Era para ser você escrita por Tamires Rodrigues


Capítulo 10
Humor dos infernos


Notas iniciais do capítulo

Vocês não imaginam o quanto eu soei pra escrever esse capítulo hahah. Quase enlouqueci. Ainda com o carregador estragado, mas não vou ficar sem postar. Vou dar um jeitinho enquanto isso.
Moças os capítulos continuam nas sextas to postando hoje porque vocês merecem ♥
O que vocês acham de criar um grupo no facebook? comentem a opinião de vocês!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/616878/chapter/10

Mesmo estando escuros meus olhos ficaram fixos no teto por alguns segundos enquanto meu corpo lentamente despertava. Virei à cabeça para o lado e gemi ao ver as horas.

Cinco horas e cinco minutos.

Fechei os olhos e cobri o rosto com lençol na esperança de voltar a dormir. Não funcionou.

Depois de Mer ir para casa, pouco antes das onze da noite, fui direto para cama, mas estava agitada demais para dormir e apesar de estar cansada a agitação não tinha me deixado cair em um sono profundo.

Thor miou ainda dormindo enfiando as patinhas no emaranhado do meu cabelo, e me fez sorrir. Joguei o lençol para o lado e com cuidado para não acordá-lo levantei da cama. Olhei novamente para os números grandes e vermelhos do radio relógio e balancei a cabeça com pesar. Era tão cedo!

Praguejei em voz alta quando meus pés enroscaram em algo no chão me fazendo cair de cara.

Agarrei o bidê equilibrando-me, e liguei sem querer o radio relógio.

—Bom dia cidade de Nova York!

Revirei os olhos para a voz alegre do locutor. Ninguém deveria ser tão alegre pela manhã.

***

Bastardo arrogante estava em um dia ruim.

Quando as portas do elevador se abriram e seus olhos focaram em mim, pareceu que ele havia engolido algo estragado. Sorri docemente em resposta para seu estado de humor.

—Bom dia - o tom de ironia na sua voz me fez bufar baixinho.

—Bom dia senhor.

Com um balanço de cabeça ele andou até a porta do seu escritório parando tempo o bastante para avisar que eu não deveria passar nenhuma ligação sem obter seu sinal verde. Antes de sumir para dentro de sua sala, porém puxou um pouco a manga do terno para cima expondo seu relógio e sorriu. Um sorriso grande e miseravelmente arrogante. Instantaneamente percebi que não gostaria do que ele estava prestes a dizer.

—Chegou no horário quem diria - zombou e enfiou uma das mãos na calça social. - Preciso confessar que estou decepcionado, parte minha achava que conseguiria acabar com essa situação inconveniente ainda hoje.

Situação inconveniente? Fale-me sobre levar um tapa na cara logo de manhã. Fingindo estar interessada no computador - desligado, murmurei:

—Nunca realmente fui o que esperavam de mim - dei de ombro indiferente embora meus olhos estivessem brilhando de raiva. -Certamente não irei começar a mudar isso agora senhor.

Conforme as horas arrastaram-se seu humor não melhorou. Jesus me ajude foi justamente o contrário. Ele ladrou e ladrou ordens até que me peguei desejando jogá-lo pela janela. A ideia me agradou mais do que seria saudável admitir.

***

Pouco antes das 11 ele finalmente saiu da sua sala, tão carrancudo quanto antes.

—Senhor - reconheci sua presença sem olhar para cima. Estava digitando um relatório que em suas palavras deveria estar pronto até a hora do almoço em sua mesa e com cópias.

—Algum recado para mim?

Ele estava falando sério? O telefone tocou estridentemente apenas 5 minutos atrás.

Assenti, apontando para os post its na ponta da mesa. - Alguns.

Mabuchi suspirou.

—Pode olhar para mim enquanto falo? Isso é rude senhorita e eu prezo a educação entre meus funcionários.

Meus dedos pararam no meio do caminho antes de encontrar as teclas do teclado.

Que diabos havia de errado com ele? Por que ele estava sendo tão bastardo sem necessidade?

Rangi os dentes engolindo todas as respostas espertinhas que minha mente gentilmente forneceu.

—Tem toda a razão - as palavras saíram doídas, e erradas. Soquei uma tecla no teclado e olhei para cima. Foi duro não rolar os olhos para sua expressão genuinamente ofendida.

Peguei os post its ainda no mesmo lugar na mesa e comecei a lê-los.

Eram todos de caráter puramente ligado a negócios, exceto o último.

—Alguém chamado Tifanny quer jantar no final de semana. - bufei ao lembrar de Tifanny. Eu a detestei, e tenho certeza que o sentimento foi recíproco, porque quando falei que Mabuchi não queria ser interrompido, foi como se ela quisesse pular pelo telefone e me estrangular. Quanto a mim bastou ouvir sua voz melosa e nasalada para querer atirar na minha própria cabeça. A situação não melhorou nem um pouco quando ela me tratou como se eu fosse seu capacho pessoal.

Analisei seu rosto que sem surpresa alguma estava neutro. Decepcionante. Talvez um dia eu me tornasse tão boa na expressão pocker face quanto ele.

—Faça uma reserva no La France - pediu em um tom azedo.

Engasguei. La France tinha que ser um dos mais caros e chiques restaurantes de Manhattan. Estreitei os olhos fitando suas roupas caras, que certamente custavam mais que meu salário inteiro e balancei a cabeça acatando a ordem.

Deve ser normal gastar tanto em uma refeição, quando não se há preocupação em escolher entre pagar os estudos e a conta de luz. Senti meu rosto contrair com o pensamento e desviei os olhos para o meu colo.

—Tudo bem.

Quando os ponteiros do relógio do meu computador marcaram meio dia em ponto respirei aliviada ao olhar para o relatório em cima da minha mesa e precisei me conter para não dar pulos de alegria por poder fazer uma pausa para o almoço.

Apertando o relatório e as cópias do mesmo nos braços, bati na porta com os nós dos dedos.

—Entre.

Abri a porta, e o encontrei de cabeça baixa. Toda sua atenção para o computador.

Limpei a garganta tentada a repetir seu sermão de algumas horas atrás. Tanto para antagonizá-lo, quanto por ele estar sendo tremendamente rude.

— Eu gostaria de comentar alguns pontos do relatório se não houver problemas.

Isso fez com que ele olhasse para cima. Sua sobrancelha ergueu quase imperceptivelmente.

—Prossiga. Ficar parada olhando para mim não vai resultar em nada além de perder tempo.

Seriam os dois meses mais difíceis da minha vida, conclui enquanto fazia a volta em sua mesa e ficava ao lado dele.

Cerrei os dentes de repente desconfortável por ficar tão perto. Se eu tropeçasse provavelmente cairia em seu colo.

Apontei alguns detalhes aqui e ali, ansiosa para dar o fora e devorar as barras de cereais na minha bolsa.

— Acho que é tudo - falei empurrando meu cabelo para trás dos ombros.

A proximidade dos nossos corpos aumentou quando ele se inclinou para olhar para a pasta em minhas mãos embora tivesse sua própria bem á sua frente. Então a mais estranha das coisas aconteceu.

Ele me cheirou.

Foi algo sutil, mas ou eu estava louca ou o escutei inalando forte.

O tamanho dos meus olhos ampliou.

—Senhor o que é que...

Bastardo arrogante fez uma careta me calando.

— O cheiro vem de você - resmungou. - Por favor, mude o perfume. É enjoativo.

Minha boca abriu e fechou imitando um peixe.

Até o momento em que bati a porta com um ruído alto atrás de mim, eu tinha criado uma nova dezena de apelidos novos para ele. Nenhum deles, lisonjeiro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Só mais uma coisinha sempre que virem algo mal escrito me falem, é importante eu saber se estou errando na escrita



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Era para ser você" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.