A Missão escrita por StefaniPPaludo


Capítulo 26
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Não postei ontem, porque tive vestibular e cheguei muito cansada. Mas espero que gostem do capítulo de hoje.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/617123/chapter/26

Meus olhos abriram de repente. Onde eu estava? Que sala era aquela?

Eu estava caída no chão e dei um jeito logo de me sentar. Olhei ao redor e vi pessoas conhecidas todas deitadas no chão e dormindo como eu.

Mas tudo parecia confuso. Porque eu não estava enxergando direito e porque todo o meu sistema respiratório doía? Me levantei de pé com certa dificuldade e tive que me segurar na parede para não cair. Tudo estava girando, minha cabeça estava zonza. Respirei fundo e a minha visão se estabilizou um pouco mais. Havia uma porta aberta, era pra lá que eu devia ir.

Fui me arrastando em direção a porta, ainda agarrada na parede para conseguir caminhar. Parecia que meu corpo não obedecia mais aos comandos do meu cérebro. Enquanto andava vagarosamente, comecei a me lembrar: aquilo havia sido um exercício do treinamento para soldado. Tínhamos que resistir a câmera de gás por 10 minutos. E eu não havia conseguido. Mas os dez minutos haviam se passado e agora eu já podia sair dali.

Cheguei na porta, e me escorei nela. Agora eu teria que largar a parede para continuar o caminho e minhas pernas ainda não obedeciam as minhas ordens. De repente senti um braço me pegando por trás, colocando se em minhas costas e me dando apoio para continuar caminhando. Olhei para o lado e vi Júlio. Era ele quem estava me ajudando. Ah! Era o Julio, o militar, o lindo militar... Vestido de militar, lá no exército, no exército militar e me segurando, um militar me segurando, um militar sargento e meu professor me segurando. Minhas pernas não aguentaram mais e eu cai. Será que cai ou flutuei? Acho que flutuei. Estava flutuando numa nuvem, numa nuvem macia, feita de algodão. E a nuvem ia para lá e para cá.

E a nuvem parou de me balançar, mas por quê? Tinha alguém. Alguém tapando a minha boca e o meu nariz. Essa pessoa tinha pegado a nuvem e me pegara também...

Eu ouvi vozes ao meu redor, abri os olhos e agora conseguia pensar normalmente e me lembrava de tudo. Eu estava sentada em um banco no corredor da sala de câmera de gás, com uma máscara de oxigênio em meu rosto. Danilo estava sentado na minha frente, também com uma máscara de oxigênio e acordado. Perto dele, estava também John, que não tinha mais a máscara.

Júlio vinha trazendo meio carregado o Eric, que parecia desmaiado. Júlio colocou Eric sentado ao meu lado e prendeu uma máscara de oxigênio em seu rosto também, mas ele continuou desacordado.

Então ele se deu conta que eu havia acordado e deu uma olhada para mim, mas não falou nada. Eu tentei pensar em alguma coisa pra dizer ou pra perguntar, mas nada me vinha a cabeça. Decidi ficar quieta, respirando o oxigênio puro e deixando que os efeitos que o gás fizeram, saíssem de mim.

Danilo tirou a sua máscara de oxigênio e levantou-se, indo para a direção de seu irmão, perto da porta. Mas Júlio que estava atento a tudo que acontecia, veio depressa em direção a ele e o empurrou para que se sentasse de novo.

– Danilo, fique sentado mais um pouco. Você ainda está sobre os efeitos do gás.

– Eu só queria te perguntar uma coisa — A voz de Danilo parecia rouca.

– O que foi? - Julio se abaixou em frente ao irmão, para ficar frente a frente com ele. Seu rosto mostrava uma preocupação que eu não sabia que ele tinha.

– Só queria saber quem resistiu mais tempo. Quem resistiu mais tempo ao gás, eu quero dizer. - Além de rouca a voz do Danilo parecia demonstrar que ele estava com dor. Mas não era de surpreender. Eu também me sentia muito cansada e com cada músculo do meu corpo doendo.

– Liss, foi a última desmaiar. - Júlio acenou com a cabeça em minha direção. - E também foi a primeira a acordar e sair da sala. Mas você foi o primeiro a recobrar os sentidos aqui fora, se isso te interessa.

Demorou um pouco pra eu entender que ele tinha dito meu nome. Não podia ser.

– Eu? - tirei a máscara do rosto e dei um grito. Julio se assustou com a minha reação, e levantou-se depressa, se ajoelhando a minha frente e colocando a máscara no meu rosto novamente.

– Sim, você. Você conseguiu resistir por oito minutos. Foi muito bom. E também acordou uns minutos depois de eu abrir a porta.

– Você tem certeza? - eu tirei a máscara de novo e entreguei para ele, mostrando que não precisava mais dela. Minha respiração já estava normal e meus pensamentos também.

– Tenho. Tinha câmeras na sala e eu vi. Vi cada um desmaiando.

Houve um barulho e Júlio foi correndo para a porta, onde mais um saia da sala cambaleante precisando de sua ajuda. Ele fez a mesma coisa que havia feito comigo, com Eric e provavelmente com os demais. Colocou-o sentado e prendeu a máscara com oxigênio em seu rosto. Em seguida virou-se para Danilo, John e depois para mim:

– Se vocês já estão bem, podem ir para o dormitório. Aproveitem o resto do dia para dormir e descansar. O gás só sairá totalmente do organismo amanha. Então hoje, não aconselho a fazerem nada.

Nós três nos levantamos e fomos para o dormitório, onde eu cheguei, me joguei na cama e dormi até o outro dia, sem acordar para nada, nem para jantar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Missão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.