The Kings Of New York escrita por Queen Boulevard


Capítulo 3
Olimpus


Notas iniciais do capítulo

Hey! Voltei!



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Acordei com a luz do sol vinda de uma das frestas da cortina branca e espessa, sobre uma enorme janela de vidro que ocupava toda a parede á minha direita, abri os olhos lentamente e deslizei para fora da cama, colocando minhas pantufas.

–acordou senhorita?- perguntou uma camareira que acabara de entrar no quarto timidamente, meio desengonçada, percebi, pelo fato dela ter tropeçado nos próprios pés e quase ter derrubado tudo.

–Sim!- respondi com um sorriso radiante. Em circunstâncias normais, com meu incrivelmente “maravilhoso” humor matinal, eu teria acordado mandando todo mundo se foder e daria uma resposta lindamente sarcástica para a coitada da camareira que só estava tentando ser amigável, mas hoje, não, tinha dormido na cama mais confortável do mundo e minha vida mudaria muito, pra melhor, era um sonho.

–Senhorita, desculpe-me perguntar, mas...A senhorita é mesmo filha da senhora Atena?

–Sou, sim-geralmente aquele tipo de assunto me incomodava, mas não hoje, eu estava com o otimismo e o ego grandes demais para me render ao orgulho.

–Claro que é, me desculpe ser indiscreta, sou apenas uma empregada, devia estar fazendo meu trabalho, não perder tempo conversando...

–Bom...eu gosto de conversar, quer conversar comigo?- ela me direcionou um olhar confuso- Mas...se eu estiver atrapalhando seu trabalho...

–N-Não senhorita, claro que não, é um prazer e uma honra lhe servir.

–É...-eu torci o nariz, até quando iriam me tratar com tanta formalidade desnecessária?!- legal te conhecer também, mas, afinal, como adivinhou que eu sou filha- fiquei um pouco desconfortável, afinal, o que eu diria? Mãe, era uma palavra cheia de significados demais pra descreve-la- da Atena?

–Seus olhos são parecidos com os dela e me disseram que a senhorita vinha hoje, mas achei meio estranho o fato de você não estar acostumada com essa, hospitalidade.

–É, eu não costumo visitar lugares com toda essa comodidade...

–Mesmo sendo filha de Atena?

–Mesmo sendo filha de Atena.- confirmei

–Bom, está com fome?

–MUITA- eu disse, feliz por mudar de assunto, não queria que aquela garota(muito nova, por sinal) se sentisse incomodada, mas sinceramente, seria melhor se ela tivesse ficado quieta, falar sobre minha mãe, definitivamente, não é meu hobbie preferido

–Vou pedir para o cozinheiro preparar alguma coisa para você comer, enquanto isso, me permite?- perguntou ela fazendo menção de arrumar a cama

–claro...- eu disse distraída, pensando em qualquer coisa, até que uma voz conhecida me chamou

–Parece que a Bela Adormecida resolveu acordar!- disse Louise, entrando no quarto.

–Louise! Que bom que você chegou!- falei dando um abraço nela. Sim, eu a tinha conhecido ontem, mas ela era o mais próximo de amiga que eu tinha ali, agora, e só dela não me tratar com “mimimi, o que desejas?” já me fazia a considerar pacas.

–Também é bom te ver, garota!

–O que temos pra hoje, fiel conselheira?- eu disse colocando uma mecha de cabelo no rosto, imitando um bigode e engrossando a voz, afim de tirar sarro da minha situação

–Hoje- tãtãtãtã-iremos conhecer Olimpus, porém só depois da festa

–AFFZÃO, e agora, o que exatamente eu faço agora?

–Agora você vai tomar o seu café, e depois você irá se aprontar

–Mas a festa é só oito horas

–Mas você deve estar deslumbrante!

–AFFZÃO

Chegamos a cozinha nesse momento, e tinha tanta coisa que eu achei que fosse engordar só de ver os bolos

–Eu posso comer, tipo, QUALQUER coisa?-perguntei

–Claro que pode, mas eu recomendo que você coma só as frutas ou esse tipo de comida leve- ela me alertou, mas a essa hora, eu já estava com um pedaço de bolo enorme na boca

–Desculpe, foi maior do que eu- me desculpei, não tão arrependida assim, aquela galera sabia cozinhar bem pra caramba.

Depois de tomar o café mais engordativo do mundo Louise e eu fomos no mesmo carro, depois de eu quase arrumar uma treta com a motorista da limousine que se recusava em levar minha assistente pessoal no mesmo carro que eu.

–Mas não tem base, dirija já esse carro, eu sou filha de Atena, e lhe ordeno, AGORA!

–Minha, senhorita, por favor seja conveniente, eu não sairei daqui, enquanto você não cumprir as normas impostas pela sua mãe!

–ÓTIMO, então não saia, vamos ver o que minha mãezinha vai fazer com você quando descobrir que você negou um pedido de sua valiosa filha, e além disso, ainda fez com que ela se atrasasse para os preparativos de uma cerimônia importantíssima para toda empresa.

A motorista bufou e seguiu viagem, em quinze minutos já estávamos em um salão vazio numa parte bonita da cidade

–Ele está vazio porque reservaram só para você-Louise sussurrou

–Sério?

–Super sério - ela concordou

–Mas pera, que horas são?

–Nove e cinco, porquê?

–Eu vou ficar aqui por quanto tempo?

–Até as sete, seu vestido está selecionado e tudo pronto, não tenha medo, os melhores maquiadores, cabelereiros, manicures, esteticistas, massageadores...

–Massageadores?

–Sim!

–Você vai ficar aqui?- perguntei

–Não

–Jura?!

–Juro....

–Não acredito

–Calma, rapidinho acaba, você vai ver

Eu queria protestar, mas ela já havia ido embora

–Por aqui, senhorita- disse um moço baixinho, me acompanhando até um lugar lindo e de aparência super relaxante, as paredes azuis e a fone ao meio realçavam a tranquilidade do lugar.

E não é que foi bom mesmo? As massagens eram extremamente relaxantes, como tudo naquele lugar, depois eu fiz as unhas, coloquei a roupa, um vestido cinza que realçava meus olhos, uma maquiagem da mesma cor e sapatos altos num tom nude, me olhei no espelho e fiquei apaixonada! Aquela gata era realmente eu? Da pra casar consigo mesma? Perfeita era pouco para descrever minha beleza.

–Pronta?- perguntou Louise, aparecendo atrás de mim e interrompendo meu narcisismo

–Totalmente!

Fomos no mesmo carro da motorista chata, porém ela não implicou, o trânsito não atrapalhou em nada, e nem podia, aquele era um dia especial, em um momento especial, espero que tenha uma galera legal lá, e que minha mãe não seja tão babaca como foi a minha vida inteira.

Ver ela

Essa era, sem duvida alguma a coisa que mais me intimidava, minha mãe, o individuo existente na minha vida apenas por cartas e presentes, o individuo cujo eu nunca tinha visto pessoalmente, não sabia como ela era, desde que nasci, só a havia visto por meio de fotos, e agora, finalmente eu iria saber como ela era.

Descemos do carro em frente ao Empire State, a noite estava linda, encantadora, tudo de bom, assim como seria a noite.

Entramos no prédio debaixo de flashes e fomos até o elevador e, de lá, fomos até o 600º andar, onde uma enorme porta de vidro nos aguardava, eu respirei fundo.

–Bem vinda a Olimpus!


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Notas finais do capítulo

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