Pov. Thalia

A batalha estava quase no fim. Estávamos ganhando, pelo menos eu achava isso, e nós havíamos sofrido por volta de 7 perdas. Um número relativamente baixo. Gaia já havia perdido fazia quase 1 ano, mas alguns de seus seguidores ainda estavam vivos e pelo que parece haviam se fortalecido e feito uma pequena reunião para ‘’terminar a guerra’’.

-Não nos renderemos – disse alguém do exercito deles ao longe – Se levarmos 1 de vocês junto não tem problema e acho que já levamos alguns não?

Ouvi alguns murmúrios ou rugidos no que era pra ser uma aprovação e me senti enojada. Alguém me puxou para o lado e eu voltei a realidade.

-Ai. – murmurei e olhei para o lado – O que foi?

-Você ia morrer – ele disse com certo pavor no olhar. Era Nico quem havia me puxado.

-Ah, obrigada. Tinha me distraído – disse novamente distraída e ele me olhou

-Preciso falar com você, então continue viva! – ele se levantou e correu para a batalha que estava morro acima já que havíamos rolado o morro quando ele me puxou.

Minha cabeça martelava enquanto eu me levantava, mas eu me recusava a ficar parada. É estranho que você só perceba coisas obvias no meio da guerra ou quando você não possa fazer nada por elas. Bom, talvez só eu seja assim, na verdade eu não sei. Você deve estar se perguntando do que eu estou falando não é? Bom se sim ou se não eu vou explicar...

Nico sempre foi alguém que eu me identifiquei. Ok, talvez nem sempre. Ele era uma criança chata e irritante. Quando Bia morreu foi como se uma parte dele morresse também e foi justamente essa parte infantil dele somada a uma parte fofa e carinhosa que eu no fundo sentia falta. Até porque era essa parte que dava a ele um sorriso real e um brilho no olhar. Mas assim quando ele se feriu ou melhor dizendo quando a morte de sua irmã o feriu ele começou a ser alguém com quem eu me identifiquei e me importei. Eu muitas vezes o segui e o ajudei sem ele notar, mas nunca levei isso como nada a mais do que dó do garoto que perdeu a irmã e a mãe. Ou algo a mais que dó, amizade e carinho.

Mas agora quando Nico olhou pra mim eu pude notar que é algo a mais. Eu gosto dele. Tipo de verdade. Mais do que um amigo. E bem agora que fui expulsa de todas as obrigações como tenente... AI FOCO OU VOCÊ MORRE ANTES QUE ELE SAIBA, THALIA!

Me obriguei a focar na batalha e subir o morro. Havia lutado com alguns semideuses que não haviam abandonado o lado errado mesmo depois do fim da guerra e os eliminei sem dó. Nem mesmo os rostos conhecidos de semideuses que antes eu gostava tanto me deram dó. Eles haviam escolhido um lado, e não o certo e só.

Olhei com frieza para Carmem. Sempre achei que ela tinha coragem e ia se dar bem, mas ela escolheu errado. Assim como Luke e ele pagou pelo erro dele e ela pagaria pelo dela. Ela era meu alvo, mas parei ao ver que ela lutava com Frank. Ele parecia estar bem não tinha porque me intrometer. Me envolvi em mais uma ou duas lutas que resolvi facilmente enviando raios para pulveriza-los e os que eu não vencia assim ia com flechas e adagas mesmo. Isso desviava minha atenção de Nico o que era bom. Na verdade muito bom.

Esbarei em Annabeth que parecia se divertir ao comandar cerca de 5 pessoas para a batalha. Ela mandou as tropas continuarem sem ela e segurou meus ombros.

-Thalia – ela me abraçou – Sei que não podemos desistir da batalha e mesmo não sendo a mais difícil podemos morrer. Então sei lá. Boa sorte.

E saiu correndo para voltar a batalha me deixando com uma cara de ‘’Quê?’’

Voltei a batalha e de repente vi Carmen correndo para meu lado. Procurei Frank para ver o motivo pelo qual ele havia parado de lutar quando bloqueei o primeiro golpe de Carmen. De repente o Vi no chão com uma poça de sangue ao seu lado e uma adaga fincada no peito.

-V - Você fez isso? – minha voz tremia de raiva

-Fiz meu trabalho. Já levei o primeiro. Venha ser a segunda. – disse cheia de confiança e eu peguei minha espada. Aquela seria pessoal

Ela atacou novamente e eu sai rapidamente do golpe. Pulei por cima dela e a dei um golpe na cabeça com a lateral da espada o que a fez cambalear um pouco. Pulei pra frente novamente, mas ela já havia se recuperado e acertou minha perna. Não senti nada, mas sabia que depois sentiria. Começamos a travar uma batalha mortal.

Golpes eram desviados a toda hora e uns poucos realmente atingiam os alvos. Ela lutava bem e era rápida, já eu... estava fora de forma... Se não estivesse ela já estaria morta. Havia cansado da brincadeira. Então deixei um raio cair nela somente a fazendo cair. Coloquei a espada sobre o coração dela e ela sorriu.

-1 e meia. – foi o que ela disse antes de eu fincar a espada.

-FRANK – Gritou Hazel e eu fechei os olhos. Se eu tivesse ido ajudar... Ou não. Aconteceu o que era pra acontecer.

-HAZ – Gritou Nico – CUIDADO.

Olhei para lá e vi Hazel com uma empousa atrás dela pronta pra cortar sua garganta. Ai notei que o mesmo se repetia comigo. A distração me fez esquecer que eu estava em meio ao campo de batalha. Fechei os olhos. Nico nunca saberia o que eu sentia. Só esperava que ele conseguisse salvar Hazel se não...

Senti tudo escurecer, calafrios subirei e meu estomago revirar.

-Não achei que morrer seria assim – comentei pra mim mesma num tom um pouco mais alto que um sussurro.

-É porque não é! – disse Nico e eu abri os olhos.

-M – Mas... Nico você deveria ter salvado a...

-Não Thalia, não deveria. Ela concordou. Todos acham que meu sorriso voltou a surgir por conta da Haz, mas bem... Foi mais por causa de... – ele começou a lacrimejar – Você Thals. Eu não poderia te deixar morrer e escolher entre e Haz e você foi o mais difícil e eu espero que não me ache um sem coração e...

-Nico fica quieto – E eu finalmente o beijei sem ligar para a guerra e todo resto.