Caminhos Tortos escrita por La Loca


Capítulo 22
Capítulo 22 – O quê?


Notas iniciais do capítulo

Oii gente!
Fiquei um tempo sem postar esperando por novos comentários, mas ninguém mais comentou :'(
Mas tudo bem, lá vai mais um capítulo de tensão entre os pais biológicos da Nina. Espero que gostem!
Beijos e boa leitura :*



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Depois que ele foi embora eu ajudei a minha mãe com a louça e subi assim que acabei. Entrei no meu quarto e fechei a porta. Deitei-me na cama e fiquei pensando em como seriam as coisas se ele realmente fosse embora para a Europa, como seria namorar ele à distância, até porque eu nunca imaginei que tudo seria assim, que isso iria acontecer, ou teria a possibilidade de acontecer. Depois de tanto pensar e pensar eu acabei caindo no sono.

No dia seguinte, eu acordei ao som do meu despertador, me levantei abrindo os olhos e fui até o banheiro tomar um banho. Depois do banho, me sequei, enrolei-me na toalha, arrumei o cabelo, escovei os dentes e saí do banheiro para escolher minhas roupas. Peguei um minha jardineira jeans clara e uma blusa branca, meu All Star vermelho e fui até o banheiro me arrumar. Depois de me vestir, o meu celular começou a tocar e eu fui correndo até a cama atender.

— Alô?

Filha? Disse o Marcos.

— Oi pai. Respondi pegando minha mochila xadrez vermelha, colocando todo o meu material dentro e indo até a porta.

Eu preciso falar com você, mas tem que ser pessoalmente e com a sua mãe também, depois de sua aula eu posso passar para te pegar na escola? Perguntou ele.

— Bom, até pode, mas a minha mãe vai está no trabalho. Respondi descendo as escadas correndo e dando de cara com ela.

— Quem é filha? Perguntou ela.

— Marcos. Sussurrei.

Então, você sai da escola no horário de almoço, certo? Perguntou ele.

— É... Respondi.

Então, eu vou passar para te pegar e vou lá à empresa onde ela trabalha, pego ela também e nós almoçamos juntos por lá. Disse ele.

— É... Pode ser. Respondi.

Está bem, daqui a pouco nós nos veremos então, até mais. Disse ele.

— Tchau pai. Respondi desligando o celular.

Assim que desliguei o celular, minha mãe começou a me interrogar.

— O que o Marcos queria? Perguntou ela.

— Ele disse que precisa falar com nós duas urgentemente e tem que ser hoje. Respondi indo até a mesa pegar um pedaço do bolo e um copo suco de suco de uva.

— E o que ele quer falar? Perguntou ela.

— Eu não sei, ele disse que precisa falar pessoalmente. Na hora em que eu sair da escola ele vai passar lá para me pegar e depois vamos até o seu trabalho te esperar na porta para almoçarmos juntos. Falei.

— Nossa, para ele querer almoçar com a gente, deve ser sério mesmo. Disse ela colocando café em sua xícara.

— Pois é... Espero que não venha nenhuma bomba. Falei mordendo o bolo em seguida.

— Eu também espero. Disse ela.

Alguém tocou a campainha e a Amanda foi correndo até a porta, dizendo:

— Eu atendo... Já vai.

Eu continuei a tomar o meu café da manhã e ela gritou:

— Nina, é o Leo.

— Hm... Já vou. Falei terminando de comer correndo.

— Ei, vai com calma aí, mocinha e come direito. Disse minha mãe.

Eu me levantei indo correndo até o banheiro, dizendo:

— Tá mãe, mas eu tenho que ir logo.

Terminei de engolir bem rápido e escovei os meus dentes. Sequei os lábios e fui correndo até a porta, pegando a minha mochila pelo caminho e dizendo:

— Tchau mãe, tchau pai!

— Tchau filha. Boa prova. Disseram os dois juntos.

Eu cheguei ao portão e lá estava o Leo me esperando, tão lindo que eu ficava sempre me perguntando:

— Put’z! Isso tudo é meu mesmo?

Assim que eu cheguei nele, sem perceber, eu estava com um sorriso bobo no rosto, com os meus pensamentos idiotas em mente, ele beijou os meus lábios e disse:

— O que foi?

— O que foi o quê? Perguntei não entendendo.

— Por que está me olhando assim e com esse sorrisinho aí? Perguntou ele.

— É melhor você não saber. Respondi com uma das sobrancelhas erguida.

— Ok então... Vamos? Disse ele abrindo caminho para que eu passasse.

— Vamos. Respondi saindo e fechando o portão.

Nós fomos até o carro dele, entramos e seguimos até a escola. Resumindo tudo, o dia foi bem normal, alguns momentos entediantes, outros divertidos e prazerosos, ou seja, tudo o que você sente passando o dia em uma escola onde seus amigos, inimigos e namorado estudam. Depois da aula, eu me esqueci de avisar ao Leo de que meu pai iria me buscar e fui até o portão na frente.

— Nina! Chamou ele vindo atrás de mim.

Eu olhei para trás com cara de “esqueci” e falei:

— Amor, hoje eu vou embora com o meu pai. Vou almoçar com ele e minha mãe.

— Qual deles? Perguntou ele.

— O Marcos. Respondi.

— Ah tá. Mas me dê um beijo antes. Disse ele vindo mais rápido até mim.

Eu sorri e fui até ele, envolvi meus braços no pescoço dele, estando na ponta dos pés e o beijei na porta da escola. Muitos estavam passando por nós, mas eu nem liguei muito, apesar de estarmos um pouco no meio do caminho. Nós fomos parando o beijo com selinhos demorados e eu sussurrei:

— Amor, meu pai já deve estar ali na rua.

— Tá bom, só mais um. Disse ele me dando mais um selinho.

Nós nos soltamos e eu fui embora olhando para ele e acenando. Assim que cheguei à calçada dei de cara com o motorista do meu pai, que abriu a porta de trás do carro para que eu entrasse.

— Poxa pai, precisava isso tudo? Perguntei me referindo ao motorista.

— É que eu vim direto da minha empresa e eu sempre vou e volto do trabalho com o meu motorista particular. Explicou ele.

— Hm... A chata vem também? Perguntei me referindo à Natasha.

— Não, ela nem sabe que vim. Podemos ir Edgar. Disse ele.

O motorista deu partida e fomos até o trabalho da minha mãe. Eu estava morrendo de curiosidade, pensei várias vezes em perguntar sobre o que falaríamos, mas eu achei melhor não, até porque eu já esperei a manhã inteira, então poderia esperar mais um pouquinho. Minha mãe saiu do edifício empresarial onde trabalhava e veio em nossa direção, o motorista do meu pai abriu a porta para ela também e ela entrou, dizendo:

— Oi filha e boa tarde... Marcos.

— Boa tarde, Laura. Disse ele sorrindo para ela.

Eu não sei por que, mas por mais que o tempo tenha passado, eu sentia que o Marcos ainda gostava muito da minha mãe, não sei se como antigamente, quando eles namoravam, mas dava para ver pelo jeito que ele olhava para ela e o jeito que ele ficava quando estava com ela, era engraçado, pena que não tinha mais como eles ficarem juntos. Chegamos ao restaurante e fomos até uma mesa que ele já tinha reservado.

— E então, quando que iniciaremos o tal assunto? Eu só tenho uma hora de almoço. Disse minha mãe sendo direta.

— Façam os pedidos de vocês primeiro. Disse ele lendo o um cardápio.

— Certo... Disse minha mãe pegando um cardápio e escolhendo um dos pratos mais simples, até porque ela não ligava muito para tudo aquilo e fazia questão de deixar isso bem claro para ele.

Eu escolhi o mesmo que minha mãe, o garçom anotou todos os pedidos e foi até a cozinha.

— Bom, eu acho melhor eu já dizer logo o porquê de ter trago vocês duas aqui... Este é o último ano da Marina no colegial, certo? Então, sabendo disso eu fui até a direção da escola para saber a respeito dos boletins escolares dela desde quando começou a estudar. Quando vi suas notas, eu confesso que fiquei maravilhado porque são melhores do que imaginei. Disse ele.

— É sério isso? Como assim? Pensei.

— E aonde você quer chegar com isso? Perguntou minha mãe.

— É que eu não sei se vocês vão gostar do que eu fiz, mas eu mandei seus boletins para as melhores universidades dos Estados Unidos e do Canadá, para que você faça um intercâmbio, filha... O que vocês me dizem? Gostaram da ideia? Perguntou ele.

— Como assim, Marcos? Você está louco? Como você quer que a nossa filha vá para outro país distante? Ela tem uma vida aqui, tudo dela está aqui, ela não pode ir embora assim! Protestou minha mãe.

Eu adorei a ideia, sempre tive um sonho de estudar no exterior, mas eu ainda não fazia ideia de qual curso escolheria, mas eu sempre quis estudar sim, principalmente nos E.U.A.

— Mas mãe, eu não me importo de estudar lá... Respondi tranquilamente.

— Como assim filha? E os seus amigos? E o Leo? E a sua família? Perguntou ela como se eu tivesse dito que iria embora para nunca mais voltar.

— Mas mãe, eu só vou ficar no máximo cinco anos lá? Qual é o problema? Nas férias eu vou poder vir visitar vocês... Eu adorei a ideia pai. Respondi ao meu pai sorrindo.

— Você não pode estar falando sério, filha... Eu não estou acreditando nisso. Disse ela.

Tudo bem ela ficar preocupada comigo, mas eu achei que ela já estava exagerando com aquilo, gente, ela já estava de implicância com o Marcos e pouco se lixando para o meu sonho.

— Mãe! Será que você não entende que esse sempre foi o meu sonho? Eu sempre quis ir para uma universidade em outro país, por que você está sendo tão implicante assim? Perguntei.

— Do que me chamou? Perguntou ela ficando boquiaberta comigo, eu sei que extrapolei, mas não era para menos.

— Mãe... Desculpe-me, mas você está sendo sim implicante com o Marcos e colocando o meu sonho em risco. Se eu for selecionada para qualquer universidade que seja, eu vou estudar lá e ponto! Falei mostrando para ela que eu estava decidida.

— Mas você foi selecionada para uma de Seattle. Disse Marcos.

— O quê?! Exclamei surpresa.

— Mas e o Leo? Eu tenho certeza de que ele não vai poder ir com você. Disse ela tendo toda a razão.

— Eu sei que não, até porque ele vai para a Europa. Respondi.

— O quê? Perguntou ela.

— É mãe, ele vai jogar em um time de lá. Respondi.

— Como assim, Nina? Você não liga do seu namorado ir para outro continente? Perguntou ela se espantando com a minha aparente tranquilidade.

— É claro que eu ligo mãe, mas é o sonho dele! Eu também tenho o meu não tenho? Então, é claro que não vamos terminar o nosso namoro nem nada, mas vamos namorar à distância se ver sempre quando der... Respondi.

— O quê?! Você só pode está louca! Você sabe o que é namorar à distância? Diga a ela, Marcos o que é namorar à distância, diga! Disse ela parecendo surtar.

— Nisso a sua mãe tem razão, filha. Não é nada fácil, eu te garanto — Disse ele — Mas não tem distância que faça o amor de vocês dois acabar, a não ser que vocês dois queira que acabe...

— Então você quis Marcos? Perguntou minha mãe olhando para ele com um olhar triste.

Marcos ficou sem palavras ao olhar nos olhos de minha mãe, ficou um “climão” e eu fiquei só observando, então ele desviou o seu olhar e disse:

— Não... Eu só errei. Disse ele de cabeça baixa.

Minha mãe ficou balançando a cabeça indignada e disse:

— É engraçado como você diz isso, como se fosse algo simples...

— E não é, Laura! Nunca foi e nunca será simples, tá? Eu sei que cometi o maior erro de toda a minha vida, eu tenho consciência disso, mas, por favor, pare de complicar as coisas, porque você me tratando como você me trata não vai resolver nada! Bradou ele surtando e fazendo todos que estavam no restaurante prestarem atenção em nós e claro, todos espantados.

— Mãe e pai, pelo amor de Deus, parem! Todos aqui estão assustados com vocês... Pedi sussurrando morrendo de vergonha de fazer parte daquele barraco.

— Me desculpe filha... Eu perdi o controle, mas o que eu quis dizer que por mais que exista amor entre vocês dois, a distância vai arrumar um jeito de separar vocês. Imagina só, você vai estar nos EUA e ele lá na Europa, vocês vão conhecer pessoas diferentes, fazer novas amizades, por mais que sintam falta um do outro, em algum momento, algum de vocês vai se esquecer do amor que sente pelo outro e vai se interessar por outra pessoa... Disse a minha mãe olhando para o Marcos.

— Não é só porque isso aconteceu com vocês que vai se repetir comigo também, tá?! Falei.

— Ela tem razão, Laura... E outra você não sabe o que realmente aconteceu em Londres. Eu não me interessei por “outra pessoa” e esqueci você... Naquela época... Disse ele parecendo estar sem jeito.

— Ah não... Então o que aconteceu? Perguntou ela.

— Você quer mesmo que eu te conte? Perguntou ele surpreso pelo interesse dela.

— Antes tarde do que nunca. Respondeu ela.

— Eu fui estudar em Londres, numa das melhores universidades de lá, onde estava repleta de britânicos, americanos e tudo mais, mas eu acabei conhecendo uma garota brasileira que virou a minha amiga, ela era legal, mas eu sempre deixei bem claro para ela que eu tinha namorada e que só queria ser amigo dela e nada mais. Mas dois meses depois de ter a conhecido, teve uma festa na casa de uns amigos dela de lá e ela me convidou, nós bebemos muito, eu nunca tinha bebido tanto quanto naquela noite, eu estava tão bêbado que só me lembro de alguns momentos daquela festa e de ter acordado, no dia seguinte num closet com essa minha amiga deitada em cima de mim... Foi isso o que aconteceu. Disse ele parecendo estar falando a verdade.

— Então essa “sua amiga” é a mãe da Natasha? Perguntei.

— Exatamente... Disse ele.

— Por que você nunca me contou isso, Marcos? Perguntou a minha mãe.

— Porque você nunca me deixou falar. Desde que soube que ela estava grávida, você só soube brigar, gritar comigo e me mandar embora. Disse ele tendo razão.

— Então você está dizendo que foi só nessa festa que vocês... Disse ela tentando entender.

— Foi... Mas depois que eu descobri que ela estava grávida eu só vi que a minha vida foi virando uma bola de neve, assim que os meus pais e os dela ficaram sabendo nos obrigaram a nos casarmos, na verdade, ela parecia querer muito, já eu fui obrigado... Só depois que você também disse estava e eu por ser muito novo, estar confuso e ainda ter que voltar para Londres eu não te dei resposta nenhuma, mas depois de um tempo, nas minhas férias eu vim para o Rio e fui na casa dos seus pais, e sua mãe me recebeu, ela não me disse para onde você foi ela pediu que eu ficasse longe de você, que enfim você estava acertando a sua vida, que não aguentava mais ver você sendo humilhada pela minha mãe... Eu fui atrás de você para tentar dar um jeito de ficar com você, mas eu acho que já era tarde demais. Disse ele ficando cabisbaixo.

— Minha mãe nunca me falou sobre isso. Disse a minha mãe.

— Vocês acham que isso vai acontecer comigo também? Perguntei assustada.

Os dois me olharam sem responder nada, até porque não tinha como ninguém saber o que vai acontecer, nem eles mesmo, eu fiquei sem resposta e comecei a me preocupar, pois eu não queria perder o Leo para uma Maria Chuteira e estava com muito medo de trocá-lo por um universitário, mas eu tinha certeza do sentimento que eu sentia por ele e não o trocaria por nada e nem por ninguém, eu estava certa disso, mas com medo de ele me trocar.

— Calma filha, a gente nunca sabe, mas eu tenho quase certeza de que não vai acontecer. Disse o Marcos tentando me tranquilizar.

— Eu não quero que uma droga de uma bebida acabe com o meu namoro... Falei saindo da mesa e indo até o banheiro atordoada.

— Aonde vai, filha? Perguntou a minha mãe.

— Ao banheiro. Respondi andando.

Assim que cheguei ao banheiro, me olhei no espelho pensando no que meus pais disseram no que o Leo disse nas consequências de nossas escolhas, tanto de ir atrás dos nossos sonhos, quando de não ir, jogá-los para o alto só para ficarmos juntos... Aqueles pensamentos estavam me dando dor de cabeça, então liguei a torneira lavando o meu rosto, sequei-o, respirei fundo e voltei até a mesa onde meus pais estavam.

— Filha, termine logo de comer que nós precisamos ir embora, tenho que voltar ao meu trabalho. Disse minha mãe que a propósito já havia terminado de comer.

— Perdi a fome, vamos? Respondi os esperando de pé.

— Mas você não comeu quase nada, Nina. Disse Marcos reparando no meu prato.

— Mas eu não quero mais comer, vamos logo embora, por favor. Pedi.

— Está bem. Disse ele se levantando e deixando a conta na mesa.

Minha mãe também se levantou e fomos até a saída, minha mãe não quis nem entrar no carro, se despediu de nós na faixada do restaurante e foi até o seu trabalho, e eu fui embora com meu pai. No carro ele tentou puxar assunto, até porque eu fiquei muito tempo em silêncio, mas não estava dando muito certo, porque eu não estava bem, eu sem querer dava respostas curtas. Chegamos até a minha casa, eu tirei o cinto de segurança e ele disse:

— Está entregue.

— Obrigada pelo almoço, pela bolsa de estudos e tudo mais, pai... Mas eu tenho que pensar um pouco e ver como ficarão as coisas comigo e com o Leo, depois eu prometo que te dou uma resposta. Falei dando um beijo no rosto dele, em seguida e saindo do carro.

— Está bem. Mas não demore muito, ok? Pediu ele.

— Pode deixar — Respondi sorrindo — Tchau.

— Tchau filha. Disse ele acenando e indo embora.

Eu abri o portão de casa e entrei. Subi as escadas, entrei no meu quarto jogando a mochila em qualquer canto e me jogando de costas na cama.

— E agora? Como vai ser daqui para frente? Como eu vou falar sobre isso com o Leo? Perguntei para mim mesma.

Meu celular começou a tocar, eu o peguei na mochila e o atendi, dizendo:

— Alô?!

Oi amiga, sou eu a Bianca. Disse ela.

— Ah, fala. Respondi.

— É que hoje é o aniversário do Arthur e ele convidou a galera da escola para ir comemorar na casa dele hoje e me deixou convidar as minhas amigas, você topa ir? Perguntou ela.

— Bom, eu não sei, até porque não sei se o Leo foi convidado. Respondi.

É claro que foi o Arthur disse que convidou todo o time da escola — Disse ela — Então vejo vocês mais tarde.

— Ah... Mas...

Até mais tarde, beijinhos. Disse ela desligando na minha cara, a Bianca não se conforma com “nãos”.

Levantei-me da cama, indo até a varanda do meu quarto com o celular na mão e fiquei olhando para o quarto do Leo, para saber se ele estava lá e estava. Ele parecia estar estudando, estava tão concentrado que eu fiquei até sem jeito de roubar a atenção dele. Mas eu precisava falar com ele, então eu liguei para ele. Ele pegou o celular atendendo-o e dizendo:

Oi amor.

— Oi meu anjo. Você está muito ocupado? Perguntei já sabendo a resposta.

Bom... Mais ou menos, por quê? Perguntou ele.

— É que eu acabei de chegar e queria conversar com você... Mas se não puder tudo bem, eu entendo. Falei.

É claro que eu posso, espere um pouco. Disse ele se levantando da cama.

Eu fiquei o esperando encostada no murinho da varanda do meu quarto e ele pulou a janela do quarto dele e foi andando pelo peitoral de sua casa até se apoiar num galho firme da árvore e pular. Ele andou por ela até chegar perto da minha varanda e pediu que eu me afastasse um pouco, eu cheguei um pouco para o lado e ele pulou no murinho, desligando o celular.

Eu fiquei olhando para ele e falei:

— Você estava estudando...

— Estava, mas já estava acabando. Então, o que quer falar comigo? Perguntou ele saindo do muro e me abraçando de frente.

Eu não sabia se aquele era o momento certo de falar sobre a faculdade ou não, mas resolvi não me arriscar assim de cara e falei:

— Você está sabendo da festa na casa do Arthur?

— Estou por quê? Você vai? Perguntou ele meio confuso, até porque eu não era muito de ir a festas assim com ele.

— Acho que sim, você quer ir? Perguntei.

— É claro que eu quero — Respondeu ele empolgado — Tem como você me explicar o que deu em você? Você não gosta de ir a festas assim comigo.

— Nada a ver, Leo. Eu só não queria ir antes porque a gente ainda estava começando a namorar eu estava um pouco insegura, agora eu acho que é o momento certo de irmos nos divertir juntos com a galera da escola. Respondi sorrindo.

— É isso aí! Disse ele empolgado me dando um beijo em seguida.

Depois do beijo nos sorrimos um para o outro e ele disse:

— E então, como foi o almoço?

— Ah... Foi... Hm... Legal. Respondi evitando olhar para ele.

— Foi ah hm legal?! — Disse ele rindo — Qual é, Nina. Você falando assim fica na cara que algo não deu certo. Qual é a novidade?

Droga! Por que eu tenho que ser tão transparente assim? Eu deveria saber pelo menos mentir um pouquinho, só acho.

— É que... Meus pais ficaram discutindo casos do passado e eu fiquei chateada por mesmo tendo passado todos esses anos, ele nunca se entenderem. Respondi contando parte da verdade.

— Ah... Fica tranquila. Em algum momento eles vão se entender, você vai ver. Disse ele tentando me ajudar.

— Mas eu tenho medo de eles ainda sentirem o mesmo que sentiam antes e isso afetar o casamento da minha mãe com o André. Sussurrei.

— Calma, eu tenho quase certeza de que isso não seja possível, mas você não tem que se preocupar com isso, se a sua mãe está com o André é porque ela gosta mesmo dele, ele é um cara bem bacana, não acredito que a sua mãe o deixaria por causa do Marcos. Disse ele tendo razão.

— É verdade, mas eu me sinto desconfortável com essa situação. Isso tudo está acontecendo por minha causa. Falei.

— Não é por sua causa, amor. Isso é de antes de você. Disse ele.

— Eu sei, mas por minha causa eles se reaproximaram você não entende? Exclamei.

Ele ficou calado, pois eu sei que não tinha o que dizer, até porque eu estava certa. Ele acariciou a minha cabeça, eu fiquei de olhos fechados me segurando para não chorar, porque estava tudo muito confuso para mim e eu não conseguia dizer para ele que nós correríamos o risco de passar pelo mesmo, até porque eu seria hipócrita e egoísta se fizesse isso, até porque eu o incentivei a ir para a Europa, não seria justo eu dizer que estou com medo dele me trocar por outra, ou tudo entre nós acabar por causa da distância.

— Vamos esquecer isso, está bem? Vamos fazer algo para se distrair, então diga o que você quer fazer agora? Perguntou ele.

— Ah, eu não sei. Respondi com uma voz manhosa, ainda abraçada com ele.

— Ah amor, o que você costuma fazer antes de ir para uma festa? Perguntou ele me dando beijos na cabeça.

— Bem... Eu costumo escolher a roupa que vou. Respondi me afastando dos braços dele.

— Então faça isso, hoje eu vou ficar aqui para ver e descobrir o porquê de você demorar tanto a se arrumar. Disse ele sorrindo.

Eu ri e falei:

— Está bem, vem comigo — Entrei no meu quarto o puxando para dentro.

Ele veio comigo, sentou na cama e eu fui até o guarda roupas ver alguma roupa boa. Eu peguei umas sete combinações de roupas e fui até o banheiro vestir para que ele me ajudasse a escolher o que vestir.

— Ah, mas você não vai se trocar na minha frente? Perguntou ele.

— Não! Respondi rindo.

Eu vesti um vestido que estava no fundo do meu armário, fazia muito tempo que eu não o usava, era lilás de alça e curto. Assim que terminei de vestir, abri a porta do banheiro e fui desfilando até perto da cama de palhaçada, o Leo riu bastante de mim e disse:

— É para eu escolher?

— É. Respondi parando de frente para ele.

— Você quer sinceridade? Perguntou ele.

— Quero. Está feio?

— Feio não está, mas está curto. Respondeu ele me analisando de cima a baixo.

— Ah, qual é Leo?! Eu sei que está curto, mas a questão não é essa e sim se está bonito ou não. Respondi.

— Está bonito, mas para você usar só para mim, na rua não, nem numa festa que vai ter um monte de moleques da escola, eu não confio neles. Disse ele.

— E em mim, você confia? Perguntei.

— É claro que eu confio, Nina, mas esse tipo de roupa não combina com você. Disse ele.

— Por que não combina? Eu não sou tão sexy? Perguntei fazendo palhaçada.

Ele riu de mim e disse:

— Não é isso, amor. Essa roupa não é para garotas como você e sim para garotas vulgares.

— Então garotas como eu não são sexys, só as vulgares?! Deduzi.

— É claro que são, para de fazer perguntas assim, garotas vulgares não são sexys. Disse ele.

— Então, se elas não são, porque chama tanto a atenção da maioria dos garotos? Perguntei o deixando confuso, pois eu só estava testando ele.

— Vamos parar com esse assunto? Pediu ele.

— Me responde, vai. Pedi.

— É porque a maioria dos garotos são babacas, mas com o tempo eles largam de ser babacas e passam a notar as garotas que realmente valem a pena. Disse ele.

— Está bem. Eu vou me trocar então. Falei indo até o banheiro desfilando de novo.

Ele riu de novo e disse:

— Você vai fazer isso até quando?

— Até achar a melhor roupa. Respondi tirando o vestido.

Eu peguei um macacão de mangas cumpridas, justo na cintura com um decote pequeno e com estampas pretas e brancas bem discretas e vesti. Saí do banheiro desfilando e falei:

— E essa roupa, gostou?

— Dar uma rodadinha. Pediu ele sorrindo para mim.

E então eu girei devagarinho e ele disse:

— Acho que me apaixonei de novo.

Eu fiquei rindo e falei:

— Bobo! Ficou bom?

— Você está linda, ou melhor, está mais do que linda. Disse ele se levantando.

— Hm... Obrigada. Então é esse. Respondi sorrindo.

Ele foi se aproximando de mim e disse:

— Mas e se mais alguém se apaixonar por você lá?

— Vai ter que desapaixonar, porque eu só tenho olhos para você. Respondi dando um selinho nele.

Ele pegou em minha cintura e disse:

— Estou vendo que vou ter problemas com essa roupa hoje.

— Por que, amor? Perguntei não entendendo.

— Deixa para lá... Disse ele suspirando e virando o rosto.

Eu fiquei rindo dele e ele me beijou.

— Bom, agora que já escolhi a roupa, ou melhor, escolhemos, falta o calçado e os acessórios. Falei com os braços em volta do pescoço dele.

Ele olhou no relógio e disse:

— Eu também tenho que me arrumar.

— Tá bom, então eu vou tomar um banho, daqui a pouco você vem me pegar ou eu vou te esperar no portão? Perguntei.

— Eu venho te buscar. Disse ele me soltando e dando um selinho com quem diz “até daqui a pouco”.


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Notas finais do capítulo

E aí gente, o que acharam? Peço encarecidamente que vocês comentem, por favor, se estão gostando ou não do rumo da história, porque eu estou ficando preocupada, mesmo! Então comentários e reviews são bons e eu gosto :* :P :)
Beijos e até o próximo capítulo :*