Perigo Real e Imediato escrita por SWD


Capítulo 27
Capítulo 27: Kai




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/61678/chapter/27

Kai chegou à propriedade dos Lang num momento péssimo. A Sra. Lang acabara de saber que os túmulos haviam sido violados. Ross tentava acalmá-la, mas ela estava histérica.

Claro, não houve gritos. Kristin Lang era aristocrática e intimidava com os olhos, sem precisar alterar a voz. Podia ser pequena e estar debilitada, mas não havia ali quem tivesse coragem de encará-la.

A equipe de segurança, chamada a se explicar pelo fiasco da véspera e temendo – com toda a razão – por seus empregos, entregara Ross.

Pelo menos naquele momento dera certo. A velha esqueceu por um momento de tudo o mais e voltou toda a sua indignação contra o neto. Os seguranças aproveitaram para sair do salão o mais discretamente que puderam. Não havia um que não tivesse prendido a respiração quando se sentia observado pelos grandes olhos azuis da velha.  

A Sra. Lang começou com um breve resumo. Alguém havia invadido a propriedade; ludibriado todo o sistema de segurança, que lhe venderam como sendo impenetrável; profanado túmulos; queimado os ossos de um infeliz que nem um nome tinha para que rezassem por sua alma; desmoralizado completamente cada um destes incompetentes que jamais arranjariam novamente um emprego de segurança; e tinha fugido impunemente. E o pior: esse vândalo herege seria conhecido - mais ainda - seria amigo de Ross. Ele próprio havia confessado.

Ross estava contra a parede. Não tinha escapatória. A avó seria sempre a figura máxima da autoridade para Ross. E ela não queria longas explicações. Queria o nome do vândalo e que ele entregasse imediatamente as fitas gravadas pelo sistema de segurança. Depois conversariam.

- Dean WINCHESTER? FILHO de JOHN WINCHESTER? Saia, Jason. Tenho algumas providências a tomar.

- Vó, eu queria ..

- Jason, já falei. Não vou falar novamente. Outra hora conversamos. Saia.

Kai, quieta num canto, pensou que tinha conseguido ficar invisível, mas a Sra. Lang estava consciente de sua presença desde o momento que pisara na casa.

- Kai, querida. Aproxime-se.

Kai sorriu para Ross, que retribuiu com um sorriso envergolhado. Kai tinha presenciado a puxada de orelha que levara da avó. Se houvesse um buraco por perto, Ross se jogaria nele.

Kai e Jason tinham a mesma idade, a diferença era de dias. Quando a mãe morreu no parto, dentre todos os problemas que a avó teve que resolver para trazer o neto consigo, havia um que não podia esperar. O bebê precisava se alimentar. O problema era maior porque oficialmente o bebê tinha morrido. A questão não era só arranjar uma ama-de-leite. A ama-de-leite teria que seguir com a Sra. Lang para San Jose, mesmo que temporariamente. Se fosse casada e radicada na cidade o problema seria maior. Não seria fácil encontrar alguém.

A Sra. Lang soube que uma índia de uma reserva próxima acabara de dar a luz. No desespero, fez o nunca pensou que faria, sendo ela tão orgulhosa de sua posição social: implorou a ajuda da mulher.

A mulher também era orgulhosa da sua origem e não gostava de brancos. Mas não resistiu à visão do bebê. Logo o amaria como um filho.

A Sra. Lang fora criada com todos os preconceitos de classe e de raça. E agora a necessidade a obrigava a ter uma índia e sua filha sob o mesmo teto que ela. Ela resistiu o quando pode. Mas aos poucos a menininha alegre foi minando o preconceito e logo a senhora já pensava da menina como uma neta, embora ainda mantivesse a pose.

Kai foi criada junto com Ross, freqüentou as mesmas escolas de elite e teve os mesmos previlégios e oportunidades. Mas, apesar da educação de princesa, decidiu reencontrar a mãe e voltou para a aldeia. Queria fazer algo pelas meninas de seu povo. 

Mas não fora em busca de apoio familiar que a Sra. Lang chamara Kai.

Nascha, a mãe de Kai, era uma índia navajo. Conhecia os segredos da magia quileute e os transmitira à filha. A Sra. Lang não aprovava, mas fazia vista grossa. Agora, mais uma vez, precisava ser pragmática. Sua fé católica não tinha as respostas que precisava. Ela agora precisava de uma bruxa.

"No creyo en las bruchas, pero que las hay...las hay."


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não. Não vou reunir o universo de SPN ao de Crepúsculo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Perigo Real e Imediato" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.