Ódio escrita por Dracule Mihawk


Capítulo 1
Ódio - Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Kagura Mikazuchi foi uma personagem que pouco apareceu, mas que me cativou enquanto eu lia/assistia ao arco Grandes Jogos Mágicos. Esta one-shot é em homenagem a ela.

PS: como ainda não foi (quer dizer, como eu fiquei sem internet, talvez, apenas talvez, tenha sido citado, mas tenho quase certeza de que não foi) mencionado o nome da mestra da Mermaid Heel, eu pensei em chamá-la de Rowena Norman. '-'

Boa leitura!



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Ela sabia que era o centro das atenções, mas isso era irrelevante. Todas as meninas e mulheres da Mermaid Heel jaziam nas sacadas que davam para o enorme pátio dos fundos do prédio. Aquele seria o último dia antes do time que representaria a guilda nos Grandes Jogos Mágicos partir para a capital de Fiore, Crocus. Consequentemente, aquela seria a última oportunidade de verem sua campeã em treinamento antes dos Jogos.

Kagura Mikazuchi, a maga mais poderosa da Mermaid Heel, abaixo apenas da mestra Rowena Norman, estava de pé, quieta, como sempre antes dos treinos. Ela sempre procedia assim porque valorizava demais a própria mente, acreditando que, em combate, ela deveria estar limpa de qualquer algo que nada tivesse a ver com o momento de luta. Assim, serena, olhos fechados, Kagura se concentrava. O público nas sacadas contribuiu com o silêncio absoluto; todas estavam ansiosas demais para verem-na treinar, logo, conversas paralelas eram rapidamente sufocadas.

Ainda de olhos fechados, Kagura levou a mão à cintura, tomando sua velha companheira de duelos, Fugutaiten, a espada embainhada. A expectativa das demais magas se elevou quando os dedos de Kagura se enlaçaram à empunhadura da arma, e mais ainda quando a mulher assumiu postura de batalha.

“Apenas me observe, Simon...” pensou.

Kagura abriu os olhos tão frios e penetrantes quanto sua espada.

Era muito rápida. Os bonecos de madeira postados estrategicamente no pátio de treinamento, um a um, eram reduzidos a escombros. Kagura cortava o ar, cruzava os extremos do lugar em um piscar de olhos repetidas vezes, usava acrobacias sobre-humanas antes de desferir potentes golpes com a espada embainhada. Nada parecia impossível para ela, nada parecia ser capaz de detê-la, nada parecia saciá-la.

E Kagura sabia disso. Nada seria capaz de saciar seu ódio.

Rodopiou no ar e decepou dezenas de cabeças de madeira com apenas uma onda de corte lançava por Fugutaiten. Quando estava prestes a cair, ela manobrou com a ponta da espada, equilibrando-se sobre a arma e conseguindo um excelente apoio para chutar as pernas de outro boneco, fazendo-o tombar sobre o chão. Kagura correu novamente, saltando para a parede mais próxima e usando-a para saltar pra outra e depois para cima, para o ar. Ali, apontou a espada contra o solo, antes de cair.

— Strong Form.

O solo afundou numa cratera monstruosa. Bastou o toque da ponta de Fugutaiten na terra para que o solo fosse esmagado. Ao redor, nas sacadas, as magas da Mermaid Heel vibraram impressionadas.

— Slashing Form! — Agora, segurando a espada ao lado do corpo com as duas mãos, Kagura desintegrava todo e qualquer fragmento de terra que caísse das paredes da cova recém-criada. Fossem gigantescos pedregulhos, fossem grãos de barro e concreto; nada fugia do corte letal de Fugutaiten e de sua hábil portadora.

— Uau! — exclamou a pequena Bess, impressionada. — A Kagura é forte mesmo!

— O que você esperava Bess? — Risley deu um sorriso satisfeito. — Ela é nosso trunfo nos Jogos. Não temos como perder com ela!

— Fico imaginando o dia em que verei a Kagura desembainhar a Fugutaiten. — Arania apoiou a cabeça nas mãos, os cotovelos sobre a murada da sacada. — Ela só jurou desembainhá-la para aquele tal de...

— Jellal — sentada sobre a murada, Milliana completou. — Jellal Fernandez.

Jellal... Os ouvidos de Kagura, mesmo muito abaixo do nível do solo haviam escutado aquele nome, como rastreadores. Jellal Fernandez, o homem que Kagura tanto queria matar. Toda a calmaria da maga se foi quando ela ouviu a voz de Milliana pronunciar o nome do assassino de Simon. Eis a razão do ódio de Kagura, o motivo pelo qual ela tanto treinara, pelo qual tanto havia ficado forte. Matar Jellal, isso e apenas isso saciaria o ódio de Kagura.

Tentou se concentrar novamente no treino, mas foi em vão. As lembranças de Simon, o irmão mais velho; a voz dele; e Jellal gargalhando em uma torre feita de Lácrima. A mente de Kagura fluía em contrariedade à vontade dela. Por mais que tentasse golpear o ar, por mais que executasse seu estilo de luta, ou ainda procurasse se acalmar, o rosto de Jellal Fernandez ia e vinha constantemente à frente da maga, como se estivesse ali diante dela.

Kagura trincou os dentes. Nos olhos, o mais puro ódio. Nas sacadas da guilda, silêncio. Silêncio absoluto, pois se foi sentido o denso poder mágico liberado do fosso. E para as magas da Mermaid Heel, isso significava apenas uma coisa.

— Não acredito! — gritou Arania antes de ser uma das muitas a procurar um ângulo ideal para espiar o fundo da cratera. — O que diabos ela está fazendo?

Fugutaiten, assim como Kagura, queria experimentar o sangue de Jellal Fernandez, queria lhe transpassar a carne, despedaçar os órgãos, destruir a existência e lançar ao esquecimento, exatamente como ocorrera com Simon.

Ela puxou um pouco a espada para fora da bainha. Já se era possível ver a lâmina.

— Jellal! — Kagura gritou furiosa, prestes a desferir um golpe arrasador contra a parede mais próxima da cratera.

— Kagura! — Interrompeu-se a espadachim na hora. Acima dela, à entrada da cova, o rosto severo da mestra Rowena. A garota ergueu friamente a cabeça para cima, encarando-a. — O que pensa que está fazendo?

No segundo seguinte, Kagura estava à entrada da cratera, diante da mestra. Os olhos serenos de Rowena Norman em nada serviram para apaziguar o furor da discípula.

— Desculpe-me, mestra — disse simplesmente antes de se virar e rumar para os próprios aposentos. As demais magas, que assistiam ao desenrolar da cena, cochichavam entre si a respeito do ocorrido, calando-se quando cruzavam com Kagura em qualquer lugar.

Já no quarto, a mulher suspirou profundamente, procurando se abster do que havia acontecido. Sabia muito bem do poder destrutivo de sua espada quando desembainhada, do raio de ação de Fugutaiten. Por muito pouco não comprometeu a segurança de todas na guilda, bem como de toda a cidade.

— Isso não acontecerá de novo — prometeu a si mesma. — Mas sinto que o encontrarei nestes Jogos de alguma forma... Jellal Fernandez. Pelo Simon, pelo meu irmão... Eu juro, não terei piedade de você... Jellal, eu desembainharei Fugutaiten para você e apenas para você...

Tomou outra vez a espada na mão, e, antes de pô-la no suporte à parede, disse:

— Jellal, eu juro que vou te matar.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler!

Até mais o/



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