Beauty and the Mikaelson escrita por LittleWolf


Capítulo 6
Um novo motivo?


Notas iniciais do capítulo

;)



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Passei a noite acordada tentando acalmar meus nervos, mas não deu muito certo. Assim que a luz do dia entrou pela janela, eu soltei um suspiro de alivio.

Passei mais algumas horas na cama, tentando cochilar, mas sem sucesso. Até que uma ideia me veio à mente.

Me arrumei e desci. A sala estava quase arrumada, Ana estava organizando as coisas. Passei rápido, pela cozinha, peguei uma pera na fruteira, e sai pelas portas dos fundos.

Meu plano era visitar o lago. Não era muito longe, e não devia ter ninguém nessa hora.

Parei diante do portão, cheia de insegurança.

Talvez você devesse ficar, minha consciência dizia, mas eu a ignorei. A caminhada até o lago foi boa, eu precisava dar uma exercitada mesmo.

Quando eu cheguei fiquei admirando o lago, ele guardava muitas lembranças. Mas então me arrependi, pois eu fui atingida por uma mistura de saudade e culpa. Respirei fundo, tentando não chorar.

Ouvi passos se aproximando e me escondi atrás de uma árvore. Reconheci a voz da minha irmã e de algumas outras garotas.

–Você devia tirar isso da sua cabeça, Maia- uma delas falava- Mackenzie esta morta, ela já teve sua punição, não há no que pensar.

Esperei que Maia falasse alguma coisa por mim, qualquer coisa, mas me enganei.

–Você deve ter razão- ela disse, concordando.

Aquilo foi decepcionante, eu a salvei, ela era minha irmã, como ela pode dizer isso?

Sai sem que elas percebessem. Quando dei por mim, eu já estava correndo. Correr me impedia de pensar, ou sentir.

Quando eu cheguei ao portão dos fundos, já estava sem fôlego. Escorreguei pelas grades, me sentando no chão.

Em vez de dor, eu estava sentindo raiva. Da minha irmã, dos lobos, daquela situação, até por sentir culpa.

Entrei na casa e fui direto pra sala, mas especificamente pra mesa de bebidas. Peguei uma garrafa de uísque e subi pro meu quarto.

Enquanto eu bebia, rasgava os desenhos do meu bloco. Minha irmã, minha casa, minha família.

Todos tinham seguido suas vidas normalmente. Meus pais não tinham feito nada pra impedir minha partida. Minha irmã não se importava mais.

Antes que eu pudesse rasgar mais alguma coisa, o bloco de desenhos e a garrafa foram tirados das minhas mãos.

Klaus me mantinha presa contra a parede, impedindo que eu me move-se.

–Isso não vai resolver nada- ele disse, eu podia sentir sua respiração no meu rosto.

Olhei nos seus olhos, ele parecia preocupado.

–Me solta- eu disse, me lembrando do meu pavor de ontem à noite.

– Não vou te machucar-ele disse, sem me soltar-você esta bem?

–Melhor do que noite passada- falei irônica, ele apenas sorriu.

Fechei meus olhos, tentando me acalmar, e então uma lagrima caiu, e outras a seguiram.

Quando dei por mim já estava aos prantos. Pra surpresa minha e dele, eu o abracei, escondendo meu rosto em seu pescoço. Ele pareceu duvidar, mas depois me apertou junto a si.

Inexplicavelmente eu me senti segura, confortável, em paz.

Quando eu fiquei mais calma e parei de chorar, me dei conta daquela situação. Ontem à noite eu estava morrendo de medo dele, e agora ele esta me acalmando.

–Num dia eu acho que você vai me matar- sussurrei, rindo contra o seu pescoço- no outro a gente se abraça, você deve ser bipolar.

Estávamos tão juntos que eu senti ele rindo.

–Se eu sou, você também é- ele disse, na minha orelha.

Sem vontade alguma, me soltei dos seus braços, e olhei aqueles olhos azuis.

–Obrigada- falei, ele sorriu de lado.

–Vem- ele disse indo pra porta- quero te mostrar uma coisa.

Segui ele pelo corredor, entramos numa sala cheia de telas.

–É incrível- falei, fascinada com seus quadros- o quadro encima da lareira?

Ele assentiu. Fui até a tela que parecia mais recente, e a analisei.

–E então?- ele perguntou atrás de mim.

–Essa é mais profunda- eu disse, sem tirar os olhos do quadro, sentindo seu olhar em mim- você parece lutar contra algo muito forte, muito sombrio, certo?

Quando nossos olhares se encontraram, senti minhas bochechas corarem.

–Sim-ele disse sorrindo.

–Então, contra o que você esta lutando?-disse me virando, olhando de volta pro quadro.

–Contra os meus demônios- ele disse no meu ouvido, senti sua respiração contra minha nuca.

–Pensei que você tinha se juntado a eles- falei imóvel, sentindo um arrepio na espinha- o que te fez mudar de ideia?

–Eu não mudei de ideia, não totalmente- ele disse sério- mas encontrei um motivo pra tentar.

Foi impossível não sorrir.

–E como vão as coisas até agora?-perguntei.

–Eles não estão quietos, eles tentam me dominar, destruir tudo aquilo que eu acho bonito.

–Ontem á noite...- disse me lembrando- pensei que você fosse me matar.

–Eu também- ele concordou-você estava ali, a presa perfeita, apavorada. Seu pescoço estava tentador.

Senti um arrepio, ele ainda me assustava, só que de um jeito bom. Não sabia que isso era possível.

–Mas você parou, você não me machucou- falei, me virando pra ele.

–Eu não vou te machucar- ele disse colocando a mão no meu pescoço.

Ele parecia sincero, eu sabia que devia recuar agora, mas não consegui.

–Isso inclui não me matar de susto -falei bem humorada, sorrindo- porque as vezes você pode ser bem assustador.

–É da minha natureza ser assustador- ele disse sério, fiquei confusa, mas depois ele riu- mas eu posso abrir uma exceção pra você.

Rimos juntos, parecia que fazia eras que eu não ria assim.


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