora ela notava parecia ter por volta de seus 35 anos para mais, apenas riu.

- Você é muito boa com ironias, realmente! Mas estou falando a verdade, se parar um segundo para me ouvir eu posso...

- Escuta aqui! – Parou abruptamente apontando o dedo para o nariz levemente avantajado do seu perseguidor – Não me importa quem você é, quem te mandou ou de onde você veio. Eu. Não. Vou. Com. Você! Não sou boa seguindo regras, sacou? Não fui feita pra uma sala de aula. Agora quer me deixar em paz antes que eu quebre esse seu narigão?!

O sorriso finalmente se desfez e ele parecia um tanto quanto assustado, mas não por muito tempo.

- Desculpe – disse serio (ao menos não voltara a sorrir) – Mas devo apenas comentar sobre as aulas de lutas no geral, incluindo as com espadas, arcos, adagas... ah, e é claro, competições durante o ano todo.

- Competiçoes? – sua atenção estava, finalmente, voltada ao homem cujo nome ela ja não se lembrava mais.

- Senhorita Beatintense, deixe-me pagar algo para você enquanto lhe falo sobre sua nova casa – desse ele já sorrindo outra vez – Bem vinda a Woodhand.


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Notas finais do capítulo

espero que comecem a acompanhar a fanfic ♥



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