Loving can hurt sometimes escrita por Luna Lovegood


Capítulo 11
I Need your love


Notas iniciais do capítulo

Antes de tudo já quero agradecer os comentários do capitulo anterior, vocês são os melhores leitores do mundo!!!

Faremos algo um pouco diferente do habitual nesse capítulo. Digamos que para testar as minhas habilidades na escrita... E principalmente para atender aos pedidos de algumas leitoras especiais (que são muito insistentes né?!) as coisas vão ficar um pouco mais quentes.

Espero muito que vocês gostem.



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I need your love

I need your time

When everything's wrong

You make it right

I feel so high

I come alive

I need to be free with you tonight

I need your love

(I need your love - Cover - Madilyn Bailey)


Felicity Smoak

Eu despertei com um sorriso bobo no rosto, flashes da noite passada ainda queimavam na minha mente. Nossas mãos entrelaçadas, a boca dele explorando todo o meu corpo. Suspirei com as lembranças e me acomodei ainda mais ao Oliver, deixando que o corpo dele aquecesse o meu. Era estranho, mas ao mesmo tempo reconfortante perceber como meu corpo parecia ter sido moldado para se encaixar perfeitamente no dele.

Eu repousava minha cabeça sobre o peito nu de Oliver, e sentia a respiração tranquila dele em meus cabelos, ergui meus olhos para encarar a expressão leve e feliz no seu rosto e fiquei contente por saber que tinha sido eu que a colocara lá.  Mexi uma das minhas pernas que se entrelaçava sobre a dele sentindo a sensação gostosa de ter nossas peles se arranhando sem nenhuma barreira, já que nenhum de nós estava vestido, culpa exclusiva da noite anterior e dos momentos de amor que dividimos, estávamos apenas parcialmente cobertos pelo lençol de seda. E aquela sensação de ter a minha pele com a pele dele era a melhor coisa do mundo.

Eu podia não me lembrar dos três anos que fiquei afastada de Oliver, mas eu tinha certeza, que eu com toda a certeza senti falta disso, eu e ele, felizes nos braços um do outro, depois de uma longa noite de amor e prazer.

Deixei meus dedos deslizarem numa apreciação lenta pela extensão do corpo dele, a partir do peitoral percorrendo aquele maravilhoso abdômen, circulando cada um de seus músculos e descendo mais para baixo trilhando o caminho da felicidade.

— Você está acordado! — acusei quando notei que não apenas uma parte da anatomia dele estava desperta e pronta, mas também a respiração de Oliver estava mais alterada. Ele sorriu para mim, um sorriso imenso daqueles de parar o trânsito.

— É meio difícil dormir quando essa mão. — Ele disse enquanto pegava a minha mão e levava a boca colocando um beijo quente. — Fica passeando pelo meu corpo desse jeito provocante.

Senti meu corpo ficar em alerta com aquele mínimo toque. Oliver também percebeu porque imediatamente seus olhos me fitaram com luxúria. Sua boca desceu em direção a minha, seus lábios roçaram os meus de leve dando início a um beijo lento e torturante, suas mãos me circundaram pela cintura colando meu corpo ainda mais com o dele. Aquilo era um tormento, eu queria mais, eu precisava de mais Oliver Queen. Então eu comecei a aprofundar o beijo, nossas línguas buscaram uma a outra com avidez, meus pulmões imploravam por ar... E cedo demais Oliver terminou o beijo gentilmente.

— Bom dia, amor! — ele disse claramente feliz com a minha reação descontrolada.

— Bom dia! — eu respondi um pouco sem fôlego.

— Como foi a sua noite? Dormiu bem? — ele perguntou me fitando com aqueles olhos irresistíveis, ao mesmo tempo em que me virou, deixando o meu corpo sob o dele.

— Garanto que foi a melhor desses últimos três anos. — Eu respondi e um sorriso sexy se fez no rosto dele. — As partes em que eu estava acordada foram muito interessantes! — provoquei um pouco mais.

— Eu posso fazer melhor. — Oliver falou com convicção e seus olhos faiscaram de desejo. Seu corpo girou, se colocando sobre o meu, suas mãos ajeitando as minhas coxas ao redor do seu quadril e eu suspirei ao sentir cada parte de seu corpo masculino contra o meu, me excitando ainda mais.

Oliver deslizou a boca em meu pescoço, sugando a pele com fervor e logo depois passando suavemente a língua quente pelo local. Sua barba por fazer  roçou pelo meu rosto, a boca dele buscando a minha até que a encontrou.

Lábios se tocaram tão suavemente, aquilo era uma tortura, me vi inclinando para Oliver, meu corpo se remexendo embaixo do dele querendo muito mais do que ele me oferecia.

Seus lábios tomaram os meus novamente, e foi como receber pequenas doses de uma droga potente, quanto mais eu sentia a boca dele contra a minha, mais eu queria. Suguei e mordi os lábios dele, tracejei a abertura com a ponta da língua querendo que Oliver se rendesse ao beijo e me desse mais, ele não aguentou por muito tempo, logo ambos estávamos entregues naquele beijo quente e passional. Suas mãos percorreram vagarosamente a lateral do meu corpo vindo repousar na minha coxa, e se insinuaram pelo interior da mesma subindo para me tocar. Eu já estava ofegante apenas com a expectativa de seus dedos ali, ele mal havia roçado a carne excitada quando fomos interrompidos pelo telefone do hotel que começou a tocar. Fiz menção de atender, mas Oliver imediatamente segurou as minhas mãos sobre a cabeça e com a outra retirou o telefone do gancho.

— Oliver! — Eu disse entre os beijos que ele me dava. — Deveríamos ter atendido. Poderia ser importante.

— O que pode ser mais importante do que nós? — Questionou me encarando com aqueles incríveis olhos azuis. Aquela foi minha perdição, segundos depois a minha boca já estava de volta na dele, se perdendo completamente na onda de desejo que me consumia.

O que era uma perda de memória de três anos? Quando eu estava com Oliver ele me fazia esquecer até mesmo meu próprio nome.

Oliver começou a me beijar com paixão, suas mãos urgentes deslizando pelo meu corpo. As minhas não estavam diferentes e eu o tocava avidamente, deixando a marca das minhas unhas na pele dele, buscando pela parte da anatomia dele que eu sabia o excitaria mais, ele gemeu contra meus lábios ao sentirem meus dedos ao redor dele. Oliver deixara a minha boca e começou a trilhar beijos pelo meu pescoço e a mordiscar minha orelha. Eu arfava e o acariciava ainda mais,  me excitando com a ideia de senti-lo dentro de mim.

Mas Oliver estava decidido a fazer da espera uma deliciosa tortura.

— Você é absurdamente deliciosa — disse enquanto sua boca descera até um dos meus seus seios, sugando-o deliciosamente e depois dando a devida atenção ao outro. Uma de suas mãos fez seu caminho até o meio de minhas pernas, massageando lentamente o lugar em que meu corpo ardia em desejo, me fazendo estremecer diante da carícia ousada. Sua boca deixou meus seios e ele começou a explorar cada pequena parte do meu corpo com ela.

Sentir a língua quente de Oliver me excitando era uma sensação incrível. Eu estava me desfazendo, porque a língua de Oliver sabia me destruir lentamente, me levando ao ápice do mais incrível prazer.

— Oliver... — eu gemia o nome dele, não suportando mais a espera, eu o queria, eu precisava tê-lo dentro de mim.

Oliver me olhou nos olhos e me beijou com ardor, com suas mãos ele separou um pouco mais as minhas coxas e então finalmente me penetrou com delicadeza no início. Seguindo um ritmo lento, prolongando um pouco mais cada sensação de prazer. Até que não conseguimos mais nos segurar e passarmos a nos mover num ritmo sincronizado cada vez mais rápido e alucinante, gemidos preencheram o quarto, nomes foram sussurrados até que nossos corpos não mais aguentaram e se renderam juntos encontrando nada menos do que prazer um no outro.

***

— Meu Deus. — eu exclamei, ainda extasiada demais com tudo o que Oliver me fazia sentir. Depois do melhor orgasmo da minha vida, Oliver girou o corpo deitando-se de costas e levando-me consigo. Nós dois ainda respirávamos com dificuldade, o coração estava em disparada e aquela sensação de letargia tomava conta de mim, evitando que eu saísse daquela nuvem de deslumbramento.

— Eu entendo o quanto isso foi bom, amor, mas eu apreciaria se você desse os créditos a pessoa certa. — Oliver disse, seus dedos deslizando distraidamente pela extensão do meu braço. Olhei para ele confusa. — Meu Oliver, parece mais apropriado.

Eu ri.

Mas ele estava correto.

Meu Oliver, disse somente para mim, sentindo as bochechas corarem ao perceber a verdade do que eu dizia. Oliver era meu, apenas meu, e eu era dele e tinha sido assim desde o primeiro momento em que trocamos nossos olhares. Nada poderia mudar isso.

— Porque está sorrindo desse jeito?

— De que jeito? — mordi o lábio, tentando impedi-lo de ler o meu sorriso.

— Desse jeito maravilhosamente doce e tentador que me faz pensar em descer esse lençol, te colocar sentada por cima de mim e fazer amor com você novamente. —corei, me sentindo excitada com a ideia — Isso não está certo. — ele se repreendeu, olhando-me com mais ternura do que desejo — Me diga o que você quer para o café da manhã? Nós precisamos recarregar as energias antes de qualquer atividade. — Oliver me perguntou com um sorriso nos lábios, e para a minha  completa infelicidade ele se afastou de mim e levantou da cama vestindo suas calças.

Eu quero você. Foi meu único pensamento enquanto o observava cobrir seu corpo nu. Eu quero você nu, dentro de mim, no café da manhã, no almoço, no lanche da tarde e no jantar. Mordi o lábio evitando falar meus pensamentos constrangedores. Porque eu estava sendo tão tarada com relação a sexo com Oliver?

— Hum... Eu estou com um estranho desejo de comer batatas fritas com milkshake de chocolate! — falei, me sentando na cama e me enrolando no lençol. A ideia daquela refeição fazendo meu estômago reagir em aprovação

Oliver paralisou e me encarou, uma pequena ruga se formou entre seus olhos e eu vi o canto dos seus lábios se levantarem e quase formarem um sorriso.

— O quê foi? — eu perguntei, não entendendo o motivo daquela reação estranha.

— Nada, é só algo em que passou pela minha cabeça... Apenas esqueça. — ele disse balançando a cabeça como se tentasse expulsar um pensamento. Mas seus olhos ainda olhavam para mim com um brilho de felicidade e adoração. Deduzi que era por causa da nossa reconciliação, estávamos juntos novamente e isso era motivo suficiente para se sentir feliz.

— Infelizmente o seu desejo não poderá ser atendido.

Fiz um biquinho com a resposta dele, eu realmente sentia uma vontade absurda de comer fritas e milkshake.

— Porque já passou do meio-dia, amor! É melhor pensar no almoço. — se inclinou para mim, seus lábios roçando os meus num beijo rápido, mas que acendeu meu corpo, me lembrando da outra fome que eu tinha. 

Suspirei, já era hora de dar um jeito na vida. Levantei e comecei a procurar as minhas roupas que estavam espalhadas por toda a parte do quarto. Como o meu sutiã foi parar dentro da pia do banheiro? Ah é foi quando Oliver.... Fiquei vermelha com a linha do meu pensamento. Foco Felicity! Disse a mim mesma e fui terminar de me vestir.

Chequei meu visual no espelho. Cabelos extremamente bagunçados, lábios um pouco inchados e avermelhados de tanto beijar, pele radiante e um sorriso do qual eu não poderia me livrar nem mesmo se eu quisesse. As pessoas estavam certas, sexo fazia muito bem para a saúde! Saí do banheiro e caminhei em direção à porta, pousando um beijo casto na bochecha de Oliver.

— O que você pensa que está fazendo? — Oliver me perguntou parecendo assustado ao perceber meu plano de ir embora.

— Nós não podemos passar o dia inteiro na cama! — expliquei, já girando a maçaneta da porta.

— Quem disse que não? Nós temos três anos das nossas vidas para recuperar Felicity! — Oliver retrucou, me pegando no colo como um bom homem das cavernas me jogando de volta para a cama e me cobrindo com o seu corpo. Oh Deus! Se tirássemos nossas roupas novamente eu não tinha certeza se conseguiria deixar o quarto um dia.

— Oliver — o repreendi, mas sem conseguir esconder o sorriso. — Nós termos o resto da vida para fazer isso!

— É muito pouco tempo! Eu tenho tantas coisas em mente... — ele disse com aquela voz rouca e sexy ao pé do meu ouvido, tocando a pele delicada daquela região com a língua e fazendo meu corpo inteiro se arrepiar.

Seja forte Felicity. Você consegue, eu dizia a mim mesma. Mas quando a boca de Oliver encontrou a minha, eu já estava perdida. Como eu poderia resistir? Meu corpo simplesmente tinha vontade própria quando o assunto era Oliver Queen.

Suas mãos já desciam pelo meu corpo e tentavam retirar as minhas roupas. Se eu não desse um jeito na situação eu logo estaria nua outra vez e nesse caso as chances de conseguir deixar essa cama eram de zero por cento. Então empurrei gentilmente o corpo de Oliver para que ele me deixasse ficar por cima, ele pareceu animado ao me ver montada sobre ele, animação essa que desapareceu no instante em que, com muito custo me afastei do beijo.

— Eu só vou pegar as minhas roupas que estão no outro quarto, e acho que você poderia aproveitar e cancelá-lo, já que não precisaremos mais dele. E então desceremos para almoçar. — eu determinei, dando-lhe um selinho e usando toda a força do mundo para sair daquela cama. — Depois disso podemos voltar para a cama. — pisquei para ele, que apenas sorriu, feliz com a ideia.

Fui ao outro quarto, arrumei a minha mala e aproveitei para tomar um banho. Quando voltei para o quarto de Oliver percebi que ele também já estava devidamente vestido, sentado em uma das poltronas do quarto e falando ao telefone com alguém.

— Qualquer novidade me avise. — o ouvi dizer, antes de desligar.

— Quem era?

— Sara. — respondeu — Eu liguei para ela e expliquei sobre a sua pequena lembrança com a Laurel. — seus olhos se escureceram o dizer aquele nome, era perceptível o quanto Oliver a odiava. Como eu não havia notado isso antes? — Ela me contou que ainda não conseguiu localizá-la. Inclusive já falou com os pais dela, mas não recebeu nenhuma informação até agora. — Oliver me respondeu parecendo um pouco tenso com aquele assunto.

Eu havia me esquecido completamente de Laurel. Para ser honesta, depois da noite anterior eu já nem me lembrava dos motivos que me trouxeram a Central City. Excesso de sexo com Oliver me deixava com amnésia.

— Você acha que foi ela quem sabotou o meu carro. — eu constatei. Dei passos até Oliver e  me sentei em seu colo, suas mãos rapidamente se colocaram ao redor do meu corpo, mantendo-me firmemente ali, segura entre seus braços.

— Eu acho que Laurel tem problemas mentais sérios e depois de tudo o que ela fez conosco, eu não duvido que ela tenha sido capaz de vir até Central City atrás de você. Para machucá-la. — Ele me disse com algo no olhar que parecia... Eu não sei ao certo, culpa talvez?

— Porque você está triste? — eu perguntei, inspecionando com cuidado o seu rosto.

— Porque Laurel tentou matar você, amor! — falou com urgência — E de certa forma a culpa é minha... — esclareceu, acariciando a minha bochecha, e me olhando com ternura.

— Como? Oliver não seja obtuso! — eu quase gritei — Você não poderia saber disso, você não poderia ter feito nada para evitar... Laurel é... louca, isso não é culpa sua!

— É só que eu deveria ter insistido mais em nós, não deveria ter deixado você ir para longe de mim assim tão fácil. E agora que eu finalmente tenho você de volta eu estou aterrorizado, que ela possa tentar fazer algo contra você de novo. — Oliver confessou.

Ele ficava lindo quando estava preocupado comigo. Que bobagem eu acabei de pensar, Oliver Queen fica lindo de qualquer forma.

— Primeiro a culpa não é sua, eu sei ser extremamente teimosa. — eu disse e vi um sorriso querer se formar nos lábios dele. — E grave bem essas palavras porque eu nunca admitirei isso em voz alta outra vez! — Ele me deu um sorriso completo dessa vez. — E segundo se a Laurel tentar fazer qualquer coisa contra mim, lembre-se que dessa vez eu tenho você, meu super-herói particular para me proteger. — acariciei seu rosto.

— Terceiro? — perguntou esperando.

Eu apenas sorri.

— Eu amo você. — falei com simplicidade, acariciando o seu rosto.

— Isso é bom, porque eu também te amo. —ele colocou ambas a mãos ao redor do meu rosto e o puxou para si, me beijando terna mente —E você está certa, como sempre. Não vamos pensar nisso por hora... — disse me abraçando e beijando o topo da minha cabeça. — Você ainda está com vontade de comer batata frita e milkshake de chocolate? — perguntou, seus olhos adquirindo novamente aquele brilho distinto que eu era incapaz de definir.

— Estou morrendo por um desses! — eu disse me sentindo faminta, e nós descemos para almoçar.

Mas ainda havia algo nessa história com Laurel que estava me incomodando. Algo que eu não conseguia retirar dos meus pensamentos. Porque ela tentaria me matar? O que ela ganharia em troca? Ter Oliver de volta não fazia o menor sentido... Eu já estava fora da vida dele há três anos... Guardei esse pensamento para mais tarde. Talvez ela fosse apenas louca, gente louca não precisa de motivo.

***

Eu almocei batata frita e milkshake de chocolate! Oliver não quis me acompanhar e apenas disse que isso o que eu fazia era nojento (molhar a batata no milkshake) e que eu precisava comer coisas mais saudáveis, eu o ignorei completamente porque para mim estava tudo uma delícia!

Depois do almoço decidimos que seria uma boa ideia passar no meu apartamento em Central City. Quem sabe algo lá fizesse alguma memória voltar?

O prédio não era exatamente do meu gosto, eu tendia a gostar de coisas com um pouco mais de personalidade e estilo, e este era apenas igual a um milhão de outros prédios. Subimos até o oitavo andar e paramos em frente ao número 802, foi então que eu me lembrei: Como eu iria entrar lá? Até eu ver o Oliver retirar do bolso uma pequena chave.

— Como você conseguiu essa chave? — eu perguntei.

— Sara me deu. — respondeu— Você havia deixado uma cópia embaixo do tapete. — Ele explicou e depois se virou para mim me lançando um olhar sério de reprimenda. — Nunca mais faça isso, Felicity!

Quando Oliver abriu a porta do apartamento em que eu vivi nos últimos três anos, não pude deixar de me sentir decepcionada. Eu havia reclamado da cobertura de Oliver, mas o meu apartamento não era muito diferente. Cores sóbrias, linhas simples, o sinônimo de sem graça. O local inteiro parecia sem vida, sem graça, não havia quadros, fotos, enfeites, nada que me representasse. Eu me sentia estranha ali, como se tivesse bisbilhotando o apartamento de uma desconhecida.

— Esse lugar não se parece em nada comigo. — eu soltei enquanto corria as minhas mãos pelos móveis buscando por qualquer sensação de familiaridade. Mas nada veio. 

— Eu percebi isso. É tão sem cor e sem graça. — Oliver falou — Não combina com você.

— É tão estranho. Como se eu não reconhece a Felicity que viveu aqui, eu estou tentando entendê-la, mas eu não consigo. — a verdade é que o lugar parecia exalar tanta solidão que me deixava assustada.

— É que você não a conhece. — Oliver começou a falar — A Felicity que viveu aqui, acreditava que o marido a havia traído e fugiu para essa vida, se escondeu aqui. — seus olhos procuraram os meus e ele juntou a minha mão na dele, entrelaçando-as — Eu acho que esses três anos  em que nós passamos separados, foi como se nós dois tivéssemos apenas apertado o pause, não vivemos exatamente, nós apenas existimos. Sobrevivemos a dor, sem nunca superá-la. — respondeu com a voz repleta de dor.

Quando Oliver terminou de falar eu o puxei para um abraço forte e confortador. Nós passamos por tanta coisa, perdemos tanto. Perdemos tempo, perdemos o nosso amor. Enquanto estávamos separados nós perdemos a nós mesmos. Eu só queria que ele percebesse que toda aquela dor ficaria no passado. Que nada no mundo me faria desistir dele outra vez.

Eu não consegui nenhuma lembrança ali, mas aquele lugar definitivamente havia me feito perceber algo.

Quando eu fui ao analista ele me disse que a minha perda de memória era emocional. Que algo havia me machucado tão profundamente que eu havia decidido reprimir aquelas lembranças. E então eu descobri sobre a  suposta traição, e eu logo pensei que esse fosse o acontecimento ruim. Mas aqui nesse lugar eu percebi o meu erro. Eu não estava reprimindo uma lembrança ruim. Eu estava reprimindo os três anos mais deprimentes da minha vida, os três anos sem Oliver. Era disso que a minha mente estava fugindo, de todo o vazio que eu senti sem ele.

***

Quando nós voltamos para o hotel já estava escurecendo, decidimos que passaríamos mais uma noite ali e no outro dia voltaríamos para Starling City. Tínhamos acabado de fazer uma reserva no restaurante do hotel e estávamos esperando o elevador, eu estava tão distraída com Oliver sussurrando coisas pecaminosas no meu ouvido que quase não percebi gritarem o meu nome.

— Felicity! — quando eu me virei, vi Barry vindo em minha direção acompanhado de outros dois policiais. Ele parecia sério, assim como os dois policiais ao seu lado.

— Nós precisamos falar com vocês dois. Poderiam nos acompanhar até a delegacia?

 Estremeci com o tom de voz dele, aquilo era um pedido ou uma ordem?

 


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Notas finais do capítulo

E então, aquecemos um pouco as coisas né? Digam o que acharam! Próximo capítulo trará algumas novidades que poderão ajudar (ou não) a clarear as coisas...