Invisível escrita por Dama do Caos


Capítulo 10
E a vida da gente, ás vezes vira de ponta cabeça..




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Eu não estou pronto para esquecer

Porque então eu nunca saberia

O que eu poderia estar perdendo

Mas eu estou sentindo falta de muita coisa

— Você está bem pequena? – Alec investigava cada centímetro de Clary pela milésima vez naquela noite ainda no acampamento. – Sim Ale, eu estou bem. – A ruiva murmurou cruzando os braços em resposta. Jace tinha optado por não terminar a corrida, desistindo da prova e Clary sabia que era a culpada por isso. Droga. Os alunos se sentaram em volta da fogueira conversando entre si, Jace permanecia sozinho.

POV JACE

Eu não sei que desgraça se abateu sobre mim. Eu sabia que poderia ter continuado a prova sem pestanejar, mas só de pensar em deixá-la em risco de novo já me fazia tremer de medo. E isso era a pior coisa que poderia acontecer comigo. Eu era Jonathan Herondale. Eu não desistia das coisas, eu nunca tremia de medo. Levantei a cabeça quando me senti observado, e encontrei duas orbes verdes fixas em mim com um interesse quase científico. Tombei a cabeça para o lado levemente e arqueei a sobrancelha em questionamento. Ela abaixou a cabeça envergonhada ao perceber que foi pega no flagra.

Eu também não sei o que acontece comigo quando se trata dessa garota. Ela talvez nem saiba, mas eu não sou simpático com ninguém. Quem me conhece sabe muito bem disso, mesmo que eu tente eu simplesmente não consigo fingir que gosto das pessoas. Elas me cansam. Elas me enjoam. Elas me decepcionam.

 

Uma semana depois

POV NARRADORA

Izzy seguia sorrindo boba pelos corredores enquanto respondia mensagens pelo celular. Tinha conhecido um garoto no acampamento, e ele era simplesmente.. Incrível! Ele era engraçado e inteligente, parecia que sempre tinha algo surpreendente para dizer. Simon Lewis. Eles começaram a conversar depois que Simon perguntou Izzy sobre Clary, e desde então a conversa se estendeu. Era como se fossem unidos de outras vidas.

O sorriso se esvaneceu do rosto da morena ao receber uma ligação de uma de suas amigas. Maia Roberts. Mordiscou os lábios tentada a não atender, Maia estava muito irritadiça ultimamente. No entanto algo dentro de si insistia para que não ignorasse. Suspirou pesadamente se dirigindo a uma parte mais afastada.

— Oi Maia. – Izzy ouviu perfeitamente o soluço do outro lado da linha e a voz embargada surgir no telefone. – I-izzy. Me ajuda. – A lightwood sentiu o coração apertado.

— Maia, o que foi?! – O silêncio do outro da lado da linha só era cortado pelos soluços da outra que não conseguia dizer mais nada. – Maia! Me ouça, por favor, onde você está? Está em casa? – A mulata sussurrou um sim.

— Estou indo aí, okay? Estou indo agora! – Subitamente a voz de Maia ressurgi estrangulada. – N-não Izzy! Não venha para minha casa, por favor não venha. Eu não quero ficar aqui, me tira daqui Izzy. – Izzy sentiu a cabeça latejar em preocupação e medo.

— O que eu faço então Maia? Me diz! – Nova espera, até que veio a resposta. – D-depois da aula, eu vou na sua casa.. Só.. Só esteja lá, por favor. Eu sei que deve estar muito ocupada com sua nova amig- Izzy a interrompeu. – Maia, pelo anjo, já tivemos essa conversa antes. O que aconteceu com você? Me conta, eu posso tentar ajudar! – Mas a ligação foi finalizada sem uma resposta. Izzy ficou olhando o display do aparelho sem entender nada. Tentou ligar para Maia de novo, mas aparentemente ela desligou o celular. Depois de várias tentativas a lightwood fechou os olhos por alguns instantes em uma reza silenciosa. Só podia esperar.

Fora dos portões do instituto..

Alec estava recostado no muro aguardando a chegada de Clary para as aulas quando uma voz já conhecida chama sua atenção.

— Tão cedo por aqui Sr purpurina? – Alec cogitou não respondê-lo. Mas vendo que ele não sairia dali murmurou gélido.

— Essa não é a única coisa estranha por aqui. – Raphael sorriu com os dentes cerrados. – O que mais então? – Alec fixou o olhar na paisagem ao seu redor e respondeu casualmente:

— Você por exemplo, está tentando me intimidar sem o resto das tuas cadelas. Não está com medo? – O semblante de Raphael assumiu um aspecto sombrio enquanto se aproximava de Alec.

— Antes só do que mal acompanhando. – Ele quase rosnava perto do rosto de Alec, que estava pronto para reagir quando uma voz desconhecida invade o ambiente. – Então parabéns! Você deve ser a primeira pessoa que consegue ambas as proezas ao mesmo tempo! – E um jovem aparentando não mais que 25 anos se aproximou da dupla se interpondo entre o lightwood e Raphael. Os orbes de um dourado perturbador fez Raphael recuar. Ainda se lembrava bem da última vez que irritou olhos desse tipo. Lançou um último olhar a Alec e virou as costas saindo dali. O moreno dos lightwood se virou finalmente para o estranho com uma expressão interrogativa no rosto.

— Sou Magnus Bane, muito prazer. – E estendeu a mão esperando o cumprimento de Alec, que não veio. Os orbes azuis investigava cada vestígio do rosto do mais velho em silêncio.

— Eu não preciso que me defendam. – Magnus recuou a mão para dentro do bolso do casaco e sorriu disfarçando a surpresa. E Alec sentiu o coração se aquecer de uma maneira esquisita com aquele sorriso. Quase se arrependeu pelas palavras anteriores.. Quase.

—----

Aquele dia, Jace estava transbordando ódio. O treino com os novatos no meio tinha sido um fiasco, e um pressentimento ruim estava perseguindo-o. E ainda tinha Camille e Lilith minando a pouca paciência que lhe restara.

— É só um minutinho do seu tempo Jace.. – Camille seguia-o com um gravador nas mãos.

— Jacezinhooo – A voz anasalada de Lilith por pouco não o fez desistir de ser educado. Continuou as ignorando, agora com os dentes cerrados de irritação. A cabeça do dourado estava um confusão depois do que Camille deixara escapar.

FlashBack

— Ela deve ter feito isso de propósito Jace! Fingiu um desmaio para não ter que continuar na corrida! – Ele fuzilou-a com o olhar. – Isso é um absurdo Camille. Ela nunc- Mas Camille o interrompeu.

— Ela nunca o que, Jace? Você nem a conhece! Nem sabe do que ela é capaz.. Todo mundo sabe o tipinho de gente covarde que ela é. – Jace cerrou os punhos, contendo-se para não agredir a velha conhecida.

— Ela não é essa pessoa que você pensa Camille. Não é. – Mas a dúvida, infelizmente, ficou plantada.

FlashBack off

E naquele instante uma idéia estalou na cabeça da Jornalista loira, que se despediu rapidamente e seguiu a procura de uma certa ruiva..

Clary tentava conter o nervosismo misturado com ansiedade, dentro de si. Manteve os braços em volta dos seus últimos desenhos enquanto seguia para onde a Belcourt lhe indicara. A loira mais alta tinha lhe dito que Jace precisava falar com ela e não podia esperar nem um segundo. Sentia o coração a ponto de lhe escapar pela boca sem conseguir conter os batimentos. Droga Clary! Finalmente alcançou a silhueta loira que descansava a cabeça entre os braços.

Jace levantou os orbes dourados quando percebeu dois all stars femininos em seu campo de visão. Clary. Algo dentro de si alarmava. Essa não era a hora para Clary aparecer.

Não era a hora para conhecer o pior lado de Jonathan Herondale.

E você está forçando um sorriso com o café para viagem

Você me diz que sua vida tem estado fora de controle

Você está caindo aos pedaços toda hora


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