Umbrella escrita por Batsu


Capítulo 1
Meu guarda-chuva, minhas regras.


Notas iniciais do capítulo

Estou aqui, quebrando meu tabu pessoal e postando um mesmo casal seguido. Isso é doloroso, mas eu queria mais que tudo postar essa história desde que escrevi ela por motivos de ser minha favorita. Gosto das outras que já escrevi deles, mas essa é mais especial pq mantive a personalidade deles ao máximo dsfhijdkdf idk
A história leva o nome da música Umbrella da Rihanna, que apesar de não ter nada a ver com o enredo, foi ouvindo ela que tive a ideia pra escrever a fic :'D
Espero que gostem!



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O jovem policial assistia inexpressivamente a chuva cair do lado de fora da banca de dangos, ele havia saído para uma patrulha debaixo de sol e não sequer cogitou a possibilidade de chover durante aquela tarde. Sem guarda-chuva ou qualquer outra coisa que pudesse usar enquanto corria de volta ao QG, foi obrigado a se esconder no lugar mais próximo. Hijikata o mandaria cometer o seppuku se voltasse encharcado, conseguia pensar em diversas advertências dele sobre não respeitar seu bushido e o como cuidar e manter o uniforme limpo era importante.

Sougo suspirou vendo as pessoas passando pela rua com guarda-chuvas e comentando a sorte que tinham tido por terem assistido às previsões do tempo de Ketsuno Ana, pelo jeito somente ele havia sido o descuidado naquele dia. E em meio as pessoas que iam e vinham em frente ao comércio que estava, o policial avistou um único guarda-chuva roxo e diferente dos outros, esse era balançado de um lado para outro, em um ritmo animado, reconhecendo assim facilmente aquela ruiva sorridente que o segurava. Pegou a jaqueta que havia tirado jogando-a sobre a cabeça e ombros, agradeceu rapidamente ao dono da loja por tê-lo permitido ficar ali e logo estava correndo pela rua tentando alcançar a menina.

Kagura sempre preferiu dias chuvosos e nublados, esse era o clima ideal para um Yato. Sem sol e sem calor desnecessário. Era exatamente em dias como esse que ela preferia ficar fora do Yorozuya, comprar seu adorado sukonbu e simplesmente passear pelas ruas de Edo ainda que estivesse chovendo. Sentiu o guarda-chuva inclinar-se para seu lado esquerdo molhando levemente seu ombro, virou-se assustada e todo aquele sorriso que exibia se desfez.

— O que acha que está fazendo, sadista?! — gritou surpresa.

Sougo havia aparecido subitamente ao seu lado, enfiando-se do jeito que podia debaixo de seu guarda-chuva o que certamente a irritou, não tinham a mesma altura e aquilo fez com que seu lado ficasse em desvantagem ao dele que estava erguido.

— Só preciso que me leve até o quartel da Shinsengumi. — tentava puxar o guarda-chuva de forma que seu lado ficasse mais coberto. — Não posso me molhar pirralha, é só uma carona.

— Vá pegar um táxi, sim? — puxou novamente desferindo um chute na região lombar dele. — Não vou te fazer favor nenhum, uh-huh, sem falar que esse guarda-chuva é meu! — continuava mantendo-o afastado da melhor forma que podia.

— Que irritante, tsc, — Okita analisou a situação xingando-a mentalmente. — Se você me deixar segurar vou conseguir cobrir nós dois. — propôs ainda procurando se colocar debaixo da parte coberta.

— Você tem merda na cabeça?! Ninguém segura o meu guarda-chuva, ainda mais você! — empurrou-o mais uma vez.

Sougo bufou irritado, mas continuou andando ao seu lado somente coberto pelo uniforme. Ele havia tentado evitar, mas agora que tinha se molhado não adiantava fazer muita coisa, quando chegasse ao QG escutaria uma bronca daquelas. A ruiva também resmungava sua indignação pelo policial ter lhe pedido uma “carona”, ela havia virado um transformer ou que na cabeça daquele maldito?

A chuva engrossou em mais alguns passos deles e até mesmo quem estava na rua achou mais inteligente abrigar-se em alguma banca até que pudessem andar novamente; mas isso não valia para aqueles dois.

— China, a chuva tá mais forte! — entrou mais uma vez debaixo do guarda-chuva, tentando apossar-se do cabo que a garota segurava.

— Eu já disse que não, chihuahuas molhados fedem!

Enquanto eles se empurravam e lutavam para permanecer protegidos da aguaceira que caía, uma rajada de vento levou o guarda-chuva da mão de Kagura e isso os levou a ficarem expostos. Os dois passaram a correr desesperadamente atrás do objeto que era arrastado pelo vento, e embora a menina yato o xingasse de todos os palavrões que conhecia enquanto corriam, Sougo tentou a ajudar. No fim, o guarda-chuva atravessou a ponte e caiu diretamente no rio que estava sob ela.

— O que você tá fazendo?! — ela questionou vendo-o tirar os sapatos.

— Vou ir pegar aquela droga. — jogou o casaco em cima dela e preparava-se para pular na água.

— Ah, você não vai porra nenhuma! — impediu que ele mergulhasse segurando-o pelo colete. — Você não vai ser o herói dessa história, sim?! — quanto mais eles enrolavam, mais longe o objeto era carregado pela correnteza da água.

A chuva havia se tornado uma tempestade com relâmpagos e trovões, os dois estavam encharcados, era uma situação pouco agradável sem contar no certo perigo que corriam, aquela área era aberta e tinha algumas árvores perto deles. Okita encarou a rival por pouquíssimos instantes, não sabia o que fazer, aquilo parecia importante para ela. E foi nesses segundos hesitantes seus, que Kagura jogou-se da ponte para então poder pegar seu guarda-chuva.

— Tente me alcançar sádico, eu sou a heroína protagonista! — gritou depois de ter alcançado o chão, correndo pela água enquanto ria debochadamente.

— Pirralha vadia. — resmungou antes de pular também.

Ela não estava preocupada coisa nenhuma, tudo naquela estranha relação deles era à base de competição. Quem seria o melhor, quem seria o vencedor e quem seria o primeiro idiota a pular no rio num dia de chuva, aquilo era o que realmente contava para eles.

O rio não era fundo, a água batia um pouco acima de seu tornozelo e para sua rival que ainda corria em sua frente, chegava perto do joelho. Isso o colocou em vantagem naquela corrida, pela profundidade atingir quase seu joelho, ela não conseguia se movimentar tão rápido quanto ele. Em menos tempo do que ela pudesse imaginar Sougo a tinha alcançado. Ambos mantinham uma velocidade constante, e se estivessem correndo no seco, ele sabia que ela o venceria por ser pequena e mais veloz, mas essa não era a atual situação.

— Achei que tábuas pudessem flutuar na água. — disse inexpressivo deixando-a para trás.

Oh sim, ele havia a irritado. Kagura franziu o cenho e achou motivação de sabe-se lá onde para aumentar sua velocidade, mas infelizmente, aquele dia que tinha tudo para ser perfeito ia terminar com sua derrota. Ela pisou em falso num buraco no meio do rio que seria impossível vê-lo, e quando percebeu já tinha mergulhado na água rasa. Se fosse possível ela estaria ainda mais molhada, mas só se fosse possível. De longe escutou as risadas sádicas de seu rival que vinha em sua direção com seu guarda-chuva aberto encostado ao ombro. A ruiva sentiu o tornozelo doer e sua vontade era de morrer afogada ali mesmo, isso parecia bem mais agradável do que ouvir aquele ladrão de impostos zombar de sua cara.

Sougo aproximou-se e a arrastou até a margem do rio pelo cabelo, que a esse ponto estava solto e sem seus típicos acessórios chineses, provavelmente ela perdera quando caiu na água.

— Tudo isso poderia ter sido evitado se você tivesse me dado uma carona. — ele sentou-se ao lado dela, cobrindo-a com o guarda-chuva; o que era inútil, já que ambos estavam ensopados.

— Eu disse que você não podia ficar debaixo do meu guarda-chuva, sim?

— Eu não estou debaixo dele, estou segurando ele para você, idiota.

— Eu disse que você não podia segurá-lo também! — rebateu.

— Ótimo, então vou enfiar ele no seu-

— Agora você já está segurando, não importa mais. — murmurou abraçando o joelho e trazendo as pernas para mais perto do corpo.

Sougo notou o tornozelo da menina inchado de forma que não estava antes, deduziu que ela realmente se machucara quando caiu durante a corrida deles. Levantou-se ainda segurando o guarda-chuva dela sobre sua cabeça, voltando a puxá-la pelo cabelo.

— Me solta, seu imbecil! — gritou enquanto era arrastada pela grama molhada. — O que você quer agora?!

— Vou te dar uma carona.

Antes que chegassem à rua Kagura levantou-se para bater no rapaz de cabelo castanho areia, e no fim, ela tomou seu precioso guarda-chuva da mão dele. Mesmo que fosse contra sua vontade, a ruiva permitiu que Sougo ficasse debaixo do objeto com ela, e até chegarem ao Yorozuya aqueles que estavam escondidos nos comércios locais ouviram seus berros e xingamentos sobre quem deveria segurar aquilo.

— Se você vai segurar, então levante o suficiente para me caber aqui debaixo. — rosnou.

— Sou eu quem está segurando, sim? Meu guarda-chuva, minhas regras. — respondeu mostrando a língua. — Você é só um maldito sádico que rouba impostos dos pobres cidadãos de Kabukichou!

Aquela discussão não terminou até que estivessem em frente ao bar da Otose, o que chamou atenção não só de quem estava ali, quanto quem estava na casa de cima. Gintoki saiu com sua típica feição de vagabundo-bêbado-que-acabou-de-acordar-de-uma-ressaca encarando os dois se agredirem em meio à chuva. Suspirou pensando no que fazer com Kagura, ela nunca ficava em casa nos dias que Ketsuno Ana previa pancadas de chuva, e para piorar, parecia ter encontrado o que fazer para matar o tédio com a pessoa errada.

— Souichirou-kun, o que está fazendo aqui? — bocejou coçando a cabeça ainda assistindo os dois rolarem pela lama.

— É Sougo. — respondeu esquivando-se de uma voadora da menina. — A imigrante ilegal que mora com você me deu uma carona até aqui, — imobilizou-a no chão sentando em sua costa. — de guarda-chuva para que eu não me molhasse, porque ela se importa muito.

O ex-joui encarou aquilo com uma sobrancelha erguida, absorvendo as informações que o jovem policial lhe dissera ironicamente. Provavelmente os dois se encontraram no meio da chuva e como todas as outras vezes passaram a destruir o patrimônio público de Edo. Ele fez um sinal para que Okita liberasse a fera que ele iria controlá-la. Kagura tentou acertá-lo mais uma vez e depois subiu as escadas da casa mancando. Gintoki assistiu ela trocar mais alguns xingamentos com ele, mas até que ela entrasse Sougo não se moveu. Ele acompanhou a menina com o olhar até que ela estivesse literalmente entregue, aquilo fez o homem de permanente natural revirar os olhos, talvez fora Sougo que tivesse lhe dado uma carona.

— Ela se machucou enquanto brigavam, Souichirou-kun? — perguntou vendo-o deixar o local com as mãos no bolso da calça encharcada.

— Não sei e não me importo. — acenou simplesmente sem olhar para trás, ainda andando debaixo da chuva.


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Notas finais do capítulo

Eu amo a relação Gintoki/Kagura justamente por eles agirem feito pai e filha ♥ amo demais, e imagino o quanto o Gin-san como 'pai' da Kagura reage mal ao ver ela e o Sougo juntos syugusdifjksd ele shippa, mas fica um pé com um pé atrás, todos sabemos disso /apanha
Estou com ideias, muitas ideias, tantas ideias que mal posso organizá-las na minha cabeça. O bom de Gintama é isso, o animanga te dá infinitas possibilidades de trabalhar com os personagens sem que fiquei ooc ou que precise de au, e eu estou aproveitando isso ao máximo haha enfim, queria dizer apenas que eu provavelmente venha a postar shortfics okikagu em breve, conto com vocês para não me abandonarem nessa categoria o/
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Até mais!