Perigo Real e Imediato escrita por SWD


Capítulo 24
Capítulo 24: Sra. Lang




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Ela já se sentia bem melhor. A perspectiva de uma nova batalha a revigorova. Voltava a se sentir viva. Nos últimos anos se deixara envelhecer. Foram anos tranqüilos, cuidando de um neto que nunca trouxe problemas. Ela quase acreditou que dali em diante seria sempre assim. Que acabaria sendo o que nunca pensou que um dia seria: apenas a avó orgulhosa de um neto brilhante.

E, então, a ilusão se quebrara. Seu outro neto, o que fora obrigada a deixar para trás, aparecera em horário nobre, de costa a costa, desonrado, vítima de um crime monstruoso. O baque foi tão forte que ela fraquejou, caiu, pensou que não sobreviveria.

Os jornais ressuscitaram a história da pobre Adeline Lang, que morreu dando à luz, mas não foram além disso. Ela tivera sucesso em cortar a trilha que poderia ter trazido o escândalo até a sempre respeitável família Lang.

Jason a surpreendera. Fizera o que ela própria teria feito se fosse mais jovem. O lugar de Tristan não era no Kansas. Nunca fora. Quanto potencial perdido. Ela devia ter agido antes. Devia ter trazido Tristan para San Jose. Ele podia estar fazendo faculdade. Mas a idéia de trazer de novo para seu mundo aquele pai execrável a fizera adiar, adiar e adiar. E agora era tarde. 

Ainda estava digerindo a história de que Tristan persistia como fantasma. Ia de encontro à sua formação católica. Não duvidava de Jason e agora havia o testemunho de Janet, mas ainda era difícil conviver com a idéia que seu neto era uma alma penada, afastada da luz e da graça de Deus. Era preciso conduzi-lo para a luz.

Mas conduzi-lo para a luz era muito diferente de permitir que um lunático perigoso queimasse os ossos do neto num ritual profano. Fosse ou não verdade que o ritual cortava os laços com nosso mundo, como garantir que a alma estava salva, que seguiria para a luz. A alma poderia ser condenada a vagar eternamente no limbo. Estremeceu com a idéia.

Aquele homem se safara uma vez e sabe Deus como tinha criado os dois filhos. Crianças inocentes convivendo com um psicótico que via demônios em todos os lugares.

Tinha certeza que John Winchester matara a esposa e colocara fogo na própria casa para esconder o crime. Ouvira de sua própria boca que Mary, a esposa, fizera um pacto demoníaco e que nas veias de seu filho de um ano corria sangue de demônio. Era fácil ver a verdadeira história atrás de seus delírios: suspeitava ou tinha certeza do adultério da mulher e suspeitava que o menino não fosse realmente seu filho. O rival se transformara, em sua mente perturbada, num sedutor demônio de olhos amarelos.

Não fizera nada contra a criança na ocasião, mas por quanto tempo seria assim? Se ainda acreditava que o filho tinha sangue de demônio, era questão de tempo até que a loucura prevalecesse e passasse a ver mais o monstro que o filho.

Se não tivesse coragem ele mesmo de ir até o fim, induziria outro a fazê-lo, sob o pretexto de salvar sua alma. Talvez convencesse a própria criança que ela trazia o mal dentro de si. Ou o filho mais velho, que traumatizado com a morte da mãe, pareceu bastante sugestionável e psicologicamente dependente do pai. Pobres crianças.

Seu pobre irmão fora outra vítima de loucura de John Winchester. Sem motivo, John passou a acreditar que ele estava possuído pelo tal demônio de olhos amarelos e ele acabou assassinado com uma facada certeira no coração. Outro crime de John Winchester.

E agora ele cruzara o caminho de seus netos. Mas ela ainda estava viva e protegeria a família.

Se fosse necessário, ela própria o mataria.


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