Invisível escrita por Dama do Caos


Capítulo 5
Carry on


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura



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Chapter 4

Se você está perdido e sozinho

Ou afundando como uma pedra

Siga em frente

Que o seu passado seja o som

Dos seus pés no chão

Siga em frente

Enquanto estacionava o carro na mansão dos Lightwood, Jace se lembrou de um “detalhe” crucial. Alec não era adepto de visitas. Principalmente quando convidadas por Jace. E agora com os olhos azuis cintilantes de Alec o encarando da bancada da cozinha, ele teve certeza que estava com um problema. Clary tentava inutilmente ajeitar as roupas em si mesma para parecer o mínimo possível apresentável, mas estava suja e com alguns pedaços rasgados. Baixou os olhos desconfortável por parecer tão desleixada em um ambiente tão requintado.

Os irmãos ainda se encaravam quando Alec enfim conseguiu se mover e contornou Jace com agilidade, este ainda tentou impedi-lo de falar algo sórdido para Clary, no entanto Alec já estava na frente da menor. Jace rezou baixinho para que dessa vez, só dessa vez Alec guardasse o humor ácido dentro de si.

— .. Alec. Essa é a Clary, mas a gente já está saindo não se preocupe. – Alec ignorou-o completamente. Os orbes azuis percorriam com urgência o corpo trêmulo a sua frente, tão pequeno. Ele não sabia explicar o que estava acontecendo ali, nem que impulso o levara a tocar o rosto de porcelana da garota ruiva.

— Quem teve a coragem de fazer isso com você pequena? – ele murmurou para si mesmo. Jace não conseguiu conter a confusão, aquela era a uma das raras vezes em que Alec que demonstrava qualquer afeto por alguém de fora da família. O loiro buscou nos olhos da menor a permissão para contar a verdade. – Ela teve um pequeno problema na escola, pensei em ajudar ela antes de levá-la em casa. – Jace murmurou incomodado por não estar sendo totalmente sincero

— Eu te ajudo com isso, vamos. - Alec sorriu fraco enquanto arrastava a ruiva para a cozinha. Colocou-a sem aviso prévio em cima da bancada da cozinha enquanto saia murmurando a procura de curativos. Clary corou envergonhada enquanto Jace se reencostava no batente da porta com um sorriso de lado.

— Você é realmente tão leve quanto parece... – Ele quebrou o silêncio como quem não quer nada. Clary abaixou a cabeça deixando o emaranhado de fios vermelhos caírem em seu rosto de seda e suas mãos entrelaçaram os dedos delicados nervosamente. E Jace achou aquela imagem a mais adorável que ele já vira.

 

Alec chegou com uma espécie de kit de primeiros socorros e conversava animadamente com a ruiva que não sabia bem como reagir a isso. As pessoas não costumavam ser simpáticas com ela. Ela se encolheu levemente quando Alec limpou o sangue que ainda manchava sua pele alva. O moreno franziu o cenho desconfiado.

— Que acidente estranho Clary. – Clary umedeceu os lábios numa tentativa desesperada de disfarçar seu nervosismo. – E-eu.. Eu sou muito desastrada Sr Lightwood. – Alec tombou a cabeça de lado a analisando.

— Tudo bem então, se você diz. Acabei por aqui, aparentemente você está inteira de novo. – Ele riu levemente e prosseguiu. – Achou que nunca te vi no colégio Clary, por quê? – E naquele momento a menor se sentiu tentada a dizer que ninguém nunca a via em lugar nenhum. E seu estado deplorável se devia a uma exceção azarada a essa regra. Mas Clary aprendera que seus problemas não era os únicos no mundo, e que era bobo perturbar as outras pessoas com isso.

Afinal, ninguém realmente se importa.

E é bom saber

Que quando estava abandonado para morrer

Fui encontrado e, agora, não vago mais pelas ruas

Não sou o fantasma que você esperava de mim

— Ah, você sabe. A pior estratégia é ser percebido. – Ambos riram baixo em sintonia, cada um com seus motivos. Alec mais que ninguém entendera o que Clary disse, ele mais que ninguém sabia quantas lágrimas e dores aquela afirmação escondia. O momento agradável foi interrompido por Jace que voltava ainda vestindo sua camiseta.

— Clary, vamos? – O coração de Clary se apertou ao deduzir que sua presença ali incomodava o loiro de alguma forma.

— C-claro. Eu já estava indo. – Ela sussurrou desconcertada, tentando descer da bancada que parecia subitamente distante do chão, tanto que sua cabeça tonteou. Não, definitivamente não era por causa da altura, Clary se sentia fraca de alguma forma. Jace não notou o fraquejo da menor, mas ao ver sua dificuldade em descer instintivamente tirou a de cima do mármore com um dos braços. Clary sentiu as bochechas esquentarem e rapidamente se desvencilhou dele. Jace ainda aproveitou daquele perfume que ele tanto passara a gostar por mais alguns instantes enquanto ela se despedia timidamente de Alec, então levou-a para casa.

Enquanto Jace manobrava o carro debaixo de uma sombra, Clary olhava o máximo que podia para o outro lado. Aqueles poucos momentos que passaram com parte da família de Jace foram maravilhosos. E ela começou a sentir falta de algo que nunca teve. Amigos.

Para sempre é muito tempo

Mas eu não me importaria de gastá-lo ao seu lado


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