I'll Stand By You escrita por SwenLove


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Olá Swens, quanto tempo! Na verdade esse é uma ideia que surgiu de ontem pra hoje, depois de ver pela milésima vez essa imagem (https://fbcdn-sphotos-e-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xta1/v/t1.0-9/10403614_471635032988603_7989628678812228394_n.jpg?oh=5b894d4eea3833cc1e97c0c8dd12e40f&oe=55FE1F2B&__gda__=1443636130_d0adb7da679b6e781809a5fb0d8d4abe).

Fiquem atentos com a mudança de Ponto de Vista.

Espero que vocês gostem e uma ótima leitura!



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Ponto de Vista – Emma

Eu não saberia viver no mundo sem ela.

Os raios de sol ultrapassavam os galhos das árvores atingindo meu rosto, comecei a ficar incomodada com aquilo e logo senti que estava deitada em um local duro com um cheiro de terra. Reconheci não estar em casa e ao abrir os olhos percebi que era a floresta.

Poderia dizer mais ágil que o comum eu estava de pé e sentia coisas estranhas como meu corpo que parecia queimar, uma energia oculta em mim era ativada, enquanto na minha cabeça só passavam recordações cruéis do meu passado. Uma sede de vingança de incendiava. Ela, definitivamente, era a culpada pelas minhas desgraças.

Naquele instante era como se o bom não existisse.

Sentei-me numa pedra recordando o que me transformou naquilo, naquele poço de ódio, raiva, rancor. Sentimentos que nunca me pertenceram. O melhor dos sentimentos me transformou em algo terrível e a cada segundo meu corpo parecia intensificar-se de algum modo.

Minhas roupas não eram as de costume e longe de serem as que eu estava. Nos pés estava uma bota de salto na cor preta, nas pernas uma calça de couro justa, sobre a parte superior do corpo havia uma jaqueta de couro preta por cima de uma camiseta de seda preta, três botões abertos deixando um decote apreciável.

Pensei em um espelho e ele apareceu. Minha magia estava apurada. Olhei e sorri com o meu reflexo. Uma Emma Swan completamente diferente, além do vestuário que notei ser incrível valorizando meu corpo, minha maquiagem e cabelo estavam ousados. Meus olhos pareciam borrados em tons escuros, um batom impecável vermelho cobria meus lábios e cabelos um pouco bagunçados me deixando sexy. Confesso ter gostado dessa Emma Dark.

Achei estranho estar de dia e logo apostei que ao ser dominada por uma intensa onda de maldade devo ter desmaiado ou coisa parecida, pois sei que era noite quando aconteceu.

Eu estava confusa, perdida e descrente. Com ódio e raiva, isso gritava. Regina merecia pagar por todas as coisas ruins que me causou. Seria esse o meu destino, acabar com a Rainha Má? Longe disso, sei que signifiquei coisas ruins para ela, para aquela antiga Regina, mas tudo havia mudado. Ou simplesmente despertado e agora, mesmo com tanta vingança, ao pensar nela estava mais vivo e perceptível que nunca.

A primeira vez que meus olhos e os de Regina se encontraram foi como se dentro de mim algo mudasse, e mudou. Foi evidente sua preocupação com Henry, como o garoto podia achar que ela não o amava? Ela tinha sim maldade, mas havia amor e digo que demorei pra acreditar.

Suas mudanças eram pequenas e ninguém acreditava que a Rainha Má deixaria o título. Aconteceu. Quando selei a testa de Henry e a maldição foi quebrada, todos queriam a cabeça de Regina e os motivos eram aceitáveis, mas eu não poderia deixar que nada acontecesse a ela. Henry não perdoaria tal falha da Salvadora, pois Regina tinha salvação.

Meus super-poderes nunca falhavam e quando se trava da morena era ainda mais certeiros, eu nunca havia entendido o porquê, mas acho que é algum tipo de ligação. Nossos destinos estavam conectados de alguma forma e não digo só por isso. Digo por toda nossa história. Rumplestilskin fez questão de conectar de forma indestrutível. Como Regina já me questionou, justamente ela adotou o filho da Salvadora.

No começo foi difícil entender mais quando Regina estava marcada para a morte eu simplesmente não pude deixar que nada acontecesse a ela. Eu nunca poderia deixar. Foi Henry quem me fez promoter que não deixaria nada de ruim acontecer a sua outra mãe, mas mesmo se não houvesse essa promessa, eu não permitiria. E aquela foi a primeira vez que eu percebi onde estava me metendo. A magia estava fraca naquele momento, o chapéu não funcionava e o impulso me fez tocá-la e aconteceu. Hoje entendo o porquê aconteceu, aquilo foi magia causada pelo melhor dos sentimentos. E nesse dia impedi com que ela caísse no portal, em contra partida eu cai.

Para melhorar, Henry disse que foi Regina quem salvou a mim e minha mãe, mesmo sendo uma ótima oportunidade para não ter feito nada. Não sei o que a moveu fazer isso, se foi pelo nosso filho, por mim ou pelo seu passado, mas sei que seus olhos estavam contentes pelo seu próprio ato de mudança. Não poderia esquecer aquele sorriso me desejando boas vindas.

Pensar no ato de bondade da morena, e recordei da vez em que ela estava disposta a se sacrificar por todos nós. Naquele instante todas as minhas certezas gritaram, ela estava a um passo da mudança, largando as trevas de vez e a maior das certezas, eu a amava. Eu vi sinceridade em sua voz, em seus olhos e na própria atitude, ela sabia o quanto havia errado e não era justo que todos pagassem, só ela merecia aquele fim. Não pra mim, Regina não merecia morrer, quando a perguntei o que dizer a Henry, queria mesmo era saber como passaria meus dias sem aquela presença. No momento que escutei sua voz dizer que não era forte o suficiente, me lembrei do chapéu. Nós duas fomos fortes para parar aquele diamante e talvez o motivo fosse essa conexão.

E daí em diante nossa convivência foi revezada entre turbulências e calmaria, claro que a última opção era o que menos ocorria. Fomos parar em um lugar onde novamente usamos magia e dessa vez para salvar nosso filho. Um eclipse e desbravamos um novo reino. Foi um momento de confusão interna que eu prolongava ao máximo, até os dias de hoje.

Acredito que Regina se quer desconfia dos meus sentimentos, se suspeitasse nunca demonstrou. Houve momentos que me segurei para não abraçá-la, o maior deles talvez tenha sido o dia que a escutei dizer que não queria me matar, claro que naquela altura minha certeza de amá-la só se concretizava mais.

Porém era mais complicado do que parecia, sempre foi. Não somos qualquer pessoas, chega a parecer maluquice pensar na Salvadora apaixonada pela Rainha Má, e numa dessas, a Rainha Má também se apaixonou pela Salvadora. Seria gozação demais do destino.

Mais é claro que isso não aconteceria, Regina estava com Robin e sempre esperou por ele. Eu me apaguei no Capitão e tentava ser feliz por ter Regina com seu final feliz tão merecido e livre das trevas, uma vez que meus encontros com sua mãe e com a própria Rainha Má não haviam sido os melhores.

Como eu me sentia em relação a Gancho e toda aquela história era... Outra complicação. Eu gostava da companhia do moreno, das conversas e até dos agrados e momentos mais íntimos, era uma maneira de seguir a vida e eu era feliz. Ele fazia parte da minha vida, eu estava tentando fazer bem a ele assim como ele me faz. Nossos momentos eram reais para mim, reais e verdadeiros, de alguma forma eu nutria sentimentos por ele.

Com certeza sofreria se terminássemos brigados, gostaria sim de manter uma amizade com ele se fosse possível. Beber rum nunca mais seria a mesma coisa se não fosse com Gancho. De todos os momentos que vivi ao seu lado, no universo criado por Gold foi onde ele mais me encantou. Aquele jeito tímido, receoso e por mim teve coragem de lutar... Foi sim de se encantar. Não havia como negar. E no momento que o perdi foi como desabar o chão. Não me veio a cabeça que ele poderia estar vivo quando tudo se resolvesse e voltássemos pra nossa realidade. Naquele momento eu chorei e percebi o quão importante ele era, mesmo que eu não fosse digna dos seus mais sinceros sentimentos.

E daquele universo eu também me recordava de outra quase perda e se eu disse que doeu igual estou mentindo. A última me correu lentamente, cada pedaço do corpo parecia moído e meu coração parecia estar em algum punho se fechando.

Sim, um pouco antes eu havia incentivado sua entrada na igreja para interromper o casamento do seu final feliz. Ao chegarmos e os sinos ainda não haviam sido tocados a sensação de vazio fez parte de mim, eu havia perdido Regina. Se não fosse trágico, seria cômica a minha situação. Eu estava ajudando a pessoa que fazia meus dias a encontrar outra pessoa para ser feliz. Ações valem mais do que palavras, eu não menti com essa frase. Henry completou falando que ao se beijarem tudo ficaria bem. Eu desejava que resolvêssemos aquilo logo, mas desejava que o tal beijo não mudasse nada. E acredito que ninguém notou minha expressão disfarçada de descontentamento.

É complicado pensar já que eu sou a responsável por dar a todos seus finais felizes, estivesse entregando quem eu queria para ser feliz a outro alguém. Tentei ser o mais sincera, pois eu realmente queria que Regina fosse feliz, a pessoa mais feliz de todos os reinos e já que não seria comigo, que fosse com o seu predestinado. Eu estava me esforçando para realmente ficar feliz.

Então o Senhor das Trevas apareceu.

Um detalhe antes, quer dizer que agora é Senhora das Trevas? Eu sou a Senhora das Trevas.

Então o Senhor das Trevas apareceu disposto a impedir aquele casamento, ele fazia o que eu não tinha coragem, mesmo que fossem outros os motivos. Mas eu não poderia deixar isso acontecer, nós precisávamos retomar nossas realidades. Foi rápida a luta e eu estava desacordada, no segundo que abri os olhos foi a dor mais cruel que pude sentir. Regina caída naquele chão com sangue e Henry junto. Meu coração realmente doeu e eu me senti tonta, sem reação e desesperada.

Só me dei conta quando os sinos da igreja fizeram barulho e uma enorme raiva tomava meu corpo. Se não as sensações que estava sentindo agora, aquele ódio foi o maior da minha vida. Me sentia extremamente culpada, mas não era isso que doía. Era aquela sensação de impotência, de ver o sorriso mais lindo se fechar e não poder fazer nada. Mas sim, eu poderia fazer. Não eu, mas Henry quem fez e foi mágico.

Meu garoto finalmente era um herói. E após todas as coisas ruins, Regina finalmente seria feliz ao lado de Robin e eu estava decidida a ficar com Gancho e ir até onde desse, mas novamente tudo fugiu do nosso controle e as trevas estavam ali.

Ao ver que Regina estava rodeada pelas trevas tentei pensar algo que fizesse sentido para impedir aquilo. As trevas estavam extinguindo sua luz e eu não poderia permitir que isso acontecesse. Eu não poderia deixar com que a dona dos olhos mais intensos perdesse o seu final feliz.

A sensação que me corroia naquele exato momento foi tão dolorosa, não saberia dizer o que iria acontecer comigo, mas precisava parar aquela coisa antes que algo pior acontecesse a Regina.

Acreditei que Gancho era o meu final feliz naquele instante, eu precisei daquilo. Não que sem ele mudaria minhas atitudes. Sacrifiquei meu amor por ela e sacrificaria o que fosse necessário.

E ali estava o resultado disso. O ódio e a raiva, sentimentos mais desprezíveis que dominavam meu corpo. Ódio dos meus pais por terem me abandonado, raiva de Regina já que era sua culpa de tudo ter sido assim tão trágico. Por culpa dela eu não havia ficado com o meu filho. Aquela maldição que me separou dos meus pais, culpada por anos trágicos na vida de todos, várias mortes e tristezas. Mulher essa que havia destruído uma família feliz. Eu sentia ódio ao pensar em Regina, culpada essa por todo esse sentimento.

Destruir, destruir. Essa palavra repetia como um mantra na minha cabeça. Eu queria destruir todos, queria destruir Robin por ser quem era. Aquele ladrãozinho sem dignidade alguma, como ele poderia ser o final feliz de uma mulher como Regina? Mesmo sentindo ódio, não poderia negar o quão maravilhosa ela é.

O sol deixava de incomodar minha vista e tentei reconhecer qual parte da floresta era a que eu estava ou qual o horário. Em vão, eu estava confusa com tudo que estava acontecendo naquele momento.

E então meu corpo começou a querer se mover, uma sensação estranha e desconfortável como se eu fosse puxada para algum outro lugar. Comecei a desconfiar que era alguém tentando me invocar, afinal eu era a Senhora das Trevas e a adaga com meu nome não havia sido teletransportada comigo.

Simplesmente desapareci de onde estava e reapareci em outro canto da floresta, havia um tronco de madeira cortado no meio, demonstrava ser uma árvore grande, junto dela estava a morena que mais e menos queria por perto segurando a adaga.

Por que meus pais deixaram a adaga com Regina? Por que não um deles ou Killian? O que Regina queria comigo?

PONTO DE VISTA REGINA

Quando percebi as intenções de Emma meu coração se acelerou, ela não seria louca de deixar seus pais, Henry e até mesmo aquele pirata por minha causa. Ela não podia fazer isso, era loucura e arriscado, eu não poderia deixar com que ela fosse tomada pelo mal. Era minha obrigação e meu dever protegê-la, mas naquele instante não dependeu de mim. Pedi para que não fizesse, não se arriscasse por algo tão imundo e desprezível como eu. A Salvadora não poderia conter tanta maldade.

Apostaria minha vida que Emma não me escutaria, se fosse ao contrário eu não a escutaria e nós tínhamos essa mania de viver salvando a vida uma da outra, não seria diferente. Swan havia me salvado e eu salvaria sua vida.

No momento em que peguei a adaga no chão senti como se a adaga me quisesse. Sei que soa estranho, mas o objeto se quer quis sair da minha mão para que ficasse com David e Mary. Foi estranho, nunca havia escutado falar de que a adaga escolheria um dono ou coisa parecida, mas naquele instante ficou visível que a adaga queria ficar comigo.

Acontecimento esse que me explodiu em sentimentos. Minha ficha estava caindo. Emma Swan grifada na adaga. Emma era a nova Senhora das Trevas. Se nem mesmo com Belle havia acontecido algo parecido, aquilo devia significar alguma coisa.

Esperanças guardadas em mim se afloraram de maneira intensa como nunca antes, mas o desespero falou mais alto. Fui tomada pelo silêncio e nervosismo, ficar perto daquelas pessoas não ajudaria, então educadamente pedi licença e claramente levei a adagada.

Necessitava ver Emma, saber como a loira estava. Ainda não conseguia acreditar que ela havia feito isso. Por mim.

Naquela primeira madrugada não usaria a adaga para atrair Emma, queria que ela viesse por espontaneidade. Meus olhos estavam fixos no nome da loira sobre aquele metal e eu precisava reverter a situação.

Passei as longas horas daquela madrugada fria trancada com a solidão no Mausoléu, esperando que algo supremo entrasse na minha cabeça e eu soubesse o que fazer, além também de como entrar Emma.

Meu coração disparava ao pensar na atitude da loira, desde o primeiro instante que a vi soube que ela seria problemas na minha vida, só não imaginei quais seriam esses problemas. Emma era a salvação da cidade, a destruição dos todos os meus planos, a pessoa que acreditou em mim a ponto de eu mesma acreditar. Swan sempre esteve ao meu lado mesmo que tudo fosse contra mim, mesmo que a inicio fosse por pedidos de Henry, ela estava ali e sempre esteve.

Quando fizemos magia pela primeira vez, por loucos dias pensei que a razão disso fosse algo a mais. Besteira, eu sei. Ela é a salvadora, claro que teria poderes e a probabilidade de algum dos meus pensamentos serem corretos era nula e com o tempo se anulou ainda mais.

Emma conheceu alguém e isso ficou visível para mim logo no início, Capitão Gancho estava na área com seu charme certeiro e perante meus olhos parecia conquistar a loira a cada dia, me deixando sem ações. Eu era apenas a outra mãe de Henry com quem ela se preocupava.

Não entendia a lógica de todas às vezes Emma afirmar que ele não era seu namorado e coisas assim, fazer questão de sempre estar ao meu lado e dizer que me ajudaria com meu final feliz. Por muito tempo acreditei que ela era mais que a salvadora da cidade. Ela era a minha salvação. Novamente bobeira, mas não só me senti assim, como nos últimos tempos parecia ser mais certeiro, mesmo com a presença de Robin.

Sim, o meu final feliz se resumiu em um homem por sua tatuagem. Eu vi com meus próprios olhos o homem que me faria feliz e o rejeitei, logo me afundei nas trevas de vez. Meu passado era dolorido e nunca fiquei recordado esse amor perdido. Meu sangue queria a vingança apenas por Daniel.

Após tanto tempo, após começar a tirar as trevas de mim, reencontrei o homem com a tatuagem de leão. Robin estava da segunda vez em Storybrooke e na floresta Encantada. Minha vida havia ganhado as esperanças de realmente ser feliz. É engraçado pensar em como podemos ser cegos quando desesperados.

Fechei meus olhos para aquele sentimento que carregava desde que aquela loira apareceu na minha porta com Henry e me abri para aquele que fugi. Se o caminho para Emma e Gancho já estava livre, quando Robin apareceu, melhorou ainda mais.

Sentia que minha ligação com Emma aumentava a cada dia, me fazendo esquecer até mesmo da minha busca insaciável pela felicidade, nos tempos que me mantive longe de Robin. A Salvadora me trazia luz, alegria e sentimentos desconhecidos, nos momentos em que Henry estava junto eu me sentia em casa.

Entre idas e vindas do destino, das pessoas e da vida em si, aparentemente eu tinha tudo que sempre quis, um final feliz; Um amor e uma família. Só estava apostando no amor errado. Meu tempo com Robin já tinha passado, mas nem por um segundo eu quis enxergar esse fato e talvez tenha sido tarde para ver.

Sentia-me desesperada por noticias de Emma e apenas isso me acalmaria. Rejeitei a companhia de Robin que veio me procurar extremamente preocupado e demonstrando boas intenções em ajudar a encontrar Swan, rejeitei Branca de Neve e seu Príncipe e por incrível que pareça, rejeitei Henry. Meu filho ficou um bom tempo na porta do mausoléu, talvez o que mais esperou para que eu cedesse, mas não. Eu não queria ver ninguém, a dor que estava sentindo era demais e não precisava que os outros vissem.

Emma Swan havia largado tudo para que eu fosse feliz. Mal sabia ela que não estava e seria impossível ser feliz sem ela ao meu lado.

O amor é fraqueza. A voz da minha mãe sussurrava isso naquele instante. – Não, o amor é força. – Respondi em tom baixo mais com toda a confiança. O amor é força. Meu amor por Emma Swan era forte mesmo que eu não o admitisse e as provas sempre estiveram as claras, diante de quem quisesse ver.

Minha relação com a mãe biológica de Henry era a prova da mudança e agora eu acreditava que de amor. Amor pelo nosso filho, amor que eu escondia, amor que via em seus olhos e seus sorrisos, amor que eu não acreditava e me transformou. A nossa história era sem dúvidas uma história de amor, não qualquer história, a mais linda de todas e eu não estava disposta a perder isso.

Estava cansada de engolir meus ciúmes toda vez que a via com Gancho, estava cansada de passar noites em claro pensando naquela loira perturbante, estava cansada de me enganar dizendo que Robin era meu final feliz, estava cansada de perder a minha felicidade.

Abri as portas do mausoléu e ninguém do lado de fora, os raios de sol começavam a surgir em meio ao tempo frio. Corri para a floresta, corri de maneira desesperada, não queria correr riscos de encontrar alguém. A única pessoa que eu precisava naquele momento era Emma, era ser sincera com ela e comigo. Não era tarde.

No meio do nada, entre várias arvores encontrei uma espécie de mesa formada por um tronco grande cortado, pela ausência daquela arvore, o local era mais claro. Estava sim insegura por invocar Emma, queria que ela viesse a mim por vontade e não desse jeito, mais eu não podia esperar. Poderia ser minha única chance.

- Senhor... Senhora das Trevas, eu te invoco. Senhora das Trevas, eu te invoco. – Repeti pela terceira vez e Emma apareceu diante meus olhos. – Emma! – Minha voz era um alivio e um sussurro.

Ela não me respondeu e seu olhar era frio. Meus olhos percorreram cada pedaço do seu corpo e não poderia deixar de falar, Emma estava maravilhosa com aquele ar sombrio e irresistivelmente sexy. Ousado meu pensamento, mas ela estava.

Nossos olhares se encontraram e faíscas poderiam ser vistas de longe. Seu olhar nunca havia sido tão intenso sobre mim, pareciam despir e me matar, parecia doce e violento. Um estranho arrepio percorreu meu corpo e eu sorri sentindo meu coração acelerar.

Emma deu alguns passos em minha direção, ainda mantendo-se em silêncio. – Por que você e não meus pais? Ou até mesmo Killian?

Senti raiva por sua pergunta, seu tom áspero me fazia entender que não era a mim que ela queria, todo aquela atitude minha era ridícula. Nunca daria certo. Rangi meus dentes, daria sim certo. Eu a amava e não tinha dúvidas. – A adaga não quis ser protegida por outra pessoa. – Falei suavemente.

- A adaga não escolhe um dono, se não o próprio senhor das Trevas. – Ela rebateu e estava certa.

- Por incrível que pareça. – Respondi pausadamente, analisando as expressões por trás daquela maquiagem. – A adaga que me escolheu.

- Por qual motivo? – Perguntou quieta, mantendo-se um pouco distante de mim.

- Eu não sei. – Eu não sabia, nunca havia escutado algo sobre a adaga escolher alguém. E confesso que achei surpresa o objeto não ter sido transportado com Emma. – Nem mesmo Henry conseguiu segurar na adaga. – Falei e sua expressão modificou um pouco.

- Interessante. – Murmurou Emma. Permaneci observando suas expressões, ela parecia refletir sobre o que lhe disse.

Eu estava fugindo do que me guiou a chamá-la, ou não muito. Tudo parecia muito estranho, errado e confuso, mas estar perto de Emma era a única coisa coerente e certa. Não podia mais enrolar, Emma não estava longe de mim, mas me aproximei sem tirar meus olhos do seu. – Talvez essa seja a minha única chance. – Minha voz saia baixo, mas notei que ela escutou.

- Chance? – Ela me perguntou e então soube que não tinha mais volta.

- Emma, eu não posso mais me enganar. – Aproximei de um jeito que fez nossa distância diminuir em milímetros. – Não consigo mais fingir que esse sentimento não existe, eu estou cansada de mentir.

- Regina... – Seu tom de voz era quente, diferente de como até o momento.

- Eu não quero mais continuar fingindo que Robin é meu final feliz. – Afirmei encarando seus olhos verdes. Aquela imensidão que eu havia mergulhado e não pretendia sair. Naquele momento desejei não estar louca. Aquele amor que eu sentia era o mais real e sincero, estava escrito desde o momento em que salvei Branca de Neve, foi onde assinei minha sentença. – Não acredito que nossa magia seja tão forte quando juntas a toa e também que todas as vezes que nos salvamos foi apenas por Henry, não acredito que tenha adotado o seu filho só para que quebrasse minha maldição. Isso tudo é amor, essa é a nossa história de amor. – Parei um pouco de falar, permitindo que Emma digerisse o que eu estava falando. – Não se faça de cega e não permita que nesse momento o mal fale mais alto. – Sussurro percebendo suas expressões.

- Cale a boca Regina! – Emma grita. – O mal? Isso é só mais um resultado de tudo que nos envolve, você não me traz coisas boas. Você só me trouxe desgraças. – Sua voz ainda era alta e escutar essas palavras de sua boca era como uma facada no meio do peito. E meu coração esmagado.

Respirei fundo, depois de todos os detalhes da nossa história, depois de finalmente aceitar meu sentimento, depois de vê-la largar sua família para que eu fosse feliz, eu tive a certeza de que aquelas palavras não pertenciam exatamente a ela ou em como se sentia. Eram fabricadas pelo mal que tentava acabar com a sua luz, sabia que o ódio e raiva seriam seus maiores pensamentos.

Emma me salvou da escuridão, me tirou das trevas e acreditou em mim. Estava na hora de eu tirá-la das trevas e mostrar que o nosso final feliz não dependia necessariamente de um homem.

- O dia que salvei a vida de uma garotinha foi o exato momento que nossas vidas foram entrelaças. Nunca me arrependi das vidas que tirei ou do caminho que escolhi já que tudo isso me trouxe Henry. Minha sede de vingança, meus planos que hoje vejo o quão mal feito eram, tudo isso eu tive que passar. Tive que me tornar uma vilã extremamente temível para que finalmente um príncipe encantado aparecesse, só que nesse caso não foi um príncipe e sim a Princesa Encantada. – Parei esperando alguma reação e não obtive nada, apenas seus olhos que se mantinham fixos em mim. – Você está me entendendo Emma? – Toquei seu rosto delicadamente, aguardando uma reação negativa em resposta.

Ela nada fez, manteve seus olhos em mim. – Eu estou lutando. – Escutei sua voz fraca e com dificuldade. – Está quase tudo escuro e ficando cada vez mais forte, eu estou perdendo Regina.

Naquele segundo tudo fez sentido. Emma estava lutando contra ela mesma. Seu lado bom e seu lado ruim. O mal estava forte e em outras palavras, derrotando o bem. Ao olhá-la novamente, estava um pouco mais longe e seus olhos jorravam raiva. Seus cabelos desgrenhados começavam a voar. – Não Emma! – Minha voz estava visivelmente desesperada, assim como meus pensamentos. Raios de magia eram lançados da loira, essa que parecia sem controle de seus poderes.

- Estou perdendo o controle, por favor, Regina, me tire de perto de você. – Sua voz era uma suplica sem sentido para mim, pois se alguém poderia ajudar com que Emma recuperasse sua luz, esse alguém era eu. Um paralelo de como havia sido comigo, Emma me tirou das trevas.

Sem pensar se poderia ser perigoso, caminhei até a loira.

- Não Regina, não! – Ela pediu.

Passei meus braços em seu pescoço e calei seus lábios com os meus. Se aquilo não desse certo, provavelmente acabaria morta. Provei seu gosto como meu último desejo na vida e então uma energia percorreu meu corpo, percorreu o da loira e explodiu de onde estávamos percorrendo provavelmente a cidade toda.

Nos afastamos lentamente e Emma ainda vestia suas roupas negras, a mesma maquiagem porém outro olhar. O mesmo olhar pelo que me apaixonei. – Aconteceu o que eu estou pensando? – Perguntou completamente sem graça.

Aconteceu e tudo parecia um sonho, até mesmo as cores estavam mais vivas. O amor que nos envolvia era maior que qualquer mal, a ponto de destruir as trevas. O destino realmente era engraçado, no final das contas a Rainha Má se provou digna do amor verdadeiro, no começo da nossa história rumo ao final feliz, a Rainha Má salvou a sua Salvadora.


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Notas finais do capítulo

Reviews? Um beijo!



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