O Que Há Depois Da Parte Mais Verde Do Mar? escrita por Smile


Capítulo 2
Final Alternativo


Notas iniciais do capítulo

Só espero que gostem!



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O mar estava particularmente bonito e a água estava deliciosa, nem fria demais, nem muito quente. Na altura das minhas costelas eu sentia o mar se mexendo e, cada vez que vinha uma onda, eu pulava e a água vinha aos meus ombros.

Depois de uma certa distância, quando o mar e o céu se encontravam, havia uma faixa de água bem verde, onde algumas gaivotas mergulhavam, tentando pegar peixes. Eu pensei se eu conseguiria nadar até lá...
Provavelmente, se eu fosse, minha mãe iria ficar chateada, assim como o resto da minha família. Mas, talvez, depois de ir, eu conseguisse voltar para ver como eles estavam...

Comecei a nadar mais para o fundo, até não dar mais pé pra mim. Me perguntei se no céu haveria um mar como esse, e até se eu conseguiria chegar ao céu. Se não me engano, segundo Dante, para chegar ao céu eu teria que passar primeiro pelo inferno e pelo purgatório, então me perguntei novamente se eu conseguiria fazê-lo.

Pensei no meu primo, que estava em Nova Yorque, e senti lágrimas escorrendo pelo meu rosto, pois eu não teria a oportunidade de me despedir...
Por um segundo, eu parei de nadar, e esperei ouvir minha mãe gritar, mas o que eu ouvi foi apenas o estourar das ondas e o barulho dos meus braços se mexendo, e fazendo com que minha cabeça permanecesse acima d'água. Mais lágrimas rolaram pela minha face, misturando-se com a água salgada do mar.

Ergui a cabeça e olhei para o céu, que estava muito azul. Senti a luz do Sol me cegando, e voltei a mirar a parte verde. O que há depois da parte mais verde do mar?, pensei comigo mesma. Me perguntei se queria mesmo desperdiçar tudo que eu havia feito até agora, para descobrir isso.

Sequei as lágrimas, e virei para a areia, onde vi minha mãe pulando e balançando os braços acima da cabeça, como se me chamasse de volta. Comecei a nadar na direção contrária à minha primeira intenção. O mar agora parecia querer me impedir de voltar para a terra, e eu questionei se isso não seria um sinal. Mesmo assim, continuei nadando, até que senti a areia sob meus pés.

Passei a avançar mais rápido, graças ao impulso que o chão me proporcionava. Com a água na cintura, pude ver meus primos mais novos gritando para que eu voltasse logo. Voltei a chorar.

Então, eu soube que tinha uma “missão”, eu precisava melhorar, para poder ajudar as pessoas, como eles, que eram apenas crianças e teriam que lidar com um mundo depravado pelos próprios pais. Passei a correr, e, ao encostar os pés na areia, os abracei, derrubando-os na areia, e caindo junto. Eles riram, e eu também. Então minha mãe se juntou a nós, assim como meu tio e minhas duas tias.

Eu queria poder me sentir assim sempre, mas sabia que não era possível. Porém, eu precisava passar por momentos ruins e difíceis, para poder viver momentos felizes como esse. Agora eu me sentia segura, protegida, cuidada.

Voltamos para casa andando, e na semana seguinte, fui encorajada pela minha mãe a procurar ajuda. E foi o que eu fiz.

Hoje, estou relatando isso, da minha cabine em um navio de pesquisa, que está indo em direção à Antártica. Estou indo em direção à parte mais verde do mar, em direção ao meu futuro, em direção a minha felicidade. Aqui está começando a esfriar, mas sinto, ao olhar para a vastidão verde-azulada ao meu redor, que estou indo pelo caminho certo, pelo caminho que eu escolhi seguir.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Espero que tenha ficado boa.
Bjs, Smile. :)



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