Wherever You Will Go escrita por ReLane_Cullen


Capítulo 4
Capítulo 3




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Horas haviam passado e Ginny permanecia sentada em uma cadeira próxima a janela, num estado quase catatônico. Ela não falava, não chorava, não se movia; ficava apenas ali, olhando pela janela, como se esperasse que a escuridão noturna trouxesse alguma resposta. Enquanto eu respeitava seu espaço, , eu fazia meu trabalho. Eu procurava traços de sola, DNA, qualquer coisa...mas estava tudo limpo. Eu só não conseguia entender como uma simples carta de baralho podia despertar tanto interesse ou tanto pânico.

"É perda de tempo procurar qualquer coisa" Ginny falou

"Por quê?" Questionei

" Você não vai achar nada" Ela respondeu "E mesmo que ache, não vai levar a lugar algum."

"Você o conhece." Aquela não era uma pergunta e sim uma afirmação.

"Apenas pela TV" Um tremor percorreu seu corpo. Ela sabia que eu sabia que ela estava mentindo. Ninguém tinha um ataque de pânico por alguém que só tinha visto pela TV.

Eu queria perguntar o que aquela carta significava. Eu queria saber o porquê dela ser enviada e quem estava por trás daquele envio. Mas eu também queria saber o que aquela pessoa tinha feito para que Ginny ficasse daquele jeito.

"Enquanto os testes estão rodando, podemos ver um filme?" Ela pediu, seu olhar ainda estava distante, mas ela tentava parecer animada.

"Claro." Sorri. "Vai querer pizza?" Ela assentiu com um meio sorriso. "Volto em um segundo."

Então era assim que seria, pensei enquanto aguardava pela pizza. Alguém tinha quebrado seu coração, sua alma, e Ginny iria reagir como se nada tivesse acontecido. Ia fugir da realidade, como se fosse possível calar aquele tipo de sentimento. Como se memórias fossem realmente deletáveis. Mas talvez, aquela era a maneira que ela tinha de reganhar o controle de sua vida. Talvez, aquela era a única de não sucumbir a escuridão.

***

A claridade tomou conta do laboratório, atingindo meus olhos. Esfreguei meu rosto e estiquei minhas costas. Em momentos como aquele , eu desejava que minha "super cura" me protegesse também das dores e efeitos de uma noite mal dormida em uma cadeira. Olhei para o lado e vi que Ginny já estava sentada, mas seus olhos indicavam que ela havia acabado de acordar também.

"Acho que nosso turno acabou" Ela apontou para o relógio que estava na parede. 8:17.

"Java Jitters?"

"Java Jitters!" Ela sorriu, sonolenta.. Era bom vê-la sorrindo depois da noite anterior.

"E aqui nós temos o laboratório" a Voz de Singh ecoava no corredor e chegava até nós. "Eles estão aqui!" Ele anunciou, entrando em nosso campo de visão, junto com outro homem. Ginny arfou ao meu lado. O homem em questão aparentava ter uns 50 anos. Ele usava óculos e tinha um bigode. "Comissário Gordon, esses são Barry Allen e Ginny Bailey"

"Prazer em conhecê-los" Ele sorriu para mim, mas seu olhar pousou em Ginny. "Senhor Singh, qual critério de contratação aqui na CCPD?"

"Como?" O capitão olhou-o, confuso.

"Eu gostaria de saber que critério o senhor usa na hora de contratar alguém. " Em nenhum momento, o Comissário tirava os olhos de Ginny.

"Eu não acho que a maneira como eu lido com as coisas no meu departamento lhe digam respeito."

"Ginny Bailey, GB, BG. Você deveria ser mais criativa." Ele comentou sarcástico. Vi quando Ginny cerrou os punhos.

"O que está acontecendo aqui?" Perguntei, olhando entre ekles.

"Ela não é Ginny Bailley,"

"Claro que é." O Capitão Singh se defendeu. "Eu mesmo confiro os dados de todos os meus funcionários. Por que o senhor diz que ela não é quem ela diz que é?"

"Por que ela é minha filha."

"Você não tinha esse direito." Ginny falou, antes de sair correndo do laboratório.

"Gi.." Gritei, mas foi em vão. "Com licença, senhor."

"Sr. Allen, conde o senhor vai?" Singh questionou.

"Preciso falar com ela." Respondi, já saindo do laboratório. Consegui alcançá-la no hall do CCPD. Ela estava tremendo, seu rosto molhado pelas lágrimas.

"Barry, agora não é uma boa hora." Com isso ela se afastou.

"Sr. Allen, na minha sala. Agora!" Singh ordenou atrás de mim. Deus! Aquele homem tinha o dom de ser irritante.

"Sim, senhor" Suspirei e segui-o, junto como o tal Comissário.

"Sr, Allen." Ele começou, fechando a porta do seu escritório. "O senhor sabia disso?"

"Não, senhor."

"Há quanto tempo ela está aqui?" o Comissário perguntou.

"Um pouco mais de um mês." Singh respondeu.

"Sobre o que vocês conversaram?" Gordon me encarou.

"Isso não lhe diz respeito, senhor. " Olhei em seus olhos. "Se os senhores não têm mais perguntas, o meu turno já acabou. " Sem esperar qualquer resposta, saí da sala.

Eu deveria ter ido para casa e realmente tentar descansar depois da noite de ontem. Porém, toda aquela história da Ginny, ou seja lá qual for o nome dela, estava me deixando inquieto. A garota era filha de um Comissário, aparentemente foge da cidade natal, vem para Central City e, contra todas as probabilidades, decide trabalhar como analista de dados para a polícia. Por que uma pessoa ia ter todo esse trabalho, apenas para ter um emprego na polícia? Será que o pai não queria que ela seguisse os passos dele?

Ou será que outra coisa tinha acontecido?

Só havia um lugar onde eu poderia ir.

E foi para lá que eu corri.

Correr era libertador, me ajudava a pensar. Exauria todas as emoções e pensamentos. Eu me sentia livre, mesmo correndo na esteira dos Laboratórios Star.

"Hey, aconteceu alguma coisa?" Cisco perguntou

"Não." Respondi, parando de correr. "Talvez."

"O que foi?" Ele perguntou, enquanto me sentava na esteira.

"Problemas no trabalho." Encolhi os ombros.

"Joe? Capitão Singh? Eddie? Ginny?" Uma coisa sobre o Cisco: Quando ele começava um interrogatório, dificilmente ele parava.

"Esse não é o nome dela. Ela mentiu sobre quem ela era." Falei entre os dentes.

"E quem ela é?" Ele franziu o cenho.

"Filha de um comissário. Acho que o nome dele é Gordon."

"Comissário Gordon..." Ele digitou rapidamente no tablet que carregava "Ele é de Gotham, e tem fama de ser um policial justo e honesto."

"Então por que a filha fugiu dele?" Perguntei, confuso.

"Talvez ela não seja justa e honesta." Ele ofereceu.

"Quem?" Caitlin perguntou, aproximando-se de nós.

"Ginny." Respondi.

"Ela não parece ser má." Ela respondeu, pensativa.

"Você já conheceu ela?" Cisco perguntou, surpreso.

"Sim."

"Barry, e eu? Quando que eu vou conhecê-la?" Ele perguntou revoltado.

"Talvez nunca mais" Dei um meio sorriso. "Mas eu não vim aqui só pra isso. Uma carta de baralho chegou na CCPD"

"Nossa, que aterrorizante." Caitlin arregalou os olhos, fingindo estar com medo.

"Que carta?" Cisco indagou.

"Um Coringa." Respondi. "E algo me diz que foi por isso que o tal comissário veio a Central City"

"Ja ouvi algo a respeito." Cisco respondeu, pensativo. Logo ele estava digitando novamente em seu tablet. "Olha aqui." Ele virou o aparelho para mim e Caitlin. Na tela aparecia a notícia de um jornal de Gotham.

"Um criminoso de Gotham." Disse enquanto lia, até que outro nome me chamou atenção. "Batman?" Franzi o cenho.

"Acho que ele é tipo você, com uma pitada gótica." Caitlin implicou.

"Aposto que ele vive numa caverna." Cisco completou.

"Eu vou para casa tentar dormir um pouco, se vocês descobrirem algo me avisem."


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