Observação. escrita por Lovely Dragon


Capítulo 1
No more bad Days


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem ♥)



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No more bad Days

Mary olhava distraidamente para a janela da classe, a cabeça apoiada no dorso da mão, seu olhar era curioso, pensativo.

Maria a encarava com um sorriso esboçado e com o olhar igualmente curioso.

Maria é uma garota de 1,63 de altura e cabelo castanho até o ombro, um óculos de armação azul e um tanto quanto bipolar, muda de humor cem vezes a cada minuto.

Sempre vestindo um moletom cinza e largo para ela. Essa garota... Faz tempo que ela sente uma atração estranha e confusa pela garota que senta ao seu lado.

Mary, mesmo sendo garota usava o uniforme masculino, adotava o estilo de “tomboy”, uma garota que sempre estava se vestindo desleixadamente, preguiçosa.

Mary tem 1,66 de altura, quieta, sem amizades na classe nem na escola, sempre anotando coisas em um caderno negro e prestando atenção nas coisas que acontecia ao seu redor.

Será que ela era tão atenta assim? Nunca percebera que Maria, sua colega que sentava ao seu lado, observava-a toda hora, todos os dias, ou pelo menos, fingia não perceber.

Bateu o sinal. Mary retirou-se da sala rapidamente e sentou-se do lado da porta, como de costume.

Retirou seu caderno negro e começou a rabiscar palavras rapidamente.

Maria passou depressa ao lado da garota, mas espiou pelo canto do olho o caderno, teve a impressão de ter lido “Maria”.

– É brincadeira, né? – Sibilava impressionada, já distante.

O sinal bateu novamente, sinalizando que todos deveriam voltar as suas respectivas salas.

Mary já estava sentada quando Maria voltou à classe, estava tudo normal. Dia igual ao de ontem, e igual ao de amanhã.

A aula de matemática iria começar, pois a professora havia adentrado a sala.

– Bom dia! – Exclamava animada, com um sorriso.

– Bom dia... – Murmurava alguns alunos.

– Mais alto! – Pedia.

– BOM DIA! – Gritava a sala toda em uníssono.

Maria levantou de seu lugar bruscamente, em um movimento repentino e direcionou suas palavras a professora.

– Eu esqueci meu livro professora, posso sentar com alguém? – Perguntava sem expressão alguma.

O coração da menor acelerou, pensando na possibilidade de finalmente dar certo para ela, finalmente ser correspondida, finalmente trocarem um simples “oi”.

–... Sim, sente-se com a Maria. – Era possível perceber a irritação em sua voz. – Que não se repita.

– Sim, senhora.

Mary puxou sua mesa e a ajeitou do lado da mesa de sua colega.

Maria podia ver um sorriso de canto estampado no rosto de sua paixonite, a menor corou intensamente ao ver Mary jogar-se desleixadamente na cadeira.

A aula teve início. Maria não conseguia prestar atenção, olhava para Mary concentrada e às vezes dando uma olhada rápida no livro que dividiam.

“Tão bela...”

A visão era perfeita. Simplesmente a coisa mais perfeita que Maria havia visto durante toda sua vida.

A menor tentou prestar atenção nas palavras que eram escritas rapidamente na lousa, mas seu pensamento voltou-se à Mary quando ouviu alguma coisa rasgando.

A maior colocou em cima do caderno da outra um pedaço pequeno de papel, estava escrito um simples “Yo”.

Seu coração palpitou fortemente, seu rosto esquentou.

“Finalmente!”

Devolveu o papel com a resposta.

“Olá” e estava desenhado um pequeno coração.

Viu que Mary estampava um sorriso bobo e ingênuo ao receber o papel em sua mesa.

Foi à vez de Maria rasgar um pedaço de papel e escrever algo.

“Eu nunca te vi sorrindo, você é tão linda.”

Sobrepôs o papel na mesa da colega e sentiu a mão da outra pesar em cima da dela.

– O quê? – Murmurava.

Mary apenas olhava para frente com o rosto aflito.

– Vocês duas, para fora da minha aula. – Mandava a professora, com o rosto vermelho de raiva.

– Mas professora... – Mary tentava explicar-se.

– Agora.

As duas levantaram-se, hesitantes. Foram andando e sentiam o olhar de todos que lá estavam presente.

– Vamos continuar nossa aula sem aquelas trastes. – Resmungava.

. . . .

– Nunca foi para fora da sala? – Maria perguntava curiosamente.

– Não... – Respondia. – Sempre fico no meu canto, nunca faço nada de errado.

A menor estremeceu com a voz da parceira, era rouca, a fazia parecer mais velha, era madura, mas tudo no tom certo, era como um sussurro, parecia que não falava há tempos.

– Você deve saber que trocar bilhete durante a aula é contra as regras! – dizia dramaticamente. – Por que fez tal?

Mary ficou quieta por um tempo, parecia formular uma frase.

– Parecia ser preciso. – Dizia olhando para os pés. – Bem... De alguma forma eu fiz isso por você.

A menor percebeu a expressão da outra, estava ruborizada.

Maria estava tentando processar tudo o que ela dizia e tentava esclarecer tudo o que sentia por ela.

“Amor?”

“Atração?”

– Entendi... – Respondia totalmente vermelha. – Ei, por que você nunca fala nada?

–... – Não respondeu de imediato, parecia novamente formular uma frase. – Eu não gosto da minha voz, e claro... Ninguém nunca veio falar comigo. – Concluía cabisbaixa.

Maria ficou em silêncio por um tempo.

– Posso ser a primeira a vir falar com você? – Perguntava docemente, caminhando para a direção do colégio.

– Seria um sonho, Maria. – Respondeu, com um sorriso de canto, acompanhando seus passos, apanhando sua mão com um movimento rápido.

A menor estremeceu e teve um leve sobressalto, mas não se afastou. Apenas retribuiu.

“Você é mais gentil do que eu pensei. Gostei.”

“Obrigada por ter sido a primeira.”

. . . . .

Mary: Bom dia, Maria.

Maria: Bom dia!

Mary: Já estou a caminho da escola, e você?

Maria: Também.

Trocavam mensagens logo de manhã, estavam próximas, depois do incidente de dois meses atrás, estão amigas.

Ou talvez mais?

Mary adentrou a classe de aula cedo, como sempre. Sentou-se no seu lugar, e desabou sob a mesa, a dor de cabeça matinal estava acabando com ela.

Depois de uns minutos, sentiu uma cutucada em suas costas, causando um leve arrepio na mesma.

– Não faça isso... – Dizia com a voz embriagada, tão sonolenta que parecia estar bêbada. – Assustou-me, idiota.

– Sua voz de sono é muito fofa.

– Cale a boca.

Maria soltou uma risadinha abafada pela mão e sentou-se do lado da amiga.

– Dormiu bem? – Perguntou a menor.

– Estou com cara de quem dormiu bem? – Resmungava.

– Ah... – Suspirou tristemente, abaixando sua cabeça. – Desculpe incomoda-la logo cedo, Mary.

A outra se assustou.

– Desculpe! Não... Não era minha intenção... Magoar-te... Sabe, é que está acontecendo muita coisa ao mesmo tempo e eu estou ficando sobrecarregada... Desculpe-me, princesa. – Explicava desesperadamente.

– Está tudo bem, boba. – Levantou seu rosto, com um sorriso de orelha a orelha. – E o que está acontecendo?

Mary apertou a blusa perto de seu peito esquerdo, como se estivesse sentido dor no coração.

– Dói... – Sua cara mudou para uma de profunda tristeza e aflição, desespero.

Maria estava prestes a levantar num pulo quando o professor de filosofia entrou na sala, impedindo seu movimento.

– Silêncio! – Gritava com sua voz potente.

A mesma sentou hesitante, com um olhar preocupado direcionado a colega.

“O que diabos...”.

A aula começou e Maria só pensava na face tristonha da outra, a imagem amedrontada e aflita.

Suava frio e sentia vontade de chorar.

Mary espiava pelo canto do olho as ações da outra.

“Sim, porque ela é linda em tudo que faz.”

. . . . .

O sinal do almoço ecoou por toda a escola, Maria sabia exatamente onde deveria encontrar com Mary.

Andou a passos apressados até uma árvore grandiosa e antiga que ficava nos fundos da escola, o Sol do meio dia queimava a nuca de Maria e esquentava seu cabelo, causando-lhe sensações horríveis, mas pouco importava, tinha que encontrar Mary o mais rápido possível.

Suas pernas fraquejavam, mas a força de querer saber o que estava acontecendo era maior.

“Não quero que as coisas deem errado para você. Eu prometi. Eu prometi.”

“Sem mais dias ruins na sua vida, já foram muitos.”

Maria corria com toda a energia que lhe restava, finalmente chegara ao jardim.

– Mary! Maary! – Gritava com o resto de energia que possuía.

– Estou... – A maior saiu de trás do grande tronco. – Aqui.

Maria correu em direção à menina, e pulou nela, num abraço apertado e desesperado.

– O que está acontecendo? Por favor... – A menor chorava, agoniada. – Eu não quero te ver triste...

Olhou para cima, e viu Mary desabando em lágrimas pesadas e dolorosas.

– Está doendo Maria... – A abraçava com força, enquanto alagava-se em lágrimas. – Está doendo muito...

– Dói o que?! – Perguntava aumentando a voz.

– Meu coração! – Trovejou. – EU TE AMO! Desde que você entrou nessa escola! Eu ando te admirando! Você é pura e bela, você é linda em tudo que faz... – Suspirou. – Eu te amo honestamente, com todas as minhas forças, com todo meu ser, com toda a minha alma! Eu perco o meu sono pensando em você, eu desisto de tudo por você... Eu desistiria da minha própria vida. – Agarrou a mão da outra, já não estavam mais se abraçando. – Eu queria poder segurar sua mão, e te abraçar quando quiser... Beijar... Eu não vejo você como amiga, e sim como uma mulher para passar a vida, para envelhecer, para encher meu coração inteiro de amor. – Inspirou e expirou pesadamente. – Eu te amo, Maria. Do fundo do meu coração.

A outra estava imóvel, esquecera totalmente de respirar. Soltara um grande sorriso, aliviada.

–... – Seu sorriso alargou-se. – Eu também te amo, Mary, com todas as minhas forças. Você falou que dói, pois viu que eu só namorei garotos nessa escola, não é mesmo? – A outra concordou com a cabeça. – Eu sempre ficava com eles para tentar esquecer-te, ocupar minha cabeça, pois achava que você nunca iria olhar para mim.

– Você estava errada, afinal. – sorria ironicamente. – Você pode me dar um beijo agora?

– Claro... – Dizia envergonhada.

Maria puxou de leve a blusa de Mary, selando um beijo calmo.

A maior explodia em sentimentos, seus olhos fecharam-se vagamente, sua boca acompanhando os movimentos da menor.

“Eu te amo.”

“Você acabou por não demorar, eu te amo.”

Separaram-se lentamente, em busca de ar. Ambas riam levemente coradas.

– Obrigada por ter dito logo... – Maria começava a dizer, até que foi cortada por Mary, que sobrepôs seu dedo indicador sob seus lábios.

– Eu te amo, princesa. – Sorria.

A outra apenas riu constrangida.

– Idiota.

Sem mais dias ruins na sua vida.

“Eu os farei dias felizes.”

– Eu farei seus dias felizes. – Maria disse, com a cabeça baixa e entrelaçando suas mãos com as de Mary. – Sem mais dias ruins.

– Do que está falando? Eu estou feliz, pois você existe.

É uma promessa.

Até o fim, caminhando até o fim;

Juntas.


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Notas finais do capítulo

é isso~ ♥ reviews? *u*



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