Encontrei Liss hoje em péssimo estado. Sua aparência era péssima. Pior do que quando estava na floresta. Depois de eu insistir ela acabou me contando o que havia acontecido. Danilo tinha se declarado para ela, e ela o tinha rejeitado e hoje ele tinha ouvido uns rumores no quartel que eu e Liss estávamos namorando.

Quando fiquei sabendo daquilo me senti péssimo, o pior cara do mundo. Não conseguia nem imaginar o que Danilo devia estar sentindo. Certo que não era verdade o que estavam dizendo sobre sermos um casal, mas mesmo assim havíamos nos beijado. Eu o havia traído. Mas que culpa eu tinha? Danilo tinha me dito que só sentia amizade por Liss, achei que ele não se importaria se eu me envolvesse com ela.

Quando fui conversar com ele sobre isso, ele não me escutou. Apenas ficou tentando sair, ir embora e me deixar falando sozinho. Depois mudou de ideia e decidiu me encarar. Começou a me jogar na cara que Liss já tinha ido se queixar pra mim e eu tinha ido correndo defender minha namorada. Não entrei na pilha dele e tentei continuar falando que ele tinha tirado conclusões precipitadas, que não era verdade, era só uma fofoca. Foi quando ele me colocou contra a parede e me fez negar que eu havia beijado a Liss. E eu não consegui. Não me arrependia mais nem um pouco de tê-la beijado, e não podia mentir pra ele, o meu irmão. Ele percebeu que o que tinha acontecido e dessa vez saiu ainda pior, não consegui impedi-lo. Me sentia muito mal por ter ferido seus sentimentos e o traído. Mas ele também estava sendo imaturo. Eu não podia adivinhar que estávamos gostando da mesma garota.

Em seguida fui encontrar com Cadeado. Liss havia me dito que Margareth queria falar comigo. No começo não acreditei que fosse mesmo verdade o que Liss havia dito, mas parecia que sim. Margareth queria me usar como um prostituto. Não gostei nada daquilo, e não sabia como agir. Por isso fui procurar Cadeado.

Tivemos uma discussão. Ele queria que eu fosse lá, me apresentasse pra Margareth, aceitasse fazer o que ela quisesse e a conquistasse com o meu charme. Isso me permitiria um contato e uma intimidade com a governante e poderia ajudar muito na missão. Eu discordei. Por mais que fizesse tudo pela missão, aquilo estava fora de questão. Não iria usar meu corpo pra aquele tipo de coisa. Eu queria mesmo a opinião dele sobre se eu ia lá e dizia que não queria aquilo ou se apenas não aparecia lá.

Ir no palácio me colocava em evidência e podia prejudicar a missão. Não ir no palácio, poderia complicar a vida de Liss, e Margareth suspeitar que ela não havia me contado e que sentisse alguma coisa por mim.

Sai do encontro com Cadeado sem solução alguma. Apenas havíamos discutido feio. Eu teria que decidir aquilo sozinho.

E já que é minha a decisão, acho que amanha vou visitar nossa governante e Liss no trabalho dela.